Os delírios de uma mente presa no pretérito
Seria de inimaginável beleza,
caso nosso presente
apenas tivesse a leveza
dos dias do nosso abarrotado passado
que carrega um abraço quente
de nossa infância.
Mas pelo amanhã ser incerto,
e tu não acreditares mais em mim,
perdemo-nos mesmo de perto
e esquecemos de como eram sem fim
as brincadeiras em frente às nossas casas
onde a felicidade tinha asas.
Talvez não tenha remédio
essa tua doença de viver só o hoje,
sem ver que tu só existes por intermédio
de o quê tu eras ontem;
talvez tu sares apenas
abrindo o álbum de fotos que ainda tens.
Eu gostaria que tudo não tivesse
acabado tão mal
e que em nossas lembranças
apenas houvesse
amor e
amor.
O perigo do teu amado agora
é de ele ser tão cheio de julgamentos
quanto o passado sempre fora,
entretanto ele é cheio dos atrevimentos
de pessoas que não dão tchau ao ir embora,
de pessoas que não dão bom dia ao chegar.
Por isso eu tenho medo e me apego
às minhas meigas memórias,
nelas, ao menos, eu me afego
e fujo de ferir-me novamente.
Fujo de novas histórias.
Fujo de seguir em frente.
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