Ontem, após fazermos amor várias e várias vezes, caímos esgotados na cama e logo pegamos no sono.
Eu acabei de acordar e o quarto está um pouco escuro, mas claro o bastante para eu ver o rosto do meu amor.
Fico observando a Tris enquanto ela dorme.
Tão serena, tão calma, tão ingênua, tão... linda!
Sorrio lembrando-me do seu toque na noite passada. Ela devia realmente estar com saudade de mim, porque ela me tocava de modo mais insistente que o normal, de modo mais pidão. Não estou a reclamar, longe de mim! Eu simplesmente adorei.
Mas após toda a loucura, seu jeito ingênuo toma-na novamente. Sinceramente, eu não sei qual Tris eu gosto mais. A ingenuidade dela me deixa excitado, querendo ensinar-lhe sobre coisas totalmente impróprias e aos olhos de alguns...podre. E o lado que ela me mostrou ontem, ainda mais ousado, me deixou muito excitado também. E eu acho que é por isso que eu a amo. Eu amo cada lado da Tris até mesmo quando ela está super irritada, ou de TPM, o jeito com que suas bochechas ficam vermelhas é a coisa mais fofa!
Quando brigamos não consigo ficar nem 5 minutos bravo. Logo ela, irritada, começa a falar ainda mais brava quando me calo e ela fica tão gostosa andando de um lado para o outro o outro com as sobrancelhas franzidas e um grande bico que dá-me apenas vontade de morder.
Ah! Beatrice põe-me a loucura!
Sem resistir eu beijo seus lábios enquanto seus olhos permanecem fechados e eu aperto a sua bunda.
Beatrice geme, abrindo os olhos devagar.
- Bom dia!- eu digo.
- Uhum.- ela resmunga em resposta.
Sorrio e ela se levanta da cama, andando devagar em direção ao banheiro. Nua. Ela estava nua desfilando na minha frente.
Respiro fundo e olho para o teto tentando controlar a Ana...conda.
Nossa, essa foi ruim, eu admito.
Sinto um corpo cair por cima do meu e eu elevo meu tronco e minhas pernas por impulso.
- Bom dia, meu amor!- ela diz sorrindo e beijando meus lábios.
- Bom dia, amor.- Eu estava morrendo de saudade. Te amo. Te amo. Te amo. Te amo.- digo beijando-a.
-Mas estou com você desde ontem.- ela diz sorrindo e suas bochechas ficando coradas.
- Mas eu passei muito tempo longe.- digo sorrindo.
Tris olha para baixo e sorri.
- Já?
- É né?! Temos que manter o ritmo.- Eu eu digo piscando o olho esquerdo e ela ri.
Seu celular toca e o alcança em cima da escriescrivaninha.
- Alô?... Ah oi!... Viagem?...Ah, ok. Quando você volta?... E durante essa semana eu não vou ter consulta?... Ah sim! Tudo bem. Boa viagem. See ya!- ela desliga.
- Quem era?- pergunto curioso.
- Eric.- ela diz e fecho minhas mãos em punho.
- O que ele queria?- digo entre dentes cerrados.
- Ele só avisou que não virá essa semana pois vai em um congresso relacionado ao hospital em que ele trabalha. Enfim...
- Uhum...- digo desconfiado.
- Eu estou com fome.- ela desvia o assunto.
- Eu também...- digo com um olhar malicioso e ela suspira.
- Tob, isso não muda o fato de que eu estou com fome. Espere! Cadê a mãe?
- Ela está no mesmo quarto que você?- pergunto.
- Estava. Mas mudamos. Enfim...
- Ok. Vamos descer para comer e logo procuramos por ela.
- Tudo bem.
Fomos nos arrumar e logo saímos do quarto.
Pegamos o elevador e fomos até o restaurante do hotel. Pegamos nossa comida e nos sentamos em uma das mesas vagas.
Tris toma um gole do seu cappuccino e olha para mim. Ela me encara por alguns segundos e suspira, pousando sua xícara sobre o piris.
- Eu não perguntei isso antes, mas... por que demorou tanto para vir?- ela pergunta e eu suspiro me lembrando de tudo o que eu passei.
