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História Os Marotos (FINALIZADA) - Lupin - Rosa Chiclete


Escrita por: slowly_melting

Notas do Autor


E ai, não escuto de vocês tem um tempo kkkk
Como vai indo a leitura?

Capítulo 30 - Lupin - Rosa Chiclete


Fanfic / Fanfiction Os Marotos (FINALIZADA) - Lupin - Rosa Chiclete

                -Sirius! Remo! Thiago! – Ela vem correndo da porta da Dedos e Mel, um gorro preso com firmeza aos longos cabelos negros. Era um dia particularmente frio para novembro, e nossas respirações congelavam em contato com o ar, fazendo fumacinhas esbranquiçadas quando falávamos.
                -Andrômeda! – Sirius a abraça, erguendo-a alguns centímetros do chão. Ela sempre fora sua prima favorita. Fora uma das únicas pessoas que o protegeu quando foi escolhido para Grifinória. Chego até mesmo a amassar um Berrador da mãe de Sirius quando o abrimos no Salão, ao café da manhã. Parecia que havia sido tanto tempo atrás.
                -Como vocês cresceram! Há quanto meses não nos encontramos?! – Ela olha com firmeza para Sirius, de cima a baixo, e sorri.
                -Desde o Natal. Do ano passado. – Thiago brinca, lembrando de quando fomos passar o natal na casa dos Potters, e Andrômeda apareceu de surpresa, depois que Ted viajara com a filha para a casa de alguns parentes para o feriado de final de ano. Ela os encontraria depois, mas não deixou de passar alguns dias que tinha conosco.
                -Vocês estão maiores que eu! Lembro de quando eram alunos minúsculos do primeiro ano, e eu briguei com vocês por roubarem as vassouras da Sonserina e colocarem fogo na estufa. – Seus braços envolvem Thiago, bagunçando seu cabelo espetado.
                -Agora temos um Monitor no grupo. Temos que ser obedientes. – Sirius ri.
                -Monitor?! – Ela me olha, com um brilho nos olhos. – Por Merlin, Remo! – Quando me abraça, sinto o calor de sua respiração em contraste com o frio da tarde. Sorrio quando a fumacinha gelada faz cosquinhas em minha orelha.
                -Muito bom te ver também, Andrômeda. – Eu digo, sorrindo.
                -Como você supôs ser Remo? Podia ter sido eu! – Sirius franze a testa, com os braços cruzados em frente ao peito.
                -Ah, Sirius! Eu sabia que você nunca seria monitor quando tentou dar um nó no rabo do gato da sua mãe, no ano novo. – Andrômeda ri.
                -Eu tinha dois anos!
                -Onde está Pedro? – Ela procura atrás de nós, colocando um par de luvas azuis que havia puxado do bolso.
                -Foi ao Três Vassouras conseguir uma mesa. Disse que nos encontrava lá. – Thiago acariciava os cabelos rebeldes, tentando abaixa-los. – E, só para constar, eu podia ser o monitor também. Achei importante ressaltar.
                -Ah, vocês. – Andrômeda ri mais uma vez, uma gargalhada que aquece meu estômago. – Já disse para Ted me encontrar lá, acho que podemos ir andando.
                -Ele está com....
                -Ninfadora, lá na Dedos e Mel. – Ela completa, interrompendo Sirius. – Vamos andando, quero sair desse frio e conversar mais com vocês.
                O Três Vassouras estava livre, apesar de uma mesa ou outra ocupada. Grande parte do público eram alunos de Hogwarts que vinham nos finais de semana, e como esse não era um dos escolhidos, o estabelecimento contava apenas com seus visitantes fixos da cidade. Madame Rosmerta se aproxima com um sorriso, primordialmente, mas assim que se aproxima nos olha com suspeita e faz uma careta.
                - O que vocês estão fazendo aqui? – Ela abre o bloquinho de pedidos com em estalo, e sorri para Andrômeda. – Faz muito tempo que não te vejo, querida. Tudo bem?
                -Tudo, Madame Rosmerta. – Andrômeda sorri de volta, tirando o gorro e as luvas, e ajeitando seus cabelos que caiam ao rosto.
                -Trouxe os meninos com você, ou eles estão em uma “visitinha especial”? – Madame Rosmerta aponta com a cabeça para nós, fazendo a careta desconfiada de novo.
                -Um pouco dos dois. É aniversário da minha filha, eles vieram comemorar comigo. – Andrômeda dá de ombros levemente, animada.
