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História Os Estudantes Transferidos - Rei e Cavaleira - Parte II


Escrita por: Izayoi_Sakamaki

Notas do Autor


Postando mais um... Esse deveria ter ficado duas vezes maior mas, resolvi dividir... O próximo cap já é o último do arco...

Capítulo 47 - Rei e Cavaleira - Parte II


“...” -Erza suspirou preocupada enquanto esperava. Jellal estava ao seu lado-

Eles estavam sentados na recepção do hospital enquanto esperavam Meredy vir buscá-los. Já fazia quatro dias que aquilo tinha acontecido e que a viagem tinha sido cancelada. Usaram a seguinte desculpa para a destruição que se encontrava por lá “Um terremoto concentrado na montanha tinha derrubado o prédio central”. Óbvio que ninguém tinha acreditado, mas ninguém ali tinha autoridade para questionar em nada então, todos foram mandados para suas casas. Erza estava dormindo quando o feitiço de Levy tinha lhe alcançado no dormitório feminino. Ela tinha passado a noite acordada enquanto esperava notícias de Natsu, Lisanna e Meredy. Esperava ouvir boas notícias mas é claro que foi o contrário... Assim que ouviu a mensagem de Levy, ela se arrumou imediatamente para sair. Não estava acreditando que seu irmão estava naquele estado. Ele era o Rei mais forte e não havia muito o que representasse uma ameaça para ele. Mas depois de ver metade do resort destruído, Erza tentou imaginar o que será que eles tinham enfrentado ali. Meredy e Levy -quando questionadas- disseram apenas que não sabiam o que era. Uma mentira bastante óbvia, mas a ruiva não quis pressionar nenhuma das duas. Principalmente Meredy que estava mais abalada do que Levy.

“Oi pessoal...” -era Meredy. Ela tinha chegado e seu desânimo era marca registrada em seu rosto-

“Oi...” -responderam no mesmo tom-

“Venham” -ela chamou-

Quando Natsu deu entrada no hospital, Meredy insistiu em ficar por lá para fazer companhia a ele. Sting chegou desesperado uma hora e meia depois para ficar com Lisanna. Erza tinha ido até o hospital assim que os alunos foram retirados do resort mas, não pôde ficar por lá por que os ferimentos dele eram muito graves e ele precisava de um tratamento emergencial. Portanto, só uma pessoa poderia ficar por ali e ninguém precisou perguntar para saber que era Meredy quem ficaria. Sabendo disso, Erza levou umas mudas de roupa para Meredy. Ela não podia ficar com aquele pijama manchado de sangue para sempre, certo? Depois de tudo isso, Erza ficou esperando Meredy avisar quando ele estaria liberado a visitas. Ligação que chegou uma hora atrás.

“Como ele está?” -Erza perguntou-

“Pelo menos não corre mais risco de morte” -isso era bom... mas ainda assim, sua voz soava preocupada-

Meredy os guiou pelo hospital até que finalmente chegaram. Era uma das salas mais ao fundo do bloco C de pacientes pós operados. Erza sentiu um aperto no coração quando o viu... Ele estava deitado na cama enquanto dormia. Estava com o braço direito enfaixado, assim como toda a região do tórax e uma faixa enrolada na testa. Para terminar, tinha em sua veia um tubinho que era ligado a uma bolsa de sangue pendurada em um pedestal ao lado da cama. Não seria um completo exagero em dizer que ele tinha sido atropelado por um caminhão. Desde que Natsu tinha saído pra caçar a primeira vez, ela nunca tinha o visto tão machucado. Sentia vontade de chorar, mas não o faria na frente de Meredy. Ela já estava magoada e preocupada demais por que, seja o que tinham falado para ela naquela noite, tinha mexido bastante com o psicológico dela. Erza estava curiosa sobre o estado dele e, como se entendesse isso, Meredy começou a falar.

