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História Os Guerreiros do Infinito - Separados


Escrita por: LordeKata

Notas do Autor


Escrevi esse capítulo inteiro enquanto ouvia ao aleatório das músicas do meu celular, então é muito importante dizerem o que acharam da escrita!

Capítulo 15 - Separados


Fanfic / Fanfiction Os Guerreiros do Infinito - Separados

O clímax da batalha contra os robôs de guerra conhecido como omnykhe estava acontecendo na única parte da grande nave que ainda funcionava. Doutor Rosak assistia ao caos mecânico por trás de seus monitores, enquanto seus soldados tentavam inutilmente perfurar o campo de energia gravitacional de Alec. Os Guerreiros tinham todo o tempo do mundo para pensar em um plano e isso irritava o koetek. Bateu o braço metálico sobre o seu trono prateado, demonstrando sua raiva.

— Servos inúteis... não conseguem nem penetrar uma simples barreira...

— Mestre... — Uma voz misteriosa e também mais humana soou ao fim da sala. Saindo da escuridão, apenas sua silhueta iluminada pelas luzes azuis da sala era observável.

— O que você quer, Necro?

— Você sabe que esse é o meu nome antigo, me chame de Azrael agora.

— Me recuso a te chamar de algo que você não é. Seu roubo ainda nos trará muitos problemas.

—É por causa dele que conseguimos recursos o bastante para viver aqui.

Rosak ficou em silêncio por alguns instantes, mas logo suspirou de leve e assentiu com a cabeça, sabia que seu “sócio” estava certo. — Você não respondeu a minha pergunta.

Necro ergueu a sua mão e apontou para um dos monitores em frente ao koetek, indo diretamente em direção à imagem de Yin. — Eu conheço esse. Deixe-me interferir.

— Contanto que não bagunce as coisas... — Rosak deu de ombros, e o tal Necro saiu da sala com um sorriso perverso em seus lábios como forma de agradecimento.

De volta ao salão principal, todos os Guerreiros do Infinito se reuniam em um círculo fechado, inclusive Persei, a estrela que Artêmis conhecera em sua própria cela. O campo de energia gravitacional de Alec ainda os protegia contra os inúmeros lasers que eram lançados contra eles, mas cedo ou tarde os omnykhe pensariam em uma coisa. Haviam sido construídos e programados pelo cientista de guerra dos koetek, afinal. Por isso, qualquer segundo era precioso.

— Muito bem... quem aqui conhece melhor os omnykhe? — Perguntou Alec. Pela primeira vez em sua jornada, ele não tinha um plano.

Artêmis foi a única a se pronunciar, apontando com o polegar para Persei, que estava a sua esquerda. Todos desviaram seus olhos para ele, como se esperassem um relatório completo das fraquezas e resistências dos robôs que estavam prestes a enfrentar. Tanta pressão deixou o pobre homem com um leve nervosismo, levando alguns instantes para organizar os pensamentos em sua mente. Gaguejando no começo, finalmente disse:

— C-Certo... os omnykhe são robôs construídos pelo Doutor Rosak, acho que já conhecem um pouco sobre ele. A programação básica está inserida em cada um dos sistemas, porém ele ainda os controla um por um, lá de cima. O louco integrou a sua mente à mente das máquinas, está à beira da insanidade. Mas isso faz com que múltiplos omnykhe possam executar diferentes ações apenas com o comando de seus pensamentos. O que os robôs veem, ele vê. O único jeito de destruí-los um a um é matando-os com sua própria tecnologia, eles não podem regenerar diante dela. Fora isso... só sobrecarregando os sistemas. Mas eles possuem uma reserva de energia enorme!

— Eu tenho uma ideia. — Artêmis o interrompeu, olhando para os anéis espinhosos em seus antebraços, presentes da energia estelar na sala secreta sob a nave. — Quando os omnykhe tentaram impedir a minha fuga, eu os abati com as minhas relíquias. Acredito que apenas um pouco do brilho estelar seja o bastante para sobrecarregar os circuitos.

— Então, desta vez, só temos que bater neles. — Concluiu Aelin com um sorriso de canto, apertando a corrente negra que segurava sua lâmina.

— Ainda temos que nos proteger doa lasers. — Perita em guerras como ninguém, Ashryn fez a sua observação, esfregando o queixo com a mão enquanto pensava.

— Posso fazer um campo de gravidade temporário em cada um, mas terão de ser rápidos. — Alec sugeriu, e todos assentiram com a cabeça, se virando para a frente. Como haviam recebido a energia estelar, sabiam o que tinham de fazer. — Três... — O cruygark começava a contar, e então todos eles tomaram suas posições de combate com um sorriso excitado no rosto, lutar em equipe era como uma grande viagem em família, e talvez realmente fosse. — Dois... — Os olhos ágeis ficaram fixos nos inimigos, que ainda disparavam sem parar. — Um! — Com um estalar de dedos, a energia gravitacional que compunha o campo de força que antes os rodeava se dissipou pelo ambiente e cobriu cada um dos guerreiros, protegendo-os dos projéteis. Agora que estavam “livres”, os omnykhe não tardaram em começar sua rápida marcha, a comando de seu mestre, que só não estava roendo as próprias unhas de nervosismo devido à classe que devia manter.

Levando seus dois braços cobertos pelos espinhos para frente, Connor começou a correr, invocando outros espinhos ao seu redor, deixando um rastro de destruição branca por onde passava. Felizmente, os espinhos que saíam do solo metalizado da nave também eram cobertos pela energia estelar que o hospedeiro recebera, sobrecarregando assim o sistema dos omnykhe que acertavam ao emergir. Por serem afiados, os espinhos atingiam os reatores das máquinas, fazendo com que estas explodissem e danificassem os aliados próximos, gerando uma reação em cadeira que Connor não deixou de aproveitar. Situando-se no meio de vários dos inimigos, fechou os seus olhos e permitiu que a energia do infinito fluísse pelo seu corpo, cobrindo sua armadura com um brilho esverdeado. Abrindo mais uma vez dos olhos, usou a lateral dos espinhos em seus braços para bloquear os golpes pesados de metal que vinham em sua direção. Pulou quando previu a rasteira que receberia e desferiu um chute em pleno ar na cabeça de um dos robôs, revestindo seu pé com a energia infinita antes do golpe. Resultado: o robô fora lançado ao outro lado da sala, explodindo contra a parede do salão e espalhando o fogo pelo campo de batalha. Tendo voltado ao chão, Connor perfurou seus espinhos nos omnykhe restantes, expelindo uma quantidade razoável de energia pelas suas relíquias, explodindo os inimigos de dentro para fora. A adrenalina nunca havia corrido tão forte pelo seu corpo, e isso era demonstrado por uma visível animação em seu rosto.

Ashryn empunhava a sua espada com uma verdadeira guerreira em meio a uma guerra repleta de chamas, tentando ao máximo evitar as tristes memórias de sua infância enquanto lutava, pois sabia que agora defendia algo pelo qual valia a pena lutar. Segurando a grande arma pelo cabo com ambas as mãos, usava a postura de combate real que aprendera com o seu pai quando ainda era apenas uma menina. Seus movimentos eram fortes e firmes, ao mesmo tempo que leves e calmos, causando cortes perfeitamente profundos no metal dos robôs aos quais rumava, infestando seus interiores com a chama de seu cristal. Movimentava a pesada lâmina como se fosse uma simples pena sendo levada pelo ar do destino. Usando a relíquia das asas que ainda se fazia presente em suas costas, as bateu apenas uma vez, soprando uma onda flamejante onidirecional ao seu redor, queimando todos os robôs que ali estavam, mas uma pequena farpa de metal conseguiu escapar, sendo jogada em direção ao seu rosto pela força do campo de batalha. Tendo sua pele cortada mais uma vez depois de tanto tempo, Ashryn passou o indicador pelo sangue fresco e azulado que corria pela sua testa, sorrindo.

— É bom estar de volta. — A imagem de seu pai veio instantaneamente a sua cabeça, retomando seus ensinamentos primordiais: “A guerra é o maior triunfo de um guerreiro”, as palavras do homem ecoavam em sua mente como um mantra, e isso a motivou a retomar os movimentos enquanto corria, não se importando com os ferimentos que recebia vez ou outra.

