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História "Os opostos se atraem?" - Livro 2 - Far away



Capítulo 45 - Far away


~Melissa~

 

 – Está tudo bem, mamãe? – Bella perguntou enquanto eu dirigia.

Havia acabado de deixar Gabriel em sua casa e estava indo para a minha. Semana que vem, tenho que voltar ao consultório.

Suspirei.

  – Preciso falar com você, Bella.

– É sobre aquele tubo gigante com um barulho irritante que eu entrei?

A ressonância magnética.

– Sim.

– Não vou ter que assar por aquilo de novo, né? Pelo amor de Deus.

– Bella, me escuta... Você entrou naquele... Tubo porque tem algo errado com você. Aí dentro.

– É o que?

– Seu coração.

Como posso explicar de um jeito que não a deixe apavorada?

– O que tem meu coração? Eu vou morrer?

– Não, Bella. Seu coração está... Cansado. Entende? Tem uma coisinha dentro dele que não está do tamanho certo e está deixando ele cansado demais. Por isso você está sem fôlego.

– E quando ele vai descansar?

– Eu não sei. Por isso a doutora Ingrid vão ajudar.

– Ela também tem o coração cansado?

– Não, mas ela entende disso.

– Não vou ter que fazer cirurgia, vou, mãe?

– Não, Bella – parei no semáforo e olhei para a janela – Eu espero que não.


~Rodrigo~

Eu sabia que precisava voltar. Claro que precisava. Fazia 12 anos que não via meu filho. Na verdade 12 anos que não falava com ele, pois o via às vezes.   Só este ano o vi quatro vezes. Uma em um bar, meses atrás, apenas um dia após a morte de Maria, com quem fui casado por mