Tris
Acordo assustada e me levanto rápido, descendo as escadas a procura de algum indício de que aquilo não foi somente um sonho.
Passei voando por todos na casa, que me olharam sem entender. Ao chegar no jardim e não o encontrar, enfim me caiu a ficha de que realmente foi um sonho.
Eu não aguento mais. Fiquei muito tempo longe dele e só Deus sabe o quanto mais ficarei.
Minhas pernas perdem as forças, meus olhos se encharcam e eu me ajoelho deixando as lágrimas escorrerem.
Sinto uma mão no meu ombro, mas não sei quem é. Logo a pessoa me abraça e eu a abraço também, por reconher o Caleb e chorar ainda mais por ter sentido muitas saudades dele.
- Meu amor. Não chore, logo ele vai voltar. - ele tenta me acalmar, mas não adianta.
- Eu não aguento mais, Caleb. Não aguento mais.- digo chorando em seu ombro.
- Eu sei que é complicado, Tris. Eu também sinto muita falta do Tobias, eu também o amo- ele diz chorando junto comigo- Mas ele precisa que tenhamos força, faz isso por ele. Por favor, mana. Não chore, vamos dar um jeito de trazê-lo de volta.
- Você diz para eu não chorar mas está chorando?- digo e rio um pouco.
- Eu juro que tento, mas eu sei que dói bastante, o único jeito de aliviar é chorando.- ele diz olhando em meus olhos.
- É...
- Beatrice?- chama a Vó Edith.
- Sim, vovó?
- Entre, temos que conversar. Venha também, Caleb.- ele assente e me ajuda a levantar.
Caminhamos até a sala e nos sentamos á mesa, um de frente para o outro.
- Beatrice, chegou a hora de você saber o que realmente aconteceu, e o porquê de tudo isso estar acontecendo.- ela diz e meu corpo estremece pelo tom da sua voz- O seu pai, quando soube sobre você...- sua fala foi interrompida pela porta da frente sendo aberta com brutalidade.
- Cadê a minha filha?- Marcus praticamente grita. E eu me levanto da cadeira rapidamente, sorrindo.
- Vó, eu tentei segurar, mas não deu.- diz Uriah.
- Tudo bem, meu amor. Marcus, o que faz aqui?- ela aumenta o tom de voz com ele.
- Minha filha!- ele sorri se aproximando de mim e eu corro até ele pulando nos seus braços- Senti tanto a sua falta, querida.
- Eu senti a sua também, pai.- digo abracando-o. O perfume dele me lembra o Tobias, o que faz meus olhos marejarem de novo.
- Como você está? Uh?-ele diz passando a mão no meu rosto e deixando um beijo nas minhas bochechas e na testa, me fazendo rir, mas logo paro.
- Não estou bem, pai. Dói.- digo apontando para o meu peito.
- Que bom que veio, querido. Que tal jogarmos um joguinho que brincávamos quando eram mais novos? Vamos sentar, Marcus.- Vó Edith o chama.
- Eu te amo, querida! Independente de tudo.- ele diz beijando minha testa e eu assinto, mesmo achando bastante estranho.
- Eu também, pai.
Nos sentamos e a Vó olha para Marcus esperando ele falar.
- Eu começar o jogo, se eu esquecer de algo você complementa.- ela diz sorrindo- Uriah, tranque as portas e traga-me as chaves, por favor.
Depois de alguns minutos Uriah traz as chaves e eu franzo o cenho.
- Onde está Christina?- pergunta.
- Estou aqui!!- ela grita descendo as escadas desajeitada, de dois em dois degraus- Oi, tio.
- Oi, filha.
- Falta mais alguém?- Vó pergunta e ouvimos um barulho forte na porta, como estivessem batendo em punho fechado.
- Nossa, pelo visto todo mundo quer saber da história.- digo e vejo papai dar um sorriso sem graça, suando frio. Estou com medo que ele tenha algo a ver com isso.
Uriah abre a porta e a mamãe entra quase caindo, como se estivesse empurrando a porta com bastante força.
- Beatrice!!- ela sorri ofegante- Mãe!! Gente!!
Abraço Evelyn e ela cumprimenta todo mundo. Olho para porta e Zeke conversa baixo com Uriah. Me levanto novamente e ele abre os braços, assim com Uriah fez, pulo no seu colo e ele me abraça forte.
- Poxa, Tris, senti muito a sua falta, baixinha.- ele diz no meu ouvido.
- Senti a sua também, Zeke.
- Opa, Opa! Pode soltar meu namorado, fazendo o favor.- ouço a voz brincalhona da Shau e sorrio.
- Shau!!!
- Oiii, meu amor!!- ela me abraça forte e me dá um beijo na bochecha.- Você está bem?- assinto.
- Vamos logo, crianças.- Vó Edith nos chama- Eu não vou perguntar se tem mais alguém, é capaz de aparecer até o Papa para saber da história. Como o Marcus não se pronunciou eu começo e você me complementa.
Vejo os olhos de Marcus marejarem e meu coração se aperta.
- Vovó, papai não está bem.- digo e ela olha para ele.
- Venha cá, Marcus.- ela o chama e pedem licença, indo até a cozinha.
Começa uma zona enorme na sala e eu simplesmente abaixo a cabeça, esperando que voltem.
Edith
- Meu filho não adianta chorar agora.- digo o abraçando.
Por mais que Marcus tenha feito besteira, eu o amo e não gosto de vê-lo assim, dói.
- Ela nunca vai me perdoar.- ele diz com a voz embargada pelo choro forte, com a cabeça deitada em meu ombro.
- Ela vai. Talvez na hora da raiva ela diga coisas fortes, mas nada disso é o que sente, e sim o que a raiva vai fazê-la sentir, fique calmo, pense positivo. Vai dar tudo certo, mas como eu já te disse, você tem que assumir seus erros e devia ter pensado nas consequências antes de cometê-los.- digo enquanto ele soluça.
- Mãe, por Deus, eu não quero perder a minha filha!- ele quase grita soluçando e eu coloco a minha mão na sua boca.
- Não vai perder. Todos sabem da história menos ela, eles vão ajudá-la a se recompor e a não te olhar com raiva ou ódio.- ele assente- Vamos voltar?
- Aham.
- Então vamos.
Voltamos para sala e nos sentamos a mesa novamente.
- Beatrice, independente do que aconteça, saiba que você foi, é e sempre será muito bem vinda nessa família, até que nem lembravamos de sua adoção. Então, independente de tudo, nós todos te amamos e estamos aqui para te apoiar e te ajudar a segurar a barra.
Ela olha para mim com os olhinhos assustados, e meu peito aperta, espero que a reação dela não seja a que estamos esperando.
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