*Jamie on*
Eu podia ver os rostos daquelas pessoas que não eram relevantes para mim, via a fumaça que rolava enquanto alguns usavam drogas, outros so usavam narguile jogavam cartas na sala apertada, Oliver com moletom azul escuro ao lado de um garoto ruivo outros tantos rostos procurando consolação em uma coisa tão destrutiva era isso mesmo que estava fazendo lá.
_ Oliver passa esse negoço logo_
Falei observando os olhos castanhos de Oliver se abrirem ao expirar a fumaça do narguile formando pequenas nuvens no ar de formatos variados, uma menina ganhava a partida de cartas, eu realmente não entendia nada daquilo ela tinha ganhado algumas apostas, parecia profissional como soubesse que Oliver a contratou para isso tirar o dinheiro daqueles otários, sabia também que ela era muito bonita, tinha cabelos negros e olhos castanhos com a cor de caramelo, não era comum, era intenso, ela mexia a carta com muito habilidade e sempre antes de jogar olhava todos os adversários, era interessante olha-lá lamber a ponta da carta com as costas da língua e quase cortava a mesma colocando em seguida na mesa, Oliver se levantou e levou uma garota de cabelos loiros para o quarto no segundo andar, eu estava lá só por estar, não tinha nada para fazer e já tinha atrasado o horário de chegar em casa, mas dia de semana eles trabalham até meia noite, talvez eu ficasse mais lá com aquelas pessoas e aquele cheiro de essência de maconha que me fazia companhia em meus pensamentos quase vazios e bebida eu só queria chegar a um ponto que não sentisse nem o toque nem ouvisse e nem pensasse, tudo parecia alimentar a ilusão de que um dia aquele cara existiu, peguei meu copo com vinho, acho que já tinha bebido, três ou seis, de qualquer forma já estava bêbado o suficiente para estar tão feliz quanto qualquer um daqueles que festejavam e dançavam na sala, subi as escadas olhando de relance para a menina de olhos castanhos claros por breves segundos, subindo as escadas de mármore como pude e virando a direita e olhei nas três primeiras portas para achar banheiro achei o banheiro de uso dos convidados, já não aguentava mais, aquilo passava pela minha garganta com um gosto particularmente horrível, meu estômago fazia força para empurrar o que não existia, levantei a tampa é vomitei no mesmo pegando a pasta de dente de menta em cima da pia e fazendo gargarejos, cuspindo o liquido misturado com pasta bebi o resto do copo de vinho e engoli de uma vez sentindo a queimação na minha barriga vazia do álcool, atravessei o corredor ouvindo os gemidos roucos ecoarem pelo final da parte esquerda do corredor que me fez dar uma risada nasalada das besteiras que Oliver me contava das suas aventuras sexuais.
Flash back-
Ria não sei se pelo fato de ele estar me contando essas coisas ou pelo fato de ele querer planejar uma suruba.
_E sério! Uma vez eu fui levar uma garota para casa, aí ela subiu na cama e manchou meu forro com o pé dela, sabe barro?_
_ mas você não broxou? _
Perguntei ainda inocente, ou quase isso, e o fato de poder dizer que aquela era a conversa com o troféu de mais escroto do ano, rindo do modo desavergonhado como falava.
_Lógico, mas não é tão rápido assim ne, dei um jeito de levar ela para o banho e limpar aquela imundisse _
Não aguentava minha respiração até falhava, e quando as gargalhadas escandalosas ecoavam pelo espaço quase morria engasgado em seguida.
_Então vc deu um jeito de usar o sabão enquanto transavam?_
_Usei de lumbrifivante_
_puta que pariu!_
Mas uma e eu morria naquele café.
Fim do Flash back-
Foi lá que conheci o Oliver, Esteven tinha me contado que ele já tinha dado em cima dele bêbado, então comecei a gritar no meio do ônibus "quem deu em cima de você bêbado? Ann? Oliver", pensava que ele era tímido porque só abria aquele sorriso branco de criança, e não vinha falar comigo, mas estava muito errado, e pelo que ouço agora estava mais que errado, não que ele fosse gay ele so estava bêbado, voltei para as escadas e comecei a desce-las vendo tudo rodar procurava me concentrar em um único ponto, o que não funcionava, esse ponto se distorcia em túnel de cores e o álcool voltava com o cheiro doce de vinho, chacoalheia cabeça e notei que só tinha descido 3 degraus de um lance de mais ou menos 20, estava muito mal, olhei para os lados tentando determinar o que deveria fazer, a decoração do apartamento me distraiu, quadros sem formato, eram feitos de uma espécie de monocromia, às paredes os móveis até os pisos gritavam "escritório", a irmã de Oliver era administradora de três restaurantes de uma mesma empresa, são 5 administradores cada um deles cuida de uma região, não importa quantos restaurantes tenham, quando consegui focar alguém pegou minha mão, era uma mão quente quase febril que me chamou atenção.
