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História Os Elementais - Mudanças Repentinas


Escrita por: NicoleAriel1277

Capítulo 2 - Mudanças Repentinas


– Quem são vocês? - falei e olhei em volta a procura de alguém além deles. Um dos rapazes riu passando a mão nos cabelos lisos curto preto meio bagunçado, parecia ser o mais novo dentre eles. Seus olhos encontraram os meus. Me senti nua enquanto ele me olhava de cima a baixo, ele pareceu totalmente insatisfeito quando chegou aos meus pés analisando meu coturno. Seu olhar se voltou novamente para meu rosto. Me mexi desconfortável levando juntamente meu olhar para outro lugar que não fosse seus olhos cor de diamante cinza. Ele levou as mão para os bolsos da calça e bufou revoltado.

  – Tenho certeza que não é ela, deveríamos apenas apagar a memória e ir embora. - A voz dele era grave e levemente sensual, por algum motivo senti como se fosse uma linda melodia acariciando meus ouvidos, não deixei transparecer.

  – É melhor a gente não se precipitar. - Era a voz que falou da primeira vez e era do rapaz que parecia ser o mais velho, devia ter por volta de uns vinte e cinco anos, seu rosto era uma simetria perfeita de forma que só via em fotos de modelos, cabelo castanho meio ondulado e barba por fazer, seus olhos eram de um verde-claro, poderia jurar ver uns traços dourados.

  – Pela primeira vez concordo com o Eric. O cheiro dela é humano, a escolhida não pode ser humana. - Então o cara da voz sensual se chamava Eric, gravei isso. O segundo cara que aparentava ser mais velho falou, sua voz era suave e gentil e sua aparência era de um intelectual, ele se quer tirou os olhos do livro que estava lendo para me analisar como os outros. Seus olhos estavam semicerrados mas ainda era possível observar que eram claros mesmo que eu não soubesse ao certo a cor. Seus dedos deslizavam com agilidade para passar as páginas. Diferente dos outros seus cabelos eram ate os ombros e de um castanho bem escuro. 

  – Com esses bracinhos magricelos ela não mata nem um frysky – Eric falou

  – Como é que é?! - Tudo bem, eu não fazia ideia do que eles estavam falando muito menos o que era um frysky. Era uma mosca mutante? Me senti ofendida de qualquer forma, e eu ainda não havia feito nada.

  – Eu não tenho a menor ideia de quem são vocês ou que querem dizer sobre eu ser humana, mas não hajam como se eu não estivesse aqui ouvindo tudo! - Levantei furiosa.

-C-como isso é possível? - o garoto loiro que ainda não tinha me insultado deu um passo para trás, seu olhar para mim era de pura surpresa, mesmo assim sua voz era grave e quase que tranquilha se não fosse a fraquejada no início, o moreno ao lado deste deu um sorriso de canto arqueando uma das sobrancelhas e me olhou, seus cabelos tinham um cacho perfeito e seus olhos eram castanho claro.

-Vocês deveriam parar de subestimar os humanos.

-Vocês falam como se não fossem humanos. O que eu fiz demais? - O homem de cabelo cumprido fechou o livro que ficou pequeno em instantes e o colocou no bolso da calça, seu olhar encontrou os meus e pude ver a cor de seus olhos, era de um cinza inumano e uma linha preta bem demarcada a envolvia.

  – Tirando o fato que você entendeu uma linguá a muitos milênios não é usada, e foi capaz de ver um ser invisível a olhos humanos? Você não fez nada demais. - Eric falou, sua zombaria era evidente.

  – Mas estamos falando a mesma linguá, como não entenderia. - Estava tudo absurdamente confuso.

  – Incrível. Ela é capaz de traduzir tudo o que ouve. - o intelectual agora prestava a atenção em mim.

  – Bem, eu preciso ir agora. - Falei ainda sem entender muito bem o que estava acontecendo e andei para longe deles quando Eric apareceu a minha frente em um piscar de olhos e eu me assustei de imediato, meus olhos arregalados se viravam para trás olhando onde ele estava segundos antes, voltei a olhá-lo.

  – Onde pensa que vai? - seus braços estavam cruzado e seu rosto levemente inclinado com um sorriso malicioso, ele prosseguiu falando

  – Luke, faça. - olhei para trás e o loiro se aproximou de mim.

  – Só cuidado para não frita o cérebro dela. - O de olhos verdes com barba por fazer se afastou.

  – Não me desconcentra James. - O loiro me encarou e aos poucos senti como se estivesse sendo sugada de meu corpo. Memórias e memórias começaram a se passar com rapidez em minha mente, memórias a muito esquecida, de meu nascimento, um reino que foi destruído, uma caixa trancada, a notícia da morte de meus pais e por fim os sonhos que se repetiam dia apos dia. Quando acabou e voltei a mim estava de joelhos, fraca e sem ar.

  – É ela. - Com um puxão rápido fui levantada e escutei um sussurro em meu ouvido.

