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História Os Guerreiros do Infinito - Os Omnykhes


Escrita por: LordeKata

Capítulo 11 - Os Omnykhes


Fanfic / Fanfiction Os Guerreiros do Infinito - Os Omnykhes

Os olhos de Infinito Reverso estavam arregalados, mas ele estava mais em choque do que surpreso. O seu plano não poderia falhar. Ele devia adquirir sua vingança. Mas ao mesmo tempo, não podia perder sua sanidade. Mas como ouvir à razão num momento como aquele? A loucura estava lhe consumindo, e a voz continuava a encher a sua mente com sussurros. Uma nova memória de instabilidade. A primeira memória de instabilidade. O que ele estava usando não era a armadura do infinito verdadeira, mas sim uma versão mais fraca, concedida a ele pela consciência do cristal, bem como acontecera com Connor no dia em que se conheceram. A presença de uma nova memória de instabilidade fazia com que a verdadeira armadura do infinito despertasse, e com um clarão roxo, a armadura que ele já usava foi fortificada. Além disso, suas relíquias foram ativadas. Luvas mais grossas do que as da armadura surgiram em suas mãos, sendo talhadas com o círculo mágico do cristal em suas palmas. O hospedeiro sabia como usar as relíquias, havia conseguido essa informação de seu pai. A conexão ficava mais fraca a cada segundo, mas ele não deixava de usá-la com sabedoria. Usou a instabilidade presente em sua mente para energizar as luvas, e as ergueu aos céus, preenchendo os círculos com magia. Antes mesmo que qualquer um dos três presidentes ali pudesse fazer algo, uma enorme barreira mística foi criada ao redor de Infinito Reverso, Rypt, e Sateriasis, jogando qualquer um que estivesse perto, para longe, com o choque súbito de energias. Mesmo assim, verdadeiros guerreiros nunca desistem enquanto uma simples fagulha da vitória existir, e, pensando rápido, Fast Wasp ergueu o seu machado direito e cobriu sua lâmina com o fogo que vinha do próprio inferno, jogando a arma em direção à barreira. Enquanto girava no ar, o fogo infernal aumentou e cobriu toda a ferramenta, criando uma espécie de meteoro flamejante. Ao atingir a barreira, era como se a magia que a compunha se queimasse, não deixando nenhum tipo de produto, como cinzas. O machado atravessou o espaço e continuou a girar na direção do trio. Livre das correntes que antes o mantinham imobilizado, Venomania correu até o machado e usou a lâmina de sua espada dourada para barrar o seu movimento, fazendo com que ambas as armas colidissem. Uma pequena explosão de fogo infernal foi gerada, lançando o machado de volta ao lado externo da barreira, mas também queimando o peitoral do kruazip’t, que foi empurrado para trás com o forte impacto. O buraco pelo qual o machado havia passado se fechou com a própria magia, e um enorme círculo mágico surgiu nos céus, começando a abrir um grande portal. Enquanto a passagem se abria, o Guerreiro da Instabilidade disse, em um tom sério:

— Vocês vão pagar, InfiTec... vocês todos vão pagar... porque essa é a vontade do Infinito Reverso... — E ao dizer isso, a luz que provinha do círculo os sugou numa velocidade incrível, fechando o portal logo em seguida com mais um clarão arroxeado. Quando a poeira abaixou, Bronze desceu do hangar e foi ao encontro das duas mulheres, cumprimentando-as com uma reverência.

— Já faz muito tempo. Eu sinto muito nos encontrarmos num momento tão importuno.

— Não há problema. Amigos são pra essas coisas. — Disse Wasp.

— E como tem andado o Dead? — Starlight parecia meio tímida ao mencionar o nome do vice-presidente de Bronze, mas isso já não era segredo para nenhum dos seis. No entanto, ela ainda não se sentia segura o bastante para falar disso sem ficar vermelha. Com um riso baixo, Thunder respondeu:

— Ele está bem. Viajando com os Guerreiros para Elenyn. Uma das hospedeiras precisa resolver assuntos pendentes antes de assumir suas devidas responsabilidades. Mas Wasp, me diga uma coisa... você conseguiu?

