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História Os descendentes e o segredo - Nathan e detenções


Escrita por: Karina24

Notas do Autor


Olá, meus amores!

Como vocês estão?

Sim, em Setembro temos dois capítulos. O primeiro foi para comemorar o primeiro de Setembro dos 19 anos depois. E agora? É para comemorar o que?

Simples, o aniversário de um ano da fic (e meu também, mas ignorem isso).

Há exato um ano, eu estava insegura, com muito medo de vocês não gostarem da minha escrita, do enredo, dos personagens... Resumindo, não gostarem da história. Eu realmente estava assustada com a ideia de publicar essa fanfic por um simples fato: ela é muito importante para mim e eu tinha altas expectativas para com ela, expectativas essas que não sabia se seriam alcançadas.

Não vou mentir dizendo que, agora, um ano depois, estou totalmente tranquila e segura de mim, pois ainda é um enorme desafio, piorado pelo fato de estar no cursinho e minha vida encontrar-se em uma loucura, mas apesar de tudo, continuo aqui, firme e forte publicando mais um capítulo para vocês, um pouquinho mais confiante quanto à escrita (mas o resto nem tanto).

Cada visualização, comentário ou pessoa acompanhando a história me dá mais motivação para continuar, por isso que eu agradeço a cada um dos 863 visualizações e 61 favoritos, porém gostaria de fazer um agradecimento especial a ~saintseiyaz por seus comentários, eles me deixam realmente feliz, cada um presente em nossas pequenas conversas me faz rir e me traz alegria, não importando como meu dia foi. Queria agradecer também a ~AnyGranger por seus comentários e pelos elogios sobre a fic envolvendo os mistérios nela presentes e a ~AninhaFanficsZ que, mesmo comentando em apenas dois capítulos, eu amei seus comentários.Obrigada a cada um, seja quem esta me acompanhando desde o começo ou quem entrou no meio, não importa. Não podia estar comemorando esse um ano de uma forma melhor (nem o meu aniversário). Sério, estou muito emocionada aqui.

Mas os agradecimentos não param por aqui, agradeço a Letícia, Mariana (May) (ela está lendo essa fic aqui e me tem me apoiado muito esse ano, além de me ajudar na minha confiança. Oiiii), Juliana (conselheira, né? ;D Minha confiança que o diga.), Jéssica (com óculos), Beatriz, Rafael, Thayná, Mariana (Mari), Jéssica (sem óculos)... por tornarem os dias mais leves, elas são as responsáveis por eu ainda não ter pirado ou ter tido crises de ansiedades; pois, assim, não conseguiria postar.

Agora, tenho mais dois a fazer, dois muito mais que especiais e para pessoas que, talvez não estejam conseguindo acompanhar essa fic aqui, mas elas foram responsáveis por me ajudar a chegar até onde estou hoje. A primeira é Giulianna, ela ficou sabendo dessa história há um pouco mais de 2 anos, mesmo não se lembrando, eu comentei com ela o segredo por detrás da Cecília e do Dylan quando falava das diversas ideias de histórias que tinha, ela ficou muito animada e me pediu para ler, deixei, porém não era essa no momento. Ao iniciá-la, a Li (como eu a chamo) leu e ela se tornou o que chamo de “sistema de qualidade”, pois ela passou um bom tempo lendo e comentando o que eu podia mudar para melhorar e só estou mais confiante hoje graças a isso. E, antes que me esqueça, eu também peço a opinião dela para ver o achou da capa, já que não sou boa nisso.

A segunda pessoa é a Letícia, a Lê me deu muito apoio, ela me ajudava a divulgar a história de todas as formas possíveis (o banheiro que o diga) e impossíveis, ela comemorava mais do que ninguém cada nova pessoa que passava a fazer parte da fic “Os descendentes” de alguma forma, por vezes chegava até a ficar mais ansiosa do que eu. Além disso, ela foi a responsável por praticamente todas as músicas que vocês viram e verão aqui. A Letícia acompanha essa história, então ela sabe bem a emoção de lê-la em um site e ver o crescimento. Mesmo no cursinho, ela ainda me pergunta como está indo e fica muito feliz com as respostas positivas ou faz brincadeiras (no bom sentido, é claro!) sobre isso (principalmente após eu comentar que gostei da camiseta de alguém por ser de Harry Potter).

