P.O.V. Nathan Mason
A Cecília não pensa, ela sequer deveria ter salvado aquela mesticinha e ainda vai visitá-la. Apoiei-me na parede, minha raiva estava me dominando.
- Nathan. – ouvi sua voz fria. – O que faz aqui? – ela se aproximou.
- Vim te ver, não deveria vir aqui, você sabe.
- Não te devo satisfações. – começou a andar, segui-a.
- Desconfiaram? Foram grossos? – ela não me respondeu. – Quem? Eu vou... – ela parou.
- Você não vai fazer nada. Além do mais, os três têm motivos.
- Três? Espera, está defendendo eles? – ignorado. – Hein?
- Não sou burra, no lugar deles agiria até pior.
- Quem? – ela não respondeu. – Cecília.
- Não se cansa de ser insistente?
- E você, não se cansa de sempre se achar certa? Você é impulsiva, não pensa, e fria também. – ela me olhou, vi seu rosto rígido, seu olhar era de pura raiva, voltou a andar.
- James Potter. – ao ouvir o nome dele, fechei as mãos em punhos. – Rony Weasley e Teddy Lupin.
- Como você sabe se são eles?
- Jornais da última guerra.
- Ainda não entendi os motivos.
- James Potter tem você como maior inimigo e eu tenho seu sobrenome, maninho. – sua voz, mesmo fria, pingava ironia. – Ronald Weasley é casado com uma nascida-trouxa e seus filhos são mestiços. Achei que se lembrasse dessas coisas.
- Sou tão Mason quanto você. Falta o Lupin.
- Não conhece a história?
- Qual?
- A história dos Masons envolvendo os Lupins. – ela exalava impaciência.
- Não. - olhou-me confusa para, em seguida, acelerar o passo. – Não vai me contar? – silêncio. – Você começou para não terminar. – silêncio novamente, corri segurando seu braço. – Termina. – ela apenas me olhou.– Não ia dizer os motivos para eu não ir atrás deles?
- Vai fazer chantagem?
- Se for necessário. – olhou por mais um tempo.
- Não faça eu me arrepender. – soltou-se. – Há alguns anos, um garoto, Remo Lupin, fora mordido por um lobisomem após seu pai ter deposto contra ele em um interrogatório.
- Qual era o nome dele?
- Dele quem?
- O lobisomem.
- Ferir Grayback. – senti um frio percorrer minha espinha. – Seu pai torceu para que o garoto não se transformasse, porém não teve jeito, na primeira lua cheia, Remo deixou a forma humana para se transformar em lobo.
“Motivado pelo desespero, na manhã seguinte, o homem pegou o filho nos braços e correu buscar ajuda com uma família de bruxos os quais tinham profundos conhecimentos de arte das trevas.”
- Masons.
- Robert Mason atendeu eles e, com a ajuda de seu filho, Peter Mason, procuraram em livros algo, deram algumas poções, também fizeram feitiços, mas a licantropia no tinha cura.
- Espera – ela suspirou, não era a primeira vez que a interrompia. – Robert e Peter Mason não são...
- Nosso bisavô e avô? Sim.
- Os Lupins são mestiços, qual a razão de tentarem ajudar o garoto?
- Lyall havia se casado com Esperança Howell não tinha tanto tempo, alguns anos talvez, eles não saiam anunciando por aí.
- O livro...
- O livro que os Masons usam se atualiza sozinho, é verdade, contudo, todos os filhos de Robert já tinham passado da idade de lê-lo e você sabe que depois disso só olhamos de vez em quando para vermos as novidades. Isso pode levar anos.
“Mesmo sendo lobisomem, Remo Lupin veio para Hogwarts e aqui o inferno lhe aguardava, a cada vez que algum Mason via ele zoavam e ameaçavam contar sobre sua condição para todos. Peter, por ter ajudado o pai, era o pior. O próprio Robert fazia isso quando via o garoto.”
- Os Masons são mais velhos.
- Nem tanto, alguns ainda estudavam aqui como Augustus Mason e o vô, bem, ele ajudava no controle das artes das trevas.
