Lord I never drew first Senhor, nunca fui o primeiro a sacar
But I drew first blood Mas fui o primeiro a derramar sangue
I'm the Devil's son Sou o filho do demônio
Call me young gun Chame-me de jovem destemido
(Blaze of Glory - Bon Jovi)
P.O. V. Cecília
A brisa de Hogsmeade batia em nosso rosto enquanto seguíamos para Hogwarts.
- Boa sorte, mantenham-se seguros – mamãe disse enquanto abraçava eu e Dylan, meu irmão.
- Tenham cuidado e nos escrevam. – foi a vez de papai.
- Como vamos entrar? – Dylan segurava as grades do portão.
- Esqueceu quem é, Dylan? - aproximei-me, fazendo um feitiço que nos desse acesso ao castelo. O portão abriu e, acenando para nossos pais, adentramos o terreno da tão famosa escola de magia.
Seguimos o caminho até o castelo depois de garantir que tudo estava do jeito encontrado.
- Você está sentindo isso?
- O que?
- Parece... magia negra, como se estivesse no ar.
- Deve ser impressão. Nunca estivemos aqui antes. Além do mais, papai e mamãe queriam nossa segurança. – estava incerta, realmente tinha algo diferente. Senti uma pontada na cabeça que me fez desequilibrar momentaneamente.
- Você está bem? – o moreno perguntou comigo nos braços.
- Acho que Ele quer me derrubar. – olhei para trás, seria uma bela queda em um lago escuro.
- Ainda não entendo os motivos, qual a razão de nos mandarem para cá?
- França está sendo atacada. – “Continuo sem entender”, ouvi sua voz em minha cabeça. – Em Hogwarts temos segurança.
Parte do caminho ficará para trás, contudo, o resto estava à frente e seu percurso foi silencioso, pelo menos até estarmos a poucos metros da porta. Feixes de luz tornaram-se visíveis por baixo da porta.
- Não podemos entrar. – Dylan colocou o braço na minha frente.
- Por quê?
- Está tendo uma luta, temos que ficar seguros, não é?
- Não seja tolo.
- Não o sou. Papai e mamãe nos querem seguros. – ergueu uma sobrancelha.
- Eles também nos ensinaram a não fugir de uma luta.
- Não podemos.
- Claro que podemos. E se alguém se machucar lá? E se pudermos salvar alguém? O que vai dizer a eles?
- Não vamos.
- Se você não for, eu vou sozinha. – ele me olhou preocupado, indeciso e questionador.
- Está perdendo a frieza?
- Não. Estou seguindo o que fui ensinada.
- Foi ensinada a não fugir se for com você ou alguém próximo, digo, família.
- E por acaso você sabe quem está lá?
- Eu vou, você fica.
- De jeito nenhum. Se você vai participar de uma luta, eu também vou.
- Ceci.
- Nada de Ceci, posso ser mais nova, mas isso nunca me impediu. Além do mais, se forem mesmo comensais, você é besta de acreditar que eles aceitarão a desculpa de eu não estar aqui. – antes que ele pudesse reagir, tampei meu rosto com a capa e abri a porta, mantendo a cabeça parcialmente abaixada e sentindo meu irmão atrás de mim.
- Avada Kedavra! – a maldição da morte ia rumo a uma garotinha ruiva, dois meninos de cabelos pretos corriam gritando “Lily!”. O desespero era visível no rosto dos três.
“Se puder salvar, não pense, aja!”
A voz de mamãe veio em minha cabeça, ergui a varinha, os garotos não chegariam a tempo, além do mais como a salvariam? A maldição acertou minha barreira fortemente, assustando aas pessoas ao redor.
- Mas quem...? – o comensal virou. O rosto de MacNair se iluminou. – Parece que temos visitantes.
- Sempre previsíveis. – descobri o rosto. – Precisam ser criativos se querem seus ideais realizados. Mas ao notar suas vítimas, creio que estejam em decadência. Adolescentes não são fortes rivais.
- Fale por você. – deu um sorriso frio.
- Tudo bem. Agora entendi minha dor na cabeça, Ele devia querer ajuda; vinte comensais ou mais contra adolescentes... Pensava que eram melhores, mas me enganei. – ele tinha uma expressão fria, não muito diferente da minha, com um quê de raiva.