  – Estaremos te observando. -Era a voz de Eric, um estalo de dedos soou perto de meu ouvido e então acordei sentada no sofá e o livro ainda aberto em minhas mãos. - Foi... um sonho? - pensei, mas tudo parecia tão real. O cansaço e a fome que eu sentia pelo menos era muito real. O barulho das pessoas andando voltaram assim como os atendentes da loja.

O barulho das pessoas andando voltaram assim como os atendentes da loja. Já era quase cinco da tarde. Eu estava passeando pelo parque e pensando naquele sonho estranho quando minha irma me ligou.

  – Oi Dani oq--

-Luna, volta pra casa rápido! - A voz dela era de choro

  – Dani, o que aconteceu? - Eu já estava correndo e entrando em um táxi que estava estacionado perto dali.

  – Luna, a nossa casa foi- - O choro se intensificou e meus olhos já enchiam de água.

  – A nossa casa, foi destruída... disseram que tinha um vazamento de gás e os vizinhos reclamaram do cheiro e arg... pouco depois ela explodiu. Nossas coisas e as coisas dos nossos pais... - Ela pausava para assoar o nariz. Apenas gritei com o motorista para onde ele devia ir antes de começar a chorar, sem perceber eu havia desligado o telefone. Estávamos a poucos metros da minha casa e eu já via a movimentação. O fogo ainda não tinha apagado por completo. Uma ambulância e vários carros de bombeiros e de polícia cercavam minha casa. Apenas lancei uma quantia de dinheiro para o motorista antes de disparar para fora do carro e me aproximar mais da casa. Ultrapassei as faixas de segurança, sem me importa com o policial me alcançando logo em seguida e me puxando para sair de lá por que era perigoso. Apenas dessabei em choro.

  – Minha casa, essa era minha casa! - expliquei ao policial.

  – Eu sinto muito, mas precisa se afastar. -O olhar dele era de pena.

Não muito longe dali minha irma estava sentada em um banco de frente para rua com a sombra projetada de um grande árvore, sendo consolada por minha avó. Minha avó cuidou de nos durante alguns anos depois da morte de meus pais, eu tinha apenas 10 anos e minha irmã 15 quando aconteceu. Três anos mais tarde minha irmã herdou os negócios de meu pai, uma editora de livros muito conhecida. Pouco depois nos mudamos para Tales City onde fica mais próxima da empresa. E naquela casa começamos uma nova vida. Papai deixou uma herança para nos que só podemos ter acesso quando eu e minha irmã completar a maioridade, faltava pouco para isso, mas, mesmo assim, nos viramos bem com o rendimento da empresa.

-Pelos deuses elementais que bom que nenhumas das duas estavam na casa!

  Os deuses elementais, era uma lenda mais antiga do que o chão em que pisava, Wavefell era um continente muito antigo e muitos acreditam que a magia já andou por lá. Que a milênios atrás humanos viviam pacificamente com seres feéricos, criaturas submundanas, bruxos e vampiros. Que todos tinha sido criados pelos deuses elementais que geraram a terra. O mais perto que chegamos de magia atualmente é com a tecnologia. Poder conversar com quaisquer pessoas a qualquer momento entre outras tantas coisas. A única coisa que nos limitava era a divisão de reinos. Diz as antigas histórias que houve uma briga entre os deuses elementais por poder, como não obtiveram o consenso de nenhuma das partes eles dividiram a terra em quatro continentes, tendo eles como base um dos elementos. Tempos mais tarde os continentes começaram a se degradar pela falta dos outros elementos então os deuses deram uma breve trégua para impedir que, o tudo chegasse ao nada, então unindo suas forças eles criaram uma energia capaz de proporcionar uma natureza límpida e com todos os elementos para todos os continentes. Mal sabiam eles que a energia criaria forma e consciência e percebeu a ganância por trás de todos os deuses, que abusavam do poder escravizando, saqueando e maltratando sua própria população. Essa energia era tão pura e justa que se tornou mais forte que todos os deuses juntos e como punição usou todo seu poder para torna os deuses meros humanos e sentissem na pele como era o sofrimento de seu povo, além disso a energia consciente limitou os poderes dos seres que habitavam os continentes. Isso era o que eu lembrava dos contos que a mamãe declamava antes de eu e Dani ir dormir.

  – Vô, como chegou aqui tão rápido? -Falei e a abracei apertado.

  – Oh querida,  estava de passagem para visitar uma amiga no hospital, ia fazer uma visita inesperada a vocês.

  – Dani, o que a gente faz? A casa da vovó é a quase 5 horas daqui.

  – Minhas meninas, eu ia avisar vocês quando fosse fazer a visita. Eu vou precisar viaja em dois dias.

  – Pra onde a senhora vai? - Minha irmã perguntou, seu rosto estava vermelho e ela secava novamente uma lágrima que descia em seu rosto.

  – Preciso ir a Flower City em Greenvalley, terá uma grande feira de várias coisas de todos os continentes. Eventos assim não acontecem com frequência. -Apesar da situação vovô Feity parecia bem animada, e eu não a julgava. Apesar da idade avançada ela vivia intensamente com uma alegria que um dia eu almejo sentir. Mas aquele dia, com certeza, não era tal dia.

