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História Os mistérios da Lua - Capítulo XLVI


Escrita por: Laycan

Capítulo 46 - Capítulo XLVI


Aproveitei a distração que a chegada do senhor Uchiha causou para de disparar em uma corrida frenética rumo ao interior da floresta.

Utilizando apenas a audição e olfato consegui perceber que os rapazes me seguiram. À medida que eu ouvia a aproximação deles através do contato e suas patas com o solo, meu ritmo de corrida aumentava para tentar manter a distância. Infelizmente, tenho que admitir que o tempo em que fiquei parada sem treinar, me prejudicou bastante, isso era visível por conta do esforço que meu corpo tinha que fazer para manter no ritmo dá corrida.

Me permiti desfrutar, mesmo que por pouco tempo, da beleza do interior da floresta, o sol passava por entre as copas das árvores chegando de maneira salpicado até o interior do conjunto de vegetação densa e nativa. Ali estavamos só eu e a floresta, pude sentir seus cheiros, com o odor rico que emanava do solo fértil, bem como, o cheiro primitivo e emanava dos animais que compunham a fauna do lugar, e agora o meu odor também se espalhava pela mata, mostrando que os lobos da Alcatéia Negra também faziam parte daquele lugar. Em poucas palavras, eu me sentia em casa.

Enquanto eu corria, pude notar dentro do meu próprio corpo o coração batendo em um ritmo intenso para bombear sangue de maneira forte a todos os pontos do meu corpo, com um pouco mais de concentração, pude sentir o sangue correndo pelas minhas veias no ritmo ditado pela bomba cardíaca. Agora sim, eu me sentia em casa por estar na floresta. E melhor do que isso, me sentia viva por ter o privilégio de sentir o sangue correndo pelo meu corpo, como a muito tempo não acontecia. Estar na floresta, correr com os animais, caçar ou ser caçado, eram parte da criatura primitiva e ancestral que eu era, e este encontro com o meu lobo interior era tão prazeroso que chegava a superar o prazer de um orgasmo.

A minha audição aguçada me permitiu notar o momento exato que os três se separaram, pude ouvir sons de corrida no meu lado direito, no esquerdo e atrás de mim. Pelo cheiro ficou claro que quem estava extremamente atrás de mim, era o Alpha.

Senti um vapor quente em volta da minha pata traseira, e por puro reflexo saltei para tentar desviar, eu ainda estava no ar quando ouvi o barulho da boca se fechando. Não precisei de muito tempo para deduzir que Madara havia tentado morder minha pata traseira, sorrir mesmo na forma lupina, um sorriso feroz e agressivo, me agradava muito saber que eles estavam levando aquilo a sério.

Olhei para trás, sorrindo para provocá-lo e em contrapartida encontrei os olhos vermelhos brilhantes e predadores me encarando. Levei um segundo para perceber que ele também estava sorrindo, mas não entende de imediato  o motivo.

Voltei a correr e Itachi se aproximou pelo lado esquerdo, emparelhou comigo durante a corrida, e ficamos lado a lado. Ele usou do grande copo para me jogar contra uma árvore que estava no nosso caminho. Deixei o meu corpo se chocar contra o tronco de madeira, e no instante seguinte senti a dor irradiar do centro da pancada para as extremidades do meu corpo, de maneira semelhante ao movimento que a água fazia quando se jogava uma pedra em um lago, ou seja, a dor irradiada em ondas que começavam concentradas e fortes, e à medida que o tempo passava, as ondas se tornaram mais espaçados e amplas. 

Por conta da dor do impacto meu corpo voltou a forma humana, antes que eu tivesse tempo de ter alguma reação Sasuke saiu correndo da mata do meu lado direito e afundou as garras na minha perna, formando cortes profundos por onde o sangue jorrou. A dor agora, me atingiu de forma diferente, devido a gravidade do ferimento a dor se alastrou como fogo por todo o meu corpo.

Então ainda na forma humana eu subi pelo tronco da árvore, buscando o refúgio nos galhos mais altos. Quando olhei para baixo percebi que os três me encaravam, sorrindo.

Foi assim, que eu notei um pequeno erro durante a ocorrência dos fatos pretéritos. Afinal, por mais que aquilo fosse uma caça, eu podia confiar minha vida aos meus machos. Mas agora eles me feriram e não demonstravam nenhuma forma de arrependimento. E se eu relacionar isso com a levando ondulação no tecido da realidade posso chegar à conclusão que eles me fizeram cair em uma armadilha.