                -Ah, nesse caso! – Madame Rosmerta fecha o bloquinho, colocando-o de volta no bolso. – Um copo de Cerveja Amanteigada para vocês, por conta da casa. – Ela olha para nós, e depois solta um suspiro. – Só UM, ouviram meninos?
                -Claro, Madame Rosmerta. – Sirius sorri docilmente, sacudindo os cabelos cacheados.
                -Não se preocupe. Eu tomo conta deles. – Andrômeda pisca um dos olhos para a senhora formosa, que se vai com um sorriso nostálgico no rosto.
                Pedro chega logo em seguida do banheiro, cumprimenta Andrômeda e se senta ao meu lado. Logo estávamos conversando como se nunca tivéssemos passado tempo separados, e nem estivessemos tão diferentes.
                -É muito bom ouvir de vocês. O mundo lá fora não anda tão bom como O Profeta Diário vem dizendo. – Andrômeda se lamenta, bebericando a Cerveja com gosto.
                -As coisas parecem complicadas, pelo que escutamos de meus pais. – Thiago comenta, meio cabisbaixo. Seu copo de cerveja estava pela metade, e ele tinha um singelo bigode de espuma.
                -É, não anda muito fácil. Não escuto muito de nossa família... – Ela olha para Sirius com pesar, e faz uma careta triste. – E o que eu escuto nunca é bom. Os Black’s apoiam totalmente esse lunático que se auto intitula Lorde das Trevas, e eu não escuto notícias de Belatrix tem meses. Acho que se juntou aos seguidores malucos dele.
                -Sua irmã mais velha? – Pedro pergunta, me fazendo relembrar a única vez que eu a havia visto. Das três irmãs, Belatrix era a que mais me assustava. Narcisa era a mais nova, mas não tinha tanta vontade de ser cruel com os outros. Queria respeito, e mais que isso, ser respeitada por mais que um sobrenome Black. Mas Belatrix era insana. Os olhos saltavam do rosto quando ficava irada. A vez que a encontramos fora quando ela viera ao castelo sozinha, perto do Natal de nosso primeiro ano. Ela encurralou Andrômeda e quase a azarara quando descobriu que Ted era seu namorado. Nem imagino o que ela fez quando descobriu que eles iriam se casar.
                -Sim. – Andrômeda acenou com a cabeça, suspirando. - Eles se chamam Comensais da Morte, e tem dado muitos sustos pelo mundo bruxo, e trouxa também. Outro dia, o Profeta anunciou uma investigação do assassinato de uma família inteira de trouxas, e estão ligando o crime aos Comensais.
                -E o Ministério não está fazendo nada? – Thiago ajeita os óculos com irritação.
                -Está, mas ninguém consegue ser capaz de saber de onde vem os ataques. Eles têm envolvidos dentro do Ministério, também. – Ela olha desconfiada para os lados e abaixa a voz – Inclusive, acham que eles estão usando as Maldições Imperdoáveis para conseguir informações úteis. – Pedro se engasga ao ouvir a palavra Maldição, tossindo. - Algumas pessoas já foram achadas sobre péssimas maldições Imperius e trazidas e volta. Outro dia, vi um assistente do Departamento de Transportes Mágicos fingindo ser um elefante. Eles culparam a Maldição. Secretamente, claro. Não querem que venha à tona.
                -Isso é grave. – Eu completo, bebendo um longo gole de meu copo.
                -Ah, mas isso tudo é coisa para depois. Vamos falar de vocês! – Ela sorri, meio acanhada. – Não estão no quinto ano? N.O.M.s!
                -Nem me fale. – Thiago revira os olhos, bufando. – Mal começou o semestre e já ouvindo essa frase umas mil vezes. Nem fiz as provas e não aguento mais.
                -Você mal começou a estudar! – Sirius ri, dando um peteleco em Thiago. – Está assim por causa da Evans, todos nós sabemos.
                -Evans? Aquela menina ruiva? – Andrômeda sorri com mais força agora, e bebe mais um gole de sua Cerveja com animação. – Thiago está apaixonado?
                -Olha quem fala! – Thiago revira os olhos mais uma vez, mas não antes sem corar um bocado. – Sirius está caidinho por Martha, mas isso ele não lembra!
                -Martha? Ah! Macdonald! – Andrômeda ri, bagunçando os cabelos de Sirius, que se sentava ao seu lado.
                -Ela não gosta do sobrenome. Nem do nome. – Thiago corrige.
