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História Os Guerreiros do Infinito - A fuga


Escrita por: LordeKata

Notas do Autor


Este capítulo foi originalmente escrito com cerca de seis mil palavras, e por isso eu achei que ficaria muito grande e enjoativo para os leitores. Então ele foi dividido em dois, capítulos: este, que está sendo postado hoje, e o próximo, que será postado daqui a quinze dias. O próximo deve conter o encerramento dessa história e introduzir o próximo arco. Aproveitem!

Capítulo 10 - A fuga


Fanfic / Fanfiction Os Guerreiros do Infinito - A fuga

[ALGUMAS HORAS ANTES DA IMAGEM DA MÃE DE CONNOR CHEGAR À NAVE DE ALEC]

A sede da InfiTec em que o primeiro Guerreiro do Infinito apareceu é bem iluminada por uma tecnologia inovadora que percorre toda a sua instalação, até mesmo as celas dos prisioneiros. No entanto, há uma única cela nos confins do prédio que se mantém afastada de toda a tecnologia e qualquer outro recurso que haja na base. Qualquer coisa que o prisioneiro precise é levada por um dos agentes, abandonando a área logo em seguida. Não é uma cela confortável, e nem é para ser. O atual presidente desta sede, Bronze Thunder, pode ser um homem compreensível e que entende que até mesmo os criminosos merecem viver em condições razoáveis para a sua espécie, mas o indivíduo presente naquela cela ia além de qualquer entendimento que ele pudesse ter. Sateriasis Venomania, comandante do exército kruazip’tiano. Preso sob as acusações de assassinato de milhares de seres inocentes através de todo o universo e tentativa fracassada de roubar os cristais do infinito, ele foi capturado pelo próprio Bronze, usando seus poderes naturais. As roupas reais roxas e douradas que havia usado na batalha contra Alec já estavam desgastadas tanto pelas suas tentativas frustradas de sair daquela jaula escura quanto pelo tempo que se passava sobre ele. Contudo, o dispositivo que isolava sua energia empática se mantinha sobre o seu coração, como se fosse novo em folha. Ele já havia recebido uma mensagem telepática de um suposto aliado e hospedeiro do cristal roxo, autodenominando-se Infinito Reverso. Ele disse que iria enviar-lhe forças para que pudesse escapar da InfiTec na encolha, já que nenhum deles tinha força o suficiente para um confronto direto, depois de tudo o que aconteceu. Rypt, imperador da raça alienígena conhecida como treiqrypts havia se juntado a eles também, depois de ter sobrevivido à explosão de Marte, que espalhou os cristais pelo universo. Já haviam se passado alguns dias, e ainda nada. Venomania tentou reestabelecer a conexão com Reverso, mas falhou, obviamente. Mesmo que não tivesse aquele dispositivo bloqueando os seus poderes, manipulação mental não é o seu forte, e sim a emocional. Aquele parecia ser um dia como qualquer outro, ele havia acabado de almoçar uma comida que no começo rejeitou, mas com o tempo aprendeu a aceitar. Era aquilo ou iria acabar morrendo. Um kruazip’t de verdade nunca deixa de lutar, mas ele sabia que cedo ou tarde seu corpo seria usado para pesquisas científicas na InfiTec. Viajando pelo sistema solar, Marte, o planeta vermelho, estava sendo reconstruído. Infinito Reverso encontrou seu cristal em um cofre secreto nas ruínas de um dos pedaços de terra que agora flutuavam pelo espaço. Assim ele confirmou a sua hipótese de que o hospedeiro do cristal da instabilidade não poderia ser uma criatura física, não poderia ser estável. Ele era feito de eletricidade, e assim conseguiu o poder. Mas ainda assim, não era o bastante. Uma voz conselheira sussurrava em sua mente com dicas de como atingir o próximo passo da aquisição do potencial infinito. A voz dizia que para conseguir mais energia, ele devia reconstruir Marte, e assim os resquícios da energia do despertar dos cristais do infinito poderia ser usada como um gerador. Era isso o que ele estava fazendo, embora estivesse demorando mais do que o esperado.

