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História Os Marotos (FINALIZADA) - Thiago - O Encontro em Hogsmeade (I)


Escrita por: slowly_melting

Capítulo 13 - Thiago - O Encontro em Hogsmeade (I)


Fanfic / Fanfiction Os Marotos (FINALIZADA) - Thiago - O Encontro em Hogsmeade (I)

                A tarde de sábado chega com uma agonia gigantesca. Eu sabia, pela milésima vez, eu sabia que hoje eu tiraria a prova sobre os sentimentos de Lilian. Como fosse, nenhum de nós quatro passaria a noite desacompanhados. Não que me fizesse feliz ir com Martha, quando eu definitivamente preferia estar indo com Lilian. Mas pelo menos hoje eu saberia.
                Desço com Sirius e Pedro para o pátio após o almoço, encontrando nosso transtornado amigo Monitor, Remo, organizando os terceiranistas em filas.
                -Remo! – Aceno de longe quando ele nos vê. Com um suspiro cansado, ele caminha até nós e sorri brevemente. – Poxa, o que houve com você?
                -Éramos assim no nosso terceiro ano? – Ele coloca a mão em um dos bolsos da calça e puxa de dentro 3 bombinhas e vários papéis. – Quatro alunos tentaram passar com identificações falsas. Essas bombinhas eu peguei daquele garoto ali. – Ele aponta para um garoto que se escondia atrás dos amigos, rindo. Era loiro, os olhos escuros relampejavam em nossa direção com entusiasmo e graça. Me pego sorrindo de volta, olhando para Remo.
                -Ele é só uma versão light de nós – Sirius sorri, apanhando os papéis da mão de Remo. – Veja, os novos Marotos do futuro. – Ele conta os bilhetes. Quatro. Sorrimos. Cada um apanha um, buscando encontrar os nomes no papel amassado. – O “novo eu” se chama Juan.
                - É uma menina! – Pedro ri, virando a folha ao contrário para que víssemos a letra delicada – Julie. Um nome muito fofo para falsificar uma assinatura.
                -Marcos. – Remo olha para cima, e aponta para a varanda logo acima de nós. Um par de olhos nos espreitava, suspeito. – Aquele garoto ali.
                -O meu é Guilherme, mas está cheio de rabiscos. – Sorrio. – Ele achou que passaria com isso? Tem muito que aprender com seu novo tutor.
                - Por favor, já é ruim demais ter quatro de nós no mesmo castelo. – Remo apanha os papéis de volta, revirando os olhos. – E Julie é uma menina muito fofa mesmo, inclusive me mordeu quando eu puxei o papel dela, Pedro. Ótima aluna para você.
                -Ela te mordeu? – Sirius ri, se dobrando para frente. – Pelo menos não foi na lua cheia, ou Remo a morderia de volta.
                -Há, há, há, Sirius. Na próxima, você fica para ver se não morde ela também. – Remo se despede com empurrãozinho no ombro de Sirius, piscando para nós, e se junta novamente ao grupo de alunos da Grifinória que o esperavam.
                Ficamos no pátio com Remo por mais alguns minutos, sentados em um banco aquecido pelo sol forte do almoço. Esperamos o tempo que precisávamos para ter nossos bilhetes de ida carimbados pelos Monitores, e mais ainda para que outros Monitores conferissem e permitissem que passássemos com leves suspeitas em cima de nós.
                -Todo ano a mesma coisa. – Digo, olhando para Sirius com a ponta dos olhos, quando finalmente passamos pela vistoria do Monitor Chefe. – Foi só uma brincadeira! E foi no segundo ano. Que memória boa.
                -Não os culpo, sabe. Passamos pela vistoria aquela vez, e não tínhamos nem a idade recomendada. – Pedro ri.
                -É.... E, afinal de contas, Madame Rosberta ainda tem aquela queimadura no braço. – Sirius sorri, escondendo os lábios com uma das mãos para que uma Monitora do sexto ano não nos visse. – E eu ainda rio quando passamos pelos Correios.
                Rimos com gosto relembrando da Explosão do Carrinho de Cartas, como ficou conhecida nossa primeira aparição de verdade dentro de Hogwarts. Foi uma brincadeira muito bem elaborada, admito. Nem ao menos desconfiavam de nós. Depois daquela, qualquer vistoria conosco fora bem mais rígida.
