História "Os opostos se atraem?" - Livro 2 - Your daughter

  - Por quê? - ela perguntou

  - Bella, vai! - falei mais alto e ela subiu as escadas correndo.

  - Renato?! O Renato? - Gabriel surtou - De tantos homens no mundo, você escolheu o RENATO COMO SEU NAMORADO?!

  - Noivo - corrigi baixo.

  - O que?! Você estava planejando se casar com ele?!

  - Qual é o problema?! - gritei - Durante todos os anos que eu estava mal, durante todo o tempo em que fiquei sozinha, ele estava lá para mim, de um jeito que você nunca esteve!

  - Eu nunca estive? MELISSA EU TE AJUDEI DEPOIS QUE VOCÊ FOI ESTUPRADA! Como eu eu não estava lá para você?!

  - E o que adiantava?! Você me restava bem e no dia seguinte me tratava como lixo, balançava os ombros como se não se importasse com o que aconteceria comigo depois. Renato nunca fez isso!

  - Não mesmo, ele fez foi pior! Ele usou minha irmã  e agora está usando você!

  - Se é isso que está acontecendo, saiba que a culpa foi completamente sua! -  eu gritei.

  - Minha????? A culpa foi minha? Você se enfia com o primeiro idiota que aparece na frente e a culpa é minha?!

  - Era só ter me deixado te esperar! - eu gritei novamente e ele ficou em silêncio - Era só você ter me deixado te esperar. - falei novamente mais baixo. - Eu quis te esperar, lembra? Eu não estava nem aí se você estava preso ou não. Mas você me mandou embora.

  - Te mandei embora pois você era jovem.  Tinha ainda muita vida para viver, não podia deixar você ficar me esperando.

  - Ou não conseguiria viver com a culpa. - estreitei os olhos.

  - Melissa, olha tudo o que Renato fez com nós dois. Você parou de falar comigo por causa dele.

  - Porque ele me contou a outra parte do história que eu não conhecia sobre você. E ele não estava mentindo.

  - Eu não menti! Só não contei pós achei que você sairia correndo, e eu não podia te perder àquela altura! E aquele idiota tinha que se intrometer, pois ele não consegue me ver feliz. Foi eu viajar e ele já se aproximou de você para contar tudo e fazer você terminar comigo!

  - Você não passa a ser o certo dá história por isso.

  - PORRA, MELISSA! Custa você abrir seus olhos?!

  - Não tem mais a ver só comigo, Gabriel! Eu tenho uma vida agora! Uma família! Coisa que eu sempre sonhei em ter com você. Coisa que quase aconteceu.

  - Espera. Quando eu perguntei dos olhos da Bella... Você me disse que o pai dela tinha olhos azuis. Renato tem olhos azuis.

  - Sim, mas não é isso...

  - Eu não acredito que você teve uma filha com ele, Melissa - ele disse baixo - Simplesmente não acredito. Eu queria te procurar, entende? Quando eu tivesse com a vida feita, eu queria te encontrar, queria pedir desculpas e sim, quem sabe, ter uma família, me casar com você. Mas eu cheguei meio atrasado.

Ele olhou com desgosto para meu anel de noivado.

  - Gabriel, dá pra você calar a boca por um segundo e me escutar?

  - Fala. Fala logo que quer que eu vá embora e nunca mais apareça na sua vida. - ele me olhou nos olhos, e novamente eu senti o que sentia quando era mais jovem. Aquele rebuliço dentro de mim, e a sensação de que seus olhos me puxavam para dentro.

  - Bella não é filha do Renato. Você não fez as contas? O que aconteceu há 10 anos atrás? Com quem eu estava? Quem era a única pessoa que eu queria perto de mim?

Ele parou de falar, e me encarou. Meu coração batia forte demais, fazia dez anos que eu pensava em um milhão de formas para contar isso.

E chegou a hora.

  - Bella é sua filha, Gabriel.

Ele ficou em silêncio por uns segundos.

  - Por que não me contou? - ele perguntou como se tivesse um nó na garganta - Por que escondeu isso de mim?

  - Eu não escondi porque quis. Quando eu fui te contar, você me mandou embora, e nunca mais te vi.

  - Melissa, se aquele dia eu soubesse que havia uma filha minha  dentro de você, eu teria dado um jeito. - sua voz estava começando a ficar embargada, ele iria chorar.

  - Olha... - eu falei com lágrimas nos olhos - Me desculpa, mas talvez tenha sido melhor ela não saber.

  - Bella não sabe que sou o pai dela?

  - Não.

Ele se encostou na parede.

  - E você vai contar?

  - Nós vamos contar. No aniversário dela, pode ser? Quinta?

  - Tenho um dia para fazer a ficha cair. - ele riu baixo.

  - Pois é...

Ele esticou um dos braços e me deu a mão, me puxando para seu peito. Eu me aconcheguei nele e fechei os olhos.

  - Eu acho que ainda te amo, Mel...

"Mel..."