Enquanto os pedaços de terra eram juntados pela força mística proveniente de um círculo mágico criado por Reverso, Rypt se concentrava em um ponto isolado do local, reunindo qualquer energia biológica que pudesse sentir ao redor, e considerando o fato de que era o imperador de sua raça, conseguir uma grande quantidade no menor tempo não era algo difícil de se fazer. Em mais algumas horas, toda a poeira estelar e grandes pedaços de terra antes flutuantes pelo espaço haviam sido reunidos em um único ponto, um ponto onde já haviam estado antes. Marte havia sido reconstruído. A criatura arroxeada feita de eletricidade estava usando um disfarce criado com a magia do próprio cristal, para se sentir mais próximo do hospedeiro de seu antigo pai. O homem de pele branca e cabelos arroxeados caiu no chão devido ao grande excesso de energia que havia usado na restauração do planeta, e o círculo mágico que antes atraía os pedaços se infiltrou na terra do planeta, fixando-se em seu núcleo e começando a converter a energia instável que ainda havia ali. Tais fluídos energéticos começaram a escapar pelas rachaduras que ainda haviam no solo, sendo direcionados ao corpo caído do hospedeiro, recarregando suas forças. Agora ele sabia o que podia fazer para ajudar Venomania. Ergueu-se mais uma vez e massageou sua testa por um instante, aliviando a dor de cabeça que sentia. Olhou ao redor procurando por Rypt, e ao avistá-lo numa colina adiante, gritou, mas ainda em um tom sério: — Ei, seu inútil! Venha aqui!

O treiqryptiano se ergueu e virou-se para ele, com a testa franzida. Teria desferido um soco contra Reverso se tivesse forças, mas ainda era muito cedo. Bufou e caminhou até seu ‘’aliado’’. — O que foi, Reverso?

— Tenho energia o suficiente para fortalecer Venomania. Mas eu não posso dar a ele o poder, não ainda. Posso criar uma conexão entre o corpo dele e o seu, e você usa a energia biológica que tem recolhido para fortalecer seu corpo.

Indignado, ele respondeu em um grito de fúria: — O quê?! Eu estive reunindo toda essa energia para mim mesmo. Se pretende fortalecer ele, faça isso sozinho.

— Por acaso você se esqueceu que ele e eu somos a sua única chance de vingança? E também de não perder a dignidade que ainda lhe resta, é claro. — Um sorriso cínico era esboçado em seus lábios.

Revirando seus olhos, mais uma bufada saiu de suas narinas, e ele apontou seu braço direito para um ponto vazio do espaço. Sem olhar o hospedeiro, pronunciou-se uma última vez:

— Crie a conexão.

Sorrindo triunfante, Infinito gesticulou com os dedos de sua mão direita e um círculo mágico arroxeado surgiu à frente do punho de Rypt, começando a girar. Conforme sua velocidade aumentava, uma energia roxa era gerada em seu centro, crescendo até cobrir todo o círculo. O brilho sumiu, e o espaço escuro que se fazia presente no horizonte também. A cela de Venomania podia ser enxergada. Reverso estabeleceu conexão com a sua mente mais uma vez, dizendo-lhe:

— Venomania, você estará recebendo uma dose de força física do nosso amigo Rypt aqui. Isso deve ser o bastante pra você quebrar o dispositivo que isola a sua força e escapar. Estaremos nos dirigindo à Terra com uma nave quebrada que encontramos, eu consegui consertar com a energia do cristal. Você deve nos encontrar no local cujas coordenadas estou implantando em sua mente. Esteja preparado.

Assim como da vez anterior, muitas informações ao mesmo tempo haviam sido transmitidas à mente do comandante, e era difícil processar tudo, mas necessário. — Entendido. — Ele podia sentir os números sendo gravados em sua memória como se fosse uma coisa que da qual sempre tivesse conhecimento. Se ergueu e ajeitou sua postura, como se estivesse preparando seu corpo para a energia que receberia. O guerreiro da instabilidade assentiu com a cabeça para o imperador, que entendeu o comando e dispersou a energia biológica que havia recolhido nos últimos tempos em um raio de energia esverdeado, que passou pela barreira, atingindo o corpo de Sateriasis. Seus músculos cresceram, acabando por rasgar as mangas de suas roupas reais. Podia sentir o poder correndo pelas suas veias, e era incrível, aquilo lhe dava uma adrenalina maior do que já havia sentido em toda a sua vida de comandante do exército kruazip’tiano. Levou sua mão direita ao dispositivo sobre o seu coração e o quebrou em apenas um aperto de seus dedos, fazendo com que a energia empática vermelha proveniente de sua adrenalina e raiva começasse a fluir envolta de seu corpo, solidificando uma armadura completa. Com um grito de guerra que não fez questão de conter, exclamou: — Você verá a minha vingança, Bronze Thunder! — Ele não sabia onde o depósito de armas ficava, mas seria fácil de arrancar essa informação do primeiro agente que aparecesse diante dos seus olhos. O círculo que havia estabelecido a conexão já havia sumido, e Reverso e Rypt haviam entrado na nave consertada. A tecnologia marciana é tão alta que é capaz de viajar além da velocidade da luz, assim os dois chegariam à Terra em pouco tempo.

