O celular de Laura começou a tocar Runaway do Kanye West e ela viu que era seu pai te ligando. Ela olhou para Graziele, Roberta e Jefferson, com medo de que não deixassem-na atender.
- Tudo bem. - disse Jefferson, cruzando os braços. - Pode atender.
Ainda com a expressão de chocada em seu rosto, Laura atendeu e levou o celular a orelha.
- Oi, Pai. - ela disse, voltando-se para a estante enquanto o pai exclamava preocupações. - Eu sei que eu disse que ia voltar logo, mas...
Laura sentiu cutucarem seu ombro. Ela virou-se rapidamente e viu Roberta diante dela com a mão estendida.
- Deixa eu falar com ele. - disse Roberta.
Contrariada, Laura entregou o celular a Roberta. Os pais de Laura conheciam Roberta desde que ela e Laura eram crianças, então Laura teve um fio de esperança na amiga. Talvez fosse o último.
- Oi, Sr. Torres! - disse Roberta, com doçura em sua voz. - Laura e eu ficamos assistindo um filme e nem lembramos do horário. - o pai de Laura advertiu Roberta, mais calmo. - Sim, perdoe-me, mas... - Roberta olhou para Laura, que estava com o rosto escondido entre as mãos. - se não se importar, deixaria Laura dormir hoje na minha casa?
Laura olhou de cenho franzido para Roberta, que se afastou da estante e da amiga.
- Sim, ela volta pela manhã. - disse Roberta ao celular. - Pode deixar, eu cuido dela. - o Sr. Torres deu um último conselho. - Com certeza, Sr. Torres. Muito obrigada. - o Sr. Torres se despediu. - Boa noite para o senhor também.
Roberta desligou e devolveu o celular para Laura.
- Você dorme hoje na minha casa. - disse Roberta, séria.
- Por quê? - perguntou Laura.
- É melhor do que esperar por um ônibus que vá para seu bairro a quase meia-noite.
Laura olhou para o relógio na parede atrás de Jefferson e viu que ainda eram 22:35.
- O que vai acontecer? - perguntou Laura aos três.
- Esclarecimento. - respondeu Jefferson, dando a volta no balcão até a frente do mesmo. - Você tem o direito de saber o porquê desses enigmas.
- Mais do que o direito! - exclamou Laura, indo até Jefferson.
Dessa vez, o coração dela estava acelerado pela raiva.
- Mas falta você completar a última parte. - disse Jefferson.
- O quê? - perguntou Laura, esquecida, ainda em tom raivoso em sua voz.
- As letras. - respondeu Roberta ao fundo.
Laura virou-se para ela, ainda próxima da estante de DVDs. O cenho franzido de Laura demonstrava sua perplexidade.
- Você sabia de tudo esse tempo todo? - perguntou Laura, indignada.
Roberta baixou a cabeça.
Os olhos de Laura ficaram marejados.
- Por que escondeu isso de mim?! - exclamou Laura, com o tom de choro em sua voz. - Por que me deixou enlouquecer com essas drogas de enigmas?!
Laura olhou à esquerda e ela ainda estava lá. Graziele, encostada na parede ao lado do portal para a sala de computação com os braços cruzados e o olhar baixo.
- E você... - disse Laura, sentindo cada vez mais forte a dor pela ocultação do envolvimento de suas amigas naquela história.
- Graziele é uma grande amiga da minha mãe. - disse Jefferson. - Ela aceitou me ajudar nisso porque tinha certeza que não afetaria a ela ou ao trabalho dela, caso fosse ocorrido da forma exata como planejamos.
Laura cerrou o punho e fuzilou Jefferson com o olhar.
- E deu certo.
Você sabe o que acontece em seguida.
Laura acertou um cruzado de direita com a força da atleta adolescente que era no rosto do garoto, que foi jogado de lado no chão com o impacto.
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