Entre todos os que lutavam, Aelin obviamente era a que tinha mais deleite em meio a tanta adrenalina correndo pelas suas veias depois de tanto tempo longe das aventuras em seu planeta natal. Talvez ficar com alguns “desleixados” não fosse tão ruim quanto ela pensava. Usando e abusando de seu novo chicote, optava por um usar um de cada vez, segurando a corrente com as duas mãos. A canhota a mantinha perto do corpo para não perder o controle da lâmina na ponta, e a destra girava outra parte da corrente, mirando-a no rumo em que a hospedeira queria acertar. Jogando seu braço direito para frente, deixava que a lâmina fluísse pelo ar como uma flecha certeira, perfurando o corpo do omnykhe em questão, bem onde seria o seu coração, se tivesse um. A escuridão misturada ao brilho das estrelas fluía pelo seu metal antes de sobrecarregar o seu sistema e expelir uma onda de energia ao redor, causando o mesmo efeito aos alvos próximos. Mas aquilo não era o bastante para manter todos os robôs longe do corpo da marciana, e logo ela estava cercada como eles estavam há minutos atrás. Recolhendo a sua lâmina direita, enrolou as correntes ao redor de seus braços, usando seus chicotes como se fossem grandes garras. Com movimentos cheios de fúria, rebeldia e determinação, ela perfurava os inimigos que ousavam se aproximar demais de seu corpo, cortando membros inteiros apenas com o passar do metal negro de seus braços. Os circuitos despedaçados entravam em curto, descarregando eletricidade com pouca intensidade pelo metal do salão.

Essa eletricidade era absorvida pelo reator presente no corpo de Lylith, que fazia com que ela fluísse pelo metal de seus novos braços fortes. Com essa energia adicional, podia desferir socos e golpes mais fortes contra os omnykhe que enfrentava, jogando-os para longe como se fossem feitos de papel. Estava adorando o presente dado pelas estrelas, mas ainda se perguntava o que fora aquela voz que havia atormentado sua mente quando estava sozinha em sua cela. Tais pensamentos eram deixados completamente de lado quando tinha a felicidade de desferir mais um soco carregado de energia contra outro robô. Foi quando decidiu testar as modificações biotecnológicas que fizera em seu próprio corpo em conjunto com os novos braços metálicos, estendendo suas garras tradicionais e revestindo-as com uma segunda camada do metal que antes revestia os seus braços, tornando-as maiores e mais afiadas. Usando a energia proveniente do solo, cortava simplesmente o ar, liberando ondas de energia elétrica que atingiam os sistemas inimigos como raios de uma tempestade, jogando-os ao chão imediatamente.

Alec usava cada canto de sua nova armadura de gravidade como se estivesse experimentando um carro novo. Obviamente, a parte principal ainda era constituída pelas duas manoplas tradicionais que residiam em seus punhos, mas agora seus movimentos, que já eram estrategicamente planejados antes do ataque final, eram menos cuidadosos, visto que seu corpo estava protegido em todos os lados devido à barreira de gravidade que revestia a sua pele. Konan nunca o ensinara a lutar, essa não era uma arte apreciada em seu planeta. Não precisava, afinal todos lá possuíam uma das forças mais fortes de todo o universo: a telecinese. No entanto, Alec sabia que não podia depender sempre de sua influência sobre a gravidade, por isso fez questão de aprender um pouco de cada arte marcial pelos planetas em que passou. Misturando tais movimentos completamente personalizados com a sua gravitocinese, seu estilo de luta se torna mortal. Um soco sequer que foi desferido contra o peito do omnykge fez com que seu corpo pesado fosse levitado pela gravidade, usando-o como um martelo para bater nos outros robôs ao redor. Depois disso, ergueu o corpo do inimigo que ainda estava sob o seu controle e cerrou com força os punhos, fazendo com que o metal contraísse contra si mesmo até que explodisse em uma grande onda de energia.

Yin lutava com determinação, mas lutava preocupado. Tinha alguma coisa naquela parte da nave que o fazia lembrar de sua infância, e a sua infância não foi lá a melhor parte de sua vida, ao contrário dos outros Guerreiros. Nunca em tanto tempo memórias eram arrancadas do mais profundo de sua mente com tanta força, era como se alguém as puxasse para fora à força, e isso o incomodava. O que o misterioso Doutor Rosak tinha a ver com a parte mais conturbada de sua vida? Isso se era ele mesmo. Muitas perguntas em meio a um combate tão grande o desconcentrava, por isso decidiu deixa-las de lado, temporariamente. Nunca havia lutado com duas espadas antes, fora treinado na arte de apenas a arma fiel que carregava em sua cintura, mas o fato de poder controlar completamente a segunda espada com a sua mente tornava tudo mais fácil. Os movimentos eram sincronizados e bem direcionados, cortando dois, até três robôs de uma vez só. A energia telepática que revestia as lâminas podia não afetar suas mentes, já que não tinham uma, mas ainda assim causava um bom estrago em seus metais, atingindo posteriormente a mente de Doutor Rosak, que ao surpreender-se com o ataque, gemeu de dor, levando instantaneamente os dedos à testa como tentativa falha de amenizar a dor.