— É claro que eu consegui. Rypt é o imperador de uma raça cruel. O que mais existe em sua alma é pecado, e é o dever da atormentadora dilacerar esses pecados. Eu comecei com o braço. — Um sorriso perverso surgiu em seus lábios claros, ela parecia gostar de causar dor. — De qualquer forma... a alma dele naquela área específica foi eliminada. Mesmo com a manipulação biológica, eu não acho que ele vá conseguir se recuperar disso tão cedo. Podemos explorar esse campo num combate futuro. E também podemos usar o antebraço dele para pesquisas. Além disso, a queimadura que acabei deixando no peitoral de Venomania pode nos ser útil, posso tentar ativar algum efeito colateral em seu corpo. E ele também esqueceu o canhão dele, ao que parece... — Desviou o olhar para o canhão prateado que se fazia presente no chão da pista de pouso, desativado devido à falta de energia empática de seu mestre. Logo voltou a olhar os outros presidentes. — Podemos não ter o corpo de um kruazip’t, mas se conseguirmos ativar o canhão, conseguiremos usar essa tecnologia em nossos armamentos.

O enorme portal que Infinito Reverso havia criado instantes atrás foi comprimido em um pequeno, que surgiu na casa dos Connor, família do hospedeiro da esperança. O homem surgiu nos fundos da residência juntamente com Rypt e Sateriasis. Eles não sentiam mais dor, o portal havia curado seus corpos. Porém, o treiqrypt não conseguia curar o seu antebraço. Era como se a sua manipulação não afetasse o local exato do corte, e as marcas negras da pressão das correntes brancas na pele do kruazip’t ainda permaneciam, assim como a queimadura sem seu peitoral, formando uma espécie de círculo sobre a sua pele. O desenho ainda não podia ser completamente compreendido, mas Venomania não se importava, afinal ele já não sentia dor.  

— O meu braço... eu não consigo curar o meu braço... — Pela primeira vez, o imperador estava com medo. Se existia um ser capaz de anular a manipulação biológica sobre o seu próprio corpo, ele estava perdido. Mas seu orgulho não o deixaria dar-se por vencido devido a um ‘’pequeno’’ corte. Tentáculos cresceram de seu braço e se estenderam até acima do ponto onde havia sido feito o corte, formando um novo antebraço. Mas o vão entre o novo antebraço e o seu braço antigo era bem visível e exposto, era o máximo que podia fazer. — O que viemos fazer aqui, afinal? — Sua postura havia sido recomposta rapidamente, como se aquele corte nem existisse. Seu orgulho era capaz de suprir tais emoções.

— Ainda bem que parou de chorar... essa é a casa da mãe do nosso maior rival. Iremos matá-la a sangue frio. — Disse Reverso em um tom sério. Aquilo era uma coisa normal para homens como aqueles, mas Venomania se preocupava com outra coisa. Apesar das marcas em sua pele, perguntou com calma:

— Para onde vamos? Eles provavelmente irão procurar em Marte por nós, e a nossa nave foi explodida.

— Eu posso fazer aquele teletransporte de novo, e nos levar a um dos planetas de vocês dois. O que for mais perto. Creio que seja o seu, Venomania. Alegre-se. — Não havia nem um pouco de felicidade no tom das palavras dele, mas o kruazip’t apenas assentiu com a cabeça. Rypt sabia que poderia voltar para seu planeta assim que possuísse uma nave, então não estava tão revoltado com o fato de outro lugar ter sido escolhido antes. Sem mais delongas, a porta dos fundos foi arrombada com um chute certeiro do hospedeiro, e a mulher que se encontrava na cozinha arregalou os olhos, assustada. Os fios de cabelo castanho que não estavam amarrados no coque em sua cabeça caíam sobre a sua face, e eram instantaneamente molhados pelo suor frio que escorria pela sua pele. Ela foi jogada contra a sua própria cama no primeiro quarto em que Reverso encontrou. Coincidentemente, era o dela. Primeiro, Venomania perfurou a sua barriga com a lâmina de sua espada, fazendo com que todos os órgãos saltassem para fora. Enquanto isso, Rypt raspava a pele dela com uma lâmina estendida de seu punho direito, era um bom exercício para testar seu novo antebraço. Reverso tratava de deixar a sua consciência viva com um círculo mágico posto sobre a sua cabeça, gerando a expressão de terror em sua face. Os gritos não saíam mais de sua garganta, e logo aquilo se tornou tedioso. A mensagem com sangue foi escrita na parede, a foto foi tirada com seu próprio celular, e enviadas para a nave de Alec através de magia, mas o hospedeiro havia conseguido as coordenadas através da mente de seu antigo pai. Depois disso, eles partiram, deixando a cena do crime exatamente como estava na foto.

[PRESENTE]

Todos ainda estavam chocados com a fotografia que havia sido enviada para a nave há algumas horas. Alec já havia alçado voo para o próximo destino. Todos aproveitavam aquele tempo vazio para treinar e afastar os pensamentos ruins. Os guerreiros tentavam aperfeiçoar o tempo de ativação de suas armaduras do infinito, haviam aprendido com a demora em Elenyn que aquilo não poderia se repetir. Lylith estava aprendendo mais sobre a biotecnologia que havia implantado em seu corpo no último treinamento, já que nem ela mesma sabia de tudo que havia aprimorado. E Yin concentrava-se em sua própria consciência para melhorar sua telepatia, afinal ele havia sido capaz de atordoar o inimigo com uma espécie de bomba telepática, mas só isso foi capaz de deixar-lhe sem energia. Porém Connor não estava com eles. Ele havia descoberto sozinho a área da nave onde o gerador de energia fica, um alçapão debaixo da sala de treinamento. Sendo de tecnologia cruygark, ele suga a energia gravitacional dos astros mais próximos e usa isso como combustível. Ou seja, é um dispositivo de absorção. O garoto estava desferindo socos com ambos os punhos contra o dispositivo, que não se quebrava. Ao contrário, fornecia mais energia para a nave. Alec e Dead analisavam a situação, um pouco de longe.

— O desejo de vingança dele está gerando muita energia. Essa energia já teria sobrecarregado o cristal se ele não estivesse descontando no gerador. — Explicou Alec.

— Se ele tem tanta energia assim, por que ainda não atingiu o seu potencial, como Ashryn? — Indagou Dead.

— O potencial não precisa de energia, ele precisa de uma memória que tenha a ver com a simbologia do cristal. Ashryn presenciou uma memória de guerra mais forte do que a de sua infância, que foi a que despertou sua armadura do infinito. Essa memória foi a que a fez atingir o seu potencial. Connor tem o desejo de vingança, e assim, tem esperança de que possa se vingar. Isso está gerando a energia. Mas ele ainda não presenciou essa esperança. Eu temo que, quando chegarmos ao nosso destino, ele irá despertar o potencial.

— E isso é algo ruim?

— É, se ele ainda estiver com toda essa raiva. Pode acabar perdendo o controle. Deveríamos dar um jeito de apaziguar a situação. Mas ele está dando combustível o suficiente para alimentar uma frota inteira de naves cruygarkianas. Talvez possamos parar em algum lugar no caminho pra dar uma relaxada.

De repente, o televisor que se encontrava na sala de treinamentos indicou que uma mensagem estava chegando, e logo todos começaram a prestar atenção, até mesmo Connor, que saiu do alçapão, mesmo que ainda abalado. Bronze Thunder apareceu.

— Dead! Relatório urgente. Sateriasis escapou.

— É, nós meio que... já sabíamos disso. — Confessou, esfregando a nuca com a destra.

— O quê? Mas como?

— Eles nos enviaram uma mensagem.

— O que dizia?

— Bem... eles... basicamente... err... — Era difícil falar algo com aquela gravidade. — Digamos que a mãe do Connor... faleceu.

Um silêncio se estabeleceu pela sala, e o garoto em questão olhou para baixo. Bronze ficou extremamente quieto por alguns instantes.

— Connor, eu...

— Está tudo bem. — Respondeu ele em um tom frio, se encostando na parede.

— De qualquer forma... descobrimos que ele se aliou à Rypt, imperador dos treiqryptianos e responsável pela explosão de Marte. — Aelin e Lylith arregalaram os seus olhos, mas foi Aelin quem rangeu os dentes e apertou o próprio punho. Estava começando a se esquecer de seu verdadeiro objetivo naquela equipe: vingança. Alec sabia como ela se sentia, e suspirou de leve. Ele apenas havia ouvido falar da explosão de Marte, mas nunca encontrou o responsável cara a cara. — E também a um homem chamado Infinito Reverso. Você se lembra daquela criatura de eletricidade que nos abordou quando Connor chegou à InfiTec? Ela foi escolhida como hospedeira do cristal da instabilidade. E reconstruiu Marte. Parece ter tanto poder quanto vocês.