“Ele está se recuperando bem...” -se sentou ao lado da cama dele e segurou sua mão esquerda- “Considerando as cinco costelas quebradas e as quatro trincadas, o buraco que ele tinha no pulmão direito e o braço direito quebrado em três lugares diferentes. Além de ter um corte profundo na cabeça”

“Meu Deus” -Jellal deixou escapar-

“Os médicos não têm a menor ideia de como, mas ele está se recuperando bem” -Meredy olhou para o primo- “Ele está dormindo desde a cirurgia que fez no pulmão... Os médicos disseram que ele não vai poder fazer esforço físico por um longo tempo. Lisanna foi ferida do mesmo jeito mas foi mais leve. Graças a Deus que ela só precisou de uma cirurgia no pulmão e mais nada. Ela está num quarto no bloco A do hospital”

Ela deu um leve sorriso. Estava feliz pela amiga estar bem mas, mesmo sorrindo, Erza percebia o quanto ela estava mau. Seus olhos vermelhos estavam mais vermelhos ainda e com olheiras enormes embaixo. Seus cabelos estavam penteados para baixo de qualquer jeito e Erza até arriscaria em dizer que ela estava parecendo mais magra. Ou seria impressão?

“Pelo visto ela está bem mesmo” -Jellal falou- “Por que não vai fazer uma visita à ela? Ela vai ficar feliz” -Meredy encarou Jellal por uns segundos. Qualquer um que tivesse o mínimo de inteligência para ler as entrelinhas, sabia o que Jellal queria. Resolveu aceitar a sugestão-

“Certo...” -Meredy se levantou-

Estava precisando esticar as pernas depois de três dias seguidos ali dentro daquele quarto. Foi andando em direção à porta e, depois de dar uma última olhada para Natsu, ela saiu. Erza se sentou ao lado da cama dele e segurou sua mão. Machucava muito ver seu irmão naquele estado. Ela baixou a cabeça e, de repente, começou a murmurar algumas coisas enquanto fungava. Ela falava baixinho mas Jellal, que estava encostado na parede podia ouvir bem.

“...desculpe...” -ela estava prestes a chorar- “Me desculpe... se eu fosse mais forte, você não estaria nesse estado. Isso foi tudo culpa minha” -claro que não tinha sido culpa dela, entretanto, ela acreditava que sim. Jellal já tinha cansado de tentar lhe convencer do contrário mas não tinha jeito. Suspirou a deixando falar o que queria. As vezes era bom desabafar- “Que péssima irmã eu sou... Mamãe disse para eu cuidar de você e ficar ao seu lado em qualquer situação, mas eu não pude fazer nada a não ser sentar e esperar. Me desculpe por isso...”

Não gostava de ver sua amada se martirizando dessa forma, mas a própria sentia que deveria fazer isso. Talvez fosse para amenizar um pouco o sentimento de inutilidade e a culpa que sentia. Esse era um legítimo caso daqueles de “Chorar faz bem”. Embora não precisasse chorar tanto por que, segundo os médicos, Natsu já estava se recuperando. Entretanto, Jellal resolveu guardar tais comentários para si e deixar que Erza descarregasse os sentimentos que estava sentindo. Sim... Era o melhor a se fazer.

-----x-----

O hospital era grande... bem grande. Poderia até fazer um tuor por ali se quisesse e, basicamente, era o que estava fazendo. Mesmo que estivesse naquele hospital a dias, ainda não conhecia nada sobre ele. Parecia uma perdida e se não fosse pela identificação de acompanhante que carregava consigo, já teria sido posta para fora a muito tempo. Embora soubesse que ela estava no bloco A do hospital, não sabia como chegar lá e sempre que tentava perguntar algo a alguém era ignorada. Não por falta de educação, mas por que as pessoas do hospital sempre estavam apressadas para chegar em algum lugar.

“UTI...” -leu a placa que estava na entrada de um certo corredor. Sentiu um arrepio. Não queria voltar ali em hipótese alguma. As seis horas que tinha passado enquanto esperava a cirurgia de Natsu tinham sido as piores da sua vida-

Suspirou enquanto andava. Pensava no que Erza estava fazendo para Jellal ter, indiretamente, pedido para ela sair. Talvez estivesse usando alguma coisa para tentar fazê-lo melhorar mais rápido, simplesmente visitando ou até mesmo se martirizando por se sentir culpada. Erza amava muito o irmão e Meredy tinha quase absoluta certeza de que ela estava chorando por lá. Dobrou à esquerda em um determinado corredor quando ouviu uma voz.

