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História "Os opostos se atraem?" - Livro 2 - Stay with me



Notas do Autor


Amores, novamente vou deixar o link da música que deu origem ao nome do capítulo nas notas finais. É do Sam Smith e se chama Stay with me. Ela é bem famosa, acho que algumas conhecem, mas por favor, ouçam okay?
Boa leitura!

Capítulo 10 - Stay with me


Eu corria pelas ruas. Quando o sinal estava mudando para o vermelho, eu acelerava, cortava a frente das pessoas sem me importar se eu poderia ou não pegar multas por isso.

Coma alcoólico não era brincadeira. O cara poderia morrer se eu não chegasse a tempo. Esse tipo de coma é uma intoxicação que acontece quando álcool em excesso é ingerido e o organismo não suporta a enorme quantidade de bebidas alcoólica introduzidas nele, então reage. Acontece quando o sistema nervoso central é desacelerado a um ponto crítico, que faz a pessoa perder os sentidos. A área do cérebro responsável por controlar a respiração e o coração pode parar de funcionar, ou seja, esses dois órgãos paralisam.

Resultado: Morte.

Quando alguém entra nesse tipo de coma, é necessário que receba glicose intravenosa, que vai restabelecer os níveis de glicose no cérebro.

Ao chegar ao hospital, peguei as informações necessárias, onde era a sala e quantas pessoas estavam lá, e fui rapidamente para lá. Lavei minhas mãos e o avental, máscara, assim como as duas luvas brancas foram colocadas em mim.

  - Qual o nome dele? - perguntei enquanto entrava na sala.

  - Gabriel Marques Dante. - uma enfermeira respondeu - A ficha dele está no quarto 508.

Eu parei.

  - O quê?

  - O nome dele é...

  - Doutora, rápido! - chamaram da sala - Aproximadamente 4 minutos para o coma!

Respirei fundo.

Meus pés me guiaram rapidamente para dentro da sala.

  - Pulsação! - perguntei.

  - Fraca.

Merda, está começando a paralisar.

  - Oxigênio - a máscara de oxigênio foi colocada em minhas mãos. - Vamos, vamos. - coloquei a máscara no rosto de Gabriel, mas não dava tempo de passar o elástico por trás da cabeça. - Segure aqui - falei para uma das enfermeiras. - Administração da glicose intravenosa agora!

Eu falei alto. Estava me alterando. Gabriel não podia morrer.

  - Aqui. - a seringa foi colocada em minhas mãos, que tremiam. Peguei o braço de Gabriel, mas não consegui achar a veia. 

Tentei de novo.

E de novo.

  - Doutora, se acalme.

  - Ele está morrendo! - falei. - Cheque o pulso!

  - Continua fraco.

  - Vamos... - tentei novamente achar a veia. Falhei - Torniquete. Eu preciso de um torniquete. Liguem o cronômetro!

  - 3 minutos!

  Não... não...

Amarraram a borracha amarela bem forte no braço dele e a veia saltou para fora. Graças a deus. Apliquei a glicose ainda com as mãos trêmulas, mas ele não reagiu de imediato.

  - Deixem o desfibrilador preparado. - falei e comecei a fazer massagem em seu coração - Vamos... Vamos, Gabriel. - dei uma olhada na máscara de oxigênio. Embaçada. Ele estava respirando. - Vamos... Vamos...

De repente, o monitor que mostrava seus batimentos começou a diminuir a frequência. Não estava mais sete batimentos a cada cinco segundos, e sim um batimento a cada dois segundos.

  - Não, não!

Continuei com as massagens, ele já tinha oxigênio, o que mais faltava? Nunca aconteceu de algo fugir da minha cabeça?

  - Onde está o desfibrilador?!

   - 5 segundos!

  - Não temos cinco segundos!

  Olhei no cronômetro. Um minuto.

59...

58...

57...

56...

  - Aqui.