                -É, eu imaginei. Maria Martha Macdonald. Muitos “Ms” aí. – Soltamos uma risada conjunta, todos cutucando Sirius com os dedos. – E por falar em não gostar do próprio nome, olha quem vem vindo aí. Ted, aqui! – Ela acena para a porta, onde um homem segurava uma menininha no colo. Ela usava um casaco pesado com um longo capuz, e ele a segurava com cautela, como se ela fosse cair a qualquer momento.
                -Puxa, estava frio lá fora. Me perdi algumas vezes, admito. – Ted sorri, erguendo a menina um pouco mais. – Alguma coisa foi culpa sua, não é, Dora?
                -Desculpa, papai. – A vozinha fina e alegre sai por de dentro das camadas de roupa, soltando pequenas risadas coloridas.
                -Me dê ela aqui, querido. – Andrômeda se adianta, puxando outra cadeira para Ted e apanhando a menina. - Dê oi para seus Tios, hein, Ninfadora?
                -Ela insiste em chamar a menina assim, mesmo ela tendo dito que prefere ser chamada de qualquer coisa menos isso. – Ted sorri, e olha para nós. – Como vocês estão?
                -Ótimos, Ted. Tudo tranquilo com você? – Sirius ergue a caneca como em um brinde, e sorri.
                -O quão bem pode estar quando se trabalha no Departamento de Acidentes e Catástrofes Mágicas. – Ele brinca. – Está uma loucura.
                -Andrômeda estava nos contando. Nós podemos.... O QUE?! – Thiago cospe um pouco da Cerveja que ainda tinha na boca após esvaziar o copo quando Andrômeda retira o capuz de sua filha. – Por que ela tem cabelos rosas?
                Admito que me engasguei um pouquinho na hora também.
                -Ah, não contei para vocês! – Ela vira a menina para nós, sorrindo. – Lembram que ela nasceu metamorfa? Bom, ela está aprendendo a colorir os cabelos. Se bem que eu prefiro quando ela deixa mais natural, mas ela está na fase rosa chiclete dela.
                -Não vai dar oi para seus tios? – Ted se dirige a filha e aponta para nós.
                -Diga olá para o Tio Sirius. – Andrômeda aponta para o primo, que estava ao seu lado.
                -Olá! – A menina solta uma gargalhada, batendo duas palmas.
                -Para o tio Thiago e para o Tio Pedro. – Ted aponta para os dois que estavam ao outro lado da mesa, e fazem movimentos com as mãos de “oi”.
                -Olá! – Ela repete.
                -E para o Tio Remo. – Ela vira a menina, que me olha com uma atenção engraçada. Seus olhos enormes piscam em um tom de verde e azul, e eu imagino por meio segundo se ela já era ou seria capaz de controlar. – Diga, meu amor.
                Ela se mantém quieta, mas não parava de me mirar com a máxima atenção que tinha. Por algum tempo, só o que eu conseguia fazer era mira-la de volta. Tinha bochechas vermelhas e não parecia assustada comigo. Me admirava como se eu fosse algum segredo a ser revelado.
                -Quer segura-la, Remo? – Andrômeda a aproxima um pouco de mim, o que a faz piscar brevemente os olhos. Suas mãozinhas se erguem rapidamente, como se entendesse o que a mãe havia falado, e tenta me alcançar. – Passe-a para ele, querido.
                -Venha cá, patinha. – Ted a segura, trazendo-a para seu colo de novo. A conversa recomeça na mesa, alheia aos olhos multicolores da menina, que ainda tentava me alcançar com os dedinhos minúsculos. – Pegue-a.
                -Não, Ted. Eu agradeço, mas não.... Não sei fazer isso. – Sorrio, meio envergonhado.
                -Ah, ela está curiosa com você. – Ted ri quando a menina se debruça em seus braços em minha direção, erguendo os braços.
                -Ei, pequena. Fique com seu pai. – Eu me aproximo alguns palmos, fazendo cosquinhas em seu pescoço, o que a faz rir. – Viu? Melhor assim.
                Antes que eu me afastasse, ela toca brevemente em uma cicatriz que tenho na bochecha, e me olha com os enormes olhos curiosos mais uma vez.
                -Ela gostou de você, Remo. – Andrômeda sorri, cutucando a barriguinha da filha. – Como andam as.... Você sabe. As noites.
                -Ainda são um saco. – Eu afirmo. Andrômeda sabia de minhas transformações, assim como os pais de Thiago, pela época de Natal que passamos lá. Foi um choque ao primeiro contato, mas Sirius e Thiago não me abandonaram. Eu não sei muito bem o que eu faria sem eles.
