História Os Irmãos Sakamaki - A Chegada Na Mansão Sakamaki

Depois de umas 3 horas, eu finalmente parei de chorar. Mas o motivo do meu choro não é o fato de que irei viver em outra casa, e sim que o meu pai me abandonou.

Como ele pôde ter coragem de abandonar sua única filha? A única pessoa viva de sua minúscula família? E assim do nada?

Corri para o chuveiro, tomei um banho demorado e vesti a primeira coisa que vi. Não era a primeira vez que eu estava me sentindo sozinha, mas dessa vez é diferente. Eu estou literalmente sozinha.

Ainda pensativa, arrumei rapidamente minhas malas, colocando tudo que podia. Joguei algumas barras dentro de minha mochila e caminhei até o lado de fora da casa.

Respirei fundo. Eu finalmente iria abandonar a casa na qual vivi por tanto tempo.

Adeus antiga vida.

E sem me virar para trás, sigo em frente segurando o pequeno papel.

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Chego em frente ao endereço.

Espera um pouco... Essa casa... Não é a tal Mansão dos boatos?!

Minha boca ficou tão aberta que poderia caber uma bola de vôlei.

Eu não estou delirando! Eu já vi a foto da Mansão, e ela é exatamente igual a essa!

Que legal... Só me faltava essa. Já recebo todo tipo de Bullying no colégio, se ainda souberem que viverei nessa casa... Não quero nem imaginar.

Por que eu mereço isso em? Ai Deus... Será que poderia piorar?

No mesmo instante, uma chova forte começa a cair, e relâmpagos a se formar.

Claro que pode.

Dou um sorriso falso e desanimado, e rapidamente corro até o batente da Mansão.

Isso sim é estilo...

Começo a admirar a enorme Mansão e todos os seus detalhes, ignorando o fato de estar todo encharcada. Caminho mais um pouco, até parar em frente a enorme porta de madeira.

Bato na porta lentamente.

- Olá?

Nada.

Bato novamente depois de alguns minutos.

- Alguém em casa?

Suspiro e tento abrir a porta.

Está aberta.

Empurro lentamente, escutando o irritante barulho da porta velha se abrindo.

Por fora ela é bonita? Imagina por dentro. Era incrível. Tudo antigo e com um ar delicado. A primeira coisa que se vê ao abrir aquela porta, é a enorme escada que leva ao segundo andar. Ela sim é chamativa.

- Estou entrando... - Entro com uma pequena vontade de rir.

Estou me sentindo aquelas pessoas que invadem casas. Sempre quis experimentar a sensação. Confesso que está um pouco... Emocionante.

A porta atrás de mim já havia se fechado desde o momento em que entrei.

Fui caminhando em passos lentos e curiosos, apenas explorando aquela casa assustadora.

Os relâmpagos faziam barulhos assustadores, deixando tudo mais emocionante e divertido.

Eu deveria estar com medo. Acho que realmente tenho problemas...

Não há ninguém aqui. Talvez no andar de cima?

Em passos extremamentes cautelosos, começo a pisar no primeiro degrau, mordendo meus lábios.

- Quem é você?

Ao escutar a voz, meu coração parou.

Fudeu.

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Eu não consigo falar. Estou nervosa. Mas não posso ficar aqui parada feito uma retardada.

- Eii, não vai me responder?

Tomo coragem e me viro rapidamente.

Ele parece ter uns 30 anos ou mais. É um homem alto, de cabelos brancos e que usa óculos.

- E-eu... Eh... Eu...

Por que estou desse jeito?

Ele arquea uma sombrancelha, sério.

- D-desculpe-me por ter entrado assim, é que a porta estava aberta e já que ninguém respondeu...

- Me diga, o que a trouxe até aqui? Está perdida mocinha?

- N-não... E-eu me chamo Yui. Yui Komori. Eu sou a filha do pastor Yang Komori.

Ele se aproximou de mim.

- Pode se explicar melhor? Ou vamos ficar assim o dia inteiro?

Pelo visto, ele não está para brincadeira...

- Eu sou a garota que veio morar aqui, senhor.

- O quê? Que história é essa? Isso é algum tipo de piada? - Ele agarra o meu braço com força.

- O que você pensa que está fazendo?! É claro que estou falando sério! - Tento me soltar, mas é em vão.

- Me solta!

- Eu não estou sabendo de nada... - Ele começa a analisar, ignorando totalmente o meu pedido.

- Escuta aqui, quem você pensa que é para me segurar desse jeito?!

Ele continua me ignorando.

- Venha, vou perguntar aos meus irmãos sobre isso. - Ele finalmente me solta.

Ele não precisava ter feito isso. Agora o meu braço está vermelho.

Faço uma careta disfarçada e começo a segui-lo para o andar de cima.

- Shu! - Ele berra.

Eu me sento no sofá, admirada.

-Shuu! - Grita novamente. - Argh... Aquele imbecil...

- Opa! Uma garota?? - Um garoto lindo de cabelos vermelhos e olhos verdes surge de repente e animado, vindo em minha direção.

- Parece deliciosa... - Ele aproxima seu rosto para perto do meu, com um sorriso malicioso.

- O-o que está fazendo?! - Meu coração acelera.

- Você é muito gostosa, mais confesso que seria muito mais apetitosa se seus seios fossem maiores...

- Como?!?

- Ayato! Pare já com isso!

- Grr... - O que parece se chamar Ayato resmunga, revirando seus olhos e afastando seu rosto do meu. - Só você pode se divertir, Reiji?

- Não é hora para isso. Estamos tentando resolver o motivo desta garota afirmar que irá morar aqui.

- Estou aqui. - Um outro garoto, dessa vez com fones de ouvidos, entra na sala.

- Shu! Finalmente. Você está sabendo sobre algo de alguém vir morar aqui?

- Acho que ouvi algo do tipo, sim. - Diz o Shu.

- Oh, por que você perguntou isso diretamente para o Shu? - Pergunta o Ayato.

- Porque nossos irmãos não estão em casa no momento, e você é muito idiota para saber algo deste nível.

Caramba...

- Como é que é?!?!

- Shu, me responda logo. Não tenho o dia todo. - O chamado Reiji ignora completamente o Ayato.

- Um pastor que por acaso eu conheci disse que a sua igreja o pediu para ir até a Itália resolver um suposto caso. Ele disse que sua filha, Yui, só tem 17 anos e não seria nada agradável deixá-la morando sozinha. Então me perguntou se ela poderia morar conosco por um tempo, e obviamente eu aceitei. Achei que seria interessante uma garota filha de um pastor vivendo conosco.

- Entendi. Se bem que não foi uma escolha muito sábia. Você deveria perguntar a opinião de todos antes de sair enfiando qualquer um dentro desta casa.

Agora chega.

Cruzo os braços, fazendo uma cara de raiva. Finalmente resolvi falar algo.

- Escuta aqui, você não é obrigado a ter que me "aguentar". Se quiser, eu posso ir embora e viver sozinha sem problemas. E eu acho que você deveria ter uma educação mais apropriada com gente que acabou de conhecer. Você não sabe de nada sobre mim, entendeu?

Um silêncio sufocante surge na sala. Mesmo assim, continuo encarando esse homem com desprezo.

O Ayato sorri maliciosamente, como quem está amando. O Shu está com cara de tédio, como se nada estivesse acontecendo.

Reiji se aproxima de mim.

- Eu sugiro que você tenha cuidado com o que fala, menina. Você também não sabe quem eu sou, ou o que posso fazer com você. - Ele agarra meu queixo com força, me fazendo o encarar de olho à olho. - Essa sua língua é muito afiada, e pode apostar que você será castigada por isso.