— Esse garoto... — Resmungou ele, rangendo os dentes enquanto ordenava que seus robôs focassem nele.

Akemi era a que mais se segurava de todos os que lutavam, afinal vinha de um povo pacífico e não gostava de machucar o próximo, mesmo sabendo que os omnykhe não estavam realmente vivos. Porém sempre que tais ideais a impediam de cumprir seus objetivos, se lembrava das palavras gentis de Ashryn ditas na nave de Alec: “...esforce-se, não podemos te perder. Tudo bem?”, juntamente à imagem brilhante de seu sorriso inspirador. Também imaginava a possibilidade de perder a sua nova família, como Connor mesmo disse, e não queria deixar que isso acontecesse. Movimentando livremente o seu corpo, usava a sua auréola afiada para cortar as partes inferiores dos inimigos, desviando-se dos golpes que a atingiriam por cima. Era como se estivesse dançando em meio a todo aquele caos, emanando tranquilidade ao seu redor, aquilo a ajudava a não pirar.

Dead não presenciava tanto trabalho em equipe há muito tempo. Desde que a poderosa InfiTec era apenas um grupo de guerreiros, para ser mais exato. Por isso lutava com determinação e garra, não querendo que aquela equipe se desmanchasse de uma forma como a sua se desmanchou. Mesmo que os seres que enfrentava não tivessem alma para que pudesse afetá-los com os seus poderes, cobriu suas novas lâminas com a energia espiritual que portava, deixando o metal ainda mais duro. Entre os seus golpes, expelia essa energia de forma ofensiva, como em ondas de repulsa e destruição.

Artêmis, por último, estava feliz. Havia realizado o seu grande sonho de infância, que era ser ainda mais brilhante do que os seus falecidos pais, que reencontrara em visão recentemente. Tal felicidade fazia com que os seus golpes fossem mais determinados, acertando em pontos estratégicos do sistema, como por exemplo o peito, onde um canal de energia que levava diretamente ao reator estava presente. O espinho de seus círculos perfurava o metal, transmitindo energia estelar até o profundo da máquina, causando um curto e destruindo-a. Persei escolheu lutar com ela, porque além de já estar fraco, estava lutando ao lado de uma estrela, era como nos velhos tempos. Apesar de não saber lutar muito bem, conhecia a anatomia de seus inimigos e usava isso a seu favor na hora de desferir os golpes, expelindo energia da palma de suas mãos abertas.

Quando todos perceberam que a grande maioria dos omnykhe restante estava indo ao encontro de Yin, decidiram que era hora de mudar a sua estratégia. Cada um deles abriu caminho através do metal dos robôs da melhor forma que podiam, se reunindo ao redor do kloeru como um grande escudo. A barreira de gravidade ao redor de cada um já havia sumido, mas ela não era mais necessária. Já haviam se acostumado ao uso de suas relíquias e ao estilo de batalha dos robôs, podiam facilmente desviar por si mesmos.

— Devemos ficar unidos. — Comentou Connor, ainda com o sorriso no rosto.

Yin correspondeu o sorriso, aliviado por ser confortado por pessoas tão fortes. Foi só então que se deu conta do que podia estar acontecendo. — Acho que descobri o que eu fiz. Minha espada de telepatia está atingindo a mente de Rosak. Ela está ligada aos robôs, não está, Persei? — Levou o olhar para o homem que ofegava de leve, cansado. Persei apenas assentiu com a cabeça. Yin então voltou a sintetizar sua teoria: — Rosak está concentrando a frota em mim para impedir que leve mais danos.

— Rá! Eles não vão passar por nós! — A animação de Lylith era sempre visível, e Aelin gostava disso nela. Combinavam neste quesito.

— Você é muito esperto, kloeru... — A imagem de Rosak apareceu novamente no monitor gigante sobre o salão, e todos os robôs pararam ao seu comando. — Mas a marciana esquisita está errada. — Fez questão de enfatizar o esquisita para tentar irritar Lylith, o que não deu muito certo. Ela apenas gesticulou com os braços metálicos de forma obscena para ele, que decidiu ignorar tal coisa. — Eu sou Doutor Rosak, e eu sempre consigo o que eu quero. Necro!