Obrigada meninas! Vocês me ajudam mais do que imaginam!

Bom, deixa eu parar, senão vou começar a chorar aqui.


Ah, gente, antes de deixar vocês lerem (prometo que estou acabando), uma última informação: essa fic terá três temporadas (como eu chamo). A primeira é essa, a segunda será “Os descendentes entre lutas e fugas” e a terceira e última, “Os descendentes e a guerra”, então fiquem tranquilos que ainda tem muita Cecília, Dylan, Nathan..., mistérios e passado deles por ai.

Bom, devo pedir desculpas pelo tamanho do capítulo, ele ficou bem grande, mas como os últimos foram pequenos e é uma data comemorativa, achei que não tinha tanto problema. E, antes que me esqueça, a parte das detenções foi ideia da ~saintseiyaz, ela comentou em uma teoria; a princípio não teria essa parte, mas gostei tanto da ideia que acabei colocando.

Vejo vocês lá embaixo.

Espero que gostem...

Capítulo 14 - Nathan e detenções


If I told you a secret                   Se eu te conto um segredo

You won't tell a soul                  Você não dirá a uma alma

Will you hold it and                     Você vai agarrar e

Keep it alive                               Manter vivo

(Love Will Come Through – Travis)

P.O.V. Cecília Mason 

O tempo passou rápido e já estávamos perto do Natal, os dias continuam como sempre com aulas e trabalho de História da Magia. Inclusive ia para a biblioteca encontrar Lysandre, afinal hoje era o último dia livre antes das férias de Natal. 

O castelo encontrava-se vazio, uma vez que era Sábado, então todos estavam ou lá fora ou, mais provavelmente devido ao frio, nas salas comunais.

Ontem, havia sido o último dia da minha detenção, a diretora não parecia muito animada para tal ação, ela me conhecia o bastante para saber que não possuía gênio fácil; contudo, não tinha muito o que ser feito, eu atacara em pleno corredor o Potter depois de uma de suas brincadeira.

“Andava pelos corredores depois de voltar da biblioteca, o Salão Comunal estava muito barulhento para me permitir adiantar o trabalho de História da Magia, então resolvi fazê-lo em outro lugar.

E, agora, na volta, andava a passos largos, o jantar começaria em minutos e queria guardar o material antes. Tudo estava calmo, sem nenhum sinal de algo diferente até eu parar na frente da entrada da Grifinória.

Ouvi um leve barulho, porém diferente o qual me fez virar, era um brilho, por isso decidi ignorar, retornando minha atenção ao quadro da mulher gorda, pronta para dizer a senha e, então, uma explosão. Dei um pulo e lancei um feitiço na direção dela, pareciam...fogos. O antigo brilho veio em minha direção me fazendo abaixar.

Por um momento achei que tinha acabado, mas não, aquele foi o primeiro de muitos. Como feitiços não funcionavam, decidi ir para uma sala vazia, ficando lá por um tempo.  O que estaria acontecendo? Meus pensamentos foram para uma das conversas com Nathan, quando ele me contou sobre um grupo, Marotos 2.0, formado por três garotos oficialmente, porém algumas meninas os ajudavam, entretanto, não foi para o nome que minha atenção se voltou, mas para o líder deles o qual possuía nome e sobrenome: James Sirius Potter. Lembrei-me também de quando atrapalhara ele com Jasmine Nott a fim de passar uma mensagem de sua mãe. Ele me parecera irritado, não que me importe. Com tudo isso, só cheguei a uma conclusão. Era vingança.

Com esse pensamento em mente, sai do local onde me escondera indo para minha antiga localização e, como o esperado, eles voltaram, desviei de cada um. Tintas também foram lançadas, segui a mesma estratégia do anterior, porém a última fora rápida demais. Olhei para baixo, meu cabeço, camiseta, braços e mãos estavam coloridos. Raiva me tomou conta. Mais um fogos, dessa vez mais distante. ‘O senhor Pontas pede, gentilmente, para que não o irrite novamente’, mais um ‘O senhor Almofadinhas concorda e avisa que caso isso não aconteça, da próxima vez vai ser pior’ e um último, ‘ A senhorita Delacour diz que você ficar muito mais amigável colorida’. Era isso? Eles queriam briga? Mexeram com a pessoa certa, ou a errada, depende do ponto de vista. Mais uma coisa me atingiu, uma meleca se juntou as tintas em meu corpo.

