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História Os Guerreiros do Infinito - A conspiração dos Elfos Sombrios - Final


Escrita por: LordeKata

Capítulo 9 - A conspiração dos Elfos Sombrios - Final


Fanfic / Fanfiction Os Guerreiros do Infinito - A conspiração dos Elfos Sombrios - Final

O fogo que rodeava Ashryn, a portadora do cristal da guerra, parecia ser mais quente do que o próprio inferno, mesmo para a entidade cósmica sombria que se encontrava a sua frente, possuindo seu já falecido tio: Obscurus. Ao mesmo tempo que estava hesitante em enfrentar a mulher em um combate aberto, não podia deixar de admitir que também estava animado com a ideia, há muitos anos não enfrentava um guerreiro digno de toda a sua força, embora soubesse que podia fazer pouco num hospedeiro fraco como aquele, ainda mais agora, que seus poderes haviam se unido mais uma vez. O corpo de Agis foi destruído completamente por Connor, Aelin e Artêmis, numa nova descoberta de como suas relíquias nas armaduras do infinito funcionam.

Akemi olhava sua companheira de batalha levemente assustada, nunca havia imaginado que os cristais que continham poderiam ter tanto poder assim, mas ela ainda não havia despertado o seu potencial, não podia interferir. Por isso, se escondeu atrás de uma rocha grande o bastante para cobri-la quando agachada. Agora eram só tio e sobrinha no campo de batalha. O corpo acinzentado de Caladiel cedia cada vez mais à influência sombria de Obscurus, resultando me rachaduras em sua pele, como se estivesse se quebrando. Ashryn apertou os seus punhos, olhando firmemente em seu inimigo. Cheia de fúria, indagou:

— O que você fez com o meu tio?!

Com um sorriso perverso no rosto, Obscurus ergueu sua espada que antes emitia um brilho intenso, e a apoiou em seu ombro direito. — Eu não fiz nada, garota... ele veio até mim, procurando por vingança... eu ofereci o que ele queria. E ele aceitou. Não passou de um trato, ele estava ciente do que aconteceria o tempo todo... e em momento algum sequer pensou em voltar atrás. Até mesmo quando você, sua querida sobrinha, foi jogada ao longe pelos seus braços fortes pela minha influência corrupta...

— O que você ganha com tudo isso?!

— O que mais uma entidade sombria como eu poderia querer? Vamos, você não é tão burra, consegue pensar em alguma coisa...

— Cale a boca e responda a minha pergunta! — Como forma de ameaça, ela direcionou sua destra à floresta ao lado correspondente, e com um estalar de dedos, ateou fogo nas folhagens, este que rapidamente começou a se espalhar.

Os olhos ágeis de Obscurus acompanharam seus movimentos e ele fingiu estar com medo, erguendo ambas a sua mão livre de forma irônica. — Que medo... onde está aquela garotinha simpática que acredita que todos têm um bom coração?

Ashryn rangeu os dentes, e disse baixo: — Você a enterrou junto com a época em que meu tio era bom...

— Seu tio nunca foi bom! — Ele respondeu com uma gargalhada. — Eu me alimento da escuridão dos seres vivos, pequena... mas eu não crio elas, isso não tem graça... porque aí eu estarei consumindo a minha própria energia... não, não... eu procuro por todo o universo seres com tanta escuridão em si, que seriam suscetíveis ao que eu tenho a oferecer, e normalmente, não demoro muito a encontrar. Seu tio foi um deles. Ele veio até mim buscando por vingança, e eu a concedi. Isso não só fez com que a sua escuridão aumentasse, mas também infectasse outros elfos... os tais elfos sombrios que você conheceu hoje? Eles já foram cidadãos de bem de Elenyn. Mas quando se aproximaram do seu tio, tudo mudou... e eu pude ficar satisfeito com a energia corrupta que eles me proporcionaram. Agora, imagine o que eu poderia fazer se tivesse os seus cristais?! Ah, eu não iria mais precisar desses hospedeiros fracos, que nem sabem lidar corretamente com o meu poder! Eu teria o meu próprio estoque infinito de escuridão, e seria mais forte do que nunca! E então finalmente eu poderia governar sobre tudo, e todos... eu seria eternamente satisfeito.

— Você não vai conseguir pôr as suas mãos nos cristais.

— Talvez não hoje, nem amanhã... mas um dia, minha cara. Agora! Vamos nos focar em arrancar o seu coração.

Com um corte vertical de cima para baixo com sua lâmina, a mesma energia solar usada por Caladiel antes de ser possuído foi expelida em uma onda, porém, antes que atingisse Ashryn, sua coloração dourada mudou para um tom arroxeado, e o ambiente ao seu redor começou a ser destruído só com a sua simples presença. A garota ainda não sabia controlar muito bem o auge de seus poderes, havia despertado seu potencial apenas há alguns minutos, e, bem lá no fundo, ela estava em choque. Por isso não pôde se defender da rajada de energia e acabou por ser atingida, sendo jogada na madeira da árvore mais próxima. Suas costas bateram contra a planta, e ela conteve o grito de dor. Sabia que não podia dar ao inimigo o prazer de saber que estava sendo machucada. Caiu ao chão ajoelhada e se ergueu novamente, abrindo a boca com um suspiro de esforço após ter superado a dor. Bater contra uma árvore não era tão doloroso, mas ser arremessado contra ela por uma onda de energia solar corrompida? Isso é diferente. Ao comando de sua mente, suas relíquias em suas costas se separaram em duas partes. O símbolo que cobria sua armadura, na verdade representa a guerra. É formado por uma engrenagem, uma espada, e duas asas afiadas. Tal símbolo assume uma forma mais clara nas costas de Ashryn, servindo como mecanismo de voo. Porém as asas afiadas se separaram do resto e diminuíram o seu tamanho, chegando até às mãos da portadora. Ao pegar suas armas, ela pôde ver que não eram duas lâminas, e sim várias, formando um par de leques vermelhos em seus dedos. Sorriu triunfante com a ideia, e se colocou em posição de combate. Estava começando a entender como seu potencial funcionava, só precisava desejar do fundo de seu coração, mantendo seu estímulo em mente. Abrindo seus leques, uma intensa onda de fogo saiu de seus vãos, formando leques maiores. Mas a mente inteligente de Obscurus sabia que aquilo não era fogo comum. Um fino, mas visível feixe de fogo era notável atrás da garota, energizando sua armadura. Acompanhando esse feixe, ele pôde ver que vinha diretamente do Sol. Tendo aprendido um pouco sobre manipulação da energia solar com as informações de Caladiel, a entidade deduziu que Ashryn estava comandando o fogo cósmico, que é absorvido do espaço profundo, de objetos celestiais, como meteoros, estrelas, e etc. Como esse fogo queima no espaço, não necessita do consumo de oxigênio, e é bem mais poderosos do que os outros tipos de fogo. Ele pode queimar tudo, e isso assustava a entidade. Tanto que ele recuou um passo, mantendo sua posição de luta, suando frio. Ashryn percebeu isso e avançou, segurando firmemente os seus leques, mas não tinha ideia do que estava manipulando. Cheia de confiança, ela disse:

— Liberte o meu tio, e eu não vou te atacar com essas coisas!

Naquele momento, ficou claro para a entidade que sua inimiga não sabia o poder que tinha em mãos, e aquilo podia ser explorado.

— Você não vai querer me acertar com isso, garota... destruiria qualquer vestígio do seu tio que possa ter sobrado aqui dentro... — Então Obscurus forçou a sua corrupção para trás, e o corpo de Caladiel voltou ao normal, como se nunca tivesse sido possuído. Sua voz também era a mesma do tio de Ashryn, que clamava: — Sobrinha... me perdoe pelo que eu fiz... esse monstro está me aprisionando... eu preciso da sua ajuda!

A pobre garota não fazia nem ideia que aquilo era um truque, afinal sempre fora parte de sua personalidade enxergar a possibilidade de um coração bom, mesmo nas pessoas mais cruéis, e é claro que isso inclui seu tio, e a própria entidade escura que estava enfrentando. Inocentemente, ela se aproximou do suposto Caladiel, e quando ia lhe tocar, a corrupção voltou, e Obscurus bruscamente solidificou uma prisão de escuridão ao seu redor, cobrindo-a de energia negra que daria uma descarga elétrica em seu corpo se tentasse sair. Tremendo de fúria, Ashryn gritou, e as chamas quase foram capazes de derreter as paredes, isso se ela não tivesse levado um choque, e ajoelhado no chão. Se aproximando da jaula em passos lentos, ele prendeu em correntes de sombra qualquer um que pudesse atrapalhar, isto é, Alec, Aelin, Dead e Yin, que estavam lá atrás, já que os outros guerreiros ainda estavam desacordados pelo corte escuro de antes. Relutantes, eles tentaram quebrar o metal escuro a qualquer custo, mas nem um elo da corrente era partido. Alec rangeu os dentes, murmurando:

— Droga...

A criatura colocou sua destra sobre as paredes, e começou a manipular a energia escura que preenchia o pequeno cubículo para a extração do cristal. — Diga adeus, minha querida sobrinha... — Imitou uma última vez a voz de seu tio, para ter o prazer de lhe deixar irritada. Mas ela sabia que nada podia fazer, por isso começou a se conformar que esse talvez fosse o fim.

Mas Obscurus se esqueceu do primeiro motivo que o deixou animado para uma luta. Akemi, a portadora do cristal da paz, tomou coragem e fez o que precisava ser feiro. Saiu da rocha que a estava cobrindo, e, segurando sua auréola de luz, a fincou na barriga do Caladiel possuído, girando-a no sentido horário. O movimento de rotação gerou uma explosão luminosa que o lançou ao longe, desintegrando boa parte de seu estômago. Suas energias foram sugadas, e a prisão que prendia Ashryn foi desfeita. Akemi correu para o encontro de sua companheira e se ajoelhou ao seu lado, repousando ambas as mãos em seu braço direito.

— Você está bem? — A voz serena e fofa da hospedeira era assim com todos, ela sempre gostava de ajudar, e todos os acorrentados suspiraram de alívio com isso, principalmente Yin. Caminharam até elas, e Lylith foi a primeira a perguntar:

— Mestra Ashryn! Como você conseguiu fazer tudo isso sozinha?

Mas antes que ela tentasse ao menos formular uma explicação, Alec esfregou o queixo com a destra. — As armaduras do infinito são ativadas a partir da primeira memória do símbolo de cada hospedeiro. Então o potencial que Ashryn despertou... provavelmente é ativado a partir de uma memória ainda mais forte. Provavelmente a cena de Caladiel e seus lacaios tentando nos matar. Mas eu não faço ideia de como ela consegue manipular um fogo como esse...

Dead deu um passo à frente e abriu bem os seus olhos, cujas pupilas se transformaram nas de uma águia mais uma vez. — O espírito que cerca esse fogo, é incrível... é como se viesse do próprio cosmos...

— O que importa é que ela está bem. — Disse Yin em meio a outro suspiro, mas quando percebeu que todos o encaravam, rapidamente desviou seu olhar para os arbustos onde os outros guerreiros haviam caído. — Olhem! Acho que eles acordaram! — Ele não tinha certeza, mas era a melhor escapatória no momento.

Porém, a sorte estava a seu favor, e Connor, Aelin e Artêmis levantaram do solo, com as mãos nas cabeças. Suas armaduras já não estavam mais ativadas. Caminharam meio vacilantes até onde os outros estavam se amontoando.

— O que aconteceu? Parece que um ônibus atropelou a minha cabeça...

— Deixe de ser mole...

— Nós dois fizemos mais do que você, senhorita rebelde...

Disseram, respectivamente. Aquelas poucas palavras foram necessárias para que Artêmis e Aelin trocassem olhares mortais que, sem dúvida, só as mulheres sabem fazer. Mas antes que todos pudessem rir daquilo, o corpo aparentemente morto de Caladiel se ergueu. A cena era completamente grotesca. Seu estômago estava desintegrado, seus órgãos internos pendiam para fora, e sangue negro saía de sua boca. Quando analisado por tempo o suficiente, é possível notar que seu interior é feito somente de escuridão e energia negra. Essa parte de seu corpo foi coberta com uma espessa camada de escamas sombrias, como se os órgãos nem desempenhassem suas funções para manter o organismo funcionando. Antes que qualquer um pudesse fazer alguma coisa, Ashryn se ergueu e abriu seus leques novamente, invocando as chamas cósmicas mais uma vez. Apesar do grande peso em sua alma, seu coração dizia que se Caladiel iria morrer, ela devia ser sua assassina.