Connor apertou seu braço esquerdo com os dedos da mão direita, de todas as pessoas do mundo, nunca passou pela sua cabeça que um dos responsáveis pelo assassinato da sua mãe poderia ser um monstro de eletricidade. A energia que era gerada pela sua esperança de vingança era ainda maior, começando a transbordar e a cobrir o seu corpo.

— Certo... — Disse Dead após observar os efeitos que ocorriam no corpo de Connor. Artêmis o olhava pelo canto dos olhos, levemente preocupada. Não sabia por que estava preocupada, mal o conhecia direito, e isso a deixava inquieta. Mas se importava com ele, de alguma forma. Na verdade, todos estavam abalados com a situação. — Irei continuar o curso para nosso destino final, qualquer poder pode ajudar.

— Muito bem. E Starlight perguntou sobre você.

Pela primeira vez desde que se conheceram, todos puderam ver um rubor presente na face do loiro, que desviou o olhar. — Diga que estou bem.

Bronze não pôde deixar de rir daquilo. Assentiu com a cabeça e desligou a ligação. Mas todos ainda encaravam Eagle como se ele estivesse nu.

—... voltem ao treinamento! — Exclamou ele, saindo do cômodo e caminhando aleatoriamente pela nave. Provavelmente ele nem desconfiou que todos viram ele entrar no banheiro feminino por engano. Talvez nem mesmo ele soubesse.

Mas antes que todos, exceto Connor, pudessem parar de rir e voltar ao seu treinamento, um enorme clarão iluminou o local através das janelas, e ele foi aumentando, ficando tão forte que todos já não viam mais nada. Teriam se cegado se não tivessem fechado os olhos. Só puderam sentir a turbulência causada pela queda da nave... em algum lugar. Aparentemente, os aparelhos que mantinham a temperatura da nave em um meio termo entre quente e frio, haviam quebrado com a queda. Ventos gelados invadiam o meio de transporte através das janelas quebradas pelo forte impacto com um solo que parecia ser igualmente frio. Parecia muito com neve. Ao menos era o que Yin achou ao abrir os seus olhos e ser o primeiro a observar os destroços que cercavam a todos. Ninguém havia desmaiado ou se machucado seriamente devido à grande resistência do material cruygarkiano que revestia a nave, mas o pior ainda estava para acontecer. Enquanto todos ainda se levantavam e tossiam vez ou outra para se recuperar do recente impacto, algumas luzes azul claras podiam ser observadas no horizonte quase que monocromático do ambiente do lado de fora da máquina. Conforme se aproximavam, ficavam mais visíveis. Eram dois enormes robôs. Seu metal não parecia ser nenhum conhecido pelos terráqueos, e eram maiores do que todos ali presentes. Garras e armas a laser se faziam presentes em cada uma de suas mãos, e a única cor além do cinza em seus corpos era o fraco vermelho que irradiava de seus olhos frios. Não disseram nenhuma palavra, apenas olharam ao redor, assim como Yin e os outros os olhavam. Já teriam atacado se Dead não tivesse erguido a palma direita, como sinal para que esperassem um pouco. Ele sabia que aquela raça podia ser amigável, apesar das aparências. E antes de qualquer coisa, não podiam arriscar, afinal, por algum motivo, Artêmis ainda era a única a estar deitada no chão, e eles começavam a pensar que ela poderia estar desmaiada. Akemi e Yin realmente cogitavam a possibilidade de que os invasores poderiam ter vindo para ajudá-los, mas Ashryn havia passado por experiências guerrilheiras muito recentemente para acreditar nisso, e Aelin ainda não havia se recuperado da destruição de seu planeta, sequer fazia ideia de que Marte fora reconstruído por Infinito Reverso. Lylith também não, mas sua personalidade extrovertida e animada era um bom mecanismo de defesa que prevenia a descoberta disso. A maior parte deles estava contra os robôs, incluindo também Connor, ainda traumatizado pela morte recente de sua mãe, e Alec, que já havia ouvido histórias sobre seres que pareciam com aqueles, e elas não eram nada positivas. De repente, um pequeno brilho surgiu no pulso direito de Lylith, e era azul como a luz que saía do peito dos robôs. Aquilo foi o suficiente para que um deles dissesse com a sua voz computadorizada:

— Escolhida do Cessum encontrada. Missão: adquirir e levar à matriz, juntamente com a DSSM-10.