Levantei a cabeça, ciente do olhar mortal presente em meu rosto. Risadas soaram e o trio surgiu. Um sorriso de satisfação no rosto do único moreno ali.

- Até que enfim te achei bonita, Mason. Sabe, cor combina com você. – Antes que qualquer um pudesse dizer algo, lancei uma série de feitiços seguidos, era óbvio que não possuíam a velocidade dos de Dylan, mas foram rápidos o suficiente para fazê-los se jogarem no chão e se espalharem. Se eles estavam acostumados a lutar? Não sei. Mas eu estava e com mais de uma pessoa, sendo essas comensais.

Uma luta começou no corredor. Três contra um. Parecia uma luta injusta e realmente era. Eles precisariam de, pelo menos, o triplo para terem o mínimo de chance. A primeira a cair foi Dominique Weasley, caiu segurando seu braço que sangrava, a segunda pessoa foi o outro ruivo, ele fora jogado contra a parede. Era visível o motivo deles terem caído, meu foco era o Potter. Uma luta um contra um. Tentara evitar que Nathan estivesse na minha situação atual, isso traria problemas para ele, porém não me importava. Já não estava mais consciente, movia-me pelo impulso como em todas as lutas.

Uma verdadeira guerra começou no corredor entre eu e o moreno, feitiços voavam atingindo o alvo ou as paredes, personagens dos quadro saíram em busca de um lugar seguro.

- Cecília! Para! – Ouvi um grito irritado distante, conhecia a voz, mas essa estava longe demais para me trazer de volta a consciência. Segundo depois, mãos seguraram meu pulso e lançou um feitiço fazendo o Potter ficar preso na parede. Olhei a pessoa e olhos castanhos irritados me encararam de volta. Olhos que eu conhecia bem. Olhos de Dylan.”

Fechei meu pulso, por conta da raiva, ficara em detenção por causa de um idiota que ficou irritadinho por eu ter atrapalhado sua vida amorosa. Lembro do olhar da diretora, ela nos levara – os cinco – para a sala dela, Dylan fora dispensado, pois evitou que a luta continuasse. Bom, o resto de nós não teve muita sorte, pelo visto eles já estavam de detenção com Nathan, pelo mesmo motivo. ‘Por que sempre que algo desse tipo acontece, vocês estão no meio?’, a diretora perguntara encarando o Potter com seus olhos severos, a única resposta recebida fora um sorriso. ‘É a segunda vez em três semanas.’

“ – Idiota, metido, mestiço, traidor de sangue, ... – e assim continuou a lista de xingamento que Nathan dirigia ao grifinório responsável por sua detenção. A cada adjetivo, um novo feitiço lançado nos inúmeros objetos presentes ali na Sala Precisa. Estavam no quinto dia de sua detenção, porém o ódio continuava nele. Pelo que soube, os ruivos ficaram por causa da pegadinha – e, por ser um motivo mais leve, hoje foi o último dia – Nathan e James Potter ainda teriam uma semana devido a luta deles em pleno Salão Principal.

- Nathan, se acalma, daqui a pouco não terá mais objetos para serem destruídos – Dylan comentou. – Agora, com calma, nos explique o que aconteceu.

- Cada dia nossa detenção é em um lugar diferente, ontem, foi na sala de poções, antes de ontem, na cozinha e por ai vai. O fato é que, hoje, ela ocorreu na Floresta Proibida e, bom, eu, o Potter e os Weasleys no mesmo lugar não dá muito certo. O Potter resolveu me provocar depois de falar que era minha culpa estarmos lá, como se fosse eu que colorisse as pessoas.

Acabamos discutindo feio mais uma vez, eu falei que a culpa era dele, caso não tivesse me sujado não ia ter briga; ele disse que era só eu não ter brigado. O Weasley tomou partido do amiguinho e a garota tentou nos acalmar, mas era uma contra três e eu não ia ouvir uma traidora. No final, acabamos lutando novamente e nos perdendo. – Ele lançou mais um feitiço, provocando a explosão em uma estátua. – Saímos agora a pouco.

