1. Spirit Fanfics >
  2. Os Estudantes Transferidos >
  3. Rei e Cavaleira - Parte III

História Os Estudantes Transferidos - Rei e Cavaleira - Parte III


Escrita por: Izayoi_Sakamaki

Notas do Autor


Mais um arco completo (ufa)... Realmente, esse ficou bem maior do que eu esperava, considerando que não teve tanta coisa assim. Pedindo desculpas (mais uma vez) pelo atraso do cap. Sério, quase que dava um branco em mim. O Assistente-kun sabe pelo que passei (mandei o cap pra ele revisar as cinco da manhã). É... esses ultimos dias foram tensos. Sem mais delongas, aproveitem o cap.

Capítulo 48 - Rei e Cavaleira - Parte III


Estava num corredor parcialmente escuro. Tinha ido ao banheiro. Por volta das quatro e meia da tarde ela voltou ao quarto... Antes disso, tinha ido falar com Lisanna por que uma alma caridosa e paciente -vulgo Flare- tinha lhe fornecido uns dez minutos do seu tempo para lhe mostrar onde ficava o bloco A. Era mais fácil de chegar ali do que parecia, se não fosse pelos intermináveis corredores que sempre pareciam com o anterior. Claro! Era um hospital. Tinha que ser padronizado. Enfim... ela finalmente chegou ali para ver como Lisanna estava. Como Sting tinha dito, ela estava se recuperando bem. Não tinha nenhum osso quebrado e depois da cirurgia, ela não precisou dormir muito. As duas tinham conversado um pouco mas, Meredy resolveu não fazer nenhum questionamento sobre o acontecido naquela montanha. Não queria causar nenhum estresse na amiga, pelo menos não ainda. Mas tinha a certeza de que depois a encheria de perguntas. Ficou lá por um tempo até que resolveu voltar, mas antes disso, ela sentiu um arrepio quando ouviu Lisanna falar um “Tome cuidado”

Claro que tomaria cuidado. Ela era -segundo Invel- uma cavaleira. Um dos seres sobrenaturais mais poderosos já nascidos e com isso, era também o alvo dos caçadores de bruxas mais fortes e brutais. Sua vida era uma beleza... Estava a ponto de desconfiar mais ainda de Natsu. Seu namorado era dito como o Rei mais forte. Aquele que nasceu apenas para lhe matar. Não podia negar que já tinha tido pesadelos que Natsu lhe arrancava a cabeça ou lhe empalava em um mastro. Sentiu um arrepio intenso ao imaginar a cena, não, não era por causa disso...

“...” -estava voltando do banheiro e de frente a porta do quarto de Natsu quando olhou para o corredor deserto mais uma vez e viu que as lâmpadas estavam começando a falhar-

O ar ficou gélido como se estivesse para nevar. Pouco a pouco, as lâmpadas foram se apagando uma a uma como se estivessem sendo desligadas por alguém. Ou alguma coisa. Segundos depois, todas as lâmpadas do corredor se apagaram, sobrando acesa apenas a que estava em cima de Meredy. Estava em um clima parecido com aqueles filmes de terror em que um assassino tentava assustar a vítima antes de matar. Mas, Meredy não estava assustada. Estava sozinha no meio de um hospital, em um corredor escuro e deserto no meio da noite. Podia facilmente sentir uma presença ali lhe espreitando, mas não estava assustada. Isso por que a presença em questão não parecia nem um pouco hostil.

“Então é mesmo você... Lilith” -das sombras saiu uma garota-

Uma garota muito bonita. Tinha a aparência de uma garota de treze anos e seus cabelos loiros chegavam quase a se arrastar pelo chão. Quem a visse de longe, diria que ela era uma criança. Porém, Meredy podia sentir uma presença esmagadora vindo dela. Seus olhos eram de um belo verde brilhante e sua pele era extremamente alva. Estava vestindo um vestido longo e cheio de babados mas Meredy podia facilmente notar que ela estava descalça. Ela era bem menor que Meredy mas empunha uma presença muito forte.