A única maneira possível para que eles utilizasse nessa técnica de criação de realidade paralela seria através dos seus olhos.Afinal para criar uma armadilha assim era necessário anos de treinamento intensivo, pois eu sou obrigada a admitir que se não fosse pela minha experiência em campos de batalha, dificilmente teria reconhecido a armadilha, devido à alta qualidade desta. Em todos os meus anos no qual trabalhei na ANBU, tive poucas oportunidades de ver criações tão perfeitas quanto as que os Uchiha utilizavam. Rapidamente, tentei repassar em minha mente qual foi o momento em que fui pega na armadilha, e acabei por confirmar a minha teoria sobre os olhos deles, no momento que desvie da tentativa de mordida do Madara, na verdade aquilo foi apenas uma forma de distração para que eu olhasse nos olhos dele, e neste segundo foi pega pela sua armadilha.

Rapidamente me concentrei para me livrar de tal realidade. Poucos dominavam a técnica de ir e vir entre as realidades artificiais e as reais, mas graças ao meu mestre Jiraiya, eu era uma dessas pessoas.

O método mais fácil de se livrar da realidade artificial ocorria quando a pessoa que foi pega na armadilha desligasse a própria consciência da realidade criada artificialmente, ou seja, aquele que foi capturado deve se concentrar dentro de sua mente, ao ponto de que sua consciência se torne tão profunda que os atacantes não teriam como acessá-la para criar dentro do ser capiturado a realidade desejada por eles. Afinal, este era o grande truque desse tipo de armadilha, pois poucos sabiam que a realidade era criada dentro da mente da pessoa que era alvo da armadilha, não sendo uma ilusão para as mentes de fora. Este método envolve apenas o ilusionista e o iludido. E para quê Itachi e Sasuke participassem de tal ilusão era necessário que estes criassem seus próprios avatares dentro da realidade proposta pelo Alpha, ou seja, estávamos os quatro em um estado de semiconsciência, onde se conseguia acessar a realidade criada para que ocorresse um combate sem danos físicos.

Quando eu soube o objetivo da armadilha fiquei possessa de raiva, pois no meu entendimento aquilo era uma forma de me proteger. Uma vez que, todos os danos causados ao iludido dentro de uma realidade paralela eram controlados diretamente por aquele que criou tal realidade. Essa foi a maneira pelo qual os meninos poderiam facilmente me dar o que eu queria e ainda controlar toda a situação, isso ao meu ver é um absurdo enorme, pois, mais uma vez, eles estavam decidindo sem querer saber da minha opinião.

Eu me libertei rapidamente da armadilha e quando voltei ao estado de consciência plena percebi que estávamos os quatro em uma clareira no centro da floresta.

Mesmo que a armadilha fosse muito boa, os rapazes não pareceram pensar nas consequências em criar e manter algo tão difícil, como uma ilusão que simulasse uma realidade paralela. Agora que eu estava consciente do que se passava em volta de mim, percebi que eles estavam fatigados, e notei também que ficamos por algum tempo presos neste estado de semiconsciência, percebi esse detalhe devido a movimentação do sol, e durante essa faixa de tempo os  nossos corpos físicos ficaram vulneráveis a qualquer ataque externo. Não pude deixar de agradecer a Deusa em uma silenciosa oração pela sorte que tivemos em não sermos atacados durante a realização da armadilha.

Raivosa por ter sido claramente subestimada por eles, de novo, eu não esperei que voltassem ao estado de consciência plena para atacar. 

Corri em direção a Madara, pois sabia que foi ele quem criou a ilusão e seus irmãos apenas participaram criando seus próprios avatares. Ataque meu Alpha com toda a força que conseguir sem ter que usar nenhum  tipo de poder específico.

Afundei minhas presas no pescoço dele, mas não aproveitei para o beber do seu sangue, deixei o líquido escorrer deliberadamente, enquanto aumentava o máximo possível o dano físico, sem causar nenhum prejuízo permanente. Pois mesmo no meu profundo estado de fúria, eu ainda conseguir manter em mente que os lupinos podem se recuperar rapidamente, e todos os meus ataques seriam voltados para que essa recuperação ocorresse de maneira quase que instantânea. Já que meu objetivo era causa dor neles, e não danos permanentes.

Eles foram rápidos em voltar a consciência plena e o Beta e o Ômega vieram rapidamente ao socorro de seu Alpha, e esse por sua vez, absorveu os meus eu ataques sem nunca revidar. Sua inatividade ao se negar a me atacar só fez com que minha fúria aumentasse. 

