História "Os opostos se atraem?" - Livro 2 - Tenso

~Melissa~

Bella chegou da escola e já se enfiou no quarto. Ela havia escutado a briga na segunda-feira e como Gabriel não veio aqui a semana toda, provavelmente com raiva, ela acha que a culpa é minha.

Em partes, é.

Em partes.

A campainha tocou. Era Brunna, e quando ela entrou, uma garota veio com ela.

Era branca, baixinha, tinha os cabelos morenos curtos e estava vestida de preto.

– Mel, essa é a Beatriz – ela disse e a garota me cumprimentou – Ela é irmã do Nathan e vai ficar na minha casa até aquele cabeça dura falar com ela de novo.

– Então o encontro não deu certo?

– Na verdade, não – falou Beatriz – Pode me chamar de Bia.

– E no caminho, – Brunna continuou alegre – Eu estava pensando. Temos que fazer o Gabriel largar daquela praga e vocês voltarem a se falar, e também temos que fazer Bia e Nathan se falarem.

Rolei os olhos.

– Fala, Bruh, o que você pensou?

– Poderíamos sair!

– Toda vez que a gente precisar se acertar com alguém, você vai dar a ideia de sairmos? – perguntei.

– Na verdade, sim – ela disse – Olha, já fizemos isso duas vezes, eu sei. Mas me diz, as duas vezes deram certo?

A primeira vez havia sido quando eu não sabia que Gabriel ia na sorveteria. Foi ideia da Brunna, e sim, voltamos a nos falar. A segunda havia sido no restaurante, um dia depois de quando Gabriel teve a dor no fígado, e foi quando eu contei sobre Bella a ele.

Também deu certo.

– Sim. – falei

– E se por acaso for rolar briga, nenhum de nós briga em lugar público, então evita discussões pesadas. O que acha?

– E Bella?

– Quer que ela vá? Ela poderia vir conosco.

– Na verdade, eu queria sim. Mas ela vai encher Bia de perguntas, e não vai desgrudar do Gabriel.

– E qual é o problema?

– Que eu não sei como está o humor dele, ele pode estar irritado. Nathan deve estar com pouca paciência para ouvir uma criança fazendo mil perguntas e teríamos que evitar alguns assuntos.

– Isso é verdade – ela disse pensativa.

– Adoro crianças! – falou Bia. Olhando agora, ela parecia um anime.

– Eu poderia falar com minha mãe e deixar Bella lá.

– Ah, Melissa, pelo amor de Deus. Nada contra a tia, mas você sabe que lá ela não gosta de ficar. Mande ela para a casa das amigas!

– Não posso simplesmente ligar para Vinícius ou Erick e perguntar se eles podem ser babá dela, né?

– Calma, deixa eu pensar... Já sei! Me dá seu celular.

Fiz um nome do pai mentalmente e entreguei a ela, que procurou algo em meus contatos, apertou em um nome e colocou no viva voz.

Estava ligando para a Gabi.

– Alô?

– Gabi? É a tia Bruh!

– Oi!!!! Você roubou o celular da Melissa?

– Não, doida! – Brunna riu – Preciso da sua ajuda.

– Estou anotando.

– Quero levar Melissa para fazer uma coisa hoje à noite. Queria saber se Bella poderia ficar aí.

– Vou ver com meus pais.

– Duas coisas: não diga que eu pedi e quando eles derem a resposta, ligue para o celular da Bella e convide ela. Explico depois.

– Anotado.

– Boa garota, tchau.

– Tchau.

E desligou.

– Agora é só esperar – ela disse.

Cinco minutos depois, Bella desceu as escadas.

– Posso ir na Gabi?

– Por?

– Por favor – rolou os olhos.

– Que horas?

– Daqui meia hora.

– Tá, eu te levo.

– Tá.

E subiu de novo.

– O que ela tem? – perguntou Brunna

– Está com saudades do Gabriel – falei – Ela ouviu a briga e pensa que a culpa é minha que ele não está vindo.

– Você exagerou.

– Eu sei, OK?

– Tá, tá. Olha, vai ser meio complicado. Nathan não pode saber que Bia vai. Gabriel não pode saber que Melissa vai. Como vamos fazer isso?

– Liga para o Nathan e diz pra ele chamar o Gabriel. – falei – E não comentar com ele que eu vou. Ele deve saber da briga.

– OK.

Brunna fez o que eu disse e meia hora depois, estávamos prontas para sair.

Deixei Bella com Gabi e nós fomos para o restaurante que Brunna havia sugerido. Era uma rua movimentada e conhecida.

Entramos e localizamos os garotos em uma mesa mais alguma fundo.

Eles, ao mesmo tempo, nos viram e Gabriel virou a cara quando me viu. Nathan não olhou para Bia.

– Vai ter um clima meio pesado – comentei.

– E como – falou Bia enquanto nos aproximávamos.