 - Você e o Potter andam terríveis, Nathan. A cada dia, tem uma nova briga.

- Daremos sorte se a diretora não aumentar nosso tempo. – Ele suspirou derrotado e se jogou em uma poltrona próxima. – Como alguém igual ao Potter consegue viver?”

Realmente parece que os ânimos dos dois deram uma acalmada, como Nathan havia dito, ele e o Potter tiveram a detenção aumentada em uma semana e o ruivo também, sendo assim, quando pegaram detenção comigo, a Weasley havia acabado há algum tempo, o ruivo há alguns dias e somente o sonserino e o líder dos Marotos 2.0 continuaram, o de olhos mais escuros acabou pouco depois. Devido a isso, passei boa parte desse período sozinha com o Potter.

“– Ora, ora, Mason. Eu sei que nenhuma garota resiste ao meu charme, mas daí a pegar detenção? – Ele falara algo parecido, quando Nathan ainda estava conosco. O sonserino quase iniciou ali a Terceira Guerra Bruxa.

Respirei fundo tentando interromper a lista de maldições que podia usar contra esse moleque e substituí-la por outra, um pouco mais agradável, só faltava escolher o assunto. – O que foi? Ficou tão impressionada com minha percepção que perdeu a fala?

-Cala a boca, Potter. – Frisava cada palavra com um tom cortante, ele apenas sorriu.

- Sabe, você estava muito mais bonita colorida. – Puxei a varinha apontando para seu pescoço, um misto de medo e diversão atravessou seu olhar.

- Fala mais uma besteira e será a última dessa noite, tente continuar depois e não verá o Sol novamente. – Guardei a varinha, no momento em que a diretora chegou, nos encontrávamos na biblioteca e só falta ela explicar nossa tão esperada tarefa.

- Guardem os livros que estão nas caixas – Ela apontou para uma pilha de, aproximadamente, 10 caixas. O trabalho seria longo. – Dê-me suas varinhas. – Ela esticou a mão, a contra gosto pousei a minha em sua palma. – Excelente, comecem o trabalho, só iram dormir, quando acabarem.

- Obrigado, Mason, eu nem queria dormir mesmo. – O garoto reclamou logo após a mulher sair da sala.

- O problema é seu, pensasse antes de fazer o que fez. E outra, não preciso de tanto tempo assim de sono.

- Ótimo, então, você faz enquanto eu descanso, considerando o fato da culpa ser sua e de já ter dormido mal graças ao seu irmão sonserino. – Comentou enquanto se afastava rumo a uma das várias cadeiras presente ali.

- Nem mais um passo, você vai me ajudar, caso contrário eu não faço nada e depois explico calmamente o motivo para a diretora.

- Você não me assusta, Mason – Ele se aproximou. – Está sem sua varinha.

- Tem razão, mas sabe, Potter, não preciso dela para fazer magia. – Ele me olhou desafiador.

- Está blefando.

- Ah é? – Virei-me na direção das caixas, direcionei as pontas dos meus dedos para a do topo fazendo um feitiço não verbal. Logo ela se pôs a flutuar até uma das mesas do local e onde a deixei. – Então, Potter, o que me diz? – Seu olhar era assustado.

- Muito bom, poderemos acabar logo...

-Não, faremos sem magia.

- Mas... – Sua expressão passou de irritada para convencida em poucos segundos. – Tudo isso para passar mais tempo comigo. – Mal concluiu a fala e foi parar a cima do chão, caindo nele em seguida. Tentou emitir um som, mas nada saiu.

- Excelente, ficará mudo até terminar, vamos começar e sem gracinhas.”

Em poucos minutos, a porta da biblioteca erguia-se no final do corredor; uma outra porta se abriu, não me importei, pelo menos não até sentir algo contra mim, olhando para baixo, vi uma garota loira no chão. 

- Desculpe! – Ela pediu. – Não tinha te visto. Ei, você é a garota nova. – Ela estava de pé, me olhando com os olhos castanhos claros, ergui uma sobrancelha. 

- Nova não é a palavra certa. – Ela deu de ombros. 

- Foi a última a chegar. Sou Hellen Sartori, lufana. – Concordei e continuei meu caminho, deixando a loira me olhando confusa. 

