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História Os Marotos (FINALIZADA) - Pedro - Preparação


Escrita por: slowly_melting

Capítulo 26 - Pedro - Preparação


Fanfic / Fanfiction Os Marotos (FINALIZADA) - Pedro - Preparação

                O novo gato de Thiago me assustava. Nesse momento, me assustava mais que qualquer outra coisa que eu já estive perto - e isso dizia muito sobre esse bicho horrível. Eu já falara para Remo, e até mesmo Sirius, que esse gato me olhava esquisito. Os dois concordaram, mas eu imagino que eles simplesmente não sejam fã de gatos. Afinal, eles já são do time canino.
                -Pare de encará-lo, e preste atenção aqui, Pedro. – Thiago me acerta nosso mapa, recém batizado de Mapa do Maroto, no meio da testa, fazendo seu gato se mexer alegremente atrás de si. Sirius sorri para mim, e olha de relance para o animal. – Eu já disse que ele não vai te machucar.
                -Eu confio em você. Só não confio nele. – Digo, me afastando para a beira da cama. Estávamos no dormitório masculino, reunidos na cama de Remo, analisando nosso novo mapa. Trabalhávamos nele tinha mais de um mês agora, e o havíamos expandido o suficiente para que realmente parecesse um mapa do castelo. Tinha as salas, nomeadas, e já podíamos caminhar por grande extensão de nossas salas habituais sem adicionar nada de novo. Ele precisava de novos lugares.
                -Deixe esse bicho esquisito para lá. – Remo sacode a mão, afastando o bicho com unhas perigosamente afiadas do papel, e revirando os olhos com irritação. – Prestem atenção.
                -Vocês ainda vão gostar dele. – Thiago sussurra, acariciando entre as orelhas do animal alaranjado. Ele ronrona em resposta. Me encolho suavemente na cama. Não consigo deixar de imaginar se esse bicho não é algum plano cruel dos Sonserinos, agora que eles sabem sobre a condição de Remo. Se não era um plano, era uma brincadeira cruel.
                -Olhe, já temos grande parte dos Jardins, as salas e as torres. – Remo interrompe a conversa felina, e aponta para o mapa, aperto sobre a colcha de cama - A cozinha está mapeada, fiz isso quando fui buscar o bolo de Pedro, na penúltima Lua.
                -Mapeei o Lago, o Campo de Quadribol e as Estufas. – Sirius aponta para uma ponta do mapa, que agora se dobrava e expandia com amplificação dos locais.
                - Eu ajudei com grande parte. – Thiago cochicha, com o rosto enfiado nos pelos macios de seu gato. – Além de ter mapeado algumas outras salas....
                -Enquanto seguia Lilian. – Nós três falamos juntos, soltando risinhos com a careta de Thiago. Ele coloca uma língua para fora, repuxando os óculos.
                - Você sabe que é um caso perdido, não é mesmo? – Remo sorri, mexendo nos cabelos claros que lhe caiam ao rosto. Quando se mexe, a cicatriz de um arranhão o segue, prendendo meu olhar. Ele me olha, envergonhado, e esconde o traço claro. Disfarçando, ele sorri para Thiago, que corava. – Não sei como espera que Lilian o responda.
                - Por que eu deveria achar que é um caso perdido? Tenho minhas esperanças. – Thiago se mexe tão desconfortável quanto eu, escondendo os olhos por trás das lentes grossas.
                -Talvez pelo jantar três semanas atrás, onde você derrubou molho de salada nela, e depois que tentou ajudar, acabou escorregando as ervilhas dentro do uniforme dela. – Sirius gargalha, imitando o rosto nervoso de Thiago.
                -Ou no penúltimo final de semana, que você lançou um avião de papel mágico no cabelo dela, e “acidentalmente” ficou preso. – Faço as aspas com os dedos, desviando de uma almofada que Thiago apanhara. Sirius se ergue da cama, e me oferece a mão em uma dança. Me ergo, rindo, e valso com Sirius ao redor da cama.
                -Ou anteontem, que você apareceu na Estufa três e quase se envenenou com uma das plantas enquanto olhava para Lilian. – Remo revira os olhos, fechando o mapa. Sinto que nada mudou entre nós. Isso aquece meu coração, mas ao mesmo tempo me entristece. Não sou um traidor. Não vou entregar meus amigos aqueles monstros.
                -Remo, dance conosco. – Sirius se joga na direção de nosso amigo, que se recusa veementemente. Mesmo assim, ele se vê forçado dentro de nossa dupla, e se encolhe quando piso em seu pé sem querer.
                -Vocês são três malucos. – Thiago gargalha, revirando os olhos com ironia para nós. – Eu ainda tenho alguma chance. Eu sinto isso.
                -Sente? – Sirius para de dançar, me rodando em direção à cama, e libertando Remo.