“Ei rosada...” -era bastante amigável-

“Boa tarde, doutora” -Meredy acenou. A mulher era um pouco mais alta que ela e usava um jaleco. Seus cabelos vermelho-alaranjados e sua aparência jovial a faziam parecer uma jovem estagiária, mas mesmo que parecesse nova, tinha sido ela quem tinha feito a cirurgia de pulmão de Natsu-

“Já disse que pode me chamar de Flare” -ela sorriu- “Me chamar assim faz eu me sentir uma velha. Em todo o caso, como está o rosado? Melhorando rápido, imagino”

“Sim... Disseram que ele poderá ir embora assim que fizer as transfusões de sangue necessárias para recuperar o tanto que ele perdeu” -Meredy suspirou pensando nas quatro bolsas de sangue que ainda faltavam-

“Sim... Ele perdeu muito sangue” -ela cruzou os braços transferindo o peso do corpo para o lado direito do corpo- “O que aconteceu com ele mesmo? Foi atropelado por um caminhão?” -ela perguntou e Meredy acenou que sim. Não fazia sentido contar a verdade para ela. Se o fizesse, com certeza seria internada na ala psiquiátrica- “Sei...” -seu tom de voz denunciava que ela não tinha acreditado em nada. Meredy suspirou. Era tão fácil assim de se ler? Flare ficou encarando Meredy por uns segundos até que seu relógio de pulso apitou- “Oh... tenho que voltar ao trabalho” -ela pegou um papel em seu bolso e anotou algo. Assim que Meredy pegou, notou que era um número- “Me liga depois, estou bastante curiosa sobre a tal batida de caminhão” -ela disse indo embora em direção à ala de UTI-

Meredy sorriu um pouco. Flare era bem legal e tinha o dom de fazer as pessoas se sentirem bem, mesmo estando em um hospital. Talvez até contasse a ela como foi essa tal batida. Um dia, quando estivesse livre dessa maldição que carregava. Um dia. Olhou o horário na tela do seu celular já eram quase três da tarde. Iria ficar andando por aí até que terminasse a visita, então voltaria para a sala. Andou um pouco pelo local.

“Ei... você sabe onde minha nee-san está?” -ela ouviu uma voz baixinha. Instintivamente olhou na direção da voz e viu uma garotinha com uma mochila nas costas. Aparentava ter por volta dos cinco ou seis anos e tinha longos cabelos brancos, seus olhos eram vermelhos e ela vestia uma roupa roxa parecendo uma daquelas aristocratas russas. Era uma menina linda- “Você viu minha nee-san?” -ela perguntava a quem passava no corredor mas, como todos estavam apressados demais para qualquer coisa, não davam muita atenção a ela-

“Fazer o que, né?” -Meredy suspirou indo em direção à garotinha- “Precisa de ajuda, pequena?” -ela perguntou-

“Sim... minha nee-san está em algum lugar por aqui” -ela falou com uma expressão meio assustada por ter se perdido- “Viemos visitar o papai mas eu acabei me perdendo dela”

“Entendo... Qual é o seu nome?” -Meredy perguntou-

“Shiro...” -respondeu e Meredy a encarou-

“Por que será que não estou surpresa?” -Meredy ficou com uma gota na cabeça enquanto olhava para os cabelos dela... Shiro significava, literalmente, branco. Branco. A cor dos cabelos dela-

“Sim... papai não tem muita criatividade com nomes” -ela disse também com uma gota na cabeça- “Um dia ele encontrou um gato de pelos azuis na floresta e sabe qual nome ele pôs?”

