São Paulo; domingo, 4:00
Tobias
Que merda! Se tem uma coisa que eu odeio é acordar cedo. Mas é por um bom motivo.
Sempre no começo das minhas férias escolares, final de novembro, Vó Edith reune a família toda lá na fazenda.
Geralmente passamos Natal, Ano Novo e voltamos para casa mais ou menos no dia 15 de janeiro. E quando voltamos eu e meus pais, e agora Beatrice, vamos viajar para algum lugar. Todo ano é o mesmo cronograma e todo ano é incrível.
Eu adoro aquela fazenda. Desde pequeno sempre me divirto. Eu e os meninos sempre fazemos farra, junto com as meninas, claro. Só faltavamos colocar fogo no milharal.
Esse ano, com a Beatrice, faríamos coisas novas, mas também faríamos o que sempre fazíamos.
Ontem, antes de dormir, eu arrumei a minha mala, com a ajuda de Beatrice, porquê eu sou um caos para arrumar essas coisas. Depois de tudo pronto, levamos as coisas para sala e fomos dormir.
Eu nem acredito que tudo o que está acontecendo com Beatrice, está realmente acontecendo. Tipo... eu estou pegando minha irmã. Ou tecnicamente minha irmã, era para ser.
E o mais estranho de tudo isso é que é bom. Eu gosto da Beatrice e tudo o que eu faço com ela só faz com que esse simples "gostar" aumente para algo a mais.
A cada dia eu me encanto mais com ela. A cada dia eu conheço algo novo sobre ela e me encanto por isso. Ela é tão complexa, mas essa complexidade é admirável.
Beatrice é uma garota incrível, que sempre me surpreendente com algo diferente e totalmente imprevisível. E eu amo isso nela.
Como eu já citei algumas vezes, eu ainda não estou amando e nem apaixonado por Beatrice. Mas eu tenho certeza que isso vai acontecer. É inevitável. Não tem como não se apaixonar por ela.
Me levanto da cama e me arrumo para irmos. Tomo um banho e faço a minha higiene, vou para o closet e pego uma bermuda da cor puxada para o goiaba e uma camisa branca, em gola "v". Calço meu vans preto e pronto.
Calma, eu só vou usar essa roupa na chegada. Na fazenda a gente usa roupa esfarrapada. Tem lama, terra e bosta pra tudo quanto é lado. Na verdade não é bem assim. Tem lama, terra e bosta perto de onde os animais ficam. Nas proximidades da base( casa) não tem. Mas a gente brinca entre as vacas, os bois, sai correndo gritando " Muuuuuuuuuuuhhhhhh" perto das vacas, para ver se elas seguem... enfim.
Depois de tudo pronto, pego minha bolsa menor com objetos que usaria agora de manhã e levo para sala, guardando na mala grande.
Quando me viro dou de cara com Beatrice, escorada na parede do corredor, mordendo o lábio inferior.
-Pode continuar como estava. A vista da sua bunda para o ar estava maravilhosa!- ela sussurra.
- Engraçadinha!- digo chegando perto dela e lhe roubando um selinho; ela morde meu lábio, mas me afasto rapidamente quando vejo o vulto do meu pai.
- Bom dia, crianças. - ele diz sorridente, dando um beijo na testa da Beatrice.
-Bom dia, pai.- ela diz sorrindo meiga, pagando de boa filha. E de boa filha não tem nada. Mina safada e tarada. Kif kif kif-risada maligna ou da zoeira. Não se esqueça disso quando aparecer novamente.
- Bom dia, pai- digo dando um abraço no mesmo.
-Bom dia, filhão. E aí? ! Estão prontos?- ele pergunta e o sorriso de Beatrice se alarga.
-Sim!- ela responde animada.
- Tudo bem. Nós vamos tomar café no caminho. Cadê sua mãe. Evelyn!- ele chama.
- Estou indo!- ela grita do corredor. Nem parece que é quatro e pouco da madrugada!
- Bom dia, meus amores!- ela dá um beijo em mim e na Tris.
Depois de arrumarmos as coisas na camionete, partimos rumo a fazenda.
Depois de mais ou menos uma hora, meu pai para no Frango alguma coisa... eu não vi o nome. (N/A: e eu não me lembro o nome. Não lembro se é frango ou galo, assado ou frito... mas enfim... É uma dessas opções)
Tomamos café e voltamos para estrada. Meus pais conversando na frente e eu e Beatrice atrás.
A camionete do meu pai tem a separação de banco traseiro e dianteiro. Tipo aqueles de viatura, sabe?! Que parece uma parede, mas é escura, então não dá para ver em ambos os lados. Sempre achei aquilo desnecessário, mas nunca foi tão útil. Meu pai fechou porque ia conversar com a minha mãe e eu coloquei um pedaço de papel no trilho para ele não abrir.
Eu e Beatrice trocamos beijos e carícias durante a viagem, então decidimos brincar de algumas coisas.
- Vamos brincar de alguma coisa que nos ajude a conhecer um ao outro. -ela sugere.
- Ok. Eu vou te perguntar alguma coisa e você me reponde, e eu tenho que responder a mesma pergunta. Não só de personalidade, mas sim de coisas bobas também.
Começamos a brincar e acabamos por rir bastante.
Depois de mais umas 3 horas de viagem chegamos a fazenda.
Senti falta dessa mistura de cores. Esse aroma de flores e grama molhada. Do som dos pássaros de diversas espécies cantando, o som da pequena cachoeira natural perto da porteira. Senti falta desse lugar.
Meu pai estaciona a camionete perto da base e eu logo saio, ajudando a Tris a descer em seguida.
Na porta de entrada da base se encontra Vó Edith, me olhando com um olhar estranho.
Subo a escadaria correndo e a abraço.
-Sua bênção, Vó. - peço beijando a sua mão direita.
- Deus te abençoe, meu filho. Tobias, preciso conversar com você mais tarde.-ela diz sorrindo, daquele jeito acolhedor de sempre.
Assinto com a cabeça uma única vez, concordando com ela.
Ouço o barulho do tênis da Beatrice subindo a escadaria e me viro.
Vejo seus fios loiros voando e pulando com o vento, à medida que ela vai saltando os degrais como uma criança.
-Vovó!- ela diz sorrindo e a abraça com força.
-Oh, olá minha Pequena.- minha avó é menor que Beatrice, só para constar- Como está?
- Estou bem. E a senhora?
- Estou muito melhor agora. Depois eu quero conversar com você. E com vocês dois.- ela diz.
- Tudo bem.- Beatrice diz, meio receosa. Depois de um tempo, alguns homens que trabalham na fazenda, ajudam meu pai com as malas e nós fomos conversar com a Vó Edith, lá no estábulo.
- Bom, vão me dizer agora ou depois que já transaram?
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