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História Os jovens vingadores - Nunca mostre ter medo


Escrita por: Ironicgilr

Capítulo 2 - Nunca mostre ter medo


Lia abria os olhos de vagar, se sentia tonta, o que será que estava acontecendo com ela? Num instante estavam na sala de jantar com seus pais e no outro se encontrava deitada no tapete de seu quarto no segundo andar da casa . Algo chamou sua atenção, uma claridade diferente vinha do corredor e passava pelas frestas da porta. Olhou com mais atenção por cima da cama e percebeu filetes de fumaça entrando no quarto. Lia arregalou os olhos, o desespero tomou conta do seu corpo. 

"Fogo!"

Pensou. Correu até a porta e a abriu, o fogo havia tomado conta da escada que levava à parte inferior da casa, a parte onde ouviu os gritos de socorro de sua mãe porém, a voz masculina que Lia ouviu não era de seu pai.

-Eu disse para não tentar esconde-la de mim! - disse o homem calmamente porém, firme.

-Socorro! - gritou a mãe de Lia.

-Querida, já passamos dessa parte. - disse agora com a voz serena - Você gritou, ninguém ouviu... nem vão ouvir. Acho melhor parar. 

-Não vou deixar vôce matá-la - gritou a mãe de Lia em desespero. 

-Não. Vou matar você. 

Lia correu em desespero pela escada em chamas gritando um estridente e prolongado "não". Parou no último degrau e quase foi atingida por parte de teto parcialmente carbonizado.Um homem com sobretudo preto a encarava sorrindo, a mãe deitada no chão. A face dele estava embaçada por causa da fumaça, ele caminhou na direção dela a fazendo hesitar, pensou em recuar, o medo era grande porém, permaneceu onde estava e encarou-o. O estranho parou e sorriu orgulhoso

-Nunca mostre ter medo.

Foi quando tudo desabou. 

***

Acordou assustada, a respiração ofegante, a cabeça e o nariz doíam. Havia acontecido de novo. Sete anos depois que seus pais morreram, Lia ainda tinha pesadelos daquela noite, ela tinha apenas dez anos, não pudera fazer nada, era uma criança na época mas se sentia culpada. Passou a mão pelo rosto e sentiu algo molhado. Seu nariz estava sangrando, foi a quando se levantou e percebeu que havia caído da cama. 

"Certo." Pensou. 

"É a primeira vez que isso acontece, espero que não se repita. Já pensou? Desse jeito não tem nariz que aguente. "

Balançando a cabeça entrou no banheiro para limpar o sangue quando o telefone tocou. Saiu do banheiro andando de costas com a cabeça inclinada pra cima na tentativa de fazer o sangue parar de pingar no chão. Pegou o celular de cima da cama.

-Telefone pessoal de Lia Masceno, Lia falando. - disse teatralmente fazendo seu sobrenome sair com som de "Basceno" por causa do nariz machucado. 

-Oi Lia, filha, deixa eu te falar...- Lia reconheceu a voz de sua tia Martha com quem morava.

-Deixo tia. - Disse a garota estranhando o telefonema pois moravam na mesma casa.

-Eu estava preparando o almoço quando percebi que não tinha mais batatas. E eu sei que você adora quando eu faço batatas fritas, daí eu saí às pressas pro mercado...- tagarelava Martha enquanto Lia caminhava para o banheiro e revirando os olhos pegou um pedaço de papel e limpou o sangue do nariz.

-Tia, resume.

-...e eu esqueci a chave. Pode vir aqui abrir a porta para mim?

-Não, não posso. - disse Lia sorrindo já saindo do quarto. 

-Desce logo aqui e abre essa porta. - disse a tia desligando o telefone. 

Lia chegou até a porta e a abriu deixando sua tia Martha entrar. 

-É o avanço da idade, a gente esquece uma coisinha aqui, a chave da casa ali... daqui a pouco esquece que tem uma sobrinha também. - disse Lia brincando e seguindo Martha até a cozinha. 

-Eu não sou velha e também não sei de que sobrinha está falando. - falou a tia entrando na brincadeira. 

Martha olhou para Lia, as duas rindo, quando Martha percebeu um inchaço no nariz da sobrinha.

-O que aconteceu com seu nariz? - se aproximou de Lia.

-Sonhei com eles de novo e dessa vez caí da cama. - disse Lia indiferente escondendo com êxito em sua expressão o sentimento que a estava queimando por dentro. 

-Querida - disse a tia com compaixão. - Ainda sonha com seus pais? Eu sei que não sou eles mas faço o que posso.

Lia sentiu que aquela conversa ia fazer transbordar o que estava tentando esconder, sentia saudade de seus pais.