“Nessa época Richard e Érick Mason já tinham nascido, eram pequenos, o mais velho tinha uns dois anos, mas desde cedo ouviam o pai falar sobre isso. Até as crianças seguiam o exemplo dele quando encontravam Lupin.”
Estava impressionado, jamais imaginaria isso, fazia sentido o que Cecília disse sobre terem motivo.
- Quer saber de uma coisa curiosa? – ela perguntou.
- Sim
- Érick sempre foi considerado o pior de todos os Masons, porém ele era mais tranquilo que o irmão nisso, como se o problema com Lupin fosse apenas o sangue.
- Isso não faz sentido.
- Não disse que fazia.
- Por falar nisso, por qual razão não me contaram.
- Existe alguma, mas não sei lhe dizer qual.
- Como o Lupin, sabe? Não ficou órfão?
- Não faço ideia. – estávamos de frente para a entrada da Grifinória, Cecília já tinha falado a senha.
- Espera, e você? Como sabe? – entretanto era tarde demais, ela já desaparecera.
Fiquei uns minutos olhando o quadro, por fim decidi ir para a sala de Slytherin. Desci as escadas perdido em pensamentos, algumas vezes, passava um conhecido ao meu lado.
- Rastro de serpente. – disse ao chegar na parede de pedra a qual dava acesso a sala da Sonserina.
- Mason – virei-me
- Nott. – Edward Nott era o filho do meio de Theodor e Daphne Nott, tínhamos a mesma idade, apesar dele estar um ano a frente. – Vem. – chegando no meu quarto, joguei-me na cama. – O que aconteceu?
- Estamos separados.
- Oi? – o olhei confuso.
- Os Masons, Malfoys, Nott estão espalhados pelo mundo atrás de comensais. - sentei-me.
- O que está acontecendo?
- Os comensais invadiram Salazar's town. Não entraram em lugar nenhum, mas as pessoas estão inseguras.
- Como sabe?
- Uma carta de minha mãe.
- Vou ver o que faço. – o silêncio tomou conta do ambiente por um tempo.
- Você não vai comer? – suspirei, levantando, havia gastado tempo demais preocupado com Cecília.
- Quando você disse Masons...
- Eu quis dizer todos: Emmanuelly e Jade continuam lá, estão reforçando a proteção é a última está querendo terminar um feitiço que começou há anos, vai nos ajudar muito. Mas errei, estão na Inglaterra e não no mundo. Richard e Érico estão no sul, Malfoys, oeste, meus pais, norte e as Masons, leste.
- Elas não tinham continuado?
- Vão para leste, seus avós cuidarão da cidade assim que elas terminarem a proteção.
- Você disse mundo mesmo, por quê?
- Estão esperando ataques em outros países, por isso o feitiço de Jade é tão importante, temos que estar um passo a frente e os comensais não podem chegar a França ou Bulgária.
- Mas existem outras escolas como no Brasil e Japão.
- Sim, porém Beauxibatons e Dirmstrong são mais conhecidas por causa do Torneio Tribruxo.
O assunto acabou aí, seguimos para o salão onde o jantar foi servido, comi de forma automática, a situação era tão feia assim? A guerra estava próxima, muito próxima. Olhei para a mesa da Grifinória, Cecília e Dylan conversavam, um pouco longe encontrava-se Potter encarando a morena com ódio, nessa hora tomei uma decisão.
No momento em que o jantar acabou, voltei para a Sala Comunal da Sonserina, subi até meu quarto, peguei minha mochila e voltei, sentei na mesa a qual se fazia presente no local, começando a escrever já com a pena e pergaminho na minha frente.
Reli seu conteúdo tantas que já decorava.
“ Eu sei que é raro escrever para você, porém preciso contar algo, por mais difícil e trágico que o resultado possa ser. Não sei se já sabe, mas Cecília e Dylan participaram de uma luta no dia da chegada, luta essa na qual Cecília salvou a mesticinha sangue-ruim Potter. Porém não estou aqui para lhe contar a luta de final triste, nesses dias, minha tão amada maninha conversou com os gêmeos Scamander e além de salvar a imunda Potter, ainda foi visitá-la hoje. Sei que provavelmente o momento não é o melhor, contudo, preciso de ser sua ajuda, ela é impulsiva e pode estragar tudo. Além do mais, a última vez foi péssima, não quero ver tudo outra vez.
