História Os Novos Heróis - O início

     -Para de insistir! Eu já disse milhões de vezes que nós não temos condições de comprar um celular!- Minha mãe disse para mim, após eu pedir um celular de natal.
    -Para de mentir! Eu sei que nós temos dinheiro pra isso!
    -Aurora...Eu não vou...
    -Eu te odeio!!!-Gritei a interrompendo
    Empurrei o meu prato e fui para o meu quarto deitar. O que minha mãe pensa que eu sou? Uma bebezinha?!? Qual é, eu tenho 14 anos e ainda não tenho um celular. Fala sério! 
Meu irmão entrou no quarto, com uma caixa na mão.
    -Eu ia lhe dar só no natal, mas acho melhor agora.
    Eu abri a caixa, não podia acreditar, era um celular novinho! Meus olhos se encheram de lágrimas, só de pensar que meu irmão tinha juntado suas curtas mesadas para me dar o que eu tanto queria de natal ao invés de comprar alguma outra coisa para ele.
    -Você é o melhor irmão do mundo.-Eu disse o abraçando 
    -Eu sei, só não conta pra mamãe. 
    A porta se abriu, e nós paramos de nos abraças imediatamente. 
    -Filha...- Ela parou e olhou para o meu celular- O que é isso? 
    Ela pegou bruscamente o celular da minha mão. 
    -Mãe, fui eu que dei, não gastei seu dinheiro- Meu irmão falou para minha mãe numa tentativa dela não surtar.
    Ela jogou o celular no chão e o pisoteou até estar em pedaços. 
    -QUAL O SEU PROBLEMA?- Perguntei em choque. 
    -Nada de celular - Ela falou calma e erguendo a cabeça.
    -Eu te odeio!
    Ela saiu do quarto e eu comecei a chorar, não era só pelo celular, meu irmão tinha juntado dinheiro pra isso, e para esse dinheiro todo ser jogado no lixo, graças ao ataque que a minha mãe teve, e sabe se lá Deus o porquê.
    Depois de um tempo de choro e desabafos, eu e meu irmão fomos dormir, no nosso beliche.
    Acordei com o meu irmão cutucando meu braço.
   -Eu acho que ouvi a mamãe gritar.
    Acordei com um pulo, corri para a sala o mais rápido que pude. Não entendi direito o que vi. 
    Minha mãe estava no chão e uma mulher estranha estava ao seu lado em pé, seu corpo era muito estranho, cheio de escamas parece a pele de um réptil, ela olhava pra mim com a sua boca aberta deixando a mostra presas de cobra.
    Eu gritei e fechei os olhos esperando a morte certa, não tinha para onde eu fugir, eu estava encurralada, com o meu irmão ao meu lado, quando abri os meus olhos de novo pois já tinha se passado alguns segundos, a mulher estranha tinha uma espada atravessadas em sua barriga.
Atrás da mulher, segurando a espada tinha um menino de cabelos castanhos com os olhos mais verdes que já tinha visto, eram tão verdes quanto capim.
    Ajoelhei perto da minha mãe, checando deus batimentos, estavam fracos, mais ainda estavam lá. Meu irmão se ajoelhou ao meu lado, segurando a cabeça de nossa mãe, ela ergueu os olhos semi abertos, que estavam fracos demais para conseguirem ficar abertos totalmente.
    -Cuide da sua irmã- Ela disse em um sussurro.
     Os batimentos pararam. Nos dois começaram a chorar. Depois de um tempo lembrei da presença do menino na sala e fiquei de pé, estava tremendo, triste.
    Um cara meio barbudo e com PERNAS DE BODE entrou logo em seguida. 
    O homem bode e o menino ficaram cochichando entre si. Mas ainda assim dava pra ouvir algumas palavras, eles falavam algo sobre semideuses e um acampamento.