A porta da biblioteca abriu sem dificuldade, um certo loiro encontrava-se em uma mesa sozinho, encaminhei-me até ele. 

- Oi. – Ele sorriu ao me ver. 

- Preparado, Scamander? – O lufano suspirou diante da minha expressão séria.

- Se eu disser que não, muda algo? É acho que não. – Ele completou após eu colocar alguns livros sobre a mesa. 

- Para mim, falta uma guerra e meia. Vou pegar os rascunhos, assim você pode começar.          

A última guerra considerada era a Segunda Guerra Bruxa, na qual Harry Potter derrotou Voldemort, lendo os livros, comecei a viajar por histórias ouvidas. 

- Está tudo bem? – a voz do garoto ao meu lado retirou-me dos pensamentos. 

- Por qual razão não estaria? – Meu olhar era frio. 

- Não sei, mas você se desligou completamente e já faz alguns minutos.

Ignorando o loiro, voltei a ler sobre a guerra, resumindo: horcruxes, comensais, morte do ex-diretor, Torneio Tribruxo... Muitas informações para tão pouco espaço. Tinha escrito metade da guerra quando uma carta cai na minha frente, Raven – uma coruja de penas cinzas e olhos azuis muito bem conhecida por mim – voltou por onde surgiu, a janela, peguei a carta distraidamente, abrindo-a. 

Meus olhos passaram pelas palavras, algo inesperado e contraditório: primeiro, ela não nos queria perto de ninguém; agora, precisamos de aliados. Deixei o pergaminho na mochila. 

- Qual é a próxima? – Scamander perguntou-me, fazia horas que estávamos ali. – Tem certeza de que precisamos acabar hoje? 

- É o último dia livre, no próximo Sábado, vamos para Hogsmead, na quinta, é o baile e no Sábado vamos estar em casa. Na volta, o prazo é muito curto. – Respondi pegando a próxima guerra. – Pode continuar. - Entreguei-lhe o pergaminho. 

Ele suspirou, passando em silêncio, pelo menos por um tempo. 

- Até que horas vamos ficar aqui? 

- Até o jantar. – Ele gemeu. 

- Você é malvada. – O som de penas escrevendo preencheu o ar após seu comentário. 

As palavras de minha mãe na carta ecoavam em minha mente como se ela as tivesse falado pessoalmente para mim, porém, dessa vez, isso não atrapalhou minha concentração.

- Cecília. – minha dupla me chamou quando ia para a Primeira Guerra Bruxa cujo vencedor foi um bebê, algo irônico e totalmente inesperado. – Não vamos conseguir acabar hoje. – Ele continuou após ser fuzilado pelo olhar por ter me chamado de Cecília. 

Olhei para o relógio que tinha ali, era verdade, não ia dar tempo, estava resumindo a Segunda Guerra pela terceira vez e ele ainda ia começar a primeira. 

- Vamos até onde der, o resto acertamos depois. – O garoto concordou sem dizer mais nada, voltando sua atenção para o trabalho a sua frente. 

Faltam três parágrafos para terminar minha parte quando deu o horário do jantar. 

- Eu não acabei. – Ele disse. 

- Também não. 

- Como assim? Passou o tempo todo fazendo o resumo. – Seu rosto demonstrava seu estado surpreso.

- As duas últimas guerras são muito grandes, preciso resumir o máximo que der, para isso, faço mais de um rascunho; entretanto, já estou no final. 

- O mais atrasado sou eu. Faço durante as férias. – olhei-o. 

- Certeza? 

- É o melhor a ser feito, não posso correr o risco de não dar tempo. Consegue acabar antes de sexta? 

- Claro! 

- Me entrega tudo junto? – ergui a sobrancelha. 

- Não vai querer ficar com essa parte para acabar? – Apontei para o pergaminho a sua frente. 

- Tenho lições atrasadas, não vou conseguir fazer nada nesses dias e tenho medo de perder. Qualquer coisa, eu te peço. – Ele deu de ombros. Preferia que ficasse com ele, mas o melhor era não arrumar briga. Além do mais, ele disse que pediria se desse. Juntei tudo guardando na mochila.

- Vai para o Salão Principal? 

