1. Spirit Fanfics >
  2. "Os opostos se atraem?" - Livro 2 >
  3. "Talk"

História "Os opostos se atraem?" - Livro 2 - "Talk"



Capítulo 36 - "Talk"


"Apresentar resistência é pior" - eu coloquei na cabeça enquanto todos nós éramos conduzidos para as duas viaturas que estavam ali. Eles acabaram tendo que chamar mais uma, pois estávamos em 8, e só havia mais seis lugares disponíveis.

Os dois caras que estavam com Ella foram em uma, Bia entrou em outra, e eu me sentei ao seu lado, Nathan ia entrar conosco, mas Gabriel o pegou pelo braço delicadamente, deixando o policial com um olhar confuso.

  - Eu vou com ela - disse Gabriel. Nathan assentiu e deixou o amigo se sentar ao meu lado. O policial nos olhou com um " o que vocês estão arrumando?" na cara, e conduziu Nathan para a outra viatura.

Saímos de lá, e as luzes da parte de cima do carro não foram ligadas, graças aos céus. Chamaria menos atenção. Pelo menos era o que eu esperava.

Estávamos à penumbra dentro do carro. Ninguém falava nada e eu observei os postes iluminados passando, um a um, dando a impressão de que estavam correndo.

Gabriel não disse nada. Eu não entendia o motivo de ele querer vir comigo no carro. Ainda mais depois da briga. Quase soltei uma risada ao perceber que Ella e Brunna haviam ido na mesma viatura. Será que estarão ambas vivas quando chegarmos...

...À delegacia.

Quando foi que eu deixei de ser uma médica e passei a andar em viaturas policiais? Ah, é... quando Gabriel apareceu pela segunda vez em minha vida.

Rolei os olhos. Como vou contar isso a Bella?

Eu vou contar isso a Bella?

  - Não fale nada - Gabriel disse para mim num sussurro quase imperceptível - Podem usar contra você. Só conte a história real.

  - Ok... - falei.

Eu ainda estava brava pelo episódio, mas decidi confiar nele, pois infelizmente ele tinha mais experiência com isso.

  - Desçam. - um dos policiais disse quando estacionou em frente à delegacia - E sem gracinhas.

Todos nós fomos conduzidos até a parte da frente. O que significava que não era nada grave. Se fosse o caso de prisão ou algo do tipo, entrávamos pelos fundos.

Mas isso era o delegado que decidiria.

Alguns minutos de conversa entre os policiais e o delegado, e os primeiros vieram nos buscar para entrarmos na pequena sala. Eles ficaram cada um em um canto para nos cercar, caso um quisesse fugir.

Estávamos todos formando um arco na frente da mesa do delegado nessa ordem: Natha, Bia, eu, Gabriel, Brunna, os dois caras e Ella,  onde possuía uma plaquinha dizendo "Isaac Theo Martins - Delegado".

Ao contrário da maioria dos delegados que eu havia visto, este não era velho, tampouco feio. Devia beirar os 35 anos e era uma cópia fiel de Tyler Hoechlin, o ator que fazia o personagem Derek Hale, em Teen Wolf.

  - Tudo bem... - ela falou depois de deixar uns papéis sobre a mesa. - O que aconteceu? - apoiou o queixo nas mãos e olhou para cada um de nós.

   - Aquela vadia começou a brigar comigo na porta do restaurante! - disse Ella apontando para mim - E ela tomou a briga! - apontou para Brunna.

Eu vou estourar a cara dessa vagabunda.

  - Escuta aqui, - falei - vadia é você, pode calar essa boca, sua...

  - Sem baixaria aqui - o delegado falou - Se tivesse sido isso mesmo, senhorita, todas essas pessoas não estariam envolvidas - ele disse para Ella, sabendo que ela estava mentindo - Agora, quem vai contar o que aconteceu? Não recebi um telefone a toa.

  - Eu conto. - Gabriel deu um passo a frente - Ela é minha ex namorada - apontou para Ella - Essa é minha atual namorada - apontou para mim e eu tive que olhar para sua mão para ter certeza de que estava direcionada a mim.