Uma porta secreta no salão principal daquela parte da nave se abriu, revelando a figura misteriosa do homem conhecido como Necro. Dando alguns passos à frente, ele finalmente foi iluminado pelas luzes azuis do campo de batalha, que eram mais fortes que as da sala de Rosak. Trajava um sobretudo negro que ia até os seus pés, com alguns detalhes brancos nas bordas. Ficava aberto em frente ao seu peito, onde usava um colete de cor cinza-escuro. A pele do homem era verde e ele tinha dois pares de olhos em sua face, um abaixo do outro. Eram menores e mais finos do que os humanos. Seus cabelos eram lisos e negros, descendo até os seus ombros. Tinha uma grande foice sombria em suas costas, mas ao contrário do que todos pensavam, ele não a usou. Enfiando as mãos por dentro do sobretudo, retirou duas armas prateadas. Usou a esquerda para disparar um projétil parecido como uma esfera sólida de ferra contra os guerreiros, que foi fácil e rapidamente rebatida para longe com um arremesso da auréola de Akemi, que voltou para ela logo em seguida como se fosse um bumerangue. A esfera, por outro lado, foi jogada contra a parede do outro lado do salão, causando uma explosão tão grande que foi capaz de destruir aquele metal incrivelmente resistente.

— Imaginem se aquilo tivesse nos acertado... — Murmurou Akemi, com medo de tamanha destruição.

— Isso foi só um aviso, eu poderia ter acertado se quisesse. Entreguem Artêmis, Lylith... e Yin.

— Necro... — Rosak o advertiu, como se estivesse repreendendo o próprio filho. O homem esverdeado, por outro lado, usou a outra arma para disparar uma descarga elétrica intensa contra o grande monitor, destruindo-o por completo com um curto em seus circuitos.

— Isso é pessoal, cabeça de lata.  — Estreitou o olhar diretamente para Yin, que correspondeu da mesma forma, ficando em posição de ataque com as duas espadas.

— O que você pode ter de pessoal comigo? — Indagou Yin, começando a associar a presença daquele homem com a estranha sensação de nostalgia em sua mente.

— Resolveremos isso sozinhos. —Em um enorme e poderoso pulo impulsionado pelos dispositivos que cobriam suas pernas, Necro estendeu o pulso também equipado, fazendo com que um pequeno gancho se prendesse no teto do salão. Usou o pulso livre para soltar um gancho em direção a Yin, prendendo-se em suas vestes. Antes mesmo que qualquer um de seus companheiros pudesse tentar cortar o fio de ferro, o kloeru foi puxado em direção ao mercenário com uma força descomunal. Necro direcionou suas pernas contra o metal do teto e fez com que a placa saltasse para fora, levando Yin para o lado exterior da nave consigo. Sobre a nave, o homem de cabelos grisalhos usou suas duas espadas para cortar facilmente o fio que o prendia ao esverdeado, e se afastou deste.

— O que você quer? — Perguntou mais uma vez.

— Vamos ter uma pequena conversinha. — Guardando as suas armas, Necro levou a canhota até o cabo da foice em suas costas e a removeu do imã que a mantinha presa ao seu corpo. Girando a arma no ar, jogou a capa preta que antes a envolvia para longe, revelando uma arma branca completamente diferente do que Yin esperava. Seu cabo negro parecia ser feito com a junção de inúmeras asas angelicais, e escrituras vermelhas como o sangue seguiam-se pela lâmina branca da foice, que também tinha um olho sangrento em seu meio. Brilhando com tamanha intensidade, uma auréola dourada e partida em sua parte superior surgiu sobre a lâmina, completando a arma maquiavélica.

— Vamos atrás dele! — Surpreendentemente, foi Akemi quem gritou esta frase, jogando sua auréola em direção ao buraco aberto no teto do salão, porém antes que sua relíquia pudesse passar pela abertura, uma grande parede de metal se ergueu, bloqueando o caminho e fazendo com que ela voltasse a sua hospedeira.

— Se você quer algo bem feito, faça você mesmo... — A voz de Rosak ecoou pelo salão conforme mais paredes como aquela eram erguidas ao redor dos guerreiros, formando um pentágono cercado pelo metal. Os robôs que ainda restavam e estavam parados caíram ao chão diante do comando do próprio mentor, tendo seus componentes levitado por uma estranha força que parecia afetar apenas o metal do qual os omnykhe eram feitos. Seus restos juntaram-se em um ponto específico do pentágono, formando, aos poucos, uma versão bem maior e mais forte de um omnykhe, um robô tão grande que quase ultrapassava os limites daquela sala. Direcionou sua arma em direção aos Guerreiros, preparando-se para atirar.