A porta da cela foi jogada ao longe com apenas um potente soco do punho direito de Sateriasis, que estava envolvido com a armadura vermelha. Obviamente uma porta voando pelas instalações atraiu a atenção de agentes que estavam próximos dali. Os dois correram na direção dele e sacaram seus revólveres a laser, mirando em seu corpo, agora robusto. Com um sorriso perverso em seus lábios, ele continuou andando como se nada tivesse mudado, e os lasers não foram capazes de penetrar em sua armadura empática. Ergueu ambos os homens com sua força descomunal, apertando seus pescoços. — Muito bem, qual dos dois canalhas será o sortudo a me dizer onde fica o depósito de armas primeiro? — A dor era insuportável, e por isso os dois apontaram na direção correta ao mesmo tempo. Venomania não esperou para chocar um crânio contra o outro com tanta força que as suas cabeças foram amassadas, espalhando sangue pelo local. Os dois corpos caíram mortos no chão quando ele os soltou, e logo começou a caminhar na direção indicada. Um alarme já havia sido soado por toda a sede a partir do momento em que as armas dos agentes foram disparadas, e uma luz vermelha rodeava todo o local, indicando perigo. Sateriasis invadiu a sala indicada com mais um soco potente, sendo miseravelmente atingido pelos lasers dos agentes que estavam presentes no local. Simplesmente caminhou até o fim da sala, onde pôde ver os compartimentos negros de suas armas carregadas com energia empática. Primeiro pegou sua arma carregada uma energia empática roxa, que levava a vítima ao delírio de puro terror. Com o simples toque de seus dedos, ela foi carregada, coisa que os cientistas ali não haviam conseguido fazer em dias de experimentos. Atirou certeiramente em cada um dos agentes, fazendo com que enlouquecessem e morressem na mesma hora. Depois desembainhou sua espada dourada e a empunhou, enchendo-a com energia empática azul. Por fim pegou o seu último compartimento e o colocou de volta em suas costas, planejava usá-lo em algum momento da fuga. Mais à frente, o presidente daquela sede, Bronze Thunder, observava tudo através do seu monitor, esfregando o queixo com a destra, pensando em como Venomania poderia ter escapado. De qualquer forma, ele sabia que era mais importante pensar numa forma de detê-lo. Ordenou aos seus homens que trajassem os equipamentos marcianos para prevenção da influência emocional dos kruazip’ts. O depósito desse tipo específico de tecnologia foi aberto para que todos pudessem se proteger, mas Bronze sabia exatamente o que vestir. Desde o combate contra o alienígena, ele soube que os dias seguintes não seriam tranquilos ao ponto de poder dar a si mesmo o luxo de deixar seu traje condutor de eletricidade longe do seu alcance. Por isso, estava pendurado na parede de sua sala. O vestiu rapidamente, levando o relâmpago bronzeado, a chave de ativação do traje, em sua mão direita. Saiu correndo de sua sala, em direção ao hangar principal da InfiTec, era para onde seu inimigo estava se dirigindo, e os agentes já equipados o seguiam. A nave de Rypt e Reverso pousariam na floresta próxima ao local, ele só precisava dar mais alguns passos e estaria em seu destino, mas podia sentir a força biológica do treiqrypt se esvaindo de seu corpo, que já voltava ao tamanho normal. Não se importava muito com isso, tinha sua empatia de volta. Mas precisava correr, e era isso o que estava fazendo. Havia ouvido as ordens de Bronze pelo alto falante, ele não tinha tempo para encontrar e destruir o depósito de tecnologias marcianas, tampouco podia lidar contra tantos agentes revestidos por ela em seu estado atual, mas ele tinha um plano B. Estava óbvio que sua nave ainda não havia chegado, então teria que usar sua carta na manga. Deu um alto pulo usando o resquício de energia biológica em suas pernas e pousou há vários metros de distância do hangar de onde os agentes estavam saindo, e se ajoelhou no chão com a sua perna direita. Abriu o compartimento negro de suas costas e retirou um grande canhão prateado, com detalhes negros e compartimentos preenchidos com a mesma energia empática azul que se encontrava na lâmina de sua espada, agora no chão ao lado da arma, para que o canhão pudesse ser manuseado. Novamente, com o simples toque de suas mãos, ele foi carregado. Sateriasis apoiou a arma em seu ombro direito e mirou o hangar. Os agentes já haviam percebido com seus scanners que aquela energia não era empática, mas sim destrutiva. Kruazip’ts podem fazer isso, eles retiram o efeito emocional de suas energias, fazendo com que elas destruam fisicamente as coisas, e era o caso. Os agentes sabiam que suas armaduras marcianas não poderiam lhes proteger muito contra aquilo, então começaram a correr de volta para o interior da sede. Uma esfera concentrada de energia começou a ser formada na boca do canhão, e logo foi disparada com uma tremenda velocidade contra o hangar. Mas antes que ela pudesse atingir alguém ou até mesmo uma estrutura sequer, um relâmpago bronzeado pôde ser visto cruzando o hangar até a esfera de energia, e a bloqueando com o seu antebraço direito, que estava coberto por uma camada de eletricidade da mesma cor. A esfera foi jogada ao alto, com tamanha velocidade que pôde perfurar o teto do hangar, mas não explodir. Este efeito só ocorreu quando ela estava alta no céu, fazendo com que fagulhas de energia azul caíssem sobre todos, mas não machucando ninguém. Era até uma bela paisagem. Quando a poeira abaixou, a figura de Bronze Thunder vestindo o seu traje já acionado pôde ser vista. Vendo que seu inimigo estava armado, ele levou a destra ao peito e usou sua eletricidade para solidificar uma lança, a mesma usada na luta anterior.