“...” -ao ouvir a garota lhe chamar por aquele nome, ela ficou tensa e deu um passo atrás-

“Por favor, não se assuste. Sou apenas sua humilde serva e sua quase transformação de noites atrás me trouxe até aqui” -ela se curvou em uma reverência- “Eu só quero conversar com você”

“Serva?” -perguntou vendo ela acenar em concordância- “O que quer de mim?” -perguntou meio receosa-

“Quero lhe avisar para tomar cuidado por que as coisas estão para ficar cada vez mais complicadas...” -falou em um leve tom de preocupação-

“Complicadas... Até parece que isso tudo pode piorar” -Meredy zombou mas ao que parecia, aquela bruxa não achou a menor graça-

“Você deveria vir comigo. Eu posso ocultar sua presença de todos” -ela chamou- “Não permitirei que ninguém a encontre”

“E por que eu deveria confiar em você?” -falou séria- “Até mesmo minha melhor amiga escondeu coisas de mim. O que faz você melhor que ela?”

“Já lhe disse... Sou sua humilde serva” -se ajoelhou- “Nasci para servir a você, Lilith. A Grande Cavaleira. Minha lealdade por você é inabalável. Se me mandasse morrer agora, eu mesma cortaria minha garganta sem pensar duas vezes”

“Não faça nenhuma bobagem...” -ela falou indignada. Como alguém era capaz de abrir mão da sua vida tão facilmente por alguém?- “Olha... eu agradeço a sua boa intenção mas eu não posso ir com você”

“Mas precisa...” -ela ainda estava ajoelhada- “Agora que ficou claro quem você realmente é, não apenas Cavaleiros virão atrás de você, bruxas também e até mesmo reis. Nem mesmo o Vermelho conseguirá proteger você disso tudo” -ao ouvir isso Meredy sentiu um arrepio- “Eles vão voltar atrás de você e não costumam demonstrar misericórdia”

“Mas isso é...” –ela falou meio tensa. Até um pouco triste- “Eu não posso simplesmente deixá-los e ir embora”

“Você perdeu o juízo? Se o Vermelho ficou daquele jeito por enfrentar apenas um, o que vai acontecer se ele der de cara com três?” -foi uma pergunta retórica- “Agora eu preciso ir...” -ela tirou algo dentre as roupas e ergueu em direção à ela. Meredy notou que era um colar com um pingente em forma e cor de uma esmeralda- “Fique com isso... Poderei encontrá-la, caso precise” -assim que Meredy pegou o colar, a garota sumiu em uma fumaça escura-

Encostou-se na porta do quarto. Ela estava certa. Aquela garota não precisou falar muito para que Meredy percebesse o que ela queria dizer. Ela pelo menos tinha usado um eufemismo na hora de dizer que todos seriam mortos se ela continuasse por ali. Encostou a cabeça na parede e foi escorregando até o chão sentindo as lágrimas descerem. Não deveria confiar naquela garota, mas ela estava certa... Qualquer um perceberia que ela seria um perigo para todos ao seu redor. Então, o mais correto a se fazer era simplesmente sair de perto deles enquanto ainda tinha tempo. Suas visões tinham lhe mostrado que quando se transformava, ela era uma assassina. Uma genocida de sangue frio.

“...” –ela se levantou e abriu a porta do quarto. A luz estava apagada e a única fonte de luz que se via ali era a luz da lua que entrava pela janela fechada-

Precisava fazer aquilo rápido antes que desistisse. Foi até a beira da cama dele e o olhou... Ele estava dormindo tão calmo. Nem parecia que tinha escapado da morte a tão pouco tempo. Não sabia se aquela garota estava falando a verdade ou não, mas sabia que aquilo era o mais adequado a se fazer. Se curvou um pouco e deu um beijo calmo e demorado nele. Ao sentir o toque dos lábios dele nos seus, ela sentiu o volume das suas lágrimas aumentarem... Estava sentindo uma dor enorme no coração ao fazer isso. Não queria se separar dele, mas sabia que se não o fizesse estaria pondo a vida dele em risco. Depois de um longo tempo daquele jeito, ela se separou dele. Abriu os olhos e viu que suas lágrimas tinham molhado o rosto dele.