                -Eu diria que imagino, mas nem sei se posso. – Ela me olha com um biquinho, e sorri brevemente. – Espero que os meninos ajudem.
                -Ajudamos! – Sirius bate a caneca vazia na mesa, chamando atenção. – Somos os acompanhadores oficiais das Noites de Lua. Somos....
                -Fale baixo, bobão. – Pedro o belisca, piscando com irritação.
                -Ai... Ok, somos animagos. – Sirius sussurra, esfregando o braço.
                -ANIMAGOS? – Andrômeda gargalha, totalmente surpresa. – Vocês são demais.
                -Treinamos por meses para conseguir a transformação completa. Foi bem difícil. – Thiago sorri. – Mas conseguimos. Consigo virar um Cervo.
                -Eu sou um rato. Não é lá grande coisa, mas serve. – Pedro brinca.
                - Eu me transformo em um cachorro. – Sirius estufa o peito, orgulhoso.
                -Bem a sua cara, bobão. – Andrômeda ri. – Vira um que? Um Pug ou um Poodle?
                -Estou rindo muito com isso, sua duendezinha. Sou do tamanho de um Mastim, se você quer mesmo saber. – Sirius faz uma careta, fingindo irritação. – Sou muito mais elegante que um Poodle.
                -Acho que ninguém discorda disso, Sr. Black. – Uma voz divertida se ergue sobre a mesa, logo atrás de Thiago. Todos olhamos ao mesmo tempo, e miramos a mais inesperada pessoa que não imaginávamos nos deparar naquele dia.
                -Professor Dumbledore! – Andrômeda se ergue da cadeira com alegria, sorrindo de orelha a orelha. Eu, Thiago, Sirius e Pedro nos encolhemos nas cadeiras, quietos. – Não imaginava encontra-lo por aqui hoje!
                -Nem eu imaginava me encontrar por aqui, mas veja só. Não há nenhuma distancia no mundo que eu não ande por Licor de Alcaçuz, e o meu estoque particular acabou. – O Professor sorri, cumprimentando brevemente Madame Rosmerta ao balcão. – Vejo que estão comemorando.
                -Sim! Minha filha fez aniversário, professor. Quer se juntar a nós? – Andrômeda abre um espaço ao seu lado, fazendo menção de puxar uma cadeira.
                -Não, por favor. Já é suficientemente ruim ser descoberto em uma saída secreta, imagino que deva ser pior ainda ter que me aturar falando besteiras depois de uma dose desses licores endiabrados da Madame Rosmerta. – O professor brinca, dando uma risadinha.
                -Oh! Eu nem me toquei disso! Não os puna, professor. Só vieram por minha causa. – Andrômeda cora, nervosa. – Mil desculpas.
                -Nem parece que deixou de ser minha aluna, Sra. Tonks. – Ele se vira devagar, e olha a nós quatro de um por um. – Se não disserem nada, eu nunca estive aqui. – Abrindo um sorriso, ele pisca com cumplicidade para nós, acena brevemente com a cabeça, e tocando nos cabelos rosas de Ninfadora com leveza, se retira com toda a calma do mundo. – Até breve!
                -Essa foi por pouco. – Pedro desabafa.
                -Ah, não se preocupem. – Andrômeda se senta novamente, sorrindo. – Vamos, me contem mais dos últimos tempos em Hogwarts! Quer dizer então que Thiago gosta da menina ruiva? Como anda isso, hein? – Ela dá uma piscadela para Thiago, enquanto todos nós nos revezávamos para contar as trapalhadas de nosso amigo.
                Ficamos no Três Vassouras até o sol começar a se pôr no céu, e Pedro nos cutucar dizendo que achava melhor irmos voltando. Andrômeda insistiu para que ficássemos mais, mas todos concordamos em partir logo, para não levantar nenhuma suspeita.
                -Queria que pudéssemos estar mais vezes juntos. Vocês são um sopro de alívio para o meu coração. – Andrômeda suspira, acariciando a filha que cochilava em seu colo.
                -Onde estão pensando em passar o Natal, meninos? – Ted pergunta, olhando de relance para a esposa. – Podiam passa-lo conosco.
                -Seria muito bom, se pudessem. – Andrômeda se anima, dando um saltinho na cadeira.
                -Não pretendo voltar para casa, ia passar aqui, em Hogwarts. – Sirius concorda, sorrindo. – Por mim, claro.
                -Meus pais vão estar viajando, pelo que me disseram. Preciso falar com eles, mas não acho que eles neguem. – Thiago confirma.