— Você não se cansa de apanhar, Venomania? — Disse em um tom irônico, caminhando em direção a ele, enquanto girava a lança no ar.

Rangendo seus dentes, o kruazip’t colocou o canhão no chão ao seu lado e ergueu o seu corpo, empunhando a espada na mão direita e a arma na mão esquerda. Com um tom arrogante, disse: — Eu não vou perder para um mero humano novamente.

— Ter perdido para um ‘’mero humano’’ uma vez já é humilhação demais para quem deveria ser o comandante do exército kruazip’tiano, não acha?

— Ninguém saberá disso, pois você morre aqui e agora.

— É o que vamos ver.

Mas antes que Bronze ou qualquer um de seus homens pudessem dar um passo à frente para confrontar, Sateriasis, uma nave espacial esverdeada pôde ser vista no horizonte, indo em direção a eles. — Disparem os canhões! — Ordenou Thunder aos agentes que haviam ficado na sede para operar as defesas aéreas. Ele não sabia do que aquilo se tratava, mas havia visto o sorriso perverso no rosto de seu inimigo quando a nave foi avistada. O bastante para suspeitar. Os canhões presentes nas extremidades elevadas da sede dispararam lasers azuis contra a nave, que até conseguiu revidar com dois tiros de energia da mesma cor de seu metal, porém estes foram bloqueados pelos escudos da InfiTec. Bronze conhecia aquele modelo de nave, era uma nave marciana de viagens sem objetivos agressivos, mas com dois canhões para emergências. Por isso ela não resistiu muito e acabou caindo no lugar que deveria pousar, na floresta perto dali. Uma grande explosão ocorreu quando a máquina entrou em colisão com o solo, era como se os seus componentes não tivessem sido montados da forma correta, seu sistema estava obviamente instável antes mesmo de ser atingida. Sorrindo triunfante, o presidente disse: — Parece que a sua ajuda foi por água abaixo, Venomania. — O kruazip’t havia seguido a nave com os seus olhos ágeis o tempo todo, e após ouvir as palavras do agente, olhou para ele com o mesmo sorriso perverso de sempre, como se nada tivesse acontecido. — É aí que você se engana...