“Me desculpe...” –ela passou o polegar no rosto dele para tirar as lágrimas- “Adeus... HIIIIIII” -ela se assustou-

“Adeus... por que?” –Natsu tinha acordado e tinha segurado a mão dela assim que ela a tirou do rosto dele-

Ele abriu os olhos lentamente fazendo Meredy se arrepiar. O tom de voz dele dizia que ela deveria dar uma resposta bem convincente. Ela estava chorando e assustada. Considerando o seu estado mental era muito improvável que conseguisse inventar alguma coisa. Ele segurava a mão dela de um jeito que se apertasse mais, com certeza deixaria marcas. Ela continuou congelada no mesmo lugar com uma expressão assustada. Não sabia o que dizer, mas com certeza tinha o que dizer...

“Não... não fale como... se não soubesse o por que” –ela usou sua mão livre para retirar o excesso de lágrimas dos olhos-

“Soubesse do que?” -ele perguntou fazendo um certo esforço para se levantar. Ao fazer isso, soltou a mão dela-

“De tudo, oras...” -ela falou- “Que eu sou um monstro ou que você e a Lisanna vieram aqui pra me matar. Que sou destinada a destruir tudo e matar todo mundo” -ela estava despejando o que queria dizer desde aquela noite no resort. Não estava com raiva de ninguém, mas estava bastante frustrada por terem escondido dela algo tão importante- “Custava me contar tudo o que eu deveria saber?”

“Ah... seria uma conversa animada... Meredy, desculpe ter que te falar isso mas você é uma cavaleira. Uma dos quatro seres sobrenaturais mais e cruéis e poderosos que já existiram. Mas não se preocupe que isso não influencia em nada na sua vida” -o sarcasmo na sua voz era notável- “Até parece que eu diria isso, pra você ficar desse jeito? Não, de jeito nenhum” -ele falou e em seguida tossiu colocando a mão esquerda sobre o peito. Parecia estar sentindo bastante dor. Enquanto ele continuava tossindo, ele ouviu os barulhos das fungadas de Meredy aumentando-

“Desculpe...” -falou. Sua voz estava mais fina que o normal. Por causa do choro, talvez- “Isso foi minha culpa” -como se fosse um comando, a dor que Natsu estava sentindo, parou. Ou talvez ele estivesse indignado o suficiente para não ligar para aquilo- “Você foi lá me ajudar e acabou se ferindo desse jeito. Droga... você estava quase morto lá em cima. Sabe como foi difícil saber que a causa daquilo tudo era eu?” -ela passou as mãos nos olhos- “Eu não quero ver você assim outra vez”

“...” -ele apenas a observava-

“Desde que você se aproximou de mim, vem acontecendo essas coisas” -baixou a cabeça- “Acha que eu não sei que quando você sai de casa de madrugada é para impedir que as bruxas tentem alguma coisa?” -Natsu ficou tenso. Como ela sabia daquilo? Ele sempre tomava cuidado para que ela não acordasse- “Acha que eu não sei das broncas que a Erza dá em você por passar dias acordado enquanto me protegia dos ataques das bruxas?” -ela falou deixando Natsu impressionado. Com certeza Erza não tinha contado nada daquilo a ela- “Droga... Você não merece isso. Não merece um peso como eu”

Natsu estava bastante irritado por que ela estar pensando em algo tão insano quanto sair de perto dele depois de algo como aquilo ter acontecido. Estava até determinado a dar uma bronca nela por causa disso mas sua raiva sumiu ao ver ela chorar. Não suportava isso. Usando sua mão esquerda, ele a puxou fazendo-a sentar na cama e em seguida a abraçou de forma calma. Ao sentir isso, o volume do seu choro pareceu aumentar. Meredy o abraçou com força enquanto colocava sua cabeça na curva do pescoço dele.

“Não seja burra, sua idiota” -mesmo que estivesse falando essas coisas, sua voz continuava reconfortante- “Eu nunca disse que você era um peso. Se fosse um peso, eu não faria tudo aquilo por você” -ele afagou os cabelos dela enquanto sentia as lágrimas dela o molhando- “Escuta aqui... Não importa se foi uma serva ou qualquer outra coisa que lhe disse aquilo, mas você não vai sair de perto de mim. Está ouvindo?”

“M-Mas...”