Os machos Uchiha queriam cuidar de mim, mas eles ainda não conseguiam entender que eu não precisava desse cuidado. Eu estava completamente bem sozinha, e foi com a chegada deles e de todas essas procurações, cuidados, e zelo comigo que os meus problemas tiveram início. Tudo isso era desnecessário.  

Eu não queria lutar diretamente com eles. Mas isso agora se fazia necessário. Então eu entendi, que, para ser respeitada como uma igual eu teria que lutar por isso. Não era a primeira vez que, eu teria que encarar alguns homens para ganhar o seu respeito, mas era a primeira vez que esses homens seriam os meus maridos. 

Itachi tentou agarrar as minhas costas sem expor as garras, ou seja, ele estava tentando apenas me imobilizar sem causar ferimentos ou lacerações. 

Para reduzir o campo de ação deles, voltei a forma humana, e nesta eu possuía uma forma bem menor do que os imensos lobos negros que me cercavam.

Eu me prendi nas costas de Madara e continuei a rasgar todo e qualquer tecido que eu encontrava. Provoque uma dor tão grande nele, que o macho não teve outra escolha senão correr e prensar o meu corpo entre o dele e o tronco de árvore. Eu estava tão presa a ele que o Alpha teve que repetir o impacto por diversas vezes até que eu me soltasse.

Quando a dor foi se tornando insuportável eu soltei, e consegui o mais rápido possível me transformar de volta à forma lupina para poder correr. Madara ficou para trás curando os seus próprios ferimentos. Coisa que eu sabia que levaria algum tempo.

Itachi e Sasuke me seguirão de perto, mas eu sabia que eles  não queriam me ferir e por isso mantinham uma segura distância entre nós.

Sorrindo, eu afundei minhas patas na lama para continuar mantendo o ritmo da corrida.

Adrenalina que se apossou de mim, quando fiquei ciente da armadilha formou uma combinação perigosa com a raiva, a impotência, e a submissão que me submeti por tempo demais. Todos esses sentimentos explodiram dentro de mim, onde antes havia apenas o vazio que me consumia. Agora estava tudo diferente, eu havia assumido novamente a postura predadora que foi treinada para ter, e só pelo fato de ter conseguido ferir gravemente alguém tão especial para mim, quanto o meu Alpha, já provava que o meu treinamento ainda estava latente dentro de mim, bem como, a personalidade assassina que demorei anos para desenvolver. No momento que o feri, a dor de ele desencadeou a liberação de todos aqueles sentimentos que eu guardei por tanto tempo.

Eu havia mentido para mim, e para todos os outros por tempo demais. Escondi minha própria natureza e suprimir as minhas vontades para agradar aqueles que me rodeavam, porém ao fazer isto eu me perdi e não soube encontrar o caminho de volta.

Mas bastou entrar em combate novamente para o caminho até o meu eu interior ficasse claro e evidente.

Eu deixei que os meninos me dominassem, e eles tomaram gostoram e devido a personalidade extremamente dominante dos machos Uchiha simplesmente se tornou impossível a convivência. Eu entendi completamente que a culpa era inteiramente minha, afinal eu não deveria ter deixado nunca que eles se sobrepusessem a minha vontade. Mas por sorte, ainda estava em tempo para consertar este meu erro.

Só que, a única forma que eu conhecia para consertar o meu erro era conquistar novamente o respeito deles, não é que em algum momento algum dos meus Uchiha tivesse deixado de me respeitar mas devido a minha submissão excessiva eles deixaram de me ver como uma igual, e isso acabou por se tornar uma situação insustentável para ambas as partes.

Até mesmo agora durante a corrida enquanto os gêmeos estavam emparelhados comigo, ambos permaneciam um pouco distante mas não, para se proteger, e sim, para me proteger. Essa proteção excessiva estava me destruindo, e agora começou a atingir a minha relação com os meus filhos, pois devido essas atitudes dos meus maridos eu não conseguia ficar perto das crianças. O tempo todo em que eu tomava a liderança para decidir algo em relação as crianças, qualquer um deles aparecia e logo descredibilizava a minha atitude ou a minha postura. Sendo que a última desculpa, que eles inventaram para me manter longe das crianças estava ligada a minha saúde e a anemia proveniente da amamentação, o que era claramente um absurdo, afinal todas as demais mães da Alcatéia conseguiram cuidar de suas crianças diretamente, precisando apenas do auxílio de seus parceiros. Mas na minha casa estava acontecendo exatamente o oposto, ou seja, apenas eu estava auxiliando eles e todo o trabalho ficava com os rapazes.

