São Paulo; 09:30
Acordo com um peso em cima de mim. Tento me mexer mas não consigo.
-Será que agora acordou?- pergunta uma voz rouca e grossa ao pé do meu ouvido.
-É né, agora eu acordei.- digo fazendo uma careta.
-Estou te chamando a meia hora Tris.- diz Tobias.
- É eu geralmente demoro um pouco para acordar.- digo.
-Eu percebi. Vamos no cinema?- ele pergunta.
- Eu nunca fui no cinema.- digo e ele rola, saindo se cima de mim e deitando ao meu lado, me olhando com uma cara assustada.
-Nunca?- ele pergunta e eu confirmo com a cabeça- Então você vai hoje!
- Vou?- pergunto rindo.
- Sim, vou te levar. Onde mais você não foi?- ele me pergunta.
- Ahn... Um parque de diversões.-digo e ele sorri.
- Nós vamos então! Vou te levar em dois, um parque aquático e um de diversões normal.
- Tá bom!- digo animada e ele sorri de um modo carinhoso, como se estivesse feliz por me ver assim.
- Então se arruma. Quer ir no cinema ou no parque primeiro?-ele me pergunta.
-Pode ser no cinema? - pergunto.
- Claro! Onde quiser! Se arruma então, quer almoçar no shopping também?- ele sugere.
- É bom lá? - pergunto.
- Tem vários lugares bons pra comer lá, aí você escolhe onde quer. Vamos?
- Uhum!- digo já imaginando uma mesa toda cheia de comida, e sucos, e sorvete e...
- Tudo bem.- ele me dá um beijo na testa e sai do quarto.
Levanto e vou tomar banho. Coloco minha roupa (foto da mídia) e vou para a sala de jantar para tomar café.
Chego lá e estavam meus pais e Tobias a minha espera.
- Bom dia mãe, bom dia pai, bom dia Tobias.- digo e dou um beijo na bochecha de cada um.
- Bom dia filha- diz meu pai e minha mãe.
- Bom dia Tris!-diz Tobias com um sorriso estranho, não consigo identificar.
Me sento à mesa e começo a tomar café.
- Mãe vou levar a Tris no shopping hoje.-diz Tobias.
- Ah, que ótimo! Filha, aproveite e compre mais roupas para você.- diz minha mãe.
-Tá bom. -digo sorrindo.
Depois de tomar café, eu escovo meus dentes e volto para sala.
- Vamos? - pergunta Tobias.
- Sim!
Fomos para o carro. No caminho fomos conversando sobre coisas aleatórias, e eu ri muito com ele, Tobias é engraçado.
Entramos no shopping e puts! Que lugar grande. Fomos comprar os ingressos do filme e ele quis assistir filme de terror, como eu nunca vi aceitei de boa, mas eu deixei claro que com certeza teria medo. Ele riu de mim 7_7
- Vamos comer? - ele pergunta.
-Vamos!- digo e ele passa seu braço pelos meus ombros e fomos para tal praça de alimentação. Quando eu vejo tudo aquilo de variedade de comida fiquei boba.
- Eu estou no paraíso!- digo olhando em volta.
- Hahahaha com certeza!- ele diz- O que vai querer? Pode escolher qualquer coisa!
-O que me sugere? - pergunto, afinal eu nunca comi nada disso aqui.- Pareço até um alienígena né? !
- Relaxa mana, não é culpa sua. Vem, você gosta de lanche?
- Sim!- digo.
- Então vem cá.-ele diz e me puxa pela cintura.
Chegamos na frende um lugar chamado McDonald's. Aahhh já ouvi falar.
- Olá o que vai querer gata?- pergunta o cara olhando para o decote da minha regata.
Fico com vergonha e abaixo a cabeça, levantando a blusa até o começo de minha clavícula, disfarçadamente.
-Mais respeito com a minha irmã, por favor! - diz Tobias.
- Achei que fosse namorada.- diz o cara.
Nossa! Que cara de pau!
- Pior ainda!!- diz Tobias nervoso e eu seguro seu braço. Ele respira fundo- Desculpa Tris.- ele sussurra próximo ao meu ouvido e beija a minha têmpora.
-Tudo bem!- digo sorrindo e apertando de leve o seu braço.
Pedimos nossos lanches e comememos. Que gostoso!
