Ao nascer do sol, Adrien voltou para baixo e trocou de baixo. Marinette havia feito tanto por ele no dia anterior e deveria estar tão triste que ele resolveu fazer a comida naquele dia. Ao acordar, a menina dirigiu-se à cozinha.
— Bom dia, princesa! - ele disse, abrindo um largo sorriso.
— Bom dia, gatinho. Como foi a vigília?
— Tranquila. Como você dormiu?
— Dormi bem, obrigada.
— Está com fome?
— Claro! O que teremos hoje?
— Torradas com geléia e suco de laranja.
Após a refeição, ele retirou os pratos, lavou-os e guardou-os. Adrien voltou à mesa e sentou-se na cadeira de frente à menina. Ele lançou um olhar sério para Marinette, o que a fez ficar apreensiva.
— O que aconteceu?
— Ontem à noite... Lembrei-me de seu pai.
O rosto da menina escureceu. Ela se recordava daquela noite triste sempre que estava sozinha.
*FLASHBACK*
Noite. Estava escuro e frio. Caía uma tempestade muito forte. Marinette e a mãe estavam em casa enquanto o pai havia saído para buscar um presente para a filha, já que o seu aniversário estava chegando.
Tom se esforçava para voltar para casa, protegendo-se da chuva de todos os modos e fazendo de tudo para o presente não estragar. Muitas luzes não estavam acesas porque foram estragadas pela água, dificultando o padeiro de enxergar o caminho. Aproveitando-se da vulnerabilidade do homem, capangas de Whisper começaram a persegui-lo. Ao notar a proximidade deles, pôs-se a correr.
Chat Noir apareceu depois de um tempo. O homem estava há alguns metros da casa quando caiu no chão. Os vilões estavam se aproximando quando o herói pulou na frente de Tom e avançou neles. A chuva dificultou um pouco, mas ele não iria desistir.
Socos, pontapés, golpes. Chat Noir foi derrubado e pressionado contra o chão por um deles. Ele olhou em direção ao padeiro e viu que outro homem aproximava-se dele. Não era uma pessoa normal, ela possuía uma cabeça de animal. A água torrencial dificultava sua visão, mas pôde ver que era Seth, um antigo e malvado deus egípcio. Ele possuía a cabeça de um chacal. Era o senhor do mal e das trevas, responsável pelas guerras e a escuridão, muitas vezes relacionado com o deserto, o trovão e as rajadas do vento sul.
— Não! - Chat tentou gritar, mas outro capanga deu-lhe um chute na barriga.
Ele continuava a ver aquela cena e pôde perceber que os lábios de Tom se moviam enquanto ele o encarava. "Cuide da minha filha", foi o que ele sussurrou para o herói. Ao se aproximar do homem, Seth levanta seu cajado, diz algumas palavras em egípcio antigo e uma carruagem é vista saindo da terra e passando por Tom, levando embora sua alma. Chat empalideceu-se e os vilões sumiram dali sem deixar rastros.
A chuva foi ficando mais fraca e Marinette saiu na porta da padaria segurando um guarda-chuva. Ela vestia seu pijama e foi correndo até onde o pai estava.
— Pai? - ela perguntou. - Pai, acorde, temos que ir para dentro. - Ela sacudiu o pai, sem resposta.
Ela deixou o guarda-chuva de lado e começou a balançá-lo em desespero. Lágrimas escorriam pelos seus olhos, misturando-se com as poucas gotas de chuva que ainda caíam. Ela gritava por seu nome e, em seguida, sua mãe apareceu. Ela desatou a chorar quando viu aquilo e gritou por ajuda. Chat aproximou-se lentamente de Marinette e, quando ela o viu, foi tomada pela raiva.
— Foi você! - ela berrou. - Por sua culpa ele morreu, você o deixou morrer! - ela disse, empurrando-o.
— Não, Marinette. Ouça-me, eu não fiz nada.
— Isso mesmo! Nada! Você não fez nada para ajudá-lo! Você é um inútil! Saia daqui! - ela berrou, sua voz estava misturada ao choro.
— Marinette, eu te amo.
Ela não deu ouvidos. Voltou-se para o corpo do pai e abraçou-o, chorando. Pessoas ouviram os gritos de socorro de Sabine Cheng e aproximavam-se. Ele resolveu ir embora, mas antes, olhou para a garota mais uma vez. Com uma dor no peito, deixou o local antes que as pessoas chegassem até o corpo sem vida do padeiro.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.