-Está fazendo um ótimo trabalho. - Lia deu um beijo na testa da tia com facilidade já que era mais alta que ela. - vou me trocar. 

E subiu para o quarto pensando no que Martha disse e que chamou sua atenção.  "Ainda sonha com seus pais". Pais? Ela sonhava com sua mãe e um estranho, com diálogos diferentes e confusos a cada vez que sonhava. Mas nunca com seu pai. Pelo menos era o que pensava.

***

Torre dos Vingadores - Manhattan...      20:00 p.m

_

Todos chegaram no horário combinado.  Capitão América, Falcão, Gavião arqueiro, Miss marvel, Viúva negra, Visão, Patriota e Homem de ferro, sentados ao redor de uma mesa redonda e escura, quase tão escura quanto a áurea que pairava naquele lugar. Depois dos problemas que provocou a separação da equipe em duas, eles nunca mais haviam se reunido. 

-Obrigado por comparecerem. - o Capitão começou a falar pegando algumas anotações de cima da mesa e olhando para cada um deles, até que seu olhar parou em um lugar vazio, faltava alguém. A equipe (se é que ainda poderia considerá-los uma) não estava completa. Thor. Tony sabia onde os pensamentos do Capitão estavam. 

"O RAGNAROK CHEGOU". Havia dito o mensageiro pousando no telhado da torre dos Vingadores há alguns meses. "FUI ENVIADO PARA AVISA-LOS DO DESTINO DO DEUS DO TROVÃO. VOCÊS NÃO O VERÃO MAIS". Relembrou Tony como se ouvisse nitidamente a voz do mensageiro de Asgard. "A PARTIR DE HOJE NÃO HAVERÁ MAIS CONTATO ENTRE MIDGARD E ASGARD, ENTRE O SEU REINO E O NOSSO. THOR ESTÁ MORTO. A ERA DOS DEUSES ACABOU." Tony esfregou os olhos para afastar a lembrança tentando prestar atenção no que o Capitão dizia. Outros mundos, extra terrestres, deuses nórdicos... não eram assuntos que o agradavam.

-...E então tive a idéia de selecionarmos jovens com capacidade e força de vontade para nós mesmos, com investimentos e apoio da S.H.I.E.L.D treinarmos eles. Sem poderes sobrenaturais, humanos comuns. - a atenção das pessoas na mesa era voltada para o Capitão. 

-Sem poderes? - Perguntou Visão. - vão ser alvos fáceis se enfrentarem alguém com. - argumentou. 

-Eu acho uma boa - disse Stark. - Os civis não se sentem seguros sabendo que entre eles existem "super's". Reclamam do abuso de poder dos super humanos. Conforme o mundo fica mais perigoso pessoas com super poderes se tornam menos populares entre os civis. - Tony deu sua opinião mostrando o que pensava já havia algum tempo. 

A idéia pareceu ser aceita pelos outros deixando o Capitão satisfeito e grato pela contribuição. 

-Eu sou contra. - Natasha os surpreendeu. - fazendo isso vocês vão estar tirando a juventude deles. Ser um herói não é uma brincadeira onde, quando você cansar, poderá levantar a mão e dizer "não quero mais". É uma coisa séria, requer responsabilidade e sinceramente,  não é isso que vejo nos jovens de hoje.

-Foi por isso que chamei vocês. - falou o Capitão. - ainda há falhas no projeto, é só uma idéia. E só pra lembrar, um dia nós também fomos somente idéias até que apareceram pessoas corajosas o suficiente para bota-las em prática. Então eu quero saber, quem está disposto a ser o corajoso ou corajosa dessa noite?

Todoa se entreolharam pensando no que isso ia dar. Poderia dar certo, poderia dar muito errado. Mas se tinha uma chance de funcionar... por que não tentar?  Todos levantaram a mão aceitando o desafio, menos Natasha.

-Natasha... - começou o Capitão reunindo todo o seu poder de persuasão. 

-Eu tenho uma condição. - falou Natasha cortando a fala dele. - Você vai ter que dar algum tipo de diversão pra eles. Não deixa ficar sério demais a ponto de fazer com que esqueçam quem são. 

Capitão a olhou nos olhos. Naquele momento, Natasha permitiu que ele fizesse o que nem um bolígrafo foi capaz de fazer, ver o que ela sentia.

"Não faça com eles o que fizeram comigo"

-Vou fazer o que me pediu. - disse Capitão aceitando sua proposta. - vou ouvir as idéias de vocês e vamos discuti-las. 

Abriram as pastas que estavam em cima da mesa e começaram a fazer anotações no projeto que ali continha. 

O projeto "Os jovens Vingadores".



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