Aquela foi a prova que eles precisavam, os robôs não eram seus aliados, e ainda por cima queriam levar consigo Lylith, e um outro alguém. Alec foi a primeiro a entrar na ofensiva, ficando em posição de combate e cobrindo seus punhos com energia gravitacional, formando suas manoplas. Disse em um tom sério:

— Omnykhes...

— Atitude ofensiva detectada, ativar abordagem de contensão. — Foi o que o mesmo robô de antes disse, e o braço em que a garra estava armazenada se soltou do resto de seu corpo, indo em direção a Alec como um míssil. Mesmo com as manoplas bloqueando o projétil, ele ainda foi jogado contra o outro lado da nave, amassando a lataria. Alec amava seu transporte mais do que muitas coisas, e teria ficado enfurecido se não fosse o enorme peso sobre seus punhos. Lylith queria lutar, mas sabia que os inimigos queriam levá-la, ao menos era o que as luzes semelhantes insinuavam. Por isso ela usou o conhecimento que adquiriu de seus superiores para ficar longe. Sabia que seus companheiros iriam protege-la, assim como Artêmis, que ainda estava desmaiada no chão. Yin sacou com a mão esquerda a sua katana, era a primeira vez que fazia isso em anos. Mas sabia que não seria possível negociar com máquinas como aquelas, e desconfiava que não poderia afetar robôs com sua telepatia. Os Guerreiros haviam treinado a ativação da armadura do infinito antes que a nave caísse, e agora conseguiam fazer isso em pouco tempo. Alguns instantes foram necessários para que as amaduras de todos foram invocadas, e os robôs não atacaram pois seus scanners ágeis analisavam a aura cósmica que saía de seus corpos. Era um relatório obrigatório que devia ser enviado à tal matriz. Quando estavam prontos, as relíquias foram ativadas, mas o que estava menos disposto a lutar era Connor. Ele compreendia que a situação era crítica, mas seus músculos simplesmente não se moviam com a mesma raiva que sentira quando a nave ainda estava funcionado. Suas emoções estavam fora de controle. De qualquer forma, as relíquias dos outros foram ativadas, e analisadas pelos robôs.

— Energia do infinito detectada. Atualização: adquirir alvos e bater em retirada.

— Ah, mas não vai mesmo! — Aelin não podia mais se conter, a raiva dos eventos em Elenyn ainda dominava levemente a mente de Ashryn, mas Akemi se mantinha um pouco receosa. Nunca havia atacado de tal forma outros seres, por mais que tivesse quase total certeza que não havia outra saída. Os feixes de energia cósmica negra foram disparados pela hospedeira da tristeza em direção às máquinas, como início do combate. Yin as acompanhou enquanto segurava a katana com ambas as suas mãos, cortando o vento ao lado esquerdo de seu corpo, paralelo a sua cintura. Deu um pulo em direção ao inimigo e desferiu um corte certeiro na curvatura de seu pescoço, utilizando uma técnica que havia treinado apenas uma vez na nave, mas fácil de controlar: era chamado por ele mesmo de ‘’combate telepático’’. Consiste em usar a energia gerada pela sua mente em combates físicos. Naquele caso, a lâmina da espada foi coberta por uma energia arroxeada, mais clara que a gravidade de Alec. Sem aquele incremento, a arma certamente não teria sido capaz de cortar o metal do qual o corpo do robô era feito. Porém quando os materiais entraram em contato, um mecanismo de defesa automático da máquina foi ativado, e uma descarga elétrica percorreu pelo ferro da lâmina rapidamente até chegar em seu portador, jogando Yin e sua katana contra a parede mais forte. Felizmente, isso fez com que o inimigo perdesse o foco da batalha, sendo atingido pelos feixes de energia, que perfuraram as duas primeiras camadas de seu corpo, deixando à mostra os seus circuitos. Um tiro mais forte e teria sido perfurado de fora a fora.