“Ao?” –perguntou levando em consideração que Ao significava azul-

“Não, Happy”

“Isso não faz o menor sentido” –Meredy falou vendo Shiro concordar- “Bem, Shiro-chan... onde viu a sua avó pela última vez?” -perguntou vendo a pequena fazer uma expressão pensativa. “Que fofo” foi o que Meredy pensou ao ver isso-

“Vovó estava naquele lugar cheio de gente que ficava perto do lugar por onde a gente entrou” -por algum motivo Meredy sabia que a sua avó estava por ali e ela provavelmente não sabia falar o nome do lugar em que a viu pela ultima vez. Seria impressionante ela se lembrar de tudo- “Não sei o nome... mas tinha muita gente por ali”

“Deve ser a recepção...” -Meredy falou baixinho- “Acho que sei onde sua nee-san está. Vamos?”

“...” -ela apenas sorriu e segurou a mão dela-

As duas começaram a andar... O hospital era grande e até mesmo um pouco confuso de se orientar mas, pelo menos, na recepção ela consegui a chegar corretamente. Mesmo que não soubesse a localização exata, era fácil deduzir que ficava no térreo. Era meio óbvio por que ninguém em seu juízo perfeito, colocaria a recepção no terceiro andar do hospital. Meredy olhou para a garotinha... ela ainda estava com uma expressão preocupada. Não, mais parecia que ela estava assustada. Meredy achou estranho por que elas estavam indo direto para a irmã dela, ou prima, tanto faz. Mas ela parecia assustada demais. Meredy imaginou que a pequena estivesse com medo do hospital. Mesmo estando curiosa, ela resolveu deixar isso para lá. Depois de um tempo andando pelo hospital, elas finalmente chegaram à recepção mas, ao que parecia, a parente de Shiro não estava por ali. Escutaram um barulho estranho que mais parecia uma música. Vinha da mochila de Shiro.

“???” -ela mesma parecia confusa com o que era mas Meredy percebeu que era um alerta de celular- “A nee-san deve ter esquecido comigo de novo”

“Se importa se eu abrir?” -ela perguntou recebendo a autorização da pequena. Abriu a mochila rápido. Poderia ser a parente dela a procurando-

“Alô...” -Meredy ouvia atentamente- “Sim... ela está aqui comigo... Estamos na recepção... claro... onde você está?” -elas passaram um tempo até que Meredy finalmente desligou- “Boas notícias, Shiro-chan, sua irmã vem buscar você. Ela pediu para esperarmos aqui”

“Ainda bem...” -ela soltou um suspiro em alívio mas ainda parecia assustada-

“Bem...” -Meredy ia dar algo até que ouviu uns passos apressados pelo corredor-

“Shiro... eu disse para... não se afastar de mim. Não... foi?” -ela veio correndo por que dava para notar sua respiração ofegante- “Obrigada por cuidar dela... Eu estava muito preocupada”

“Por nada...” -respondeu-

Meredy a encarou. Ela era muito jovem e parecia ter por volta dos doze anos. Vestia uma saia curta preta, combinando com sua blusa de mangas longas, também preta. Calçava um par de sandálias rasteiras brancas e seus cabelos eram de um azul incrivelmente belo. Não era claro como o de Jellal, era mais escuro, mais bonito. Ela observou a azulada dando uma bronca na pequena. Ela era bem responsável para a idade que tinha. Depois de um tempo, ela veio falar com Meredy mais uma vez...

“Mais uma vez me desculpe pelo transtorno que minha sobrinha lhe causou” -ela falou se curvando lentamente-

“Sobrinha? Achei que fosse irmã” -Meredy ficou confusa-

“Ela acha mais fácil me chamar de nee-san” -deu um sorriso simples que de repente mudou para um sorriso tenso. Parecia assustada como a pequena- “Desculpe não poder ficar mais, é que temos que sair. A mamãe está esperando lá fora” -falou acenando em despedida enquanto andava em direção à saída junto com Shiro-

“A vovó deve estar uma arara” -a pequena falou-

“E de quem acha que é a culpa?”

Meredy sorriu. Seja quem estivesse as esperando, com certeza deveria ser bastante severa para elas estarem com esse medo todo. Mas, Shiro tinha se perdido por que queria visitar o pai então, não era nada demais. Viu seu relógio apitar anunciando que o horário da visita tinha acabado. Estava na hora de voltar...


Notas Finais


Comentem o que acharam... Lembrando que depois do próximo eu farei uma pausa para organizar as próximas fics...


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