- Não, tenho que fazer uns negócios antes – respondi, lembrando-me da carta. 

- Tudo bem. Tchau. – Ele seguiu até a porta após perceber que não iria obter resposta. 

Quando fiquei sozinha, coloquei a bolsa no ombro, seguindo para a torre da Grifinória. Deixaria minhas coisas em segurança lá e iria falar com Dylan. 

                                 .                                 .                              . 

Um silêncio tomava conta do local, algo bem diferente do cotidiano; o caminho até às escadas as quais davam acesso ao quarto das garotas encontrava-se livre. Encaminhei-me em sua direção até ouvir um barulho segundos antes de uma mão tocar meu braço. Virei-me rapidamente, preparada para atacar. 

- Mason. – A voz do Potter alcançou meu ouvidos ao mesmo tempo em que reconheci sua figura. Apenas o encarei. – Não vai dizer nada? 

- Solte-me . – Meu olhar saiu frio, pois ele hesitou, mesmo não me soltando, ou era muito corajoso ou muito burro. 

- Provavelmente já viu Lily nos corredores. – A ruivinha havia saído a algum tempo da Ala Hospitalar. Ele colocou a mão nos bolsos, tirando o mesmo frasco dado por mim a sua mãe. – Minha mãe pediu para lhe agradecer novamente e te entregar, além de se desculpar pela demora. – Peguei o objeto com a mão livre guardando-o. 

- Agora já pode me soltar. – Puxei meu pulso, porém ele foi rápido, segurou meus pulsos de forma que minhas costas pararam contra a parede, o fuzileiro com os olhos. 

- Você é irmã do Mason?  

- Acho que por isso o chamo de maninho. – Minha voz era sarcástica. 

- Seja sincera. 

- Sou. Potter, você tem 3 segundo para me soltar, caso contrário, vou reagir. – O moreno me olhou com descrença; abri as mãos, lançando um feitiço qual o fez voar pela sala. 

- Tinha que ser irmã dele. Eu não queria acreditar. 

- Por qual razão? Você podia ir contra seus “princípios” sobre pegar Masons desde que não fosse irmã de Nathan? 

- Todos falam isso – Ele segurava a varinha. Sorriu por um segundo. – Está interessada, Mason? – A raiva subiu pelo meu corpo, dando os primeiros sinais do fim da minha paciência. Minhas mãos se fecharam em punhos, meu maxilar travou e, por me conhecer, sabia que meu olhar se tornara uma pedra de gelo capaz de assustar qualquer um. O grifinório deu um passo meio incerto para trás e só teve tempo de lançar protego antes de o meu feitiço atingir a parede invisível. 

- Todos falam por sua fama. – Potter atacou, seu rosto também não estava amigável. Abaixei desviando. 

- Cecília W. Mason. – outro feitiço. – Nathan W. Mason. – outro. Revidei o acertando, uma exposição de feitiços se iniciou em pleno Salão Comunal.

- Só existe um sobrenome o qual começa com W no mundo? – ironia pingava a cada fala minha, servindo de alerta, tentava me controlar ao máximo. Ele travou. 

- Como assim?  

- Eles são primos, James. – uma terceira voz disse. Ainda olhando o garoto, completei:

- Contudo, é coincidência demais pessoas de uma mesma família possuírem sobrenomes diferentes com a mesma letra, caso não sejam filhos dos mesmos pais.

- Mas não impossível. – Rose Weasley mantinha-se firme.

- Continue, Weasley, adoraria ouvir sua teoria. – cruzei os braços em uma tentativa de me controlar, caso minha magia continuasse se expandindo, seria perigoso demais. 

- Não é teoria. Bem, eu andei pesquisando sobre vocês há algum tempo e não obtive nenhum resultado efetivo, até encontrar um livro: “Temporis: A história das famílias com sangue mais puro do mundo bruxo”, comecei a ler, ele estava um pouco desatualizado. Contava que Peter Mason havia se casado com Gianne Montgomery com quem teve dois filhos: Richard e Érick Mason; o primeiro casou-se com uma sonserina, enquanto o segundo se casou com uma corvina, mas acaba aí, nada sobre os filhos deles ou nome das esposas. A princípio, não resolveu nada, porém quando James me mostrou a seu nome na carta que a diretora pedira para te entregar e afirmou que vocês eram irmãos, pois o nome dele também possuía “W. Mason”, percebi que algo não estava certo. 