Fomos para cessão e o filme era bem forte, pelo menos para mim, porquê o Tobias estava se divertindo. Juntei minhas pernas ao peito e encaixei minha cabeça entre elas. Mas eu quase cai por causa do banco da poltrona, mas Tobias me segurou.
-Está tudo bem?- ele pergunta segurando o riso.
- Não- murmuro. Cara qual o problema dele? Eu to me borrando e ele está amando o filme.
- Oh bebê, não chora! Papai tá aqui.- ele diz e me abraça.
Escondo meu rosto na curva do seu pescoço e ele tampa meu ouvido. Ele fica fazendo carinho nas minhas costas e eu logo pego no sono.
Tobias
Consegui fazer a Tris dormir. Na boa, eu acho ridículo chamar ela de mana, quando eu poderia estar chamando de minha mina. Hahahaha ficou uma droga isso, vou reformular: poderia estar chamando de minha... namorada? Talvez. Eu penso em namorar sério, só não achei a pessoa certa ainda.
Eu sempre tive vontade de ter uma família. Deve ser muito legar ter um filho pra jogar bola com você ou uma filha pra brincar de cabeleireiro e te fazer de cobaia.
***
O filme acaba e eu dou um beijo na sua testa, mas ela não acorda.
- Tris?- digo acariciando seu cabelo.
Dou um beijo na sua bochecha e ela não acorda. Suspiro. Vai ser igual de manhã?
Respiro fundo, derrotado, pego ela no colo e saio da sala de cinema.Ela é bem levinha, parece até uma criança.
Quando eu passo por um guarda ele me chama.
- Tá sequestrando a moça? - ele diz e eu rio.
- Não.- digo rindo- Ela é minha irmã, dormiu na sala e eu não consigo acordar ela.-digo .
Ele cutuca a Tris, chacoalho ela no meu colo e ela não acorda.
-Ela está viva?- ele pergunta e eu rio de novo.
Ele aproxima o ouvido do rosto dela.
- Bem... respirando ela está... pode ir. Mas caso faça algo suspeito, você vai direto para delegacia. - ele diz e eu vou para o carro, mas no caminho ela acorda.
-Tá me sequestrando? - ela pergunta também e eu rio de novo.
- Sabe, minha irmã estava hibernando e eu não consegui acordá-la.- digo zoando dela.
Ela ri e desce do meu colo.
- Quer sorvete?- pergunto e ela parece uma criança quando vai me responder.
-Quero!!- ela diz batendo palmas.
Peço dois Mc Flurry de ovomaltine e quando Tris dá a primeira colherada ela arregala os olhos.
-É muito bom!!- ela diz animada e pega mais.
-É bom mesmo.- digo e me pego dando um sorriso bobo em sua direção.
Tris, ela é... tão diferente das outras... ela é meiga, engraçada, doce, legal e muito fofa.
Me surpreendo quando me dou conta que estou pensando nisso, só a conheço a umas 35 horas. Balanço a cabeça para afastar esses pensamentos.
-O filme foi bom?- ela pergunta.
-Sim, foi ótimo. E o seu sono?- pergunto de volta.
-Foi ótimo também- ela diz e eu sorrio.
Depois do sorvete, levei a Tris em algumas lojas para comprar roupas e... langeries huuumm hahaha.
Depois de comprarmos as coisas eu levei a Tris para tomar milk shake.
-Vamos?- eu pergunto.
- Sim!!- ela diz.
Fomos em direção a saída do shopping quando a Tris para bruscamente e arregala os olhos, ficando totalmente congelada.
- Tris?- chamo-a
Ela não me responde, então acabo por seguir seu olhar. Quando encontro o que ela tanto olhava, permito me soltar uma risada.
Tris olhava para o Play Ground que tinha no shopping, com montanha- russa, barco- viking e outros brinquedos típicos de parques de shopping.
- Quer ir?- eu pergunto, mas é uma pergunta retórica, obviamente.
Ela apenas assenti algumas vezes, devagar.
Pego as sacolas e corro para guardá-las no carro. Quando volto, a Tris está do mesmo jeito, na mesma posição.
Vou empurrando ela, delicadamente, em direção a entrada do porque. Quando volta ao normal, ela abre um sorriso imenso, lindo.
Poxa, devia ser chato morar em um orfanato. Não poder ir a um parque, ou tomar um sorvete com os pais...
- Em qual quer ir primeiro? -pergunto.
-Eu quero ir na montanha - russa- ela me responde.
-Ok, então vamos!- digo e a puxo pela mão.