_ já parou de vomitar? Está bem?_
Olhei para seu rosto, eram aqueles olhos intensos acompanhados de um sorriso galanteador, mordeu o lábio inferior que estava seco para beijar minha mão raspando os lábios sem deixar de me olhar, sim era uma menina e tinha charme de homem e qual o problema? se brincar até gostava, na verdade se você for uma pessoa que aprecia um bom sexo não tem tábus nem preconceitos, desde que provoque um orgasmo e seja maduro o suficiente para saber o que é sexo casual, sim li isso em um poema.
_Preciso falar com Oliver, sabe onde ele está?_
Falou soltando minha mão com delicadeza, fiz um sinal para qué fizesse silêncio, está obedeceu ouvindo o eco dos gemidos, soltando um sorriso no canto dos lábios.
_ posso falar com vc então?_
_ ok, mas sobre o que?_
_ sabe o jogo, eram todos pretesto para lucrar, estava tão bêbado que não lembra que ele te deve uma parte _
Falou a moça que subia as escadas, eu a acompanhava com dificuldade, olhei o relógio eram 22:20, gosto de ver quanto tempo que demora para fazer determinada coisa, se estiver certo de tudo que pode acontecer eu pegarei o ônibus as 23:10 aproximadamente é chegarei em casa 23:30, pelo fato de que a casa de Oliver fica perto da minha casa e que só vou pegar ônibus por preguiça e por falta de tempo, a jovem de blusa curta de camurça preta que mostrava a barriga, com saia com listras na vertical preto e branco, com uma bota branca de couro, que estava claro que era bem cuidado.
_ qual seu nome?_
_ Vivian_
_humm_
_E o seu?_
_Jamie_
Aquele silêncio enquanto atravessavamos o corredor me incomodava, so via suas costas, é chamava-me atenção o desenho de sua cintura.
_ joga a quanto tempo?_
_Sou criada por apostadores está no sangue_
_ e desde quando joga para pegar dinheiro alheio?_
Ela virou a direita, ligando a luz com um controle pequeno e fino cor prata com botões pretos, suas unhas estavam cortadas até a base, Indo até a ampla cama com cabeceira de textura de pedras e paredes com textura em vermelho sangue, a tevê encaixada em uma moldura preta espelhada na parede oposta a onde a cama encostava, e alguns móveis em cores frias azul, branco, bege, goiaba com estampas das mesmas cores, provavelmente para guardar roupas e preencher os espaços vazios que não faltavam.
_ aprecia a estética das coisas não e?_
_Sou direcionado a artes_
_Explicado_
Fez uma pausa pegando dinheiro de dentro da blusa preta, um bolo com uma boa quantia, contando enquanto movia os lábios que não reproduziam som.
_Tem 230 aqui, a droga ajudou muito_
_ a irmã dele sabe disso?_
_ não é nem conte, e se quer um conselho saia disso, ele te prometeu 50 mas acho que você não lembra_
_ mas você está nessa e porque me afastar?_
_ você não parece ser do tipo que está nessa porque quer então saiba que se ele for pego planejando passar a perna nesses otários ou o Oliver não pagar as drogas que encomenda ou coisa parecida, ele foge e a gente fica_
_mas é você?_
Ela sorriu e balançou o dinheiro, guardando sua parte no cos da saia,
_Eu já nasci nessa, não uso drogas, não bebo, mas não tenho como fugir disso tenho que cuidar da família, estou entre não apostar e jogar, mas morrer de fome, e apostar, jogar, mas correr risco de vida_
Imagino como deve ser difícil ter que aprender aquilo, ficar em lugares horríveis para conseguir dinheiro, ver os parentes perderem tudo para o jogo e ainda conseguir ser uma pessoa tão correta sem usar isso com justificativa, ela olhou para a cama e ficou observando por quase um minuto sem ao menos respirar.
_Cadê aquele idiota?_
_ quer que eu vá lá?_
_ não... sai daí da porta e vem assistir eu acho que eles foram tomar banho_
Apontou para a cama, pegou o controle e se jogou na cama, colocou no filme "a quinta onda", e ficamos mais algum tempo, quando ouvimos um barulho na porta do quarto tão sutil que não foi incômodo, no entanto se seguiu da porta, que se fechou de supetão.
