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História Os Guerreiros do Infinito - O preço da vitória


Escrita por: LordeKata

Notas do Autor


Primeiramente, quero pedir minhas sinceras e humildes desculpas a TODOS os leitores de Os Guerreiros do Infinito. Antes do dia das mães, eu não pude postar porque eu não tive tempo NENHUM. A escola e alguns outros compromissos estavam esgotando completamente o meu tempo. No outro domingo, foi dia das mães, e eu fiquei o final de semana todo, bem... ocupado com a minha mãe. Desde então, venho tentando resolver essa enorme demanda de compromissos, e parece que cheguei a uma solução. Esse capítulo foi escrito com todo o carinho e dedicação do mundo, espero do fundo do meu coração que vocês gostem. Eu não pretendo mais me atrasar na entrega dos capítulos.

Mais uma vez, me desculpem, e obrigado!

Capítulo 17 - O preço da vitória


Fanfic / Fanfiction Os Guerreiros do Infinito - O preço da vitória

Connor se sentia estranho... a última coisa da qual se lembrava era de ter pulado da ponte e do grande abismo que o separavam de Dr. Rosak e Artêmis, que havia sido capturada pelo maníaco. Mas assim como na inesquecível noite em que se encontrou com o cristal da esperança pela primeira vez, apenas o verde preenchia a sua mente. No entanto, era diferente. Ao contrário da primeira vez, em que se sentia confuso, agora era como se tudo estivesse mais claro, tudo fizesse sentido, e ele finalmente se sentia em harmonia com o guerreiro dentro de si. Em apenas alguns instantes, o terráqueo recobrou a consciência e involuntariamente a energia cósmica verde de seu cristal foi expelida de seus pés, dando ao seu corpo o impulso que precisava para atravessar os enormes portões já destruídos. Pousando do outro lado, Connor se viu em meio a uma enorme plataforma acinzentada, cercado de mar. “Mar? Mas como isso é possível?”, ele pensou. Foi quando olhou para os seus braços, e se deu conta que sua armadura já não estava mais verde. Escamas metálicas brancas cobriam o seu corpo, lhe dando uma sensação de poder jamais sentida antes. Então reparou um pouco mais em seus braços e percebeu que lascas dos cristais que costumava usar como projéteis se faziam presentes sobre a armadura, prontos para serem usados como armas diretas. Além de tudo isso, raízes de árvores começavam a brotar do chão, percorrendo um caminho difícil e estreito entre as rochas cinzas. Elas rodeavam o seu corpo. Connor havia despertado o seu potencial, e a energia foi tanta que foi capaz de dar ao planeta toda a vida que precisava. Com um sorriso determinado de canto, ele apenas se agarrou à esperança de salvar sua companheira, que aumentava cada vez mais. Encarando o céu agora azulado, pôde enxergar a figura metálica e reluzente de Rosak a voar no horizonte, provavelmente em direção a alguma espécie de módulo de fuga escondido. Correndo até a ponta da plataforma, Connor estendeu os seus braços em direção ao inimigo, e eles quase que instantaneamente foram cobertos pelas raízes que ainda se erguiam do solo, formando uma poderosa segunda armadura. Porém a vegetação não parou por aí, as plantas continuaram a crescer em uma velocidade absurda enquanto eram cercadas pela energia cósmica verde do cristal, alcançando em poucos segundos ambas as pernas do mestre dos omnykhe. Levando seus braços brutalmente até o chão, o hospedeiro da esperança foi capaz de trazer Rosak em direção à plataforma, colidindo seu corpo com extrema força contra as rochas, gerando uma enorme cratera. As plantas se recolheram novamente ao seu mestre, e Connor já podia sentir a reconfortante energia de Artêmis mais uma vez. Mesmo sem perceber, soltou um suspiro de alívio ao saber que ainda estava viva. Com a voz mais grossa do que o normal e os olhos preenchidos com o verde de seu cristal, ele proferiu:

— Chega de fugir, Rosak. Você foi inteligente o bastante para criar inimigos formidáveis, mas não consegue nem me enfrentar cara a cara? Posso compreender porque seu povo não gostava de você. — Esse era um lado novo de sua personalidade, que o próprio Connor ainda estava conhecendo. Sua raiva era silenciosa e traiçoeira, pois sabia que o descontrole era inadmissível naquele momento.

— O que você sabe sobre o meu planeta, garoto?! — As rochas que cobriam o corpo aparentemente inconsciente foram arremessadas para todos os lados e Connor teve de se proteger com um escudo de emergência feito com a energia cósmica, ao erguer ambos os braços em posição de X. Rosak se ergueu enquanto pedregulhos ainda caíam das entranhas de seu maquinário. Conforme os raios do Sol daquele sistema tocavam a sua armadura, os olhos de Connor percebiam o quão negro seu metal era, quase como se fosse carvão. Os grandes braços estavam cobertos com inúmeras correntes afiadas, e quatro canhões explosivos se faziam presentes acima de seus ombros. Por fim, a cabeça doentia e pálida de Rosak foi coberta por uma espécie de capacete moldado especialmente para o formato de seu crânio, com o símbolo prateado de Opreshan sobre tal proteção. Se tratava de uma enorme espada, com várias correntes percorrendo a sua lâmina. Como demonstração de que a armadura estava finalmente completa e operante, os olhos de Rosak brilharam em um tom vermelho como o sangue que corria em suas veias.

— Sei o suficiente para acreditar que você foi um monstro capaz de trair o seu povo em prol dos próprios ideais. Seus olhos não me assustam.

— Você não sabe nada sobre mim, mas se é uma luta que deseja... — Rosak soltou Artêmis ao chão, prendendo-a contra as rochas com uma porção de correntes negras que se sobrepuseram a sua pele branca. Ela agora estava inconsciente, provavelmente devido a alguma substância inserida em seu corpo pelo Doutor. — Primeiro irei arrancar este cristal do seu corpo da forma mais brutal que eu puder, e então vou usar como fonte de energia para a minha vingança, assim como farei com a sua namoradinha! — Quando terminou de falar, automaticamente quatro mísseis foram disparados de seu corpo, um de cada canhão, indo em direção a Connor para explodir seu corpo em pedacinhos.

O hospedeiro da esperança, no entanto, já sabia controlar os poderes de seu potencial melhor do que Ashryn, pois sabia algo que ela não soube quando despertou deu poder: basta se agarrar ao sentimento. Ao sentimento da esperança de salvar Artêmis, a esperança de não perder mais uma pessoa tão importante. Connor cobriu a frente de seu corpo com os braços mais uma vez, como se fosse fazer outro escudo cósmico, mesmo sabendo que apenas isso não adiantaria contra tanto poder explosivo. Um atrás do outro, todos os mísseis acertaram sua pele, causando quatro explosões consecutivas e levantando uma enorme cortina de poeira e rochas. Um sorriso vitorioso já se fazia presente nos lábios perverso de Rosak, mesmo que por debaixo da máscara metálica.

— Foi mais fácil do que eu pensei. — Murmurou ele, já começando a caminhar em direção ao seu prêmio. Mas antes que se aproximasse mais de cinco metros do local da explosão, toda a poeira começou a rodear o corpo de Connor, se dissipando pelo ambiente como se estivesse sendo controlada pelo próprio garoto, quando na verdade era a sua energia que o estava fazendo. O terráqueo parecia intacto, mas a cúpula de raízes fortes que havia se formado ao seu redor, nem tanto. Os espinhos brancos de antes agora cobriam completamente os braços do hospedeiro, como enormes e afiadas armas. Como se não bastasse, haviam sido cobertas por uma camada de raízes, fortificadas pela energia cósmica. Com apenas uma investida, Connor desferiu uma estocada com o braço direito bem no peito de Rosak, mandando-o para a borda da plataforma com uma tremenda força. O koetek rangeu os dentes de dor. Mesmo estando coberto por todo aquele metal, pôde sentir até mesmo as raízes se esfregando contra a sua barriga ao receber o golpe. — Maldito...

