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História "Os opostos se atraem?" - Livro 2 - I hope so



Capítulo 42 - I hope so


~Melissa~

Depois que Brunna contou a história toda, nós ficamos super felizes, claro. Agora, o clima não iria mais ficar tão tenso, como estava antes.

Meu dia no hospital foi cheio de sorrisos. Depois da noite de ontem e da notícia, tudo era motivo para sorrir. Não tivemos tantas cirurgias de risco, todas deram certo e fiz questão de ir pessoalmente comunicar as família e retribuir todos os abraços que recebia. Uma colega de trabalho, Juliana, apareceu na sala de espera com um copo de café expresso nas mãos.

  – Toma, Melissa – ela disse rindo – Você está de bom humor hoje, deu até vontade de te mimar.

  Eu soltei uma risada.

  – Obrigada, Ju. Acabei de dispensar uma família.

  – Eu vi, pensei que engoliram você, com todos aqueles sorrisos. Aconteceu algo?

Sorri e a olhei.

  – Mentira! – ela disse assim que entendeu – A cama aguentou?

  – Aguentou, e aguenta até outra vez!

  – Acha que vai ter outra vez?

  – Espero que sim – falei dando um gole no café.


~Gabriel~

  – Me leva pra andar de moto, pai? – Bella perguntou assim que chegamos em casa.

Ainda era estranho ouvir ela me chamar de pai. Um frio na barriga me percorria sempre que isso acontecia, mas eu já estava me acostumando.

  – Agora? – eu perguntei.

  – É!

– Sua mãe deixaria?

– Claro que não, ela é chata.

Eu comecei a rir e peguei os dois capacetes, indo com ela até a garagem.

– Tudo bem, mas quem vai fechar isso aqui na sua cabeça sou eu.

– Por que?

– Porque você provavelmente não sabe, porque ele abre meio fácil, é porque eu me preocupo com você.

– Você falou igual a mamãe – ela rolou os olhos enquanto eu encaixava as fivelas do capacete embaixo de seu queixo.

– E você é igual a sua mãe.

– E ela fala que sou igual a você.

Sorri. Bella era uma mistura perfeita.

– Acha que consegue subir sozinha? – perguntei logo depois de colocar o meu capacete e subir na moto.

– Tenho cara de retardada? Não responda.

Eu ri.

– Tudo bem. Sobe – cruzei os braços.

Ela tentava de todos os jeitos passar a perna para o outro lado, mas era muito pequena, e não dava impulso.

Quando ela quase perdeu o equilíbrio, eu a segurei.

– Usa minha mão. E põe um dos pés no pedal.

Coloquei minha mão para trás, e Bella a pegou, como apoio para dar o impulso com o pé no pedal. Jogou a perna para o outro lado e soltou minha mão.

– Segura em minha cintura – falei.

– Só se você correr!

– Feito!

Abri o portão e liguei a moto. Ao acelerar da primeira vez, o motor rugiu e saí cantando pneus da garagem.

Bella ria a cada curva inclinada que fazíamos. Se ela estava com medo de cair, não demonstrou, mas agarrava forte minha cintura. Eu estava preocupado, claro, mas tomava os devidos cuidados, mesmo não parecendo. Procurava não inclinar muito, caso contrário, os dois iríamos para o chão.

– Mais rápido! – ela gritou. Sua voz abafada pelo vento.

– É perigoso, Bella!

– Só um pouquinho!

Dei um acelerada de leve, estávamos muito rápidos, e eu já estava esperando as cartas de multas chegarem por estar uns 30km/h a mais do que o permitido.

Andei com ela por uma meia hora. Ela ria e ria, e eu adorava ouvir sua risada. Quando passávamos num quebra molas, ela dava gritinhos, exatamente como Melissa na primeira vez que andou de moto comigo.

Sorri ao me lembrar. Ela estava linda. Jeans, camiseta, vans, rabo de cavalo. E sorridente. Fazia mais ou menos 50 dias que ela havia sido violentada, e eu estava na fase de tentar trazê-la de volta a vida.

Ao chegar em casa, guardei a moto e os capacetes. Bella ajeitou os cabelos e estava recuperando o fôlego.

Espera. Por que ela estava recuperando o fôlego?

– Tudo bem, Bel?

– Tudo. Nossa, parece que corri a são silvestre – ela deu um pequeno sorriso.

A olhei preocupado. Ela havia ficado sentada por meia hora, só dando alguns gritos e rindo, como alguém poderia se cansar disso? Perder o fôlego por isso?

Algo não está certo.

– Por que não vai comer alguma coisa? – perguntei – Tenho que dar uma geral do meu quarto.

– Por que?

– Porque está uma bagunça e não quero que tenha um pai bagunceiro.

– O que tem pra comer?

– Nutella serve?

Seus olhinhos azuis brilharam.

– Vou morrer de diabetes, mas serve – ela disse sorrindo e correu para a cozinha.

Ao ver ela se sentar no sofá para ver TV, peguei meu celular para ligar para Melissa.

~Melissa~

– Gabriel, não posso falar agora, o que foi? – perguntei ao atender. Eu estava no meio de uma consulta, e só atendi pois sabia que ele nos costumava ligar no meu horário de serviço.

– É Bella. – ele falou preocupado.

Rapidamente, fiz um sinal de espera para o paciente e me levantei da mesa, indo para perto da janela.

– O que ela aprontou?

– Nada. Mas estou preocupado com ela. Era sem fôlego de novo.

– Falou com ela?

– Ela disse que parecia ter corrido a São Silvestre. Não é normal.

– Não, não é. Bella é a pessoa com mais fôlego que conheço, como pode...

– Melissa, acho que devíamos levar ela no médico.

– Se eu fosse clínica geral, poderia dar uma olhada... Melhor uma especialista em... Pulmões? – perguntei, ainda na dúvida.

– Pulmões. – ele concordou e fez uma breve pausa – Ou coração.

Engoli em seco.

– Vou ligar para a doutora Ingrid, depois te retorno. Não deixa ela fazer muito esforço, OK?

Ele suspirou.

– OK.

Nenhum dos dois desligou. Ficamos na linha ouvindo a respiração do outro.

– Gabriel... – chamei com a voz manhosa – Vai estar tudo bem com ela... Não é?

Ele suspirou.

– Sim, Melissa. Vai estar.

Ao desligar o telefone, pude jurar que ouvi um "eu espero" saindo como um sussurro de sua boca e indo parar como um tiro direto no meu coração.


Notas Finais


Aiiiiiiiii
E agora?


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