_ droga..._
Fui em direção a porta e tentei força-lá ou girar a maçaneta, infelizmente estava trancado, ouvi risos do outro lado quase inauditiveis.
_Ei! Preciso sair daqui a meia hora_
Silêncio, não adiantava falar tinha que esperar, o máximo que poderia fazer era falar meu horário, fui até a cama e deitei ao lado de Vivian, segundos de silêncio estavam tomando conta de tudo, até o som das pessoas na sala tinha desaparecido, Vivian se aproximou e se apoiou em meu peito.
_Desde quando você é gay?_
_Desde quando você é bissexual?_
Ela riu contra meu peito, de modo singelo.
__Bom eu nunca namorei, porque acreditava simplesmente que poderia gostar de uma pessoa por ela gostar de mim até que funcionou amei de verdade ela, mesmo sendo um homem, mas estavam ameaçando me matar e ele me traiu para que a garota não me ferisse, e você?_
_ gosto de uma boa transa, seja com quem for, mas você nunca fez com mulheres e é virgem certo?_
Acenti balançando a cabeça.
_Mas... nada mesmo?_
_bom ontem... só no..._
_não precisa continuar_
Ela levantou o rosto.
_Quer tentar_
_Agora?_
Ela acentiu, acho que já tinha passado por todas as cores do arco-iris em menos de 3 segundos, não que eu fosse virgem (so não sou na parte de trás, e foi ontem), mas ainda não tinha chegado ao ponto de não sentir vergonha de nada principalmente sendo tão recente.
_ algo contra? _
Me perguntou com uma sobrancelha arqueada, e o semblante curioso, ok aquilo era sério mesmo.
_ n-não_
_Olha vou começar do básico se não gostar ou não quiser mais e só falar que eu paro sem ressentimentos_
Eu acenti observando a mesma prender o cabelo nele mesmo em uma espécie de coc, a mesma tirava minha blusa enquanto beijava meu pescoço, mas não era forte o suficiente era delicado, deitou-se por cima de mim me olhando com desejo e ao mesmo tempo com indiferença, trilhando beijos pelo meu abdômen até chegar a minha bermuda a puxando delicadamente sem nunca deixar de encarar meus olhos, meu rosto estava demasiadamente quente de vergonha, meu rosto concerteza estava completamente ruborizado, sabia disso porque meu corpo pedia que levantasse dos edredons da cama e abrisse a janela e apreciasse o vento, a mesma começou a beijar meu membro tirando a box e labendo da base até a glande a chupando acompanhando todo o membro, tive que fazer um esforço sobrehumano para não gemer muito auto, mordi meus lábios controlando os autos e deixando os baixos saírem, a de olhos claros aumentava a velocidade, seus cabelos soltaram-se, levei uma das mãos livres até seus cabelos os juntando e segurando sem atrapalhar seu ritmo, aquilo era bom, era otimo sentia sua língua húmida e também áspera lamber, sentia sua boca fazer a sucção, a temperatura, podia sentir a boca fria em minha glande as mãos gelada que masturbava-me aqueles olhos em meu corpo como se quisesse me enlouquecer só para satisfazer o ego e poder dizer que era só dele, dele? mal reparei que tinha gozado na boca da mais alta que engolia tudo.
_ quer continuar?_
_ sim_
Naquela situação não se cabia mais nenhum comentário, eu tinha certeza que não era ela ali, era ele, se levantou na cama tirando a bota em seguida a blusa e a saia, roupas íntimas? Acho que ela não sabia o que era aquilo, a mesma subiu em cima de mim sentando em cima do meu corpo, não sobravam gorduras, ela era esguia, mas tinha seus atrativos em suas curvas, virei a posição com delicadeza para não assusta-la segurando suas costas a mesma sentou-se a minha frente virando e abaixando o tronco fui em sua direção arrumando a posição, segurando sua cintura e começando as investidas, não sentia nada, era sem graça, mas apreciava o movimento do seu corpo que fazia ondulações com o impacto.
