História Os Irmãos Eaton - Capítulo 28

Eric percebeu que mesmo ele tentando me convencer de que Tobias viria eu fiquei triste, mas ele tentava me animar de todas as formas possíveis.

Ele pega seu celular e mexe por alguns segundos.

- Ei! Já sei o que pode te alegrar, que tal irmos à sorveteria?- ele me pergunta sorrindo.

- Claro! Vai ser ótimo!- finjo animação.

Subo para o meu quarto e troco de roupa, desço as escadas e Eric me estende a sua mão.

Fomos caminhando até sorveteria, que não era muito longe de casa. Depois de mais ou menos dez minutos chegamos.

Entramos e caminhamos até o balcão.

- O que vai querer?- ele me pergunta.

- Eu quero um milk shake de chocolate com morango, por favor.- ele faz o meu pedido e o dele e depois fomos nos sentar.

- E o seu pai, Tris?- ele me pergunta com cautela.

- Ficou no Brasil.- respondo dando de ombros, ele também ainda não veio me ver.- ele e Tobias tiverem uma briga pelo meu acidente, espero que eles tenham se entendido.

- É eu também.

Os nossos pedidos chegam e continuamos a conversar. Enquanto eu falava Eric ficou estático olhando para o lado de fora da sorveteria, quando eu fui me virar para ver ele me parou.

Meu coração disparou e senti uma presença estranha, mas ao mesmo tempo boa. Na hora me vem Tobias na cabeça e eu tento me virar novamente, mas quando olho para trás era somente uma ilusão.

- Ah, está sujinho aqui.- diz o Eric apontando para o meu rosto.

Pego um pedaço de papel e limpo onde ele havia dito, mas não estava sujo.

- Onde?

- Aqui, óh.- ele passa o dedo no meu nariz e seu sinto algo gelado.

Começo a rir e passo um pouco do meu shake na bochecha dele, que cai na risada.

Ele passa na minha bochecha, mas depois pega um papel para limpar. Ele se debruça sobre a mesa e limpa meu nariz e minha bochecha. Ele estava perto, bem perto.

Depois de me limpar ele dá um beijo demorado na minha bochecha. Isso está estranho.

Ele se afasta sorrindo, meio corado.

-Prontinho, resolvido.- ele diz com um sorriso maldoso e sinto até um certo medo.

Pego meu celular e procuro no meu rosto se foi um simples beijo. Credo, com aquele sorriso dele, vai saber, né?!

Depois de terminarmos ele paga e saímos da sorveteria.

- Vamos no parque? Quero te ensinar a andar de patins.- ele diz e eu rio.

- Você anda de patins?- pergunto.

- Ando, e muito bem, tá?! Quer?

- Quero!- digo animada.

- Então vem.- ele flexiona os joelhos e vira de costas para mim.

- Ahn?

- Sobe logo, sua chata.- ele diz e eu rio.

Pulo nas costas dele e ele começa correr até o parque. Eu como uma boa idiota, fico rindo dele desviando das pessoas que olhavam para nós dois, ou rindo, ou com o olhar atravessado. Depois de uns quatro minutos correndo chegamos à entrada do parque ecológico.

- Vamos lá alugar os patins.- ele diz.

Desço das suas costas e fomos caminhando até chegar em uma barraca cheia de patins.

- Oi, me dá um 44 e um 36, por favor.- ele pede ao homem.

- Pézão.- zombo e ele me olha com os olhos arregalados, mas logo começa a rir.

- Veleu.

O homem nos dá o patins e umas meias de plástico.

- Obrigado.- Eric agradece e pega a minha mão me guiando até um dos bancos espalhados pelo parque.

Sento-me no banco e tiro minhas sapatilhas, quando vou colocar os patins tenho uma séria dificuldade.

- Ajuda?

- Por favor.

Eric se agacha na minha frente e coloca o patins, ajeitando as fitas em seguida.

- Pronto.- ele diz sorrindo e volta a se sentar ao meu lado, colocando os seus.

- Obrigada.

- Por nada. Vamos?- ele se levanta e estende a mão para mim.

- Eu acho melhor você andar primeiro, porque se for me ajudar com os patins vamos cair os dois.- digo e ele ri.

- Vamos, não custa tentar.- ele diz.

Me levanto. Foi dito e feito. Não consigo me equilibrar. Caio sentada no banco e ele se desequilibra, mas não chega a cair.

- Tudo bem, eu vou só dar uma volta e eu já venho te ajudar.

- Ok.- digo animada para vê-lo andando.

Tobias

Acordo com a Nita me chacoalhando.

- Acorda, Tobias!

Abro os olhos e olho em volta. Não tem mais quase ninguém. Desafivelo o cinto e me levanto, mas sinto uma tontura forte e caio sentado na poltrona. Deve ter sido aquele remédio que a Nita me deu.

Suspiro e fecho os olhos com força. Me levanto e me apóio na poltrona da frente.

- Vem, eu te ajudo.- diz a Nita com carinho, segurando meu braço.

Estranho.

Saímos do avião e depois de tudo pronto partimos do aeroporto.

Nita chama um táxi e passo o endereço de uma rua. Depois de um tempo dentro do táxi o mesmo para, Nita paga a corrida e saímos.

- Vem, vou te mostrar a sua amada.- ela diz com deboche e me guia até a entrada de uma sorveteria.

Nita aponta para algum lugar e quando eu olho vejo uma menina loira, sentada de costas para nós, conversando com um cara alto, forte e loiro. A menina era pequena, os cabelos compridos e lisos, corpo  curvilíneo...Tris.

- Não é ela.- tento me convencer.

- Tá bom, então. - ela cruza os braços e apóia o peso do corpo na outra perna.

Depois de mais um tempo olhando, a garota se vira rapidamente, mas eu a reconheceria em qualquer lugar. É a minha Tris.

Ela volta a olhar para o cara e o mesmo se apóia na mesa e a beija.

Meu coração se quebra. Ela não pode ter feito isso comigo. Ela já me esqueceu? Em um mês? Deixo as lágrimas caírem, mas logo as seco.

Depois de mais um tempo ali eles saíram, ele a pegou nas costas e começou a correr.

- Quer ir atrás? - Nita pergunta.

Apenas nego com a cabeça baixa.

- Vamos sim, vem!- ela puxa minha mão e começa correr atrás deles.

Depois de um tempo os seguindo eles entram no parque.

- Vem aqui. - ficamos atrás de uma grande árvore, apenas os observando.

Eles se sentam em um banco ele coloca os patins nela, e depois sai para andar. Quando volta tira seus patins e se levanta, ajudando a Tris a se levantar também.

Ele começa a guiá-la pela frente, depois vai para trás dela empurrando sua cintura.

Ela ria e diversas vezes o abraçava para não cair.

Não. Não! NÃO! Está tudo errado! Era para eu estar lá com ela. Era para eu estar a abraçando e beijando e ajudando a se equilibrar e não esse cara.

Espero um momento de distração da Nita e bato em sua nuca. A mesma desmaia e eu saio correndo até Beatrice.

- TRIS!