— Eu vou finalizá-lo...

— Me finalizar?! — Mais uma gargalhada foi dada. Ele ergueu sua destra, e o sabre solar que havia sido largado devido ao impacto voou para sua mão. — Eu sou Obscurus, garota! Você não pode me finalizar. Você é a única dos seus amiguinhos que ainda tem energia, e ainda assim, não faz ideia do que fazer com ela.

Sem mais delongas, Ashryn partiu para cima dele, desferindo um corte vertical de cima para baixo com o leque direito, pretendendo atingi-lo. Antes que ela começasse a correr, ele já havia coberto sua espada com a energia negra do Sol. Obscurus tentou se defender com essa mesma energia, porém com o simples contato com o fogo cósmico, sua camada sombria começou a se desintegrar. Rapidamente, pulou para trás e correu até a sua retaguarda, pretendendo atingir as suas costas. Porém, a hospedeira da guerra se defendeu com o leque esquerdo, jogando-o um pouco longe. Obscurus se desfez em escuridão e dissipou-se pelo ambiente, a garota não podia vê-lo, mas ficou atenta. Havia conseguido um pouco de experiência em batalhas como aquela, afinal já havia presenciado inúmeras guerras caóticas em seu planeta. Subitamente, ele surgiu acima dela, e tentou acertar a sua cabeça, porém, suas chamas foram mais rápida, e ela pôde bloquear seu golpe, atingindo-o com uma explosão, liberando o fogo de seus leques por alguns instantes. A entidade teria sido vaporizada se não fosse pelo escudo de escuridão feito no último instante. Ele sabia que não podia fazer muita coisa naquele hospedeiro, então teria que mandar tudo o que tinha, de uma vez só. Curvou a sua espada para o lado, e começou a absorver a escuridão do local, fazendo com que um redemoinho de energia escura se formasse ao redor da lâmina, acompanhando sua trajetória, como se fosse bem maior do que realmente era. Ashryn apenas deu o comando de seu desejo a sua armadura, e o golpe começou a ser preparado. Seus leques abaixaram a projeção flamejante e levitaram a sua frente, ficando em posição verticalmente opostas. Quando Obscurus deu um pulo em sua direção e ia atingi-la, uma densa rajada de fogo cósmico foi solta pelo vão presente entre o par de leques, desintegrando tudo em seu caminho. Porém, antes que o fogo lhe atingisse, a entidade se transformou em escuridão mais uma vez. E assim, quando a poeira abaixou, a garota pensou que havia derrotado seu tio, tanto que deu um suspiro de alívio. Mas ele reapareceu atrás dela, colocando a espada ainda coberta de energia em seu pescoço. Ashryn gelou. Connor deu um passo à frente e estava pronto para usar o pouco que as aulas de judô lhe ensinaram para comprar tempo a sua companheira, mas ela disse, decidida:

— Não interfiram. Esse é o meu destino.

— Alguma última palavra, sobrinha? — Enquanto Obscurus estava ocupado demais se deliciando com aquela situação, seus sentidos falhos pela batalha não puderam notar uma pequena camada de fogo nascendo nos dedos dela e caminhando pelo seu corpo até a engrenagem que ainda estava em suas costas. Foi só quando a peça emitiu seu brilho cósmico que ele se deu conta, e antes que pudesse cortá-la com a lâmina, foi repelido para longe. Ashryn se virou em sua direção, com um sorriso sarcástico no rosto.

— Você não é meu tio.

Rangendo os dentes, Caladiel ergueu sua espada mais uma vez, tapando a luz do Sol a sua frente, e absorvendo a energia que podia, convertendo-a em escura no processo. Não era muita, afinal ele estava muito prejudicado, porém foi o bastante para que ela cobrisse a lâmina em cerca de dez metros para cima, como se fosse uma espada exageradamente longa. Mas era a energia com a qual Obscurus já tinha experiência, para ele o peso não fazia diferença. Como se não bastasse, o corpo de seu hospedeiro foi desintegrado em pedaços de escuridão que se juntaram a energia, e tornaram a lâmina ainda maior. O corpo de Caladiel já não existia mais, só uma forma humanoide sombria, cujos olhos roxos eram as únicas partes de seu ser que não eram negras.  — Eu já estou cansado de você, garota...