- Quando Marcus a mandou para cá logo em seguida eu vim. Inclusive eu fiquei hospedado aqui.- suspirei- Quando eu cheguei não fazia a mínima idéia de onde vocês estavam, então decidi andar ver se encontrava algo que me desse pistas do paradeiro de vocês... mas eu acabei me perdendo.- Abaixo a cabeça e ela leva sua mão ao meu pescoço.
- Tobias...- ela sussurra, me incentivando a continuar.
- Eu entrei em uma rua estranha e comecei a ouvir passos atrás de mim. Logo eles me seguraram e me desacordaram. E depois eu não me lembro de mais nada. Somente lembro de estar em cativeiro...
Beatrice olhava para mim assustada. Ela já chorava e um soluço escapou de seus lábios.
Meu peito dói ainda mais e eu a puxo para um abraço.
- Tobias?- ouço a voz de Evelyn atrás de mim.
Fecho minhas mãos em punho e me levanto.
Pode ter se passado um mês, mas me lembro bem que ela havia me prometido cuidar de Beatrice e que me esperaria voltar, mas não foi bem isso que aconteceu...
- Meu filho!- ela me abraça e eu continuo imóvel.
- Você mentiu para mim.- digo e minha voz me parece mecânica.
- Não. Eu não menti.- ela olha para mim chorando- Eu não menti. Seu pai me disse de última hora. Eu não consegui conter, eu...
- Não importa! Você me prometeu algo e não cumpriu. Como acha que eu fiquei?- quase grito e percebo a atenção de outras pessoas direcionadas para mim.
Olho em volta e as pessoas desviam o olhar.
- Mãe.- seguro seus braços tentando afastá-la.
- Não, Tobias.- ela diz com a cabeça em meu peito.
- Tob.- Tris sussurra e tomba a cabeça levemente para o lado, de forma sugestiva.
Suspiro.
- Ok, mãe. Tudo bem. O que importa é que estamos juntos agora, mas por favor, não faça novamente.- peço.
- Não farei!- ela nega freneticamente com a cabeça.
Assinto e volto a me sentar.
Ficamos um tempo conversando e logo Evelyn se levanta para ir para empresa.
- Eu vou na farmácia, estou com um pouco de dor de cabeça. - digo.
- Eu tenho remédio.- a Tris diz.
- Ah, ótimo!- seguro a mão dela e puxo- a para o elevador.
Subimos e no quarto ela me entrega o comprimido e eu o engulo.
Depois de descansar um pouco ao lado da minha pequena eu me levanto indo ao banheiro.
Assim que saio vejo-a se levantando.
- Quero sorvete.- ela diz fazendo biquinho e eu corro em sua direção e mordo o seu lábio.
- Gostosa.
- Eu quero sorvete.- ela me ignora e eu rio.
- Vamos tomar sorvete, sua faminta!- digo brincando e ela faz uma cara de brava super fofa- Own. Mas antes... você vai almoçar.
Tris se joga na cama.
-Não quero mais sorvete.- ela diz com a voz abafada pelo travesseiro.
- Quer sim. Vamos.
Puxo ela para fora do quarto e vamos para rua a procupa de um restaurante. Tento me lembrar de algum por perto e caminho pelo caminho traçado em minha lembrança.
Passamos na frente de uma travessa e sinto meu corpo ser puxado com violência.
Beatrice solta um grito desesperado ao ver que homens com máscara nos seguravam.
Começo a entrar em desespero só por imaginar o que fariam com ela.
Começo a me debater com força, tentando me soltar dos braços dos homens, mas é em vão.
Continuo com os movimentos fortes e frenéticos, até que eu sinto uma pontada um pouco acima do cós da minha calça e sinto meu corpo amortecer.
Misericórdia! De novo não!
Minha visão começa a ficar turva, manchas pretas aparecem no canto dos meus olhos e sinto as lágrimas escorrerem, por puro medo de perdê-la.
A última coisa que escuto é um grito agoniado da Tris, o que foi o suficiente para eu me desesperar nos últimos segundos que me restavam antes do meu apagão.
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