Em um movimento brusco eu reduzir violentamente a velocidade da corrida e consegui ficar atrás dos rapazes, que levaram poucos instantes para perceber a minha atitude, mas devido a anos de experiência prática eles ainda não estavam no nível necessário para entrar em um combate comigo, de igual para igual. Utilizando da minha vantagem, eu mudei de forma rapidamente e pulei nas costas de Itachi, rasguei parte do tecido mole e afundei as minhas garras em suas coxas.

Como esperado de Sasuke esse veio ao socorro do gêmeo, e pulou por sobre ele para me alcançar. O moreno conseguiu me atingir e rolamos os dois pela terra fértil do interior da mata.

Em uma tentativa de minimizar os danos, Sasuke voltou a forma humana e me imobilizou contra o chão, infelizmente para ele a minha experiência em combate corpo a corpo, ainda era maior do que a luta em lupinas.

- Para, Sakura, nós não queremos te machucar.

Ele tentou me dar uma ordem e utilizou o tom de voz que impõe a sua liderança aos demais, aquilo me enfureceu. Afinal agora ele estava me tratando como deveria tratar qualquer outro membro da Alcatéia, sendo que, eu não sou um membro comum sou a sua esposa e deveria ser tratada com mais respeito e com igualdade.

Como eu ainda estava imobilizada não o respondi pois esperava a finalização do terceiro atacante para que eu explicasse o porquê das minhas atitudes.

E assim foi feito.

Aproximei meu rosto do de Sasuke como que para beija-lo, o moreno rapidamente perdeu a postura defensiva e relaxou diante da minha ação. Coitado. Esse foi um claro erro de iniciante. Abaixei o meu rosto delicadamente, e ele achou que eu queria encaixar as nossas bocas, quando na verdade estava mirando o seu nariz.

Em um movimento rápido e preciso, choquei meu crânio com o dele, com força o suficiente para ouvir o estalo do osso se partindo. O sangue jorrou e o moreno não conseguiu conter o uivo de dor e raiva.

Neste exato momento eu senti a aproximação do Madara e percebi que este ainda não havia se recuperado totalmente. Porém quando este entrou em meu campo de visão percebi que, apesar das lacerações abertas a pouco tempo serem de tamanho e profundidade considerável, agora não passavam de arranhões avermelhados na pele branca imaculada. Mas estava visível que, para se recuperar tão rápido o Alpha havia gasto grande quantidade de energia e agora estava profundamente debilitado.

Notei que Itachi e já fechava os ferimentos que eu provoquei nas suas coxas, bem como, Sasuke que já colocava seu nariz no lugar.

Todo este trabalho de recuperação fez com que eles gastarem grande quantidade de energia, mas eu também sabia que, toda essa energia poderia ser reposta em um ou dois dias desde que, eles mantivessem em repouso e se alimentassem de maneira adequada, e talvez fosse necessário uma ou duas trocas de sangue neste período. A verdade é que de todo o procedimento necessário para a recuperação deles, a troca de sangue seria o mais difícil de se fazer. Afinal a minha anemia não iria melhorar enquanto não parasse de amamentar as crianças, eu pretendia manter a alimentação pelo maior prazo de tempo que conseguisse. E devido a este fato os rapazes teriam que trocar sangue entre si, podendo até chegar a se alimentar de mim, mas não fazendo disso uma regra.

Como eles estavam fracos eu pude utilizar pela primeira vez a telepatia. Eu já havia notado que os meninos conversavam entre si por meio da telepatia por várias vezes, mas precisei de um bom tempo para perceber que devido ao nosso vínculo de sangue, talvez existisse uma hipótese onde eu também poderia participar desta comunicação.

Tive que conversar com a Hinata para poder ter mais certeza sobre esta teoria, e a Uzumaki afirmou utilizar da telepatia com o marido em diversas ocasiões. Ela afirmou ainda que, para um casal se comunicar desta forma era necessário a formação do vínculo de sangue, é da permissão de ambas as partes para que isso acontecesse. Então eu parte do pressuposto que os rapazes não haviam me dado sua autorização para que pudéssemos conversar através do vínculo mental, e agora que eles estavam debilitados eu poderia os obrigar a aceitar a minha decisão.