***
1 mês depois
*Jack on *
Já fazia para mim uma eternidade que não conversava com Jamie e acho que nunca me senti tão sozinho em meio a multidão e se senti com Jamie tinha me esquecido que essa palavra e esse sentimento existia, não tinha mínima vontade de sair de "casa" se e que aquele buraco pudesse ser chamado assim, tinha me isolado queria me afastar dos problemas só saia para "visitar" a fada o que não me orgulhava em nada Jamie até poderia ter me dado colar mas ela ainda poderia dizer, as vezes ver como Jamie estava eu sabia que ele não me via é talvez nunca mais fosse me ver, mas pelo menos poderia ve-lo proteger ele, e as vezes me declarar através de um papel qualquer o quanto eu ainda o amava, eu sabia muito bem o que ele andava fazendo e isso me preocupava cada vez mais, ele não comia direito e vomitava toda vez que... tinha relações com outras pessoas e principalmente se lembrasse do que aconteceu só no dia seguinte e toda vez que o via chorar amassar com amargura as cartas que deixava sentia meu coração apertar ainda mais, aqueles olhos não eram mais continuação de sua boca eles não sorriam, aquela dor me corroia ainda mais todos os dias a raiva quando se manifestava era fria e congelada tudo a minha frente e de visitas em visitantes ilustres eram só o Norte preocupado comigo, mas por egoísmo acabava-o mandando embora, eu devia ter ficado naquele lago congelado, queria me afogar naquelas lembranças onde era uma criança sem responsabilidade com pais com uma irmã, só as brincadeiras, as festas, sem responsabilidades, sem Jamie, sem Jamie?, sem ele não estaria aqui, não estaria? Isso era bom ou ruim? Queria vê-lo agora, então porque não vou? Eu estou no automático a mais tempo do que poderia perceber, estava totalmente mergulho em mim mesmo, só notava que estava a frente de sua janela o mesmo estava com ela aberta só faziam duas semanas, ou talvez meses, ele este tinha olheiras muito fundas, estava apreciando as nuvens, de repente ele olhou para a frente sem muita surpresa no olhar, se não o conhecesse a muito tempo diria que ele estaria olhando para mim, começou um chuvisco que molharam meu casaco e capuz, entrei no quarto visitando e mexendo em seus matériais, lógico que ele ouviu, virou o rosto por cima dos ombros, e me encarou ou a bolsa que se mechia sozinha, peguei uma folha de caderno barato e uma caneta, elevei o olhar para Jamie que agora estava virado para a janela bebericando café quente, fui em sua direção o encarando o mesmo estava de lado para mim, vi ele abrir os lábios, mas não levava a xícara a boca.
_ eu sei que você está aqui... minha nuca se arrepia quando alguém me encara_
Meu coração acelerou, só de saber que ele sente minha presença já era o suficiente, senti os filés transparentes acumulados nos meus olhos desceram era um alívio, eu senti algo em tanto tempo com a consciência flutuando, desabei me ajoelhado no chão deixando as lágrimas fluirem com toda a intensidade que queriam, pela primeira vez desde minha outra vida ou pelo menos que eu me lembre chorei a ponto de soluçar.
_o que você quer?_
Lembrei do papel em minha mão que tremia, e escrevi em letras redondas, pousando em seu colo o papel, o outro respondia sem expressão.
" Me desculpe "
_Isso não é o suficiente_
" eu sei... você sabe porque o fiz não e?"
_Sei... mas poderia ao menos ter me dito antes, assim não sentiria raiva_
" não pensei nisso... e acho que ela também não esperaria pela resposta"
_Lógico você e idiota_
" por favor, acredita em mim "
_ como poderia acreditar no que não existe, todo esse tempo você foi uma ilusão, não tem provas de que você existe, nem de que esteve comigo todo esse tempo, talvez só estava carente e precisava de alguém e a minha imaginação agiu_
"Isso não é verdade, estou com a cabeça em cima dos braços no seu colo agora"
_ então porque não vejo?_
Era verdade eu sabia que era real, mas é ele? Ninguém me vê, não a câmera que me fotografe, e talvez para não acreditar naquela dor preferiu me esquecer, mas eu não esqueci, e não iria desistir dele.
"Eu te amo..."
Podia sentir em minha pele suas lágrimas mornas que desciam no seu rosto e caiam em minhas mãos, tentar limpar era inútil não conseguia toca-lo, os olhos de Jamie não se distanciavam nenhum momento do papel, eu via tristeza nos seus olhos ao contrário do que ele havia demonstrado aquele dia, ele sentia tristeza isso talvez fosse bom, sinal de que não haviam maguas, não havia rancor muito menos ódio só um coração partido e mergulhador em suas lágrimas, poderia alcança-lo, provar que estava lá, se estivesse certo poderia até faze-lo feliz de novo, poderia ver seu sorriso, aquele lindo sorriso.
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