Ela arregalou os olhos, que ameaçaram chorar pela morte certa de seu tio, mas aquele não era o momento. Suspirou de leve e refez a posição dos leques, porém, desta vez, a engrenagem se posicionou à frente deles, e as asas posteriormente, inclinadas de forma horizontal, que apontasse para seu alvo. Ashryn havia desejado por uma técnica que pudesse acabar de vez com ele. Uma pequena esfera de fogo cósmico surgiu entre os leques, e foi conduzida pelas outras relíquias até a ponta das asas, transformando-se em uma rajada estável de fogo, que estava presa entre os mecanismos.

Dead observava tudo com os seus olhos espirituais, analisando a batalha para que pudessem usar isso no treinamento depois. Alec notou seus olhares minuciosos.

— O que está fazendo?

— Analisando os golpes. — Ele olhou para Caladiel por alguns instantes, mas logo soltou um suspiro de dor e levou a destra ao olho correspondente, que estava sangrando. Com dificuldade, disse: — A lâmina de Caladiel parece estável... mas a energia espiritual que a circula é tão corrompida que chegou a me atingir só de olhar para ela... se aquilo chegar a tocar Ashryn... ela está acabada. A energia que a cerca é espacial, é cósmica, mas eu não tenho certeza se é o suficiente.

— O que aconteceu com o tio dela? — Perguntou Connor, tentando acreditar em como aquilo era possível.

— Sua matéria foi transformada em recursos para tornar o golpe dele mais poderoso. — Explicou Alec, encarando a situação com a testa franzida.

Obscurus se posicionou e deixou a lâmina suspensa no ar, rente à garota. Bastava descer seus braços.

— Obscurum solis vulnus! — Latim novamente, a mesma língua em que Dead proclamou seu golpe contra os elfos sombrios, o que o deixou curioso. Como poderia uma entidade cósmica sombria saber o latim? De qualquer forma, seus pensamentos foram afastados para outra hora, a lâmina gigante havia começado a descer.

— Inferno de fogo! — Foi o nome que veio a sua mente pouco antes de disparar a técnica. A rajada de fogo cósmico saiu das asas como se estivesse descontrolada, indo em direção ao seu alvo. A lâmina de Obscurus corrompia o ambiente ao seu redor enquanto descia, e começava a tornar o fogo de Ashryn em negro conforme o seu toque avançava. Uma grande fumaça subiu como resultado do conflito entre os núcleos das duas energias, e nada pôde ser enxergado. Quando tudo finalmente abaixou, o corpo de Obscurus era visto jogado contra uma rocha, coberta de escuridão, supostamente o seu sangue. Pouco de sua sombra podia ser vista, aquela era a sua frágil e delicada essência. Porém a sua espada ainda continha a energia negra, e a lâmina estava ativa. Estava a centímetros da testa da hospedeira, e teria a atingido se não fosse por Akemi. Ela correu ao encontro de sua companheira quando seus instintos mais profundos lhe alertaram que algo não iria correr bem. Com mais uma de suas auréolas luminosas, ela bloqueava a parte da lâmina que tocaria Ashryn, e por fim a cortou, iluminando o resto da energia e fazendo com que desaparecesse. A hospedeira da guerra olhou para a da paz, incrédula.

— P-Por quê me salvou?

Com um sorriso largo e sincero, ela respondeu: — Porque você é minha amiga. Todos vocês são.

Ashryn agradeceu com um sorriso singelo enquanto uma última lágrima caía de seus olhos, que já estavam normais a essa altura. Sua armadura se desfez em chamas, mas ela ainda podia enxergar o corpo de Obscurus, e não queria. Cobriu o seu punho com fogo cósmico e começou a caminhar em sua direção lentamente. Mas Akemi não permitiu, e a puxou pelo tecido azul em sua armadura. — Morte não irá resolver nada. Deixe que a luz lide com a escuridão. — Dito isso, ela passou pela outra e caminhou até o corpo fraco de seu inimigo, cobrindo sua mão com luz, e a aproximando das sombras de seus olhos arroxeados. Mas em seu último suspiro, ele disse: — Pode me iluminar o quanto quiser... onde houver luz, haverá escuridão, e lá eu estarei... eu voltarei, Guerreiros do Infinito... — Akemi deixou que a sua frase terminasse, era um direito seu falar o que quisesse antes de morrer, e então tocou as sombras com sua luz, que evaporou a corrupção, fazendo com que o corpo se dissipasse completamente pelo ambiente, em um último grito tenebroso de fúria. Todos se aproximaram do local onde o corpo havia sido visto pela última vez, encarando a rocha que agora se encontrava iluminada naturalmente, como o resto do ambiente, que estava aos pedaços pelo confronto. Yin perguntou:

 

— Agora acabou? — E olhou para Ashryn.