— Dividir! — Gritou Ashryn, tomando o controle da situação, e todos a obedeceram, correndo cada um para um lado. Infelizmente, a explosão causada pela energia do laser em direção ao solo fora tão grande que ainda os atingiu pelas costas, fazendo com que todos caíssem no chão. Quando estavam distraídos, uma espécie de alçapão se abriu em uma das paredes, de onde uma mão metálica feita do mesmo material maleável do núcleo dos omnykhe saiu. Ela foi em direção ao corpo caído de Artêmis e a puxou com força contra a abertura, fazendo com que passasse. A força foi tanta que fez com que a estrela se recuperasse rapidamente do tombo de antes, gritando por ajuda. Connor foi o primeiro a olhar em sua direção depois de reconhecer de quem se tratava.

— Artêmis! — Pouco segundos depois de gritar, teve de rolar para frente para desviar do golpe de braço do robô gigante.

— Connor, vá atrás dela. Nós cuidamos do robô. — Disse Dead, assentindo com a cabeça para lhe dar a segurança da qual precisava. O terráqueo agradeceu com um olhar confiante e se virou, começando a correr em direção à parede pela qual Artêmis havia sido puxada. O robô até mesmo tentou pará-lo, usando seu próprio braço como barreira, mas custaria mais do que isso para conter o medo que Connor estava sentindo de perder um membro de sua nova família. O terráqueo apontou seus espinhos para frente, e com um pulo, os cobriu com sua energia cósmica, perfurando o metal duro como se fosse um meteoro. Recompondo sua postura, fez o mesmo com a parede de metal, começando a correr pelo corredor escuro a sua frente, iluminado apenas pela luz verde que acompanhava o cristal da esperança. Antes mesmo que o robô gigante pudesse fazer alguma coisa, uma intensa esfera de energia esverdeada foi lançada em direção a sua cabeça, tombando-o contra uma das paredes. Dead sorriu em triunfo. — Vamos acabar com ele.

O hospedeiro da esperança corria solitário em meio ao metal frio, mas seus pensamentos masoquistas insistiam em atormentá-lo com a possibilidade de Artêmis ser perdida para sempre. Não podia permitir a si mesmo falhar de novo. Depois de alguns minutos correndo, o corredor deu lugar a uma grande ponte de mármore, já não sabia mais se estava na nave, mas parecia um antigo templo estelar. “Rosak deve ter integrado à nave para tentar conseguir energia dos símbolos”, Connor teorizou. A ponte acabava em um grande portão, pelo qual um robô ainda maior do que o que atacava os Guerreiros podia passar. A sua frente, Rosak finalmente foi revelado. Uma máquina escura, de forma humanoide e musculosa corria rapidamente sobre a ponte, carregando Artêmis nos braços. Quando sua cabeça se virou para trás, Connor pode reconhecer a face normal dele, como sendo o mestre dos omnykhe. Era exatamente como Persei havia falado: ele estava à beira da insanidade. Porém antes que o terráqueo arremessasse um de seus cristais para neutralizar o inimigo, o metal que o revestia se moldou como o núcleo de suas próprias criações, aumentando absurdamente de tamanho, ficando do mesmo tamanho do robô de antes. Com um tiro poderoso, Rosak destruiu mais da metade da ponte abaixo de si, deixando Connor sem saída, e então usou os propulsores em seus pés para atravessar a grande porta, voando em direção ao céu com a hospedeira da estabilidade em seus grandes ombros. Apesar de saber que cairia num abismo aparentemente sem fim se continuasse, o terráqueo não parou de correr. Sua mente não era preenchida com medo, e sim a essência da esperança, a esperança de que talvez pudesse salvar Artêmis. Em um salto de fé, pulou da beira da ponte, usando sua energia como impulso para um pequeno voo em direção à porta, erguendo a destra rumo ao céu como se pudesse realmente tocar o inimigo. Antes que a gravidade do planeta pudesse puxá-lo para baixo, seus olhos brilharam em um tom mais verde do que já haviam brilhado desde que encontrara o Cristal da Esperança, e todo o seu corpo se cobriu com essa energia. Em um enorme clarão esverdeado, todo o planeta foi coberto com sua influência cósmica.

 


Notas Finais


TÔ FALANDO PRA VOCÊS QUE ESSE ARCO PROMETE...

Não esqueçam de comentar dizendo o que acharam do capítulo!

No próximo capítulo: O que essa explosão luminosa de Connor significa? Como os Guerreiros do Infinito irão enfrentar um omnykhe tão grande? Como um mercenário como Necro conseguiu uma foice tão macabra?


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