                Finalmente livres das vistorias intermináveis, Remo se junta a nós novamente, e começamos a nos olharmos de maneira suspeita. Esperávamos com impaciência pela revelação dos pares alheios, eu mais do que nunca. Queria saber com quem Pedro e Remo iriam. Sirius parecia aflito e disperso, mais interessado em olhar além de nós do que participar dos olhares conflituosos.
                - Thiago! – Martha se precipita para dentro do grupo, os cabelos escuros soltos pelo pescoço abaixo, os olhos brilhando como joias na luz singela do sol. Ela sorria abertamente para mim, trocando olhares instáveis com Sirius, que a olhava de cima a baixo com a expressão estupefata no rosto. Me viro devagar para meu par, sorrindo.
                -Martha. Está pronta?
                -Claro, bobinho. – Ela se aproxima de mim, mexendo no meu cabelo com os dedos delicados e finos. – Estou aqui, não estou? Vamos?
                -Até o Três Vassouras, pessoal. – Digo, acenando brevemente para meus amigos. Sirius me olha com a boca semiaberta, os olhos instáveis e nervosos. Franzo minha testa para ele, com uma expressão de dúvida, e me viro com Martha. Muito sutilmente, ela segura minha mão e solta uma risadinha, me puxando.
                Caminhamos pela trilha de pedra e grama no sol da tarde com uma conversa agradável. Sempre achei Martha muito interessante, mesmo que ela só demonstrasse isso quando realmente queria. Era inteligente, talvez não tanto quanto Lilian, mas tinha o toque especial que a fazia muito diferente da amiga: as pitadas de sarcasmo que tinha na voz. Cada frase que soltava podia cortar como uma navalha se não soubesse trabalhar bem com isso. Mas, ei, ela conseguia o que queria quase sempre.
                Quase em Hogsmeade, ela apanha novamente minha mão, apontando para vários pássaros ao nosso lado na estrada, e não a solta mais. Não imagino por que fico incomodado com isso, mas não retribuo o toque quente, apenas permanecendo em contato com ela até que fosse educado retirar nossas mãos. Não sei se ela percebe, mas apenas sorrio e continuo caminhando, indo em direção à Dedos de Mel.
                -Quero uma caixa de Bolo de Caldeirão e um pacote de Lesmas de Geleia. – Peço no caixa quando entramos, esperando enquanto o atendente cuidadoso apanhava para mim o pedido com um sorriso. – E você?
                -Ah, obrigada. Uma caixa de Glacial Flocos de Neve e duas Varinhas de Alcaçuz. – Martha pede, tirando dois Galeões da bolsa. Apanho seu dinheiro, colocando junto ao meu, e entregando ao atendente. Ele nos entrega os pedidos, e saímos com a sacola colorida.
                Seguimos até a praça, onde paramos e sentamos em um banco virado para rua movimentada, com bruxos e bruxas cheios de sacolas, gatos, vassouras, indo de um lado para o outro, seguindo com suas vidas agitadas. Uma Bruxa mais nova passa e nos olha um sorriso, puxando pelo braço uma garotinha loira com os dentes sujos de azul pelo doce que comida. Martha me olha, rindo, logo em seguida.
                -O que? – Eu pergunto, me virando no banco.
                -Thiago, você está imundo! – Ela continua rindo, enquanto apanha na bolsa um lenço claro com um longo bordado em vermelho. – Você come como uma criança. Isso era um Bolo de Caldeirão ou um Bombom Explosivo?
                -Eu não me sujo tanto assim! – Apanho o lenço com minha mão livre, enquanto seguro uma Lesma na outra, e limpo meu rosto. No pano claro, uma nítida linha de recheio se destaca, e eu sorrio. – Talvez hoje eu estivesse afim de passar vergonha mesmo.
                -Claro. – Ela pega a varinha, fazendo um feitiço de limpeza no lenço, e guarda novamente dentro da bolsa. Ainda sorrindo, ela me olha fixamente. – O que vamos fazer agora?
                -Pensei em ficar mais um pouco. Se importa?
                -Não. – Ela se ajeita no banco, apanhando dentro da sacola uma Varinha de Alcaçuz. Enquanto arrancava um pedaço, ela olhava ao redor com leveza, admirando a fonte logo atrás e nós, e sorrindo para as crianças na rua, quando passavam perto de nós.