— Não subestime um guerreiro do infinito. Além disso, não tenho certeza se Artêmis gostaria de ouvir você dizendo que somos namorados... — Começando uma corrida em direção ao inimigo, Connor colocava o braço direito à frente do esquerdo, deixando ambos em posição de ataque. O conflito a distância de nada resolveria, visto que os dois poderiam muito bem resistir aos ataques um do outro. Rosak ergueu os punhos e deixou que as correntes deslizassem por eles, cobrindo-os com o símbolo de seu destruído planeta natal. Com um pulo, Connor jogou o peso de seu corpo contra o inimigo, visando tentar perfurar o metal negro com seus novo espinhos. Agindo rapidamente, Rosak simplesmente bloqueou amos os espinhos com a palma de suas mãos, que eram mais duras que o resto de seu corpo. Com o impacto, uma enorme quantidade de vento foi liberada no campo de batalha, tão forte que foi capaz de levar os dois combatentes aos céus azuis. Usando os propulsores de seus pés, Rosak se elevou ainda mais, aproveitando a abertura gerada em Connor pela surpresa dos ventos para disparar mais quatro mísseis. O hospedeiro, pela sua vez, usou a energia de seu cristal para manter o corpo suspenso no ar, mas já estava ciente de que não tinha mais tempo para desviar dos projéteis, então teria de enfrentá-los. Movendo seus braços espinhosos, lançou vários espinhos menores de madeira, cobertos pela energia cósmica esverdeada da esperança, que dava-lhes um aspecto incrivelmente poderoso. Tanto que foram capazes de atravessar os mísseis, explodindo-os antes do impacto contra o corpo de Connor, e criando um campo de distração entre ele e Rosak. O hospedeiro avançou contra a densa fumaça negra à frente de si, tentando manipular o vento ao teorizar que a rajada de antes havia sido causada acidentalmente por ele. Como esperado, a fumaça contornou o seu corpo, envolvendo-o em uma espécie de casulo ofensivo.

Cobrindo ainda o vento que o cercava com a energia cósmica, se parecia ainda mais com uma grande estrela cadente, viajando pelo espaço para a destruição certa de seu inimigo. Vendo-se em meio ao desespero pela primeira vez em toda a sua vida, Rosak foi forçado a empurrar a camada externa de seu corpo como um escudo, exatamente como os seus subordinados costumavam fazer. Foi então que Connor foi capaz de ver a cena mais horrenda de todas. O corpo magro e pálido de Rosak prendia-se aos circuitos da máquina negra pela sua própria carne. Os fios e placas metálicas entravam em sua pele sem nenhuma piedade, causando-lhe uma dor constante e usando sua própria energia química como uma das maiores formas de manutenção. O sangue seco se espalhava pela carcaça interna, mas era como se seu organismo já tivesse se acostumado à sensação de tortura, e de alguma forma os dispositivos sobre seu peito proporcionavam mais energia à armadura, então ela nunca deixaria de funcionar. Ao menos não por isso. Em seu peito, os quatro mais grossos cabos de metal se encontravam, formando uma esfera de estática azulada. Connor quase se deixou levar por aquela visão, mas sabia que podia ser somente mais um dos truques emocionais fajutos de Rosak para persuadir os seus inimigos. Ainda assim, tanta dor em prol da vitória? Não parece valer a pena. Finalmente, a estrela cadente atingiu a carcaça externa, e o brilho do conflito brilhou no céu como um segundo Sol. Os outros guerreiros certamente teriam visto se não estivessem cobertos pelo teto da nave caída. Connor passou a manipular sua energia a distância, mantendo-a em contato ofensivo com o metal, enquanto se agarrou em uma das placas externas, usando-a de impulso para conseguir passar pela barreira. Estando frente a frente com o corpo frágil de Rosak e se apoiando na parede de metal atrás de si, o terráqueo quase chegava a ter pena.

— Por que fez isso a si mesmo, Rosak?

Dr. Rosak nunca foi um homem de negar os seus erros, mas ele raramente errava. E saber que havia ido longe demais ao implantar permanentemente seu corpo a uma máquina era um de seus maiores fardos desde a destruição de Opreshan. Por isso suspirou de leve, e um olhar melancólico tomou conta de sua face. — A vitória custa caro, garoto... eu estou preso a essa máquina, e fui obrigado a me acostumar com a dor. Por isso... eu não posso deixar você vencer. — Os lábios sorriram mais uma vez em perversidade, e a energia da esfera estática de seu peito se libertou como serpentes selvagens, atingindo Connor com uma intensa descarga elétrica, fazendo-o gritar de dor. Pensando rápido, o terráqueo direcionou sua mão ao solo da plataforma e fez com que uma enorme raiz se erguesse em direção à esfera metálica, enrolando-se nela e a jogando para o chão. O aumento da distância libertou o hospedeiro da descarga contínua e consequentemente do lado interno da carcaça. Suspenso no céu, Connor decidiu aproveitar que o tempo da queda livre não era pouco e apontou ambos os seus espinhos em direção a Rosak, deixando que a força da gravidade de Asmora carregasse o seu corpo. A ponta de seus espinhos cortava o vento de forma brutal, ao mesmo tempo que o elemento se reunia ao seu redor, contornando seu corpo em um movimento rotacional. Connor também cobriu a si mesmo com uma camada da energia cósmica verde de se cristal, e fez com que as raízes de seus espinhos se unissem em um novo espinho, maior que os outros dois. Como um cometa destruidor, rumava a caminho de Rosak.

— Dirigentes Stella! — Parecia a coisa certa a se dizer. Então toda a energia que o circundava deu um forte impulso, chocando-se instantaneamente com o inimigo enquanto ele ainda caía, encurtando sua viagem ao chão e causando uma luz ainda mais forte do que a anterior. Quando o clarão finalmente passou e os olhos de Connor se adaptaram ao novo nível de luminosidade do local, pôde ver o que fizera. Seu ataque foi tão forte que foi capaz de atravessar a barreira externa da carcaça, anular a energia entre os cabos metálicos e ainda perfurar o peito pálido do próprio Rosak, saindo do outro lado da armadura. O homem cuspia sangue, e os olhos naturalmente avermelhados emitiam fúria. — Você conseguiu mesmo vencer todo o seu planeta assim? — O terráqueo zombava, levemente ofegante.

— Eu usei... — Rosak foi interrompido por uma onda de sangue saindo de sua boca. — Uma coisinha que ainda não usei com você...

— De qualquer forma, não tem como você faz... — Antes que Connor terminasse a frase, as correntes que estavam do lado de fora da armadura se ergueram e amarraram-se imediatamente ao corpo dele, jogando-o para longe com uma força descomunal que Rosak ainda não havia usado. As correntes abraçaram o corpo de seu mestre, erguendo-o da armadura caída e arrancando todos os fios e cabos de sua pele, fazendo com que um pequeno rangido de dor escapasse de seus lábios secos. Quando o metal frio das correntes passou pelo ferimento causado pelo golpe de Connor, emitiu uma energia que curou seus tecidos corporais, como se o ferimento jamais tivesse existido. As correntes cobriram todo o corpo de Rosak, deixando a imagem vazia de um triângulo em seu peito. Então derreteram-se sobre sua pele, como os núcleos dos omnykhe. Uma nova e lisa armadura foi formada. O triângulo então se preencheu com a mesma estática que antes se fazia presente no peito de Rosak. Estava tentando imitar a Pirâmide Matriz, a qual há tanto procurava.

— Humano tolo... achou mesmo que eu estava usando todo o meu poder contra você? Eu admito que fui tolo em achar que não seria necessário, mas você provou o seu valor. Sinta-se honrado. — Estendendo novas e brilhantes correntes de seus dedos, Rosak chicoteou o corpo ainda abalado de Connor com uma descarga de energia vinda diretamente de seu peito. Enquanto recebia a energia, o terráqueo teve a ousadia de agarrar a corrente, começando a usá-la como condutora de sua energia cósmica. A eletricidade assumiu um tom esverdeado, ficando a comando do hospedeiro da esperança. Foi quando ele viu uma brecha para puxar com toda a sua força o metal em suas mãos, trazendo consigo o corpo do inimigo. Infelizmente, a nova armadura deixava a mente insana do Doutor mais atenta e astuta, então ele não tardou em pensar numa nova estratégia, já desferindo um potente soco carregado de energia interna da armadura contra Connor, que pôde saltar a tempo e se apoiar sobre a mão metálica. Então deu mais um pulo somente com a perna direita, desferindo um chute coberto de raízes cósmicas contra a cabeça metálica, fazendo com que Rosak se afastasse, cambaleando de leve. O maníaco então partiu para cima do hospedeiro mais uma vez, usando a lateral de seus braços como maior arma. Como eram extremamente duras, podiam jogar o jovem Connor para longe com uma incrível facilidade. Porém tanto metal acabava deixando os movimentos de Rosak lentos, facilitando a esquiva do terráqueo. Mas ficar esquivando para sempre não adiantaria nada, afinal a nova armadura tinha ainda mais energia do que a anterior. Os espinhos de Connor agora não poderiam causar dano o suficiente, até mesmo sofriam o risco de serem quebrados. Então o hospedeiro os desfez em uma pequena repulsa de energia, afastando por um breve momento Rosak de si.

Com os punhos cobertos pela armadura branca mais uma vez, usou as raízes de seu potencial para que cobrissem as escamas esbranquiçadas, juntamente com uma camada contínua do vento do ambiente e uma força extra da energia cósmica de seu cristal. Em um salto, desferiu um forte soco de direita contra a cabeça de seu inimigo, chegando a causar uma rachadura leve na lateral do capacete. Enfurecido, Rosak nada disse, apenas recompôs sua postura e balançou os braços de forma que uma nova maré de correntes fosse em direção a Connor. As correntes tinham uma descarga elétrica muito mais alta do que antes, e por isso era arriscado demais tentar resistir à eletricidade. Então ele decidiu combater fogo com fogo e comandou as raízes do chão para que se erguessem em direção aos elos metálicos, quase como correntes de madeira e plantas, sempre ajudadas pelo reforço cósmico da esperança. Entrelaçando as raízes e o metal, Connor e Rosak acabaram por ficar imóveis sobre as rochas acinzentadas da plataforma, presos por suas próprias armas. — O que você fez?! Não vê que vai condenar nós dois?!

— Nós podemos estar presos, mas ainda há uma pessoa que eu quero que você conheça...

Connor fechou os seus olhos e suspirou profundamente, seguro de que o maníaco não tentaria nada, afinal, estava tão preso quanto ele. O símbolo estelar do povo de Asmora que antes havia sido implantado no corpo do terráqueo como auxílio contra os omnykhe finalmente saiu de sua pele em forma de energia mais uma vez, grudando-se às raízes do solo. Em um brilho dourado, elas começaram a crescer em uma velocidade absurda, formando um grande e musculoso corpo humanoide. Mais alto do que os dois lutadores, a criatura orgânica tinha o símbolo das estrelas esculpido em seu peito, e os olhos emitiam um brilho de fúria jamais visto antes. A essência cósmica de todos os ancestrais daquele planeta estava presente naquele ser, e eles estavam prontos para terminar a sua vingança. Se não fosse pela ligação emocional de Connor com o planeta, jamais teriam conseguido.

— Você pode conhecer todos eles por milhares de nomes... mas todos têm algo em comum: você foi o causador de sua ruína. Dr. Rosak, quero que conheça... a Fúria de Asmora.

Com um grito raivoso, as raízes simplesmente jogaram seu braço direito em direção à armadura de metal, pressionando-a com um força incrível contra o solo, e fazendo com que a madeira penetrasse pelas entranhas da carcaça. Dentro de sua proteção, o velho gritava de desespero, e mesmo que estivesse cercado da mais avançada tecnologia, Connor ainda podia ouvi-lo. As raízes entraram em sua pele e perfuraram lentamente as suas veias, injetando em sua corrente sanguínea a própria energia estelar da forma mais nociva possível, fazendo com que seu corpo começasse a queimar de dentro para fora, com o mesmo fogo cósmico que Ashryn usara contra seu tio, Caladiel. Se rendendo à morte de seu mestre, as correntes que compunham a armadura voltaram a derreter, porém dessa vez morreram, na forma de metal líquido sobre a pele quase podre de Rosak. Suas veias se tornavam arroxeadas em meio à palidez de sua epiderme conforme o veneno vingativo se espalhava, e ele encarava Connor com um semblante de revolta.

— Você pode ter conseguido me derrotar, garoto... mas a substância que eu inseri no corpo de sua namorada ainda vai matá-la em poucos instantes... só assim você entenderá o quão alto é o preço da vitória! — Rosak finalizou, com uma risada paranoica. O triângulo de estática misteriosamente ainda permanecia em seu peito, e se tornou vermelho. Vermelho sempre é uma cor de alerta. Deduzindo que o inimigo iria se autodestruir, Connor se apressou em soltar as raízes que não mais o prendiam, e correu em direção ao corpo de Artêmis na borda da plataforma. Manipulando a madeira de Fúria de Asmora, moldou-a de forma que fizesse uma grande barreira para a explosão futura. Como se não bastasse, protegeu o corpo de sua companheira com o seu próprio, abraçando-a fechando fortemente os olhos. Usando toda a manipulação sobre o vento que possuía, fez uma corrente contínua atrás de si para tentar desviar a energia que viria a seguir. Nesse exato momento, Yin e os outros chegaram aos portões da plataforma, depois de muito esforço para passar pela ponte quebrada. Atrás deles, degraus de escuridão solidificada denunciavam o auxílio essencial de Aelin. Alec, astuto como sempre, foi o primeiro a perceber que Rosak estava prestes a explodir, e ignorando todos os outros elementos estranhos no local, abriu seus braços e cobriu todos com a melhor barreira de gravidade que pôde fazer na hora. Um forte clarão teria cegado todos se não estivessem sendo protegidos, e o impacto da explosão foi sentido. Muitas rochas da plataforma foram elevadas aos céus, sendo jogadas contra a barreira de Alec. Ele teria perecido se Aelin não tivesse colocado a mão sobre o seu ombro, ajudando-o a manter sua energia com o auxílio cósmico de seu cristal. O fogo proveniente da explosão queimou quase toda a barreira formada pela Fúria de Asmora, e foi aumentado pela corrente aérea de Connor, mas logo começou a contorna-la devido a sua velocidade.

Quando tudo passou, felizmente todos estavam bem, e Alec foi capaz de desfazer a sua barreira, ofegante. Mas o corpo de Artêmis ainda permanecia desacordado, enquanto Connor abria novamente os seus olhos para encarar a bela garota, quase sem esperança, algo que não podia acontecer. A mão deslizou para o rosto delicado dela, acariciando sua pele enquanto lágrimas tentavam descer de sua face.

— Eu não vou deixar. — Um brilho esverdeado começou a sair de seus dedos, transmitindo a energia natural de Connor para dentro do corpo de Artêmis, onde o garoto buscava identificar a substância venenosa e neutralizá-la. Yin, ao perceber o que ele fazia, quis se aproximar para ajudar, mas foi impedido pela mão de Dead em seu ombro, que negou com a cabeça. Aquilo era algo que Connor devia fazer sozinho.

Enquanto a energia do hospedeiro da esperança tentava incansavelmente buscar a vida da hospedeira da estabilidade, Connor a apertava em um abraço carinhoso, levando os lábios a sua testa e beijando sua pele com a maior gentileza do mundo. Se esforçando um pouco mais, a energia aumentou, gerando um campo esverdeado ao seu redor. — Não você... — Connor murmurou. A energia era tanta que acabou por fazer brotar uma flor na lateral de seus fios de cabelo. Se tratava de uma delosperma da cor azul, em que o centro amarelado refletia perfeitamente a luz do Sol.

Logo a influência natural no organismo da garota foi capaz de encontrar a ameaça e neutralizá-la com substâncias protetoras, e Artêmis abriu os seus olhos quase que instantaneamente, em um suspiro desesperado por oxigênio. Connor sorriu radiante, mantendo os braços ao redor de seu corpo e olhando diretamente em seus olhos.

— Fico feliz que tenha voltado.

— Como se você fosse sobreviver muito sem mim, Connor. — Disse ela ainda levemente ofegante, dando um toque levemente sedutor ao dizer seu nome, o que o fez arrepiar-se, obviamente. Por sorte ela não podia ver nada por debaixo da armadura branca. — Parece que não queria mesmo que eu fosse embora... — A garota deslizou lentamente os dedos pelo peitoral dele, com um sorriso de canto.

— Não vai se livrar de mim tão cedo.

— Não sei se quero. — Sussurrou e deu uma piscadela, se erguendo com calma e se apoiando nele com o braço direito.

Assim que estavam de pé, Lylith sussurrou para os outros Guerreiros:

— Acho que não estaremos mais segurando vela se formos agora...

Riram baixinho e enfim adentraram na área da plataforma, caminhando ao encontro de Connor e Artêmis. Dead foi o primeiro a olhar o hospedeiro de cima a baixo, sorrindo satisfeito.

— E você tinha dúvidas de alcançaria o seu potencial. Vejo que o que fez aqui foi completamente incrível.

— Eu não poderia perder qualquer um de vocês. — Respondeu Connor, enquanto a camada branca de sua armadura começava a se dissipar pelo ambiente em forma de energia, dando lugar a sua armadura convencional mais uma vez.

— Eu consegui ver o seu despertar do outro lado da nave, parece que você deu vida ao planeta inteiro. — Adicionou Yin.

— Falando nisso, do que aquele cara que você enfrentou era capaz? — Perguntou Ashryn com a sobrancelha arqueada e os braços cruzados, como se fosse a mulher dele, perguntando o que havia feito a noite toda. O pobre kloeru quase se submetia a tanta pressão psicológica.

— Acho que teremos bastante coisa pra discutir na nav... espera... como vamos sair daqui? — Akemi se tocou, arregalando os olhos em preocupação.

— Não se preocupem! Eu consigo ativar a parte frontal da nave do Rosak! — Lylith exclamou, animada com a possibilidade de explorar a tecnologia koetekiana.

De volta aos campos agora verdes onde a nave de Rosak havia caído, todos os Guerreiros já estavam na parte frontal da nave para a decolagem, menos Connor, Artêmis e Persei, que ficavam do lado de fora.  As raízes remanescentes de Fúria de Asmora haviam sido restauradas a sua forma original por Connor, e o brilho nos olhos da criatura era de uma paz imensa.

— Eu e... Fúria de Asmora, como eles preferem ser chamados, ficaremos aqui para cuidar e repovoar Asmora, graças a vocês, Guerreiros do Infinito. — Proclamou Persei.

Connor fez uma reverência em devoção, sorrindo logo em seguida. — Eu devo muito a esse planeta, esse é o mínimo que eu poderia fazer. Espero que possamos nos encontrar novamente em breve.

— Estaremos sempre conectados. — Então os dois apertaram firmemente as mãos, e Connor se virou para a nave.

— Se me dão licença, preciso energizar o reator. — Riu de leve, começando a andar.

— Então, princesa de Asmora... — Persei estava se referindo à Artêmis. — Tem certeza que não vai ficar aqui?

— Ah, eu gostaria muito, Persei... mas devo completar a minha missão. Creio que Asmora não poderia pedir por um novo rei melhor do que você. — Artêmis deu um sorriso sincero. — Além disso... como meus pais me disseram... eu encontrei um novo alguém para amar... — Ela murmurou para si mesma, levando os dedos delicados até as pétalas azuladas da igualmente bela flor que Connor havia criado em seus cabelos.

Com todos já dentro da nave, Alec estava na cabine de comando ao lado de Lylith, que segurava os últimos circuitos para ignição dos motores.

— Todos prontos? Segurem-se! — Gritou o cruygark, puxando ambas as alavancas, sinal do qual a marciana precisava para ligar o sistema. Com uma forte explosão flamejante, as turbinas se acenderam depois de tanto tempo, mas não teriam conseguido nada sem a energia cósmica de Connor no gerador. Com certo esforço, aquela parte da nave conseguiu se erguer do solo, e em um único impulso, voou para fora de Asmora, uma última vez. Lá do solo, Persei e Fúria acenavam em despedida.

Já em meio ao espaço sideral, todos os Guerreiros estavam reunidos no pátio principal da nave, discutindo suas aventuras em Asmora. Alec estava na cabine de comando, apreciando a vastidão do cosmos, sozinho. Aelin se aproximou do cômodo ao sentir sua falta na conversa, e o analisou de cima a baixo, mordendo o lábio inferior lentamente. Um sorriso de canto surgiu em seus lábios, e ela disse da forma mais sedutora possível:

— Pra onde vamos agora, bonitão?

Alec riu de leve, já esperava quilo da marciana, mas não era como se não tivesse gostado. — Se lembra de quando Yin se conectou à mente de Rosak e disse que ele estava querendo ir para um planeta frio... cheio de metal?

— Acho que sim. — Ela se aproximou dele, encarando com olhos curiosos a escuridão à frente.

— É onde o Cessum pode estar. Lylith precisa dele. Já encontrei o planeta mais próximo daqui que bate com essas características, e tracei nossa rota. Com dois guerreiros atingindo seu potencial... acho que estamos preparados.

— Contanto que fiquemos juntos.

Alec arqueou a sobrancelha esquerda como se não conhecesse a garota ao seu lado, e a olhou com um sorriso irônico. — O que é isso? Pensei que não gostasse de nós.

— O que posso fazer? Vocês me irritam tanto que uma hora acabo começando a gostar. — Um sorriso pequeno e sincero escapou de seus lábios, e eles riram.

Muito longe dali, na zona planetária conhecida antes como Astatine, uma camada prateada e volátil cobria grosseiramente a grama que um dia já fora azul. Dentro de uma enorme cúpula metálica, uma enorme espada estava fincada no chão negro, e um olho cibernético vermelho em seu cabo brilhava intensamente... esperando.

[EPÍLOGO]

[FUTURO]

A chuva caía sobre a parte destruída da cidade de Tóquio naquela noite, e Kaito Kazuya estava quase em seu limite para que não fosse tomado pelo poder da Pirâmide Matriz. Finalmente, a armadura do deus dos koetek cobria o seu corpo. Sua pele era protegida por um metal negro e prateado, com detalhes rubros sobre o seu peitoral e verdes em sua face. Seu maior inimigo ainda permanecia em sua frente: Rosak usava o poder das lendárias correntes koetekianas para destruir tudo o que via pela frente, mas a insanidade o consumia mais a cada segundo que passava.

— Você não é digno de tanto poder! Você sequer é um koetek!

— O portador da pirâmide certamente seria um koetek... — Kaito fechou os seus olhos, podendo sentir em suas veias a raiva de cada koetek morto na guerra revolucionária contra Rosak. Ergueu a arma de fogo que segurava na mão direita e a apontou para o corpo de Rosak, enquanto os orbes verdes de seus ombros começavam a flutuar envolta do cano, gerando uma pequena esfera de energia. — Se você não tivesse matado todos eles! — Apenas um disparo laser foi necessário para que a esfera se expandisse a um tamanho inimaginável de energia, atingindo em cheio o Doutor, e transformando todo o seu corpo em cinzas depois de uma explosão.

 


Notas Finais


Sim, a imagem da capa do capítulo ilustra a armadura robótica de Doutor Rosak antes de usar as correntes para fazer uma nova e melhorada armadura.

Ilustração do cabo da espada em Astatine: http://payload13.cargocollective.com/1/3/125246/2571594/r1beauty_860.jpg

Ilustração mais detalhada do olho cibernético na espada: http://b.rarewallpapers.com/media/wallpapers_1024x600/1/robot-eye-3613.jpg

Ilustração de Kaito Kazuya no prólogo: http://data.1freewallpapers.com/detail/robot-warrior.jpg

Jornal da ficha de Kaito Kazuya: https://spiritfanfics.com/perfil/vcep2/jornal/kaito-kazuya-piramide-da-morte--gifted-8626853

Flor criada no cabelo de Artêmis: https://iloveflores.com/wp-content/uploads/2015/10/Flor-Azul-2.jpg

OBS: Capa editada porque a anterior tinha um "pequeno" erro...

No próximo capítulo: Finalmente, o retorno de Sateriasis Venomania, Infinito Reverso e Imperador Rypt!


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