Das chamas da explosão, duas sombras puderam ser vistas, caminhando em direção a eles. Quando a luz os atingiu, Rypt pôde ser observado, ao lado de Infinito Reverso, já trajando sua armadura do infinito, que havia sido concedida com a ajuda da voz que sussurrava em sua mente. Sateriasis caminhou até eles sem nenhum tipo de restrição, e o trio estava completo.

Bronze arregalou os seus olhos, ele conhecia aqueles rostos. Rypt havia sido o responsável pela explosão em Marte que começou aquilo tudo, e até onde sabia, estava morto. O homem ao seu lado era desconhecido para ele, porém reconheceria aquela armadura em qualquer lugar. Era o hospedeiro do Cristal da Instabilidade, e não estava do lado dos outros guerreiros. Infinito Reverso deu um passo à frente, abrindo os seus braços e encarando o homem que havia escapado do ataque de Venomania com um sorriso de canto no rosto. Irônico, indagou:

— Por acaso se lembra de mim, Bronze?

— Eu acho que eu me lembraria de um hospedeiro do infinito... — Respondeu Bronze, com a voz um pouco vacilante, ele sabia que muito provavelmente não poderia dar conta dos três ao mesmo tempo, e por isso apertou um botão escondido em sua coxa direita com o dedo anelar. Mas ninguém havia percebido isso, nem mesmo os homens atrás de si, que ficavam no mesmo lugar. Suas armas estavam preparadas, mas o medo era visível em seus olhos.

Um círculo mágico arroxeado surgiu na frente da face do hospedeiro da instabilidade ao ouvir sua resposta, cobrindo sua cabeça e fazendo sua aparência humana sumir, revelando a criatura elétrica que permanecia por debaixo daquele disfarce. — Se lembra de mim agora? Se lembra de como você tentou miseravelmente impedir meu retorno ao lado de meu pai?

Arregalando os olhos mais uma vez, Bronze negou com a cabeça, incrédulo. — Isso não é possível, eu vi você morrer! E como você pode ser o hospedeiro de um Cristal do Infinito?!

O círculo mágico surgiu novamente, revertendo o que havia feito na face de Reverso. — Eu sou feito de eletricidade, humano tolo. Me dissipei pelo ambiente antes de ser completamente destruído e infectei o seu sistema mais uma vez. Viajei através de um dos seus foguetes até o espaço, e através de um impulso elétrico usando a energia do veículo, fui até os destroços de Marte, conseguindo encontrar o Cristal da Instabilidade. Ele nunca foi lançado, os marcianos acreditavam que ele era muito perigoso para sequer ter um hospedeiro. Mas ele me escolheu. Eu reconstruí Marte com a minha magia, e encontrei o imperador dos treiqryptianos, assim como descobri a presença do comandante do exército kruazip’tiano. Nós três vamos conseguir os cristais... e você não vai nos impedir.

O agente girou sua lança no ar mais uma vez e a empunhou com ambas as suas mãos, fazendo com que várias descargas elétricas saíssem de seu centro, espalhando-se pela pista de pouso da sede. Onde cada descarga caía, uma grande criatura bronzeada de eletricidade surgia. Ao final de tudo, haviam dez no total. — Você não é o único feito de eletricidade por aqui, e só vai pegar os cristais por cima de meu cadáver.

— Então que seja... — Reverso não podia negar que não contava com tantos reforços, mas ele não podia fugir, estava encurralado. Iria morrer lutando, se fosse o caso.

O hospedeiro da Instabilidade, Rypt e Sateriasis começaram a correr em direção aos seus inimigos, assim como Bronze, seus golems e seus agentes. O medo não havia saído de suas almas, mas o medo é o melhor combustível para um guerreiro cuja casa está em risco. Os inimigos foram decididos naturalmente. Rypt tomaria conta dos agentes, Venomania das criaturas elétricas, e Reverso, do próprio Bronze Thunder.