O desfibrilador foi entregue em minhas mãos bem na hora em que a linha do monitor ficou esticada e ele começou a apitar.

  - 350V - falei.

Dei o choque. O corpo de Gabriel subiu e desceu violentamente. Olhei o monitor. Nada.

Mais um.

Nada.

  - 360V!

Nada. As máquinas continuavam apitando.

23...

22...

21...

20...

  - 360V! - gritei

Nada.

Larguei o desfibrilador e comecei com as massagens mais frenéticas.

  - Vamos... - eu falava baixo. - Gabriel, fique comigo. Vamos. Por favor...

Lágrimas começaram a se formar em meus olhos e caíram na máscara que estava em meu rosto.

As máquinas continuavam apitando. Todos me olhavam, esperando ordens. A enfermeira ainda segurava a máscara de oxigênio no rosto de Gabriel e seu olhar  não transmitia esperança.

  - Vamos... Vamos... Vamos!

Eu não iria desistir. Não agora. Ainda havia uma chance.

10...

9...

8...

7...

6...

  - Me ajudem!

  - Não dá mais tempo! Faltam 5 segundos!

  - Dá tempo sim! Andem - eu já chorava. Nenhum deles ali havia me visto chorar antes. - Fique comigo, por favor, fique comigo, Gabriel.

3...

2...

1...

Tudo parou. As máquinas, o apito constante, o cronômetro.

Menos eu. Eu não iria parar com as massagens, ele tinha que voltar. Ele não podia ir embora, não podia morrer.

Já estava morto.

  - Hora da morte: 19:37 - um enfermeiro anotou na prancheta.

Estava tudo parado.

  - Não...

Minhas pernas perderam as forças, e eu fui para o chão. Cobri meu rosto com as mãos.

Não, aquilo não havia acontecido. Ele não estava morto. Não podia estar. Volta, Gabriel, por favor... Eu sou capaz de qualquer coisa.

  - Vamos, doutora Melissa. Vamos comunicar a família.

Era para eu ser a família dele. Era para eu estar com ele... se eu não tivesse apenas concordado aquele maldito dia. Devia ter batido o pé e ficado, devia ter brigado, discutido, devia ter dito que não iria abandoná-lo e...

"Pi" - ouvi.

No começo, pensei que fosse minha imaginação.

"pi"

Levantei o rosto molhado de lágrimas. Todos alternavam o olhar entre mim e Gabriel.

"pi"

Não, eu não estava louca. Me levantei quase tropeçando e corri os olhos para o monitor. O gráfico estava subindo. Três batimentos a cada cinco segundos. A máscara de oxigênio havia sido tirada dele, mas eu a peguei na velocidade da luz e me coloquei ao seu lado, colocando ela em seu rosto.

  - Isso... - eu sorri - Isso, meu amor - apertei sua mão.

Olhei o monitor novamente. Quatro batimentos a cada cinco segundos. 

  - Isso - eu abri um sorriso enorme - Continue assim. Alguém, faça a massagem, ele está voltando!

Ao ouvirem que a suspeita estava confirmada, um dos enfermeiros riscou algo da prancheta. Não foi hoje que a hora da morte dele foi registrada. Outro começou com as massagens enquanto a que falou comigo no começo checava os batimentos.

  Quando o gráfico ficou estável, eu suspirei aliviada. Ele estava apenas dormindo agora.

Meu sorriso aumentou de tamanho quando senti um aperto fraco em minha mão. A mão que estava segurando a dele.  

  - Gabriel? Gabriel, consegue me ouvir? - falei esperançosa.

Ele abriu um  pouco os olhos, coisa de uns 3 milímetros e ficou o olhar em mim. Em seguida sussurrou tão baixo que tive que fazer força para ouvir, antes que ele pegasse no sono novamente.

  - Melissa... Fique comigo...

 

 


Notas Finais


E aí? Tenso? Chorei só de escrever hahahaha

LINK DO VÍDEO: https://youtu.be/Rbte3_DxQRQ


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