Ele não havia acabado de falar que não tínhamos nada?

  - Estávamos no restaurante  - ele continuou - Briguei com ela sem querer - apontou para mim - E ela foi embora. Antes disso, Ella me mandou uma mensagem, perguntando onde eu estava. Eu respondi. Quando Melissa - apontou para mim - saiu, deu de cara com Ella.

Ele parou de falar. Não sabia o que acontecia na história até o momento em que saiu junto com os outros.

  - Então, - continuei - ela começou a me provocar.

  - Mentira! - disse Ella.

  - Silêncio, por favor - disse Isaac para Ella e se virou para mim - Continue.

  - Ella disse coisas de Gabriel para mim, me provocando de propósito. E os dois caras ali - apontei - estavam com ela.

  - Você deu um tapa na minha cara! - disse Ella. 

  - Dei mesmo e daria de novo! - falei.

  - Eu disse silêncio, por favor, senhorita! - Isaac se dirigiu a Ella novamente.

  - Quando eu bati nela, os dois caras vieram para cima de mim - falei.

Gabriel cerrou a mão em punho. Estava ficando irritado. Provavelmente por lembrar da cena.

  - Fizeram alguma coisa? - Isaac perguntou. 

  - Não... Porque não deu tempo. Gabriel saiu do lugar com todo mundo e ele - apontei - e Nathan - apontei - foram para cima deles.

  - Para defender a senhorita.

  - Sim... -falei.

  - Algo mais?

  - Sim, eu dei uma surra nela - falou Brunna, se referindo a quando bateu em Ella - E ela revidou.

  - Sim - concordei com a cabeça.

Ele anotou umas coisas e se virou para nós novamente.

  - E você? - perguntou a Bia, com um olhar curioso.

  - Sou irmã dele - apontou para Nathan - Estava cm eles no restaurante.

  - Certo... Bom, eu não vou prender nenhum de vocês. Podem ir embora. Vocês dois ficam - apontou para o caras - E você também - apontou para Ella - Quer saber mais... sobre vocês três. - ele se levantou - Mas, uma coisa: não quero mais receber telefonemas com os nomes de vocês envolvendo brigas. Tive muitos casos disso no passado, e não estou a fim de mais um. Do mesmo jeito que aposto que não querem ser presos. Eu poderia interrogar vocês por uma hora, mas a policial forense que trabalhava comigo se aposentou, e preciso achar outra rapidamente, e não posso perder tempo.

  - Bia! - falei e todos me olharam assustados - Você é policial forense!

Ela se tocou.

   - Você é? - Isaac perguntou com os olhos brilhando.

   - Sim, eu sou. - mostrou o documento que estava na bolsa - Trabalho no fórum de campinas. Quer dizer, trabalhava.  - ela deu de ombros. 

  - Poderia me dar seu telefone? Preciso muito de uma forense aqui. Se não se importar e estiver interessada, posso entrar em contato.

Ela sorriu.

  - Claro!

Ele deu a ela um papel, e ela anotou o número.

Sinto cheiro de romance no ar.

  - Dispensados. - ele disse - Espere meu telefonema, senhorita...?

  - Beatriz Martini.

  - Beatriz - ele sorriu - Os policiais levarão vocês para suas casas, algum problema?

  - Nossos carros estão no restaurante.  falou Nathan enquanto saímos da sala - Ficamos lá.

  - Sem problemas. Boa noite. - Isaac deu um sorriso para Bia e fechou a porta.

Menos de meia hora depois, estávamos todos nós de frente para os carros. Eu, Bia e Brunna havíamos vindo no carro de Brunna. Nathan em sua moto e Gabriel em seu carro. Ou seja, eu teria que pegar carona com alguém para voltar para casa.

  - Mel, você quer...  começou Brunna

  - Eu levo ela. - Gabriel a interrompeu - Pode deixar. - ficou ao meu lado - Precisamos conversar.

