História Os Guardiões da Arvore da Vida - Descobertas

Ele olhava para a tela de seu celular e tamborilava os dedos na escrivaninha de forma impaciente. Suspirou com ar derrotado e uma leve irritação, fazia quase uma semana que não tinha notícias dela, para ser mais preciso ... 6 dias, 12 horas e 50 segundos.

 

-Se era pra sumir desse jeito não deveria ter dito todas aquelas coisas bobas - falou ele consigo mesmo de forma irritada

 

Lembrou-se da noite na boate, onde ela se agarrava a seu braço e pedia para que ele deixasse de lado sua magoa pela Min e o Lay

 

 

– Eles formam um belo casal, assim como eu e você

 

 

-Ash ... que tipo de casal fica quase uma semana sem se falar – resmungou irritado – Ela podia ao menos ter mandado uma mensagem dizendo que está viva

 

 

Ele jogou o celular na cama atrás dele e tentou voltar a atenção a tela de seu notebook que estava aberto mostrando as anotações das aulas.

 

Sem sucesso ... não conseguia se concentrar, por algum motivo que ele não entendia desde que conhecerá a garota estrangeira ela vinha povoando seus pensamentos mais e mais. Não entendia como o jeito estranho, as atitudes bobas, as palavras sem sentido e a personalidade excessivamente alegre daquela garota havia chamado tanto sua atenção aponto de agora sentir preocupação e ... saudades, dela.

 

Saudades ....

 

Tinha que admitir, sentia falta das loucuras da garota.

Baekhyun sorrio com o pensamento e suspirou novamente. Uma batida na porta chamou sua atenção e ao olhar na direção um sorriso alegre e cabelos castanhos avermelhados apareceu.

 

-Posso entrar? – Perguntou a garota

 

-Claro, Min – Respondeu ele

 

A garota adentrou o quarto e sentou-se na cama próxima a cadeira onde o amigo estava estado. Ele parecia meio desanimado e inquieto.

 

-Matéria difícil? – Perguntou ela olhando para as anotações em seu notebook e os papeis e caneta sobre a escrivaninha.

 

-Hã ... não muito – Respondeu ele sem jeito

 

 

O barulho de mensagem se fez ouvir e Min olhou para o celular ao seu lado que pertencia ao Baek

 

 

-Chegou uma mensagem pra você – Falou ela entregando o celular ao amigo

 

Ele rapidamente pegou o aparelho e a ligeira animação que a garota viu passar pelos olhos do amigo se desfez quando ele passou a ler a mensagem

 

 

-Pelo visto não é uma boa notícia – Tentou adivinhar ela

-É só o Xiumin chamando pra jogar mais tarde – Respondeu ele sem animação

 

 

Ela arqueou uma das sobrancelhas ao ouvir a resposta do amigo. Era de conhecimento de todos que Baekhyun era um viciado em games e nunca negava uma partida, mas ao que parecia hoje ele negaria. O nível de entusiasmo do jovem gamer estava a zero, pelo que a amiga constatou.

 

 

-É impressão minha ou essa não era a mensagem que você gostaria de ter recebido? – Perguntou ela deduzindo o motivo da falta de animação do amigo

 

-Faz quase uma semana que não tenho notícias dela – Respondeu ele sem rodeios.

 

 

Desde que fizera as pazes com a amiga, graças a Lina, ele começava a ver que na verdade nunca realmente havia se apaixonado por ela como a própria Lina lhe afirmará.  A relação que tinha com ela agora beirava a irmandade, e sentia-se bem ao contar qualquer coisa para a amiga.

 

-Ela é como se fosse a ... guardiã dos guardiões ...

 

 

Lembrou de como Sehun a chamava ao tentar definir o papel dela em toda essa história de poderes e divindades antigas. E Baekhyun concordava, assim como todos, com a definição que lhe foi dada.

 

 

-Se refere a Lina? – Perguntou ela para confirmar

 

Ele afirmou com um aceno de cabeça e olhou novamente para o celular em sua mão.

Um pensamento angustiante passou pela cabeça da garota e lembrou-se da conversa que tivera com a mais nova amiga a poucos dias atrás, quando a acompanhou ao hospital...

 

 

 

-Você deveria contar para ele – Disse Min

 

-Não posso – Respondeu ela – Não quero ele me olhando com pena

 

-Duvido que ele faça isso

 

-Ele vai se preocupar, vai ficar querendo cuidar de mim ou algo do tipo ...

 

-É isso que fazemos quando gostamos de alguém, não é?

 

-Ele não gosta de mim

 

-Não ... ele não gosta... – Ela aproximou-se da amiga – Ele te ama, e está começando a se dar conta disso

 

-Você acha?