Espero que possa tomar uma atitude, pois recorro a você como minha esperança.
Nathan”
É verdade que também lembrava a saudação e a observação da carta.
Devolvi o tinteiro com a pena para a mochila, pegando um envelope onde escrevi: “Jade Mason”, voltei ao meu quarto, joguei a mochila na cama e coloquei meu casaco preto, fechando-o enquanto guardava a carta no bolso.
Atravessei o salão rapidamente mesmo com a quantidade de pessoas lá.
- Nathan - virei-me.
- Jennyfer? – ela estava com os braços cruzados.
- O que vai fazer?
- Nada que te interesse. – comecei andar, mas senti sua mão no meu braço.
- Nathan, não estraga.
- Não vou, prometo. É só uma carta a qual vou mandar. – ela não pareceu muito convencida, porém me soltou, voltando para a Sala Comunal.
Meus passos eram sonoros no piso, não era um bom sinal, provavelmente estava perto do horário proibido de caminhar pelos corredores. Que saber? Ergui a cabeça e segui, ainda era permitido, pelo menos no castelo e o que fariam com um Mason? Nada.
Não encontrei grandes barreiras até as portas, abri-as e sai. Fiz bem de trazer um casaco, quase geava, algo não muito comum para o fim de Novembro.
Era engraçado como havia duas famílias extremamente conhecidas no mundo, contudo apenas uma era temida: os Masons.
Os Masons sempre foram sonserinos, sangue-ruim, seguidores fiéis dos ensinamentos de Salazar, família tradicional, reconhecida e temida, extremamente poderosa. Muitos dizem que somos arrogantes, metidos e preconceituosos, porém a culpa não é nossa de mestiços, sangue-ruins e trouxas poluirem o ar o qual respiramos. São perda de tudo utilizado. Famílias Sonserina verdadeiras perseguidas buscam auxílio com a gente bem como o “vilão”, afinal temos amplos conhecimentos de artes das trevas, os usamos e não temos problemas de admitir. Ser Mason não é fácil, mas compensa muito e dá orgulho.
O corujal erguia-se a minha frente, entrei.
- Dark – a coruja totalmente negra pousou em meu ombro. – Leve para Jade Mason. – depois de amarrar a carta nela, Dark voou perto de mim algumas vezes antes de cortar o céu noturno.
Após Dark ir, saí do corujal, voltando para o clima frio lá de fora, a cada vez que respirava, saia fumaça pelo meu nariz, lembrei de Cecília.
“ – Como consegue ficar nesse frio apenas com essa camiseta? – perguntei olhando para a peça azul de manga comprida.
- Sed aestus. Mantém sua temperatura corporal, formando uma blindagem contra o frio; às vezes, mesmo com esse feitiço é necessário usar blusa, mas a quantidade de peças é menor. Facilita a luta.”
- Sed aestus. – lancei em mim, não mudou muita coisa, minha temperatura corporal encontrava-se baixa, contudo, evitaria congelar.
A segunda família são os Whites. Família corvina sangue-pura, seguem Rowena Ravenclaw, são considerados bonitos, inteligentes, perceptivos e misteriosos, não vejo nada de interessante em nerds antissociais, porém as pessoas veem.
Eles têm conhecimentos avançados também, entretanto não em arte das trevas. É óbvio que não possuem o prestígio dos Masons, ninguém possui.
O caminho de volta foi mais rápido, provavelmente graças ao feitiço, destranquei a porta e entrei. Apoiei-me nela, recuperando minha temperatura. Uma sombra na escada chamou minha atenção. Filch. Voltei para aminha casa rapidamente, um único pensamento durante o caminho.
“Espero acabar com a felicidade daqueles mestiços e, principalmente, espero não ser morto.”
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