  - Certo. - ela respondeu.

Eu poderia dar um milhão de respostas mal-educadas a ele, mas me calei. Eu queria ir com ele, não poderia negar.

Entramos em sua Ranger. O silêncio reinava.

Ele deu partida e eu ouvi o rugido do motor com um pequeno sorriso no rosto. A sensação de entrar em seu carro era a mesma de dez anos atrás.

  Eram quase 11 da noite, mas eu não estava cansada. Não depois de passar tanto tempo com ele, mesmo com discussões e brigas.

  - Não vai falar nada? - ele perguntou.

  - Quem disse que me levava foi você - rebati e olhei para o outro lado - E ainda disse que precisamos conversar.

  -  E não precisamos? - ele ergueu uma sobrancelha.

  - Sim. 

  - Então...

  - Então, porque falou que não temos nada e no segundo seguinte disse que sou sua atual namorada? - o olhei.

  - Para encurtar a história.

  - Ah, tá. - virei o rosto para o outro lado. Idiota, estúpido! E eu ainda gosto desse imbecil, mas que...

Espera, eu o que?

  - Melissa... tá, tudo bem, precisamos conversar. Mas não quero falar sobre hoje.

  - Quer falar sobre?

  - Nós? - soou mais como pergunta do que resposta.

  - Nós?

Ele estacionou o carro em frente à minha casa.

  - Sim. As pessoas não têm esse tipo de conversa? - ele tirou o cinto, e eu fiz o mesmo.

  - Não quando elas não têm nada.

Ele rolou os olhos.

  - Você tem que dificultar a coisa toda?

  - Sim. - falei e saí do carro, abrindo o portão de casa. Estranhei estar tudo apagado, mas me lembrei de que Bella dormiria na casa de Gabi e entrei.

Gabriel parou na porta.

  - Por quê? - perguntou.

  - Porque - falei ao deixar a bolsa no sofá e voltar para perto dele - Você é imprevisível. - me encostei no batente.

  - Você aprendeu a ser - ele deu um pequeno sorriso - Não está pensando que quero conversar para me desculpar, está?

  - Na verdade sim. Mas sei que não vai fazer isso - prendi o cabelo no coque que eu sabia que ele gostava.

  - Ou talvez... eu possa fazer. - cruzou os braços.

  - Mas não precisa pedir. Porque nós sempre...

  - Vamos brigar de novo - ele soltou uma risada ao completar minha frase - Mas sempre foi assim, né? Nós brigamos...

  - E voltamos.

  - E brigamos...

  - E voltamos.

  - Sempre - eu ri e cheguei mais perto dele por puro impulso.

Ele olhou para o chão, e depois para mim.

  - Nem parece que dez anos se passaram...

  - Não - concordei - Quando te vi, não acreditei que tinha 27...

  - Você tem cara de 22 no máximo - ele riu - Só que ficou diferente desde quando te  vi pela última vez.

  - Vou tomar isso como um elogio.

  - E foi.

Por um momento, pensei que ele me beijaria. Mas olhei para o chão quando vi que ele não o fez.

  - Eu acho melhor eu ir - ele disse - Está tarde e você deve estar cansada.

Não acredito que ele disse isso.

Mas tudo bem, se ele não quer ficar, eu não vou insistir.

  - Tá, tudo bem.

Gabriel me deu um beijo no rosto, falou um simples "Tchau" e se virou.

Eu fechei a porta, já irritada de novo. Não irritada, chateada. Estamos sozinhos, será que ele não podia ao menos...

Meus pensamentos pararam quando ouvi alguém bater na porta.

Um sorriso enorme apareceu em meu rosto e eu corri para abrir a mesma. Menos de 2 segundos depois, Gabriel me tomou em seus braços e me beijou com vontade.

  - Não pensou que eu iria embora sem fazer isso, não é?


Notas Finais


QUASE 2000 PALAVRAS
SOCORRO
QUAL É A NOTA? OQ ACHARAM?
BESITOS


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...