“Lembrei-me de você na aula de poções que tivemos juntas, então conclui que você era filha da corvina, pois conhecimento foi necessário. Ao mesmo tempo, Nathan Mason era totalmente sonserino, não tem nenhum traço corvino, é um típico Mason, portanto ele seria filho da sonserina. Os mais difíceis foram Jennyfer e Dylan Mason. 

O primeiro ponto que usei foi o fato de ser mais provável irmãos estudarem/chegarem juntos do que primos; já o segundo foi as casas, a garota também seguia totalmente o sobrenome, enquanto o garoto era da Grifinória, uma casa incomum na família, assim como casamentos com não sonserinos”. 

Estava surpresa, entretanto não demonstrei afinal a raiva ainda estava presente. Pelo visto subestimei a Weasley. 

- Ela está certa? – o mais velho questionou-me. 

- Não.  

- Fala a verdade – A frase de minha mãe soou em minha cabeça: “Os Potters e Weasleys são aliados importantes”. 

- Não. – O Potter ameaçou me atacar, desarmei ele e o joguei para longe com o feitiço novamente. A frase parecia gravada em meu cérebro, precisava da confiança deles. Olhei a ruiva que nos olhava com a testa franzida, aguardando o fim da briga. Suspirei, abrir o jogo se fez necessário afinal, pelo menos uma parte dele. – Sim, Weasley, você acertou. Contudo, isso não pode sair daqui, ainda não está na hora. – Encarava o Potter ao dizer isso. – Se eu descobrir que mais alguém sabe e acreditem, caso saibam, eu descobrirei, apago a memória dela e de quem lhe contou, além de fazer o último sentir a pior dor da vida e eu não estou brincando. – a ruiva tremeu. Virei para subir. 

- Isso tem haver com você e seu irmão serem responsáveis pelos ataques? – a ruiva encontrava-se de braços cruzados. 

- Por acaso descobriram isso ouvindo as minhas conversas com Nathan e Dylan? – ela travou, medo transpassou seu rosto por um momento, o Potter que se preparava para defender a prima também. – Sabia ter escutado barulhos aquele dia. Vocês não tem nada que saber disso. – Subi as escadas. 

Chegando ao quarto, joguei-me na cama, entrando na cabeça de Dylan: “Pega algo para eu comer e me encontre na Sala Precisa.” Esperei o tempo que julguei necessário para os primos saírem e então desci, tinha destino certo. Biblioteca. 

Ao chegar, a bibliotecária estava fechando. 

- Com licença? Preciso pegar um livro, daria para eu entrar rapidinho? 

- Sinto muito, só amanhã! 

- Por favor, é importante. 

- Não posso... – peguei a varinha e lancei “Império”, seus olhos ficaram vagos e permitiu minha passagem. 

Já dentro, lancei um simples “estupefaça”, seguindo para a Seção Reservada, não tive dificuldades, caminhei entre as estantes até encontrar o que procurava: um livro de couro e letras prateadas. Saí rapidamente de lá com ele guardado e apaguei qualquer vestígio dele, incluindo da memória da mulher desmaiada, também modifiquei as lembranças de momentos atrás. Estava na hora de atuar, manipular. 

- Enervante. – Pronunciei ao lado dela. – Está tudo bem? – Ela me olhou perdida. 

- Sim. O que aconteceu? 

- Te atacaram, eu vim procurar uma folha a qual deixara cair mais cedo e vi alguém te atacar, tentei lutar, mas não deu, a pessoa fugiu. 

- É... eu acho que estou lembrando. Obrigada. – Ela sorriu. – Achou a folha? 

- Sim, no corredor. Quer ajuda? 

- Não, pode ir. Você já fez muito.

- Certeza? 

 - Absoluta. 

Caminhei devagar, olhando para trás durante o período em que estava em seu campo de visão. Uma vez longe desse, corri para a Sala Precisa. Se eu a conhecia? Claro, todos Masons conheciam. 

- O que houve? – Dylan perguntou assim que entrei ao seu lado estava um prato de macarrão, apoiado em um banquinho. 