 

— Tenho mais uma coisa a fazer...

 

Dead, Alec e Lylith concordaram em ficar na nave para consertar os defeitos causados pela queda antes de partirem novamente, mas os outros decidiram seguir Ashryn para Fiore, onde, como legítima rainha dessa vez, ela tinha um anúncio importante a fazer. Ordenou aos cavaleiros fieis do castelo que reunissem os camponeses no pátio principal da cidade para um anúncio. Ashryn se mantinha em cima de um palco de madeira improvisado, acima de todos, enquanto seus companheiros ficavam logo atrás, curiosos pelo que ela poderia dizer.

 

— Meus amigos, vocês devem ter passado coisas terríveis com o meu tio, mas ele se foi. E embora eu deva ser a rainha de vocês, eu não posso fazer isso. Eu tenho um dever para com o universo, e preciso conhecer a mim mesma mais uma vez, antes de poder ser a rainha que vocês merecem. Enquanto eu estiver fora, o conselheiro de meu tio irá assumir o trono, mas fiquem tranquilos. Eu fiquei sabendo que ele se opôs a todas as ordens do antigo rei, e por isso, foi mantido na masmorra até agora. Ele é o mais adequado para assumir o meu lugar durante minha ausência. Skalanis, um elfo alado, será o seu novo rei!

Um homem de pele branca subiu ao palco, ajoelhando-se à frente da rainha de Fiore. Seus cabelos eram brancos e lisos, seguindo até a cintura. Havia uma franja triangular que tapava seu olho esquerdo, mas o direito era visível. Suas íris eram marrom avermelhadas, um tom bem escuro. Usava um quimono branco com alguns detalhes negros. Ashryn retirou a espada sagrada de sua família da bainha que sempre carregava, e tocou os ombros da rapaz com a lâmina, de leve. — Eu agora o coroo rei de Fiore. Assim, você jura proteger o país de ameaças externas e buscar sempre o melhor para o seu povo, mas sem invadir a privacidade de outros. — Com uma voz calma, ele respondeu: — Eu juro, rainha. — A garota deu um sorriso com aprovação, mas Yin e Artêmis o olhavam de forma suspeita. Seu tio Caladiel havia sido realmente cruel, então qualquer pessoa relacionada a ele era potencialmente cruel também. Porém Ashryn disse que aquele homem foi jogado na masmorra por ir contra as ordens de seu rei, então, valia a pena correr o risco. Aelin não estava se importando muito, e Connor apenas encarava o nada, como se algo estivesse errado.

Depois de tudo isso, eles voltaram à nave na parte rural de Fiore, e Alec desceu um tanto quanto apressado, dirigindo-se ao hospedeiro da esperança. — Connor, uma mensagem pra você. É da Terra. — Arqueando a sobrancelha esquerda, ele indagou:

— InfiTec?

— Não. Não consigo rastrear a origem dessa mensagem sem que você a abra primeiro.

Dando de ombros, o garoto e o resto de seus companheiros seguiram para dentro da nave, indo até a cabine do piloto, onde Alec apertou o botão para que a mensagem fosse aberta.