Se alimentando da energia biológica presente no planeta Terra, o imperador da raça dos treiqrypts aumentou a sua massa muscular de modo que apenas um soco seu fosse o suficiente para lançar um dos agentes à árvore mais próxima, e foi o que aconteceu. Ao ser atingido nas costas por um laser, espinhos se estenderam de suas costas e perfuraram os agentes que estavam atrás de si, após um urro de dor, que jorrou ácido mais corrosivo do que o encontrado na Terra nos inimigos ao redor. A armadura marciana que os cobria fora feita para anular efeitos metafísicos como a manipulação biológica dos treiqrypts, mas Rypt já sabia disso, então estava usando só ataques físicos. O metal derreteu juntamente com a pele e a carne de seus corpos, fazendo com que estes caíssem no chão, deixando seus ossos à mostra. Estendeu ambas as mãos e liberou energia biológica pela sua pele, atingindo uma quantidade considerável de soldados a sua frente. Felizmente, um deles havia sido protegido da chuva de ácido há instantes atrás por outro agente a sua frente, e aproveitou que estava na retaguarda do inimigo para sacar uma adaga cuja lâmina era feita de diamante, o material mais duro encontrado na natureza do planeta Terra. Um corte foi o suficiente para penetrar toda a arma na pele duríssima do alienígena, que gritou de dor mais uma vez, levando seu braço direito às costas e jogando o agente ainda pendurado pela faca para longe. A dor no local em que a lâmina estava aprofundada era tanta que ele não conseguia alcança-la, e por isso estava sujeito a levar golpes dos agentes que haviam restado. Escolhendo lutar da forma como podia, recompôs sua postura e continuou a desferir socos nos soldados que podia.

Venomania ainda estava se aquecendo, mal havia gasto a energia empática recém despertada graças à força de Rypt, e aquele estava sendo um ótimo exercício. No entanto, os golems de eletricidade criados por Bronze não possuíam sentimentos, assim, eles não poderiam sofrer influência dos ataques empáticos dele. Então ele tinha que converter a energia que saía de suas armas para energia destrutiva, e era o que estava fazendo. O problema é que, por serem feitos de eletricidade, a energia empática acabava demorando um pouco mais para destruir as criaturas, e isso não era bom. Sateriasis havia cortado uma delas na horizontal, atingindo sua barriga. A lâmina acabou por ficar presa, e isso deu tempo para que a eletricidade corresse através do metal e fosse descarregada em seu corpo. Usando sua ira, terminou de cortar fora a fora o inimigo, revestindo sua espada com a energia vermelha. Para evitar mais ataques a curta distância, teve que se afastar deles com um salto impulsionado pela mesma energia de antes, e ao pousar, começou a desferir uma série de tiros contra eles. Porém, assim como seu mestre, as criaturas bronzeadas de eletricidade podiam se mover na velocidade de um relâmpago. Uma delas foi capaz de desviar e se dirigir até Venomania, tornando-se em pura descarga elétrica e atingindo o seu corpo, deixando-o atordoado. Seus sentidos estavam desnorteados, mas isso não iria impedi-lo. Ergueu ambas as suas mãos e usou a determinação que sentia para recobrir o seu corpo com uma camada de energia empática que o preveniria de mais surpresas desagradáveis como aquela. Partiu para cima das criaturas novamente, pulando e cortando uma ao meio no sentido vertical.