— Alerta: dano de nível dois detectado, aumentar defesas externas. — O robô atingido proferiu, ele ainda não havia dito nada até o momento, mas sua voz era exatamente a mesma do seu companheiro, que na intenção de não prolongar mais o conflito, partiu para cima de Akemi, notando que ela era, aparentemente, a mais vulnerável. É claro que, estando diante de tanta proximidade, ela ficou ainda mais indecisa, a pressão para decidir seus movimentos era muito grande. Por sorte, Ashryn não estava ocupada e tentou fazer o mesmo que os outros faziam: fluir sua energia cósmica pela relíquia do infinito em suas costas, já que ainda não conseguia acessar seu potencial quando bem entendesse. Quando o fez, a função de sua arma se moldou conforme a sua vontade, que era atacar o robô. Por isso a espada que se fazia presente em suas costas saltou e caiu bem em sua destra, enquanto saltava para impedir que o inimigo acertasse Akemi. Foi nesse momento que a lâmina incrivelmente dura atravessou completamente o metal da máquina, decepando seu braço esquerdo, que continha a arma a laser. Antes mesmo que pudesse reagir, e a loira tinha quase certeza que ele faria, aproveitou a sua queda para realizar um segundo corte, dessa vez em diagonal, no peito do metal. Porém a força usada no último ataque não permitiu que ela utilizasse a mesma quantidade desta vez, apenas fazendo com que o robô recuasse. Se manteve em posição de combate, segurando firmemente o cabo da espada vermelha com ambas as mãos, ainda sem compreender muito como havia feito aquilo. Disse à companheira sem olhá-la:

— Escute, eu sei que você não quer machucar ninguém... mas esforce-se, não podemos te perder. Tudo bem? — Olhou-a uma única vez por cima do ombro esquerdo antes de voltar a fitar o robô que se erguia do chão. Aquelas palavras encheram Akemi de determinação, que caminhou e ficou ao lado de Ashryn, retirando sua auréola de cima de sua cabeça, e cobrindo-a com energia cósmica branca. Aelin e Yin lutavam contra um, enquanto Ashryn e Akemi lutavam contra outro robô. Connor estava se focando em proteger Lylith e Artêmis, sabia que eram importantes, embora duvidasse de si mesmo. Não tinha certeza se estava fazendo aquilo para de fato protege-las ou para apenas ter uma razão para não participar ativamente da batalha que acontecia. Dead não havia atacado, observava à frente de Connor, com a mão esquerda sobre o dispositivo em seu punho destro. Não podia usar os seus poderes à toa e faria isso somente se os guerreiros não dessem conta do recado, o que achava muito improvável, ainda mais com o que estava observando. Finalmente, o comando ativado pelo robô que estava confrontando a hospedeira da tristeza e o kloeru foi ativado, recolhendo o incrivelmente pesado braço que ainda prensava Alec contra a parede, e vinculando-o de volta ao seu corpo. A camada externa de sua maquinaria se separou da interna, criando uma espécie de barreira metálica ao seu redor, mas os vãos entre as partes revelavam o exoesqueleto prateado e brilhante que havia dentro. Parecia ser vulnerável e resistente ao mesmo tempo, mas de qualquer forma, as armas não conseguiriam alcançar o interior da criatura. O mesmo mecanismo de defesa foi ativado no outro robô. Os exoesqueletos foram elevados e a camada externa começou a servir como uma esfera que se locomovia através de rolamento, jogando para longe tudo ao redor com um campo de energia elétrica que a revestia. Foi isso que impediu que os guerreiros se aproximassem. Ambas as máquinas iam em direção a Dead, que reconheceu que não havia outra saída. Ativou o seu dispositivo e se transformou em águia o mais rápido que pôde. Robôs não têm almas, espírito, e por isso ele teria de usar seus poderes de forma que focasse no combate físico, assim como Yin fez. Para um ser com o seu treinamento, não era tão difícil. Estendeu os seus braços, e então, de sua pele, duas grandes lâminas solidificadas de energia espiritual surgiram, estendendo-se até à frente de seus dedos. Usou-as para cortar uma das esferas, pois não foi rápido o bastante para impedir a outra, deixaria ela com Connor. Empurrou o robô em questão até a borda do buraco que havia sido aberto na nave com a queda, e iniciou uma nova luta lá. Suas lâminas eram mais resistentes que as outras e bem mais efetivas, mas todos ajudavam como podiam, e pouco a pouco a carcaça externa estava sendo destruída. Connor, limpou a sua mente e franziu a testa ao ver o último inimigo vindo em sua direção. Precisava se focar, ser profissional, deixar de lado os problemas pessoais por um bem maior. Era hora de usar toda a energia de fúria que sabia que havia armazenado devido à conversa que escutou mais cedo entre Dead e Alec. Apertou bem os seus punhos e os cobriu com energia cósmica da esperança, era uma quantidade de energia absurda que nunca havia sido vista por nenhum de seus companheiros antes. Em um golpe certeiro, perfurou a camada externa do corpo da máquina com suas mãos, jogando todo o metal para fora da nave com o impacto e força. Apenas o exoesqueleto havia sobrado, mas ainda não era o fim. Maleável como se fosse líquido, o metal se deformou e passou pelas aberturas de Connor, envolvendo Artêmis e Lylith em uma bolha, liberando um gás em seu interior que adormeceu a marciana. Depois, estendeu propulsores da parte inferior de seu corpo e alçou voo, começando a se afastar da nave. Não desistindo, Connor fluiu a energia cósmica pelos espinhos em suas costas e um deles surgiu do solo, indo em direção ao exoesqueleto voador, que havia deixado toda a camada externa para trás. Com sucesso, o espinho se cravou em seu corpo, que não podia mais se modificar tanto devido à carga que carregava. Um barulho que aparentava ser um urro de dor pôde ser ouvido, mas ele apenas aumentou a velocidade. Connor caiu de joelhos, batendo suas mãos no chão.

