História Os Olhos de Hinata - Guerra a Konoha - Preparação

O dia estava a recém se iniciando, mas o tempo estava acabando para eles. O quanto custaria para descobrirem que alguém passou pela fronteira a força? Naruto não estava curioso por saber. Ele apenas se preocupava em encontrar a casa da única pessoa que ninguém pensaria em procurá-los por lá. O plano seria esperar até que a poeira baixasse e, enfim, buscar o paradeiro dos Hyuugas, apesar da chance, de Toneri não ter sequestrado a todos, ser muito escassa.

Naruto olhou para o relógio em seu pulso: vinte minutos para o sol surgir.

- Será que os demais já chegaram?

- Pode ser que sim, pode ser que não. – Disse Killer Bee – Mas o tempo deles está acabando. E também o sorvete já derreteu.

Naruto riu.

- Se eles fizerem esse trocadilho quando olharem o que sobrou do caminhão, então eu posso morrer em paz.

O percurso durou mais meia hora. Os dois ficaram alertas e preocupados, porém, Konoha parecia um cenário apocalíptico. Não havia nenhuma alma sequer perambulando pelas ruas e nem algum carro circulando. Em algumas ruas, sinas de zombarias – com carros revirados, vidros quebrados, hidrantes destruídos... – mas eram em poucas ruas. A maior parte da cidade ainda estava intacta.

- Sabe de uma coisa, estou começando a pensar que já sabem que estamos aqui. – Disse Killer Bee.

- Fique alerta.

Naruto se armou e assinalou para Bee.

- Pare aqui perto.

O amigo do Uzumaki parou o veículo no meio da rua mesmo. Esperou o Uzumaki sair e voltou a acelerar o carro. Naruto olhou para os lados, se aproximou da janela de uma das casas, tentou enxergar algo, mas as cortinas bloqueavam tudo. Parecia que o dono daquele local havia pregado o tecido na parede. O Uzumaki bateu na porta, mas ninguém respondeu. Bateu novamente sem nenhuma resposta.

- Mas que droga. Kakashi-Sensei, sou eu.

Por alguns instantes o ambiente ficou mais denso – pesado -, como se o ar provocasse mais pressão aos pulmões. Naruto ouviu o ranger de um motor e o atrito de um pneu sobre o asfalto. Seu coração parou junto com sua respiração. Sua visão periférica avistou um carro se aproximando devagar. Parecia estar a trinta por hora; como se estivesse procurando algum endereço. Naruto levou sua mão a porta e a pressionou sem saber o que fazer. Apavorado como estava, ele levou sua mão a pistola oculta a calça. O barulho se aproximava lentamente... lentamente. Naruto suava frio. Ele queria derrubar aquela porta a qualquer custo. Talvez fosse o melhor naquela situação. Se esconder e lutar, assim como ele fez durante os últimos anos.

- Ei Você! – Disse uma voz – O que está fazendo aqui fora? É proibida qualquer circulação pelas ruas.

O Uzumaki puxou todo o oxigênio que pôde e se virou para encarar o dono daquela voz. Era um sujeito jovem, talvez entre os vinte anos, com feição séria e soberba. Olhava para Naruto com imensa superioridade e cuspia as palavras como se desse ordem a um cão abandonado.

Naruto não respondeu. Apenas encostou suas costas a porta.

Como resultado, o carro parou e todos que estavam no carro desceram. Quatro homens portando força bruta visível; de estatura variada e armas na cintura. Todos encararam Naruto querendo intimidá-lo. O Uzumaki permanecia calado e apreensivo. Seus olhos analisavam cada um à sua frente. No entanto, algo chamou muito a sua atenção. Dentro daquele carro, no banco de trás, havia um par de olhos inconfundíveis para ele.

- Hanabi? – Sussurrou Naruto.

Naruto reconheceu a garota olhando para ele como se estivesse vendo um fantasma. Ele se descontrolou e tentou correr até ela. Porém ele for barrado por dois sujeitos.

- O que estão fazendo com ela? Ela é uma criança.

Um deles soqueou o seu estômago.

- Não te interessa. – Disse pausadamente.

Naruto se irritou. Encarrou o seu agressor e correu para cima dele agarrando-o pela cintura e jogando ao chão, e logo soqueando sua cara inúmeras vezes. Porém, outros dois o agarram e jogaram-no ao chão já chutando seu rosto e suas costelas. O Uzumaki estava tão furioso e inquieto que não sentiu os golpes. O que havia recebido os golpes do Uzumaki se levantou e apontou sua arma para Naruto. O Uzumaki nem havia reparado, pois tentava proteger seu rosto dos golpes com os braços. E então, o barulho do disparo assustou a todos.