Bastou que eu me concentrasse neles para perceber que eles nunca me negaram nenhuma autorização para entrar em suas mentes, eu tive acesso a todas as suas lembranças e sentimentos. Infelizmente, para minha carga foi muito grande e senti por um momento que iria desmaiar. Retornei minha consciência para dentro de minha própria mente, tentando buscar assimilar tudo que encontrei na consciência deles.

Dentre várias coisas que me chocaram, estava a ignorância deles a respeito da capacidade de sua marcada te comunicar-se com eles mentalmente, sendo assim, os meninos não haviam me negaram nada eles apenas não sabiam da necessidade de aceitação.

Levei a minha consciência até eles para mostrar toda a minha insatisfação a respeito da nossa união e tudo aquilo que eu não conseguia expressar verbalmente para eles. Despejei tudo o que estava guardado dentro de mim, a respeito da forma como eles me tratavam, da minha necessidade de ser tratada como uma igual, da minha fúria em ser subestimada, da minha tristeza e me sentir impotente em relação as crianças, da minha vontade de abrir mão da família para tentar me reencontrar.

Absolutamente todos os meus tormentos foram expostos para eles, bem como, todas as minhas feridas e fragilidades. Agora eles estavam dentro da minha mente e poderiam compreender tudo aquilo que eu sentia.

Nossa comunicação como uma família sempre foi muito ruim, e esse déficit acabou por causar uma situação onde todos estavam tentando fazer o seu melhor, mas acabavam com isso ferindo o parceiro.

Como ocorre a nossa consciência estava unidas, eu podia perceber o que passava na cabeça dos três quando eles adotavam a postura super protetora em relação a mim. Pude ver o medo e o desespero deles quando me contaram caída no banheiro, senti todas as lágrimas que choraram devido ao desespero de pensar na hipótese de que talvez eu não sobrevivesse ao coma para ver os nossos filhos crescerem. Toda a dor que passaram e que tiveram que suportar durante o tempo em que eu estava fora da cidade e não os conhecia. Percebi que no fundo da mente deles, ainda existe o medo de acordar e perceber que toda a nossa realidade nunca passou de um sonho. A superproteção era resultado de uma soma do medo, da insegurança e principalmente da cobrança que todos eles três sofriam dos outros membros da Alcatéia para me manter segura. Por diversas vezes em suas memórias pude ver as pessoas falando com eles a maneira como deveriam me tratar, a maneira como as coisas deveriam caminhar, a terrível acusação que sofreram quando eu me machuquei.

A Alcatéia parecia ter pré-determinado com a nossa vivência deveria ocorrer, as pessoas por bem ou por mal, queriam participar das nossas vidas. Pois a maioria delas entendia que como nós éramos a família real da Alcatéia Negra, qualquer instabilidade conosco refletiria sobre todos os demais membros da Alcatéia. Porém os meninos nunca havia me dito nada disso e como eu não tenho muito tempo de convívio com os membros nenhum deles pareceu querer abordar este assunto comigo.

E bastou que essa sombra de pensamento passasse pela minha mente para quê despertasse um pensamento em Madara como resposta para aquilo que eu estava pensando.

Havia uma lembrança na mente dele, de um momento ele e os irmãos fizeram uma reunião com os demais membros da Alcatéia e os proibiram expressamente de se dirigirem a mim, quando tiverem algum problema. Eles ainda exigiram sigilo sobre essa reunião e sobre este comunicado. Afinal antes eu não entenderia o porquê dessa atitude, agora sabendo o tamanho da carga que as pessoas iriam colocar em nós, eu entendi que este era o meio pelo qual os rapazes poderiam me proteger.

Estar presente na mente deles apenas me mostrou que os rapazes estavam muito mais machucados do que eu.

O tamanho da carga que eles carregavam era gigantesca e mesmo assim eles nunca deixaram este pesado problema chegar até mim. Eles usavam de sua força para sustentar a nossa família de pé, e ainda me emprestavam essa força todas as vezes que necessitei.

A verdade me atingiu tão rápido que perdi o fôlego. Por que devido ao fato de eles me protegerem de tudo, eu acabei por me tornar mais um peso na vida deles. Eu quis chorar devido à frustração que sentia, pois devido aos nossos desencontros e desacertos a situação acabou ficando ruim para todo mundo.