                -Eu estou dentro. – Digo. – Contanto que a Lua não atrapalhe.
                -Nunca atrapalhou, Remo. – Thiago rola os olhos, bufando.
                -Bom, se todos forem, podem me contar junto. – Pedro completa.
                -Então está decidido. Eu e Ted apanhamos vocês na estação, e teremos um Natal em família. A família que importa, pelo menos. – Andrômeda sorri, abraçando a filha e o marido com excitação. – Vai ser maravilhoso.
                A despedida foi rápida, como tirar um curativo. Não queríamos prolongar o “adeus”, afinal de contas. Andrômeda se abraçou com Sirius por algum tempo, e o puxou para o lado enquanto nos despedíamos de Ted. Eles conversaram rapidamente e, logo em seguida, voltaram para o grupo e terminaram as trocas de abraços. Quando ela me abraçou, me deu um beijo quente no rosto e disse:
                -Independente do que aconteça, saiba que pode contar comigo e com Sirius. Para qualquer coisa. E se ele fizer besteira, pode deixar que eu mesmo dou uma detenção para ele. Vou sentir saudade, lobinho.
                -Vou sentir saudades também, Andrômeda. – Sorrio de volta quando nos afastamos.
                O caminho de volta foi mais frio e úmido que o da ida, já que o sol não brilhava mais no céu, e o buraco era de terra e raízes. Combinava bem com o humor saudoso e entristecido que carregávamos.
                Já na Sala da Grifinória, perto do fogo e das almofadas vermelhas, com os pés descalços postos em meias secas e aconchegantes, nos olhávamos com um silencio agradável, esperando os minutos se passarem. Os poucos alunos que estavam na sala também buscavam o silêncio, e muitos outros nem haviam voltado ainda.
                -Dora tinha um cabelo muito esquisito, mas era fofa. – Sirius quebra o silêncio, dando uma risadinha. Thiago boceja com um barulho, meio adormecido.
                -Chegaram a ver os olhos dela? Também mudavam. – Eu falo, sorrindo.
                -Como conseguiríamos? Ela só tinha olhos para você, Aluado. – Pedro afofa sua almofada, me lançando uma piscadela.
                -Eu vi isso, Remo. Não tente roubar minha sobrinha de mim. – Sirius finge ficar irritado, cruzando os braços em frente ao corpo e se sentando com o peito estufado. – Fique longe dela, seu ranho de Unicórnio.
                -Nunca vi ranho de Unicórnio ser algo ruim, mas tudo bem. – Thiago diz, com a voz meio embargada de sono. – Provavelmente vale uma fortuna.
                -Vocês são uns loucos. – Eu rio, puxando uma das almofadas que estavam ao redor de Pedro e colocando em baixo de minha cabeça.
                -É melhor que sua paixonite pela Andrômeda. Pelo menos tem mais futuro. – Pedro faz uma careta, percebendo que peguei sua almofada. Lhe lanço uma piscadela de volta.
                -E que futuro... – Thiago sussurra por entre as almofadas.
                -Mais uns quinze anos, e eu posso ser um padrinho de um casamento feliz. – Sirius ri, fazendo as contas com os dedos da mão. – Pelo menos, é o mais perto de um casamento que vamos chegar, já que nem Thiago nem eu estamos indo a lugar algum.
                -Tenho a plena convicção que ninguém vai querer se casar comigo. Ninguém quer comer carne malpassada todo dia. – Brinco. – E não, eu não tenho uma paixonite pela Andrômeda.
                -Tem sim. – Pedro faz um biquinho e dois sons de beijo.
                -Vocês são mesmo ranho de Unicórnio. – Eu digo, me virando de barriga para a lateral do sofá, de costas para meus amigos.
                -Sempre soube que você nos amava, Remo. – Sirius ri.
                -Com certeza, amo você mais que Martha. – Rio com vontade, recebendo um peteleco na orelha, desprevenido, mas ainda não parando.
                -Golpe baixo, Aluado. – Sirius revira os olhos para Pedro e Thiago, que riam também.
                Caímos no sono perto da lareira, mas logo fomos retirados por sextanistas que falavam alto demais e riam muito. Em nossas camas, nem ao menos chegamos a nos despedir, apenas nos jogando nas cobertas. Toco levemente em minhas antigas cicatrizes, companheiras de tantos anos de transformações nas Luas. Mas agora, eu sorria.
                Ainda podia sentir a mãozinha quente em minha bochecha.



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