Antes de tudo eu vou compro os créditos e depois fomos para montanha.
Na fila tinham somente cinco pessoas na nossa frente.
Depois de um tempo a moça libera a nossa entrada e sentamos no primeiro carrinho.
Tris está toda eufórica, pulando para lá e para cá, parece até uma pulguinha.
E é então que me dou conta. Eu tenho medo de altura... e estou em uma montanha russa. Começa a bater um desespero forte....!!!!
Depois de uns dois minutos os carrinhos começam a se movimentar, subindo, subindo, subindo... e o meu medo fica aonde?
Na Tris, porquê eu vou ficar por causa dela!
Quando a carrinho começa a descer, eu só ouço o grito da Tris e meu estômago embrulha.
Fecho meus olhos com força, e seguro a barra de segurança. Minha vida depende disso!
Trinco meus dentes, aperto meus olhos, e empurro o piso do carrinho com a maior força que eu consigo, só para meu corpo não se liberar tanto aos movimentos.
Depois de mais três voltas e da minha quase morte, nós saimos. Eu quase corro, porquê misericredo! Está amarrado em nome de Jesus!
- Caraca! Foi massa! Eu amei!- ela diz toda feliz, e mesmo com medo, uma felicidade ainda maior do que eu estava sentindo toma conta de mim.
Tris se aproxima de mim, lançando-me um olhar preocupado.
- Tobias, está tudo bem?- ela me pergunta.
- Está. Está sim. Só um pouco de falta de ar.- respondo meio ofegante.
-Eu vou te trazer uma água.- ela diz e me empurra delicadamente para eu me sentar no banco.
Tris sai correndo em direção ao quiosque de sorvete e logo volta com uma garrafa de água.
Ela me entrega e eu tomo quase tudo, inspiro e expiro.
Tobias se acalma.
Depois de estar recuperado eu e a Tris voltamos a brincar. Mas nada de altura. Acho que ela meio que sacou o meu medo, mas não que eu tenha dito:
"Eu tenho medo de altura." Só acho que ficou meio óbvio.
Brincamos nas motos, nos carros e em outras coisas lá também.
Depois de um tempo os créditos acabaram, então eu e a Tris decidimos tomar milk shake.
Quando estávamos indo para o carro a Tris desviou um pouco o olhar e viu o Pet Shop.
- Meu Deus! Outro paraíso!- ela diz.
-Gosta de animais?- pergunto curioso.
- Muito!- ela diz.
- Tudo bem, se você quiser, amanhã podemos vir. Tem algumas pessoas que trabalham como voluntários em alguns. Podemos nos voluntariar.- digo e ela se anima como uma criança prestes a abrir seu presente de natal.
-Sim!! Será incrível!- ela diz.
-Então façamos assim, vamos para casa, já que está tarde, conversamos com nossos pais, amanhã um deles vem conosco para fazermos as fichas e começamos amanhã mesmo! O que acha?- pergunto.
-Perfeito!- ela diz e me abraça- Valeu Tobias.
- Imagina, Pequena.- digo com carinho, mas logo essa se separa de mim.
-Por que " Pequena"?- ela me pergunta com os braços cruzados.
-Por que? Você é grande?- pergunto.
- Eu sou normal! Você que é muito grande!- ela diz.
-Quanto você mede?- pergunto com uma de minhas sobrancelhas arqueada.
- 1,33. Brincadeira.- ela ri e eu também- eu meço 1,67.
- E eu 1,83.- digo.
- Viu só? ! Você é...
O som irritante do meu celular tocando corta a frase da Tris ao meio.
Ligação on
- Alô.
- Filho? Onde vocês estão? Já são 21:00.- diz minha mãe meio desesperada.
- Calma mãe, me desculpe. Eu estava distraído e acabei não ligando. Estou no shopping com a Tris ainda. Já estamos indo.
- Ufa, filho eu quase enfartei. Mas ok. Venham com Deus.
-Amém! Fica com Ele a senhora também.
Ligação off
Depois da nossa discussão super madura de quem é alto e quem é baixo eu e Tris fomos para o carro.
Durante o caminho eu fiquei pensando...
Eu não gosto da Tris, afinal eu só a conheço desde ontem, o gostar, apaixonar e amar vem depois. Mas não tem como negar que ela é atraente.
Fiquei imaginando, será que ficaremos juntos. Seria estranho, afinal seremos como irmãos.
Isso é uma pena.
Só o tempo vai dizer.
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