                -Sim! Nos olhos dela. –Thiago suspira.
                -Nos olhos dela! – Repito, colocando as mãos no peito, e piscando meus olhos para Thiago, que me segura com um dos braços, me cutucando.
                -Eu não gosto do seu tom, querido “rato sem um rabicho de rabo”. – Ele me liberta, apanhando o mapa que derrubamos ao chão, e jogando em cima das cobertas.
                -Só Rabicho, por favor. – Sorrio. Sirius solta uma risada.
                -Sr. Rabicho. Talvez devêssemos colocar algo assim como recepção. – Ele ri.
                -A recepção do Mapa do Maroto? – Remo se vira para nós, sorrindo. Ele apanha o mapa, e franze a testa.
                -É! Mais ou menos. Sr. Rabicho. Sr. Aluado. Sr. Pontas. Sr. Almofadinhas. Assim ninguém saberia que somos nós. E ficaria perfeito. – Sirius desenha algumas coisas no papel, enquanto Thiago o observa.
                -Ei, quem esteve nas masmorras? Não me lembro de termos nenhuma aula perto da Sala Comunal da Sonserina. – Remo puxa o mapa, abrindo uma parte nova que não tínhamos visto. Estremeço, sentindo meu suor frio começando a aparecer.
                -Deixe-me ver. – Thiago puxa o mapa, olhando por cima dos óculos.
                -Fui eu. – Tento iniciar. Preciso dizer algo. Eles saberiam em um instante que havia sido minha autoria do mapa. Não havia por que mentir para meus amigos. Mas eu não posso contar o que eu havia feito lá. Precisava de uma desculpa. E rápida. Eles me olham com curiosidade, e eu tento me acalmar. – Estava em uma aula de poções.
                -Fazemos poções juntos, Pedro. Não tivemos aulas por lá. – Sirius semicerra os olhos, me encarando. Sorrio brevemente.
                -Aula extra. – Sussurro. – Não estou indo muito bem.
                -Ah! Sim. – Sirius sorri, e sacode uma das mãos em frente a mim. – E não nos disse nada? Deve ser por isso que anda tão sumido.
                -Aposto que tem uma professora especial, hein? – Thiago me cutuca com o cotovelo, piscando com um dos olhos. – A única outra pessoa que você conversa na sala é aquela menina desastrada como você. Como é mesmo o nome dela?
                -Pandora. – Solto um pequeno sorrisinho, e convenço-os na hora. Todos me lançam olhares cumplices, e sorriem para mim. Me sinto péssimo em engana-los assim. Mas a verdade só os preocuparia e os faria sofrer. Não. Eu sei que consigo resolver sozinho.
                A conversa se desenrola, e ficamos ali até a hora do jantar. Hoje era Halloween, e ainda tínhamos um combinado para tratar. Não que ela nos deixasse esquecer.
                -Ela mandou vocês descerem. Disse que já estão atrasados, seja lá o que vão fazer. – Frank entra no quarto logo depois do escurecer, nos tirando do círculo de planejamento do mapa. Nos arrumamos, prontos para descer as escadas.
                -Finalmente! Achei que iam me passar a perna, logo no Halloween. – Martha se ergue do sofá, um casaco preto mais largo que o necessário, os bolsos volumosos. Eu sabia o suficiente sobre trotes para perceber quando alguém tinha algo nos bolsos. Principalmente nessas situações.
                -Em você? Nunca. – Thiago sorri, dando um empurrão disfarçadamente em Sirius, para que ele se mexesse e parasse de encarar a menina.
                -Espero que não façam besteira. – Remo ajeita as vestes, revirando os olhos.
                -Ainda dá tempo de entrar conosco, Remo. Uma brincadeira de Halloween épica. – Thiago lhe dá um tapa amigável nas costas, ajeitando os óculos.
                -Agradeço, mas agora sou Monitor. Nem posso saber o que vocês estão fazendo. – Ele sorri, e olha para nós. – E mais, alguém tem que enrolar o resto do pessoal. Se todos nós sumíssemos, eles saberiam.
                -Claro. Não reclame depois! – Sirius ri, caminhando em direção a porta, rodando sua varinha como se fosse um bastão. - Primeiro as damas agressivas. – Ele faz uma reverencia para Martha, que nos olha, pensativa.
                 -Muito bem! Então, que comecem as Travessuras! – Martha ri, empurrando Sirius no caminho, o fazendo cair sentado em uma poltrona vermelha solitária.
                -Nada de Gostosuras antes? – Eu sorrio, puxando Sirius e o erguendo da cadeira. Nos olhamos, e soltamos uma gargalhada.
                - Só nos seus sonhos, amigo. – Thiago entra no meio de nós dois, nos puxando com os braços entrelaçados em nossos ombros.
                Que o Halloween comece.



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