Por mais que tivesse recebido ajuda da misteriosa voz em sua mente, Infinito Reverso ainda não sabia controlar os poderes de seu cristal ainda, e por isso a luta contra Bronze estava sendo bem arriscada. Já teria sido morto se ele não estivesse usando sua energia para manter os golems de eletricidade ativos. Golpes diretos com a lança eram desferidos contra o hospedeiro da instabilidade, que desviava como podia, mas acabou ficando cansado de fugir, e decidiu confrontar seu inimigo. Se agachou ao desviar da lança mais uma vez e desferiu um soco com o punho revestido de energia infinita no estômago do presidente daquela sede da InfiTec, fazendo com que ele se afastasse de leve. Com um sorriso no canto, limpou o sangue de sua boca com o punho direito, e estalou os seus dedos, fazendo com que a eletricidade acumulada no punho de Infinito descarregasse a energia em seu corpo, que foi jogado para trás. Cheio de fúria, a energia de seu cristal começou a correr pelo seu corpo, gerando uma aura de magia ao seu redor, que instabilizava a realidade do ambiente. Bronze sabia que se continuasse naquela batalha, a fúria como consequência iria apenas fortalecer mais e mais o seu inimigo. De alguma forma, aquele cristal não era como os outros, não se baseava na simbologia que aplicava sobre os seus hospedeiros, era como se estivesse manipulando sua própria energia como quisesse, usando o corpo apenas como um canalizador. Tinha que acabar com aquilo de uma vez por todas. Com um pulo, pousou no topo do hangar, e desfez os golems de eletricidade que ainda restavam. Os agentes ainda vivos sabiam o que aquilo significava, e para salvar suas vidas, bateram em retirada, se escondendo de Rypt na floresta. Bronze estendeu a ponta de sua lança em direção ao chão, e um círculo mágico bronzeado formou-se a sua frente. Sua arma começou a ser rodeada de uma estática mais brilhante do que a eletricidade usada ao decorrer de sua batalha. Esta energia carregava o círculo mágico, que ficava mais nítido a cada momento. Mas antes que a sua técnica misteriosa pudesse ser lançada, uma esfera rotativa de fogo infernal surgiu nos céus, atraindo os olhares de todos. Desta esfera, uma misteriosa figura saiu, ainda oculta da luz devido à velocidade em que se movia. Uma coisa era certa: estava indo na direção de Rypt, que ergueu o braço direito em sua direção, preparando outra rajada de energia biológica. Quando disparou, pensou ter eliminado o que quer que fosse aquilo, mas logo em seguida pôde sentir o seu antebraço sendo cortado fora de seu corpo, e jogado para longe. Aquilo doeu mais do que qualquer outra coisa que ele tenha sentido em sua vida inteira. Ao seu lado, a figura de uma mulher podia ser vista. Usava um uniforme de batalha formal, azul com detalhes brancos e o símbolo dourado da InfiTec no lado direito de seu peito. Sua pele era branca e os olhos castanhos. Os cabelos dourados estavam amarrados em um coque atrás de sua cabeça, deixando apenas uma franja que não tapava a sua visão. Havia feito o corte perfeito com o machado dourado que carregava na destra, havia um exatamente igual na canhota. O golpe havia sido tão potente que Rypt não conseguia se erguer da grama em que ainda se contorcia levemente de dor. Antes que Venomania pudesse correr para ajudar, porém foi surpreendido por correntes brancas que prenderam seus braços e pernas mas mãos de outra mulher, que apareceu ali através de um portal branco. Seus cabelos eram lisos e brancos, seguindo até a sua cintura. Usava um longo vestido branco com detalhes dourados, e o símbolo da InfiTec no pingente do colar em seu pescoço. Seus olhos eram vermelhos e cativantes. Sua pele também era branca. Independente de quanto o kruazip’t tentasse, no fundo ele sabia que nunca conseguiria escapar daquelas correntes. Suspirando aliviado, Bronze desfez o círculo que estava gerando, e disse:

— Finalmente vocês chegaram... hospedeiro da instabilidade, eu gostaria de apresentar a você as outras presidentes da InfiTec ao redor do globo. Aquela que cortou o antebraço do imperador dos treiqrypts se chama Fast Wasp. A dama que mantém o comandante do exército kruazip’tiano acorrentado é a senhorita Precious Starlight. Espero que aproveite a nossa companhia.

A loira que antes estava joelhada por ter decepado o braço de Rypt se ergueu e colocou seus machados em posição de combate. Starlight gesticulou com a mão que estava desocupada, ou seja, a sua canhota, já que a destra estava segurando as correntes que prendiam Venomania; e gerou uma esfera de energia estelar sobre a sua pele. Estavam prontas para atacar, e sabiam muito bem com quem estavam lidando.

 


Notas Finais


O símbolo presente na capa do capítulo é o símbolo da InfiTec, e a cor azul representa a sede instalação comandada por Bronze Thunder. As outras instalações comandadas por Fast Wasp e Precious Starlight possuem outras cores.

A photoplayer de Fast Wasp é a personagem Riza Hawkeye, da série de mangás Fullmetal Alchemist: http://vignette4.wikia.nocookie.net/p__/images/0/01/Riza_Hawkeye.png/revision/latest?cb=20160124012135&path-prefix=protagonist

A photoplayer de Precious Starlight é a personagem Irisviel von Einzbern, da série de visual novels Fate: https://s-media-cache-ak0.pinimg.com/736x/d6/12/6e/d6126ea2634de5106dacdc8d38c2e521.jpg

A photoplayer da mãe de Connor é a personagem Shino Okazaki, da visual novel Clannad: http://vignette1.wikia.nocookie.net/c__/images/9/99/Clannadas18-00011.jpg/revision/latest?cb=20100715125100&path-prefix=clannad

No próximo capítulo: como Infinito Reverso poderá escapar da fúria dos três presidentes da InfiTec?!


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