- James Sirius Potter e Rose Weasley descobriram sobre Nathan. 

- Como? – o cômodo possuia 2 camas, uma na parede, aonde o garoto encontrava-se sentado e outra do lado, no meio do local. Sentei-me na sua frente. Seu olhar era de total alerta.

- Antes preciso te mostrar algo. – Abri a mochila, pegando o envelope de hoje mais cedo, entreguei-o. Enquanto ele abria, levantei indo para seu lado. 

Seus olhos percorreram cada linha ansiosos, a cada palavra, o garoto cada vez mais confuso. 

“          Queridos, 

Estou escrevendo para falar que andei conversando com algumas pessoas e devo avisar: nem todos são inimigos – apesar disso ser parcialmente óbvio –, não estou lhes pedindo a amizade deles, pelo contrário, continuo lembrando-lhes pra não se apegarem ou se aproximarem, mas lhes peço a confiança deles, um pequeno laço que os levem para nosso lado.

Potters e Weasleys não são inimigos, no futuro podem até serem importantes aliados; afinal, Harry Potter derrotou o último lord, por isso, pode ser útil, além da lealdade dos Weasleys. 

Repito: Apenas um pequeno laço, nada comprometedor.

Lembrem-se que o perigo é eminente para todos, mas quanto maior for a quantidade de pessoas ao nosso lado, mais fortes serem e, consequentemente, maior será nossa vantagem.

                                 Pensem sobre isso, 

                                                J.M.W.M.” 

- Isso quer dizer... 

- Isso quer dizer que precisava da confiança deles. 

- Você contou? 

- Não, apenas confirmei. Rose Weasley quis saber o parentesco com Nathan, afirmou ter pesquisado inclusive em um livro, “Temporis: A história das famílias com sangue mais puro do mundo bruxo”, ele foi importante para ela depois. Quando o Potter pegou uma carta com a diretora para me entregar, confirmou sermos irmãos, ela desconfiou e com as casas das esposas de Érick e Richard encontradas nos livros chegou à conclusão. Eles queriam minha confirmação e, como precisava da confiança, disse o certo depois de alguma insistência. É meio esperado que não responderia tão fácil, apesar de tudo.

- Apenas isso? 

- Não, falei, na verdade ameacei, ir atrás se contassem, apagar a memória de quem soube e de quem contou, além de torturar o último. 

- Pelo menos você continua do mesmo jeito. É bom ver isso, porém não sei se devo ficar assustado. 

- Além disso... – Abri a mochila, tirando o livro o qual acabara de pegar na biblioteca. 

- Esse é... 

- Sim, esse é o livro que a Weasley usou. – Seus olhos se arregalaram. 

 


Notas Finais


Chegueeeeiiii. Ok, parei.

Estou muito animada, mas acho que já perceberam isso, né?

E ai? O que acharam do capítulo?

E sobre a história ter três temporadas?

Surpresos, felizes, tristes?

Bom, não sei se consegui demonstrar muito bem como vocês são especiais e queridos, mas cada participação de vocês, por menor que seja, coloca um sorriso bobo no meu rosto e é o suficiente para animar meu dia inteiro por pior que ele tenha sido. Obrigada, ~saintseiyaz! Obrigada, Giulianna! Obrigada, Letícia! Mas, principalmente, obrigada a todos vocês! A cada pessoinha que está lendo isso ou já leu algum dos capítulos! Sou eternamente grata a cada minuto que vocês dedicam lendo essa história!

Agora, as perguntas desse capítulo e que não querem calar:

O que acharam da pegadinha com a Cecília? E a reação dela?

O que acharam das detenções? (Desculpem não ter entrado em tantos detalhes quanto gostaria).

O que acharam da carta de Jade? E como vocês acham que a Cecília e o Dylan reagirão?

O que acharam da briga da Cecília e do James no Salão Comunal?

E de como a Rose descobriu? Ela é bem esperta, né?

E sobre o que Cecília Mason fez na biblioteca?

Cecília e Nathan primos? Por que será que eles mentiram?

Será que eles começarão a se aproximar de alguém? Agora, cada vez está mais perto de vocês descobrirem o segredo principal deles. Como, quando e para quem eles revelarão?

Até o próximo...


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