- Caralho, mas que...? – Disse um deles.

O barulho foi diferente de uma pistola. Era muito mais alto e assustador. Mais três disparos seguidos foram feitos em poucos segundos. Naruto olhou para cada um dos corpos caindo lentamente. Alguém executou eles. Mas quem?

O Uzumaki se levantou, cuspiu um pouco de sangue, olhou ao redor e foi direto até o carro onde Hanabi estava. A garota estava em choque; seus olhos marejados e assustados por causa do horror causado. Naruto abriu a porta e sentiu pena de Hanabi encolhida quase tentando atravessar o vidro da janela.

- Hanabi... – Naruto tentou falar com sua voz mais calma – Não aconteceu nada. Não pense no que viu. Eu não sei o que eles iriam fazer contigo, mas está tudo bem agora ok?

Hanabi encarou o Uzumaki com ranger de dentes. Ela se aproximou e acertou um tapa em seu rosto.

- Por que você sumiu? – Gritou ela em prantos.

Naruto tentou gaguejar alguma resposta, mas foi esbofeteado novamente.

- E a Nee-San? Você abandonou ela. Por quê?

- É uma longa história. Prometo te contar quando encontrá-la.

De repente, outra voz se mostrou presente.

- Naruto? Você está bem?

Atrás dele estava Kakashi portando um rifle automático.

- Kakashi-Sensei? – Disse Naruto assustado com o que via – Foi você que fez aquilo?

- Eu não estou morando nessa casa. Só fui ouvir os teus gritos depois. – Disse ele com intensa naturalidade.

- Mas... desde quando você porta uma arma dessas?

- Oh Hanabi! – Disse Kakashi com uma voz gentil, ignorando totalmente Naruto – Por que você não vem conosco em? Vamos mantê-la a salvo.

Hanabi passou por Naruto e caminhou junto a Kakashi até a sua casa do outro lado da rua.

- Sim senhor. – Disse Naruto dando de ombros.

₪

Aquele café foi o mais angustiante da sua vida inteira. Hinata não conseguia comer as torradas, presuntos e queijos, frutas e pães que decoravam a mesa. Toneri estava a uma distância incomoda; praticamente ao lado dela, cutucando-a com o cotovelo quando se mexia. Ele vigiava-a constantemente com a sua loucura e obsessão.

- Você não vai comer nada?

Hinata empurrava um pouco de café preto goela a baixo. Ela tentou comer uma torrada, mas o nervosismo quase a fez vomitar o que havia comido. Ela estava muito apavorada com as reações de Toneri.

- Não estou com fome.

- Mas você precisa comer. Não pode ficar fraca.

Logo então, a porta se abriu a frente. Uma figura ofuscada pela capa negra que cobria quase todo seu corpo, e pela máscara oval branca com círculos ao redor da mesma. Toneri ficou extremamente sério com a chegada do inusitado convidado.

- Hinata, esse é o seu guarda costa. Tobi me deu muitas informações sobre meus inimigos, por isso eu coloquei o que mais prezo sobre a proteção dele. – Disse Toneri acariciando o rosto da Hyuuga.

- Tobi?

Tobi olhou para Hinata com um olhar mórbido, apesar de ser muito difícil encarar os seus olhos por trás da máscara. Porém havia um pequeno toque de tristeza nele. Toneri se levantou e se dirigiu até a porta aonde Tobi havia entrado.

- Você tem sido de grande valor pra mim. Não se preocupe. Eu vou te recompensar. - Toneri colocou a mão sobre o ombro dele e saiu.

Tobi se aproximou e ficou atrás da Hyuuga como um sentinela. Hinata ficou ainda mais tensa; evitando qualquer movimento. O silêncio angustiante durou um eterno tempo.

- O que vocês querem de mim? – Perguntou Hinata finalmente.

De repente, Tobi jogou à mesa, passando perto do rosto da Hyuuga, um colar que possuía um pingente de cor púrpura. Um colar completamente inesquecível para a Hyuuga.

- Como você pegou isso? – Disse Hinata com olhos arregalados e firmeza na voz.

Tobi nada respondeu.

- Onde está o Naruto?!

Hinata gritou enquanto se levantava e partia para cima do homem mascarado. Tobi apenas deu um passo para o lado e assistiu a Hyuuga tropeçar e cair ao chão. Naquele exato momento, a porta se abriu novamente. Dessa vez era Sasuke quem apareceu. Ele encarou a Hyuuga se levantando do chão, com um olhar curioso e surpreso. Porém, ele recompôs o seu comportamento sério e então falou à Tobi.

- Vamos.

Tobi forçou levemente, Hinata a seguir o Uchiha; apesar de sua indisposição a obedecer, ela continuou caminhando enquanto bufava de raiva.