Então eu me lembrei da minha primeira transformação na frente deles, durante a lua cheia, na clareira em frente ao chalé onde passamos nossa lua de mel, poucos minutos depois de termos oficializado nossa união perante toda Alcatéia Negra, eu fiquei descontrolada por conta do cio e não percebi que havia me transformado, mas logo após isso acontecer primeira oportunidade que eles tiveram vieram até mim, e um por um eles foram se ajoelhando na minha frente repetindo o juramento que havíamos feito durante a cerimônia de União. Naquele momento eles me aceitaram da forma que eu sou, sem julgamentos, sem medo e sem apreensões ou arrependimentos, e mesmo sabendo o peso que o meu passado teria sobre o nosso futuro,eles não pensaram duas vezes antes de me aceitar.

Eu entendi então que agora era a minha vez de aceitá-los, pois nunca antes eu havia dito a eles que também eu já sei quais são os seus erros, seus problemas e todo o resto do pacote que eu tanto amava. E por conta de eu nunca ter dito a eles, eu também nunca ter mostrado que os aceitavam como eram os rapazes por medo optaram por não se expor a mim.

Infelizmente eu estava muito emocionada e perturbada psicologicamente com todas as descobertas que havia feito e por isso não conseguia lembrar das palavras do juramento que fizemos durante a nossa União. Então achei melhor simplesmente não falar nada e demonstrar da melhor maneira possível que os aceitava e ainda mostrar a eles que da mesma forma que eu me apoiava na força deles, os meus meninos Uchiha também deveriam utilizar da minha força sempre que necessário, pois com sua marcada eu era a metade do mesmo tudo que eles.

Pela primeira vez na minha vida eu me ajoelhei perante os meus machos, abaixei a cabeça e me concentrei em cada um deles. Utilizei uma técnica que havia aprendido em batalha, técnica essa que permite que a pessoa que a domine utilize da energia que está presente em volta dela para os fins que o usuário da técnica necessita, e neste momento eu me concentrei nos meus machos para que utilizando da energia universal, eu pudesse curar os poucos ferimentos que ainda restavam, bem como, repor todas as energias que eles haviam perdido durante o processo de cura.

Em instantes os rapazes estavam completamente curados e revitalizados nem pareciam que haviam se machucado.

Continuei de cabeça baixa ajoelhada até que eles tomassem uma atitude.

Para minha total surpresa, quando voltei abrir os meus olhos me deparei com os três ajoelhados em volta de mim. Aquilo era o mesmo que dizer, que agora estávamos todos no mesmo nível.

Devido ao fato de nossas mentes estarem interligadas pela comunicação por telepatia. Eu sabia que eles já haviam percebido a minha necessidade de ser tratada como uma igual, e assim foi feito, da maneira mais Uchiha possível sem utilizar nenhuma palavra. Pois assim era os meninos...

Voltamos lentamente para casa, estávamos todos em silêncio e cada um estava fechado dentro da própria mente, e portanto, eu podia deduzir que estávamos todos tentando absorver e assimilar o que encontramos nas mentes um dos outros. Ainda existe um pensamentos que eu havia captado na mente deles que me perturbava, e que em algum momento nós teríamos que discutir essas coisas. Mas esse momento não seria agora. Já havíamos passado por muitas provações e agora era momento de descanso, de aceitação e de paz. 

Quando saímos da floresta, foi arrebatada por um novo choque.

O senhor Uchiha estava nos esperando na porta da frente e segurava quatro roupões, foi só então que eu lembrei que estávamos nus.

Eu lembrei também que o antigo Alpha havia me visto transformada antes que eu saísse correndo para floresta. Já imaginava que a conversa não seria das melhores, pois eu não iria mentir para aquele homem que me aceitou de maneira tão gratificante e sincera. Respirei fundo e me preparei para o que estava por vir... Senti as mãos quentes dos meninos em volta de mim, eu soube que aquela era a maneira dele de me apoiar em independente do que iria acontecer. Não pude deixar de sorrir e pensar que, afinal somos uma família e o senhor Fugaku Uchiha faz parte dessa família também.

Os meninos pegaram os roupões nos braços do pai e se vestiram para em seguida me entregar aquele que me era devido.

Antes que tivéssemos tempo de falar alguma coisa Fugaku se adiantou afirmando.

- Temos que conversar.


Notas Finais


Obrigada por lerem,
Espero que estejam gostando da estória e qualquer ponto que não estiver esclarecido ou que apresente algum problema pode me falar.
Não esqueça de deixar o seu Favorito e o seu comentário.
Dá sua autora,
Laycan.
Bjsss!


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