 

-Tenho certeza, por isso acho que você deveria contar. Como você acha que ele vai reagir quando algo pior acontecer? Você acha justo ele descobrir que a garota que ele ama esta ... morrendo, quando for tarde demais?

 

- Sei que não é certo continuar escondendo, mas ...

 

-Você quer ficar com ele, não é? Então deixe-o ficar com você 

 

 

Min olhou para o rapaz a sua frente. Ele merecia saber o que estava acontecendo e mesmo achando que o certo seria a própria Lina lhe contar, achou que ao menos deveria deixa-lo saber onde a garota que ele gostava estava.

Mas antes, precisava confirmar suas suspeitas.

 

-Baek ... você ainda sente algo por mim? – Perguntou ela sem rodeios e recebendo um olhar assustado do amigo

 

-Porque está perguntando isso agora? – Perguntou ele surpreso

 

-Só responda de forma sincera

 

-Eu ... não, me desculpe eu ... acho que confundi meus sentimentos – Respondeu ele meio envergonhado

 

-Tudo bem ... então, você ama a Lina não é? -Perguntou ela recebendo um novo olhar surpreso e envergonhado do amigo

 

-Eu ... acho que sim ... – Respondeu ele sem jeito

 

-Ótimo, pois quero que me prometa uma coisa – Afirmou ela – A Lina é uma garota incrível, assim como você, e vocês dois merecem um ao outro... – Continuou ela

 

 

Baek a olhava sem entender direito onde a amiga queria chegar com toda aquela conversa.

 

-Por tanto, quero que me prometa que sempre estará ao lado dela, que cuidará dela e a apoiará mesmo com todas as dificuldades que aparecer – Concluiu ela

 

-Eu ... prometo – Respondeu ele mesmo sem entender o que a amiga queria dizer, mas sentindo que sua promessa era sincera

 

-Ela está no hospital – Falou ela de forma suave

 

-O que?

 

 

 

 

 

 

 

Baekhyun pegou o celular e procurou pela pastar que queria, havia baixado as músicas algumas semanas antes, quando começará de se dar conta dos sentimentos que nutria pela garota. Apertou play e o som baixo e suave da canção começou.

Entendia por que aquele era seu cantor favorito. As músicas era uma mistura de sons e ritmos, hora suave e melancólicas, hora insinuosas e descontraídas. Fala de amor, raiva, dor, medo, liberdade, felicidades, traição ... as melodias eram simples e ao mesmo tempo complexas. O cantor era um irlandês ruivo que cantava uma mistura de pop americano com indie rock. Estranho, complexo, destoante, diferente e fora dos padrões ... exatamente como ela.

 

Ele olhou para a garota deitada na maca a sua frente, ela dormia serena como se nada estivesse acontecendo.

 

-Esses hospitais são sempre tão silenciosos ... achei que iria gostar de ouvir um pouco de música, é sua favorita – Disse ele para a garota que dormia, mesmo sabendo que ela não poderia escuta-lo.

 

 

Ela estava bem, ao menos temporariamente. O médico havia lhe informado quando chegou ao hospital que era normal ela oscilar entre momentos bons e ruins com a doença.

Doença de Gaucher, como o médico havia chamado, pelo que ele havia entendido ela afetava as células e em casos mais extremos, como era o da Lina, danificava os órgãos também.

Sentia-se um péssimo amigo, como não havia notado que ela estava doente? Já se conheciam a quase 2 meses e nunca notará nada de diferente nela.

Tudo bem que as vezes ela passava dias sem dar notícias, as vezes ficava perdida em pensamentos, aparentava cansaço como se tivesse corrido quilômetros quando aparecia na frente dele, mas achou tudo normal, afinal sempre a considerou muito estranha mesmo.

 

-Idiota – Repreendeu-se

 

Deveria ter notado, mas agora não poderia perder mais tempo se maldizendo, precisava cuidar dela, estar ao lado dela, como prometerá a Min.

 

 

-Tem que haver um jeito de você melhorar – Falou olhando para a garota ainda dormindo

 

Sabia que tanto a Min quanto o médico haviam lhe afirmado que a doença não havia cura ainda, mas ele não poderia aceitar tal fato. Acabará de perceber que a amava, tinha alguém com quem se importar de verdade e proteger, não a perderia assim tão fácil, não antes de esclarecer todos os seus sentimentos com ela e viver belos momentos ao lado dela.

 

-Se ao menos houvesse uma forma de cura-la – Pensou ele inconformado – Acho que precisamos de um milagre Lina – disse ele para a garota

 

Foi então que uma ideia maluca, surreal e ao mesmo tempo perfeita lhe apareceu.

 

-Lay ...