- Para onde estão me levando?

Sasuke demorou vários segundos para responder; eles passaram por todos os móveis da casa até chegar ao portão da rua, em que mostrava a área mais requintada de Konoha.

- Toneri pediu para te levar até uma loja para escolher um vestido.

- Vestido?

O gramado bem cortado estava decorado com rosas a volta dos ladrilhos que demarcavam o caminho pelo jardim. Sasuke entrou num Sedan preto estacionado em frente à casa. Hinata olhou a volta e percebeu que as casas eram todas iguais. Todas de dois andares pintadas de branco gelo e com um jardim impecável. Era, com certeza, um condomínio desconhecido por ela. Tobi cutucou a Hyuuga levemente para entrar no carro. Ela ficou no banco de trás e os dois à frente. Sasuke acionou a trava às portas antes que a Hyuuga ousasse fugir.

₪

- Você não vai me explicar onde você aprendeu a atirar desse jeito? – Disse Naruto após entrar na casa de Kakashi.

- No exército, Naruto. Há coisas que a gente nunca esquece.

Kakashi se adentrou na casa deixando Naruto e Hanabi sozinhos na sala. Naruto olhou para a assustada Hyuuga, se agachou à frente dela e perguntou pelo seu pai.

- Eles me tiraram de casa. Alguns ficaram lá apontando armas pro meu pai. – Hanabi começou a chorar constantemente.

Naruto segurou o seu rosto procurando uma forma de acalmá-la.

- Ele está bem, Hanabi. Não se preocupe com isso. Ele está bem. Pode confiar em mim.

A Hyuuga retirou as mãos do Uzumaki de seu rosto a força.

- Não confio em você. Você abandonou a Nee-San.

- Essa foi pesada em... – Disse Kakashi reaparecendo após guardar o rifle – Deixe-a chorar, Naruto. É tudo o que ela pode fazer agora.

Kakashi sentou-se a sua poltrona e olhou fixamente a Naruto.

- O que passa na sua mente?

- Você quer saber o porquê eu voltei ou o porquê eu vim te procurar?

- Um pouco dos dois. – Afirmou Kakashi.

Naruto permaneceu pensativo por alguns instantes.

- Eu vim ajudar Konoha, mas não só isso. Pain está por aqui. Ele é um covarde que se esconde atrás dos muros mais fortes. Ele sabe tudo sobre a Akatsuki. Nós fomos atacados antes de virmos para cá por homens do Toneri. Isso não pode ser coincidência. – O Uzumaki estava tão nervoso que a veia em seu pescoço se tornara visível.

- Akatsuki? Hum... Compreendo. – Kakashi pensava com extrema rapidez – Se você agora está com eles, aonde eles estão?

- Perto. Estão por perto.

Os dois se entreolharem; Kakashi procurava por respostas, mas Naruto não estava disposto a entregá-las.

- Bee-No Chan veio comigo. Ele está reunindo um outro pessoal. A noite... vai haver guerra.

Kakashi esboçou uma expressão de interesse em seu rosto. Ele parecia estar animado.

- E qual seria o plano para a noite?

- Primeiro preciso ir a uma loja. Estão me esperando por lá.

₪

A viagem levou poucos segundos. Ali estavam eles, em frente a uma loja caríssima de roupas femininas. Alguns vestidos chamativos estavam a vista nas vidraças da loja. Sasuke entrou e deixou a porta quase bater no rosto da Hyuuga, se não fosse Tobi para segurá-la antes. A loja estava vazia de pessoas, no entanto era o recanto para qualquer mulher que ame fazer compras. Rapidamente, Hinata havia voltado no tempo e se via maravilhada em meio a tantas roupas e acessórios exuberantes. Era quase como nas tardes livres que ela passava com suas amigas. No entanto, Sasuke não estava com vontade de passar todo o seu tempo naquele lugar, e logo chamou a atenção da Hyuuga para uma parte da loja. Um lugar afastado; um local onde era permitido apenas a entrada dos funcionários. Hinata ficou apreensiva com aquilo, mas perto dela estava Tobi forçando-a a continuar. Ela entrou na porta e seguiu por um corredor vazio e mal iluminado. Chegou a outra porta dupla bem maior e os três entraram naquele lugar. O depósito cheirava a mofo; era mal iluminado e abafado. No entanto, havia uma pessoa encostada a parede daquele lugar. Sasuke acendeu as luzes do depósito, e finalmente, a Hyuuga pôde ver a figura de um “fantasma” que assolava a sua vida nos últimos dois anos. Vestindo roupas negras com nuvens vermelhas, e uma bandana na testa. Ela ficou estremecida e completamente abalada ela disse:

- NARUTO-KUN?