— Eu perdi de novo...

Sussurrou. O silêncio havia se instalado no local a partir do momento em que o robô pegara Artêmis e Lylith. Seu companheiro já havia sido desmontado pelos outros e seu esqueleto se mantinha preso no chão com suas próprias partes, aparentemente não conseguia se modificar diante delas. Todos olhavam para Connor, e Akemi carregava pena em seus olhos. Imaginava como ele devia estar sofrendo, assim como Yin. Ashryn conhecia a sua dor, por isso apenas olhava para o chão. No começo, Aelin achava que aquela reação era completamente inútil, mas agora que havia se repetido mais uma vez, ela começava a compreender que não era tão fácil assim.

— Quem são esses porras? — Indagou ele para Alec, que havia citado o suposto nome da raça antes da batalha começar.

— Bem... — Começou Alec.

[NA MATRIZ DOS OMNYKHES]

O exoesqueleto voador chegava ao pátio principal da enorme construção erguida na parte posterior da nave mãe, modificando-se novamente e soltando Lylith e Artêmis sobre o chão frio, ainda adormecidas. Voltou a sua forma humanoide, envolvendo o cristal verde que ainda penetrava o seu metal e tentando tirá-lo, mas sem sucesso.  Olhou para o gigante rosto metálico a sua frente, cujos olhos azuis iluminavam o saguão escuro, como se perguntasse o que deveria fazer com o projétil que o perfurava.

— Excelente... poderemos usar isso. — Sua voz não era digital como a dos outros.

 


Notas Finais


Olá pessoal! Hoje nós comemoramos como encerrada a primeira dezena de capítulos da fanfic! Yay! Enfim, eu sei que muitos de vocês não comentaram o capítulo anterior e eu até compreendo isso, afinal foi mais ou menos nessa época que as aulas de todo mundo voltaram, e com isso o tempo diminui. Está corrido até pra mim. Contanto que vocês me avisem que estão vivos e quando vão comentar, não há problema. Quanto aqueles que não fizeram isso, uma mensagem de cobrança estará sendo enviada para as suas caixas de mensagem privadas.

E sim, a imagem da capa representa como os Omnykhes seriam. Essa saga promete!

Atualização: a photo player da Aelin foi atualizada para a atriz mexicana Eiza González: https://s-media-cache-ak0.pinimg.com/originals/53/53/f8/5353f802e39cc7f516cdc3f0aa2223f0.jpg

No próximo capítulo: Como Os Guerreiros do Infinito serão capazes de resgatar Lylith e Artêmis?


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