- Crucio! - protegi-me. Coloquei a mão no fecho da capa, abrindo-a, logo a de Dylan seguiu o mesmo caminho. Um pouco a cima era possível ver um grupo de adultos; a diretora, à frente, ergueu a varinha e um gato prateado atravessou a parede enquanto um homem desceu as escadas correndo para atacar um dos inimigos.
- Estupore. – MacNair se protegeu, rindo.
- Também pensei que fosse melhor que isso.
- Secat internum.¹ – ele arregalou os olhos e se jogou.
- Impedimenta – desviei.
- Putrescat Cumphallus.²
- Protego.
- Estupore! – o professor gritou, porém o comensal desviou atacando-o, o protegi.
- Com todo respeito, professor, se quiser ajudar os alunos, tudo bem, entretanto ajude-os, não lute. – atingi um feitiço no adversário, o professor foi para o lado dos alunos ajudando uma menina loira de cabelos cacheados, a ruiva já estava com os morenos.
A luta continuou forte. Tinha alguns cortes, nada preocupante. O número deles começara a cair e, em algum tempo, apenas dois restaram.
Outros alunos apareceram aos poucos, todos curiosos. Alguns professores também. Estava impressionada com o que acontecera, nenhum professor para ajudar o grupo de alunos!?
- Cecília, cuidado! – meu irmão estava no chão, erguendo-se; atacaram-me, girei para o lado, fazendo com que seu amigo fosse atingido. Eu e Dylan, agora de pé, atacamos juntos. O último adversário voou pela porta de entrada.
Adultos começaram a descer e atravessar as portas duplas. “Esses professores estão bem protetores”.
- Cecília! Dylan! – nos virmos um sonserino loiro platinado de olhos acinzentados vinha em nossa direção. – Que bom que apareceram! Não sei se teríamos sobrevivido.
- Não teriam, Malfoy. – ele me olhou, seus olhos, arregalados.
- De qualquer forma foi bom. – o loiro era incrivelmente parecido com o pai, pelo menos na aparência.
- Com licença. – um dos morenos que estavam com a ruiva encontrava-se ao nosso lado. – Obrigada por salvar minha irmã. – ele apontou para a garotinha abraçada ao segundo garoto de cabelos pretos. – Sou James Sirius Potter. – o garoto pegou minha mão beijando-a, tirei-a delicadamente.
- Cecília.
- Se eu fosse você não tentava cantá-la, Potter. – o loiro avisou.
- Fica fora disso.
- Por que disse isso, Malfoy? Queria rir. – um segundo sonserino apareceu, porém esse tinha cabelos e olhos escuros.
- Mason. – o tal Potter mudou, foi frio ao se dirigir a recém-chegado. – Não devia se intrometer.
- Não vim por causa da conversa. – ele se virou para mim e Dylan. – O que aconteceu? Por que vieram?
- Segurança. – meu irmão respondeu.
- Vocês se conhecem?
- Claro, Potter. - Nathan disse sorrindo – Muito mais do que você imagina.
- Então ela tem mau gosto.
- Só por não cair na sua lábia de grifinório bonzinho? Eu considero isso bom gosto. – deixei os dois se provocando e fui colocar minha capa, sem cobrir a cabeça.
A briga Mason-Potter piorou, balancei a cabeça negativamente. Coloquei a mão no ombro de Nathan Mason, ele respirou fundo.
- A sua sorte, Potter, - disse quase cuspindo – é que não brigo na frente de damas.
- Então qual é a razão para brigar na frente da minha irmã?
- Eu disse que não brigo na frente de damas e não de mestiças imundas. – o outro se preparou pra lhe dar um soco, mas um grito de “James!” o parou. A ruivinha estava desmaiada. Potter correu.
- Diretora McGonagall, – viramos para ela – precisamos – apontei para mim e Dylan – falar com a senhora. A sós.
¹ Consiste na Maldição de Dolohov, só mais forte e mais rápida.
² Do latim "Apodreço enquanto falo", é um feitiço capaz de apodrecer tudo em que toca.
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