                Esperamos pouco. Logo que o relógio bateu 16h, os Monitores passaram por nós, em frente à praça, com o grupo de terceiranistas. Remo vinha ao lado do Menino Bombinha, suavemente espreitando quando ele mexia nos bolsos. Lilian o acompanhava, perto de uma menina sorridente com os cabelos escuros presos em uma trança. Ambos nos olharam quando passaram, mostrando a praça. Remo sorriu levemente, meio desajeitado. Lilian arregalou os olhos quando viu Martha, trocando um demorado contato visual com a amiga. Martha sorriu, muito desinibida, enquanto Lilian continuava andando no fluxo de alunos que iam ao seu lado, tropeçando levemente na capa de um menino que se abaixara para amarrar os sapatos. Martha solta uma risadinha, e me olha.
                -Faça seu show. – Ela cochicha. Eu a olho de esgueira, meio desentendido. O que ela quer dizer com isso? Seus olhos se arregalam suavemente, e ela toca meu braço com a mão que está mais perto de mim.
                -O que está fazendo? – Cochicho de volta. Ela ri uma gargalhada muito alta e desnecessária, fazendo com que os alunos mais próximos se virassem para nos olhar com risadinhas entre os dedos das mãos.
                -Você me mata, Thiago. – Ela diz, mexendo nos cabelos. Já a vi fazer isso mais de uma vez com outros meninos, quando estava interessada em trocar alguns gostos durante as festas de fim de ano. Só me deixou mais confuso.
                -Martha, não estou entendendo nada. – Digo, meio aflito. Deixo de lado minha Lesma de Geleia, e arrumo meus óculos que escorregavam pelo nariz.
                -Me poupe, Thiago. – Ela revira os olhos, se aproximando de mim. Minhas mãos começam a suar quando percebo sua proximidade, seu hálito em minha orelha. Coro um pouco quando ela suspira em meu ouvido e fala – Eu sei da aposta.
                - O que? – Eu arregalo os olhos, dando um salto no banco, esperando um grito qualquer de Martha. Ela se reduz a me olhar com irritação, mexendo nos cabelos mais uma vez. – Como você sabe da...
                -Remo contou a Lilian. Naturalmente, eu sei também. – Ela toca novamente meu braço, os lábios bem desenhados pelo batom levemente entreabertos. Martha seria uma das meninas mais bonitas, sem dúvida nenhuma, se eu não gostasse de Lilian. Tudo que sentia nesse momento era uma leve irritação com Remo, e um frio na barriga por saber que Lilian já sabia da aposta.
                -E.... Como ela.... O que vocês...
                -Forme uma frase, querido. – Martha sorri para uma menina que passa por nós, olhando mais uma vez para Lílian, quase no outro lado da praça já, e ainda muito incomodada. – Aparentemente, vocês acharam uma boa ideia chamas as meninas que vocês gostavam e ainda conseguir esfregar na cara um do outro isso. Bravo.
                -Não é bem assim, Martha....
                - O que acontece é que: Não era um bom plano. Até agora. – Martha traça um sorriso irônico pelo rosto, piscando lentamente. – Assim como vocês querem fazer um “ciúme” nas meninas, eu tenho meu pretendente também. – Ela faz as aspas com os dedos, apanhando mais um doce de sua caixinha e colocando na boca. Observo seus dedos colocarem a bala branca nos lábios, e os dentes morderem levemente, antes de desviar o olhar. – Entendeu?
                -Eu.... Acho que sim. – Afirmo com a cabeça. – Quem você quer, humm, fazer “ciúmes”? – Eu traço as mesmas aspas que ela fez, olhando-a com leve suspeita.
                -Sirius. – Ela me olha com desafio, esperando que eu ria dela, ou algo assim. Sirius. Várias coisas faziam sentido agora, pelo menos em minha cabeça. Apenas aceno novamente, esperando que ela continue. – Então, não tem nada a dizer?
                -Não. – Digo, e dou de ombros levemente. – O que fazemos agora?
                -Apenas siga o plano, Thiago. – Ela sorri, fazendo uma expressão de tédio. Como ela era boa em misturar expressões e ainda parecer incrivelmente clara.
                -Que plano, Martha?
                -O que eu vou te falar agora, Thiago. – Ela suspira, revirando os olhos mais uma vez. – O que seria de você sem mim?
                -Definitivamente, eu não teria um encontro um tanto confuso para hoje.


Notas Finais


Pessoal, quero ideias! Ainda tem muita coisa para acontecer, definitivamente, e eu estou com muitas coisas em mente. Mas o que vocês gostariam de ver em uma história dos Marotos? Algum acontecimento em especial? Me conte!


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