“Mas nada” -ele a interrompeu- “Eu disse que cuidaria de você, não foi? Não importa se for uma bruxa, rei ou até mesmo algum cavaleiro, eu vou proteger você de tudo... E se um dia você chegar a perder o controle, eu vou te salvar. Nem que eu tenha que sacrificar minha própria vida para isso. Não vou ficar longe de você de jeito nenhum”

“...você jura?” -ela falou parando de chorar aos poucos-

“Já menti pra você?” -ele perguntou e ela ia responder mas Natsu foi mais rápido- “Omitir fatos não conta” -ele falou e ela soltou um suspiro de leve. Até mesmo sorridente-

“Obrigada...” -ela falou e ele sorriu- “As vezes eu acho que não te mereço”

Pela primeira vez em dias, ela deu um sorriso realmente sincero e feliz. Não sabia o que faria a partir de agora, muito menos como isso tudo iria se desenrolar mas sabia de uma coisa, a sua vida agora, mais do que nunca, iria virar de ponta a cabeça. Era tanta informação que era difícil de assimilar, no entanto, não queria pensar nisso agora. Queria ficar apenas abraçada com ele o máximo possível. Enquanto ainda podia...

-----x-----

O sol estava muito forte... do jeito que Natsu detestava mas, felizmente, estavam voltando para casa de trem, então pelo menos, além do sol, o vento também entrava muito rapidamente pela janela. Natsu estava sentado ao lado de Meredy. Ainda estava com aquela grande maioria de faixas pela parte do tórax e na cabeça, fora o braço direito engessado. Ainda estava um pouco debilitado mas os médicos deram alta a ele. Agora... depois de quase duas semanas naquele hospital, finalmente ele pôde sair. Jellal e Erza também estavam com eles. Estavam sentados em frente a eles e se mantinham calados. Erza tinha parado de se culpar um pouco pelo acontecido com Natsu, mas ainda assim tinha umas recaídas. A viagem não demorou muito mas finalmente chegaram. Meredy se levantou ajudando Natsu a se levantar em seguida.

“Obrigado” -agradeceu fazendo Meredy sorrir-

A rosada estava se sentindo uma idiota por ter sequer pensado em ir embora e deixar que uns dias antes, ela tinha dado uns tapas nas próprias bochechas. Vai entender, né?

“Que saudade da minha casinha” -Natsu falou olhando- “Aquele resort era legal mas não se compara a isso”

“Você parece bem otimista esses dias, hein?” -Jellal sorriu fazendo Erza concordar-

Meredy colocou a chave na porta para a abrir quando escutou um barulho. Parecia que alguém estava tentando destrancar por dentro. Meredy pensou que fosse algum inimigo que tivesse invadido a casa deles quando a porta se abriu com velocidade e de dentro da casa saiu um vulto branco e pequeno. Vulto esse que foi direto ao encontro Natsu. Meredy percebeu quem era.... Ou melhor, parecia com a garotinha que ela tinha visto no hospital semanas antes. Estava prestes a perguntar o por que dela estar ali mas por um momento ficou congelada quando ouviu a garotinha falar...

“Papai... você está bem...” -ela o abraçou com força como se não houvesse amanhã- “Fiquei tão preocupada com você” -Natsu aceitou o abraço com alegria e logo em seguida, passou a mão esquerda nos cabelos brancos dela-

“Meredy. Está bem?” -Jellal, que está tão confuso quanto ela, pôs a mão direita em seu ombro-

“Sim... por que eu não estaria?” -foi a única coisa que ela disse antes de desmaiar-

Realmente... Quando lhe disseram que as coisas estavam pra ficar mais estranhas, não foi uma brincadeira...


Notas Finais


Apenas avisando que a fic vai entrar em pausa por alguns dias. No máximo duas semanas... Não me matem!!! É só pra eu elaborar com mais calma o terceiro arco. Além do mais, eu e o Assistente-kun precisamos de um descanso. Aproveitem esse tempo para lerem com mais calma ou quem sabe até recomendar aos amigos (caso achem que eu mereça, é claro). Em resumo... espero que tenham gostado do cap...

Se gostaram, comentem...
Até mais.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...