  – Lu, a gente vai ter que se hospedar em algum lugar, ate eu encontrar outra casa. -Minha irmã tentara se recompor e manter a força quando se levantou.

  – Vó, onde a senhora está hospedada? Te levo lá. - Dani prosseguiu mas o som do motor de um carro chamou a atenção de nos três. Ele viam em velocidade mas parou delicadamente a nossa frente. Era um carro de marca, preto metálico. Um rapaz alto saio do mesmo logo em seguida.

  – Oh, Eric querido, como esta crescido. A última vez que o vi estava tão baixinho e cheiinho! - Vovó falou se aproximando do garoto e arrumando as dobras da gola da jaqueta.

  – E bom ver que está bem vovó Feity. -Ela disse... Eric? - Quando a vó se afastou e finalmente enxerguei com clareza o rapaz senti meus ossos congelarem.

  – Olá Eric. - Minha irmã forçou um sorriso e estendeu a mão pra um aperto.

  – Não esperava revelo nesta situação.

  – Estava com meu tio quando vi a notícia. Nossa casa esta de portas abertas pra vocês se não tiverem lugar pra ficar. -Ele falou com uma suavidade acalmante, totalmente diferente do cara grosseiro no que eu já me questionava se era sonho. Suas expressões estavam leves e nada malicioso.

  – Espera... vocês se conhecem? - indaguei

  – Ah, Luna, este é o Eric, o tio dele foi patrocinado e grande amigo do nosso pai. Você o conheceu quando era mais nova, tinha ate uma quedinha, não se lembra? -Não era possível, será que meu subconsciente tinha puxado ele em minha memória e então sonhei? Mas aqueles outros caras, eu nunca os tinha visto. Em meu sonho todas as minhas memórias haviam sido repassada e realmente ele estava lá, totalmente da diferente da pessoa que era agora. Quando o conheci era cheiinho com bochechas rosadas.

  – Ela não deve lembrar, eu era bem... diferente. Mas enfim, é um prazer conhecê-la novamente, Luna. -Ele estendeu a mão para me cumprimentar com um sorriso acolhedor e eu retribui segurando sua mão, no instante em que nossas mãos se alcançaram ele a segurou com força, e um lampejo de sorriso malicioso formou-se no rosto dele. Puxei a mão rapidamente e franzi a testa desviando o olhar. Aquilo não foi um sonho.

  – Minhas meninas, ficarei com a consciência tranquila se ficarem na casa do Tio Charles, sei que vão ficar bem lá. -Minha irmã hesitou um pouco mas afirmou com a cabeça para minha avó.

  – Bom, se realmente não for um problema, Eric?

  – De forma alguma, seus pais contribuirão muito em momentos difíceis de nossa família, essa é uma retribuição.

  – Mesmo assim, se eu puder pagar como uma esta-- -Minha irmã insistiu mas Eric a interrompeu.

  – Minha família é sua família, Dani. Não precisa se preocupar com isso. -Ele estava segurando nos ombros de Dani e a olhando nos olhos, fiquei levemente desconfortável com a proximidade deles. Pareciam íntimos.

  – Tudo bem. -Ela abaixou a cabeça um leve sorriso.

  – Lu, vai com ele, vou deixar a vovô onde ela está hospedada e vou pra lá.

  – Não. -Soou mais áspero do que eu gostaria

  – Quer dizer, a vovó viaja em dois dias, quero passar mais tempo com ela. -Dani me olhou com reprovação e me puxou levando um pouco para longe da vovó e do Eric.

  – Eu preciso contar algumas coisas em particular com a vovó, você compreende? -Ela falou baixo me olhando com o mesmo olhar de quando terminou o primeiro namoro, tristeza genuína.

  – Eric é um cara legal, vai te tratar bem.

  – Quando ficou amiga dele?

  – Ele está cuidando de alguns designes de livros da nossa editora e... ele beija bem. -Ela sorriu enquanto falava a última coisa.

  – Ai minha nossa, você pode ser presa sabia? Ele tem o que, dezessete como eu?

  – Ele é um ano mais velho bobinho, já é maior de idade então não tem problema.

  – Como sabe onde ele mora.

  – Ah depois a gente conversa sobre isso, vai logo! - Ela me virou em direção a eles e não ousei olhar para Eric que se recostava no capo do carro enquanto conversava com a vovó Feity. Ele a abraçou, se afastou e deu um aceno positivo de cabeça para Dani antes de entrar no carro.

  – Vovó, aproveita bem a viagem e traz coisa pra mim. -Sorri e a abracei

  – Querida, fique bem. E lembre-se, a única coisa que te limita é você mesma. -Desde muito nova eu escutava aquilo era quase que um lema passado de gerações. Depositei um leve beijo no rosto de minha avó antes de seguir para o carro de Eric. Minha irma já estacionava logo a frente. Acenei rapidamente antes da minha avó adentrar o carro e percebi que estava segurando o choro. Ela entrou no carro e partiu. Hesitei levemente antes de abrir a porta do carro e entrar timidamente. Sem prestar muita atenção em mim ele ligou o carro e seguiu rumo a casa em que ficaríamos.

 



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