Foi nesse momento em que o mundo de Connor foi abaixo. Seus olhos se arregalaram automaticamente enquanto a cena grotesca se infiltrava em sua mente. Sua mãe. A mensagem mostrava apenas uma imagem do quarto de sua mãe, em sua casa, na Terra. O corpo dela estava ensanguentado, e aberto. Seus órgãos estavam espalhados pela cama, e sua face continha terror. Parte de sua pele havia sido cruelmente arrancada de seu corpo, como se fosse um peixe sendo esfolado. Mas a imagem ainda não havia sido completamente carregada. Quando isso aconteceu, uma onda de fúria preencheu o corpo do garoto. Sateriasis estava ao lado direito da cama, segurando sua espada de energia empática azul, a qual provavelmente havia usado para os cortes. Do lado esquerdo da cama, Rypt estendia uma grande lâmina de seu próprio punho direito. Ninguém o conhecia, apenas Dead Eagle, que franziu a testa, tentando entender a situação. E por fim, acima da cabeceira, estava o hospedeiro do cristal da instabilidade: Infinito Reverso. Mas é claro que ninguém o conhecia na forma humana também. Era só uma imagem, mas estava escrito com sangue claramente na parede antes branca do quarto: ‘’Nós vamos pegar você, pequeno Connor. E seus amigos também’’. Batendo com o punho no painel, a mensagem foi fechada pelo garoto. Rangendo os dentes, ele olhou para Alec. Uma única lágrima rebelde descia pelo seu rosto, mas ninguém ali teve tempo para enjoos com a cena grotesca, todos estavam cheios de terror.

— Alec... você disse que o nosso destino vai nos dar poder, não disse?

Um tanto quanto nervoso, o cruygark respondeu: — S-Sim... Por quê?

— Eu quero vingança.

 

 

EPÍLOGO

[ ANOS NO FUTURO ]

Kazuki acordava em um lugar completamente escuro, nenhuma luz podia ser vista, nenhuma exceto o brilho escarlate natural que seus olhos emitiam, que ficava mais forte com a presença da escuridão. Porém ainda não era o bastante. Não tendo outra opção, ele desembainhou sua katana, e a cobriu com fogo infernal, iluminando boa parte do local. A sua frente, ele pôde ver um enorme rochedo, o maior e mais escuro rochedo que já havia visto em toda a sua vida. Parecia ser a única coisa além de um chão escuro e liso naquela dimensão estranha. Caminhou até o local, e abriu as suas asas demoníacas prateadas, batendo-as apenas uma vez para dar um salto mais alto e cair bem no topo. Recolheu as suas asas e olhou ao redor, não havia nada, nem ninguém ali. Nada além de um trono feito de escuridão solidificada. Sabia um pouco sobre essa substância devido a sua batalha com Klaus. Parecia um trono normal, sem armadilha, sem runas mágicas, nada que pudesse prendê-lo ou causar algum efeito colateral, então ele apenas se sentou, contemplando toda aquela escuridão, e pensando em como poderia fazer para sair dali. Foi quando, a sua frente, surgiu uma enorme face escamosa e escura, cujos olhos arroxeados eram as únicas partes que não eram negras. Kazuki não ficou impressionado, já havia visto criaturas mais feias. Em um tom sério, perguntou:

— O que você quer aqui?

Um sorriso macabro surgiu naquela face, mesmo que seus dentes não pudessem ser muito bem vistos. — Muito prazer, Armagedom... eu venho te observando há um tempinho... e devido às circunstâncias, parece que você é capaz de aguentar todo o meu poder.

— Meu nome é Kazuki. Quem é você?

— Eu me chamo Obscurus... e tenho um trato a lhe propor.

 


Notas Finais


Olá pessoal! Bem, esse foi o fim da saga ''A conspiração dos Elfos Sombrios'', mas é claro que uma começará muito em breve.
Gostaria de avisar que aqueles que não comentaram no capítulo passado irão receber uma mensagem privada de cobrança para que leiam e comentem. Também gostaria que vocês me passassem seus contatos em uma rede social em que sejam mais acessíveis, para que eu os avise de algo, caso não dê para avisar pelas notas finais aqui na fanfic. Pode ser perfil do Facebook, número do Whatsapp, qualquer meio de contato pelo qual seja possível falar com vocês na maior parte do tempo. Passem por mp para manter a confidencialidade.

O photoplayer do elfo Skalanis é o personagem Juushirou Ukitake, do anime Bleach: http://img09.deviantart.net/96e6/i/2013/352/6/7/juushirou_ukitake_by_misakibyakko-d6ygc2g.png

O photoplayer do misterioso Kazuki é o personagem Shiki, da visual novel Togainu no Chi: http://vignette1.wikia.nocookie.net/togainunochi/images/7/71/Image221.jpg/revision/latest?cb=20151025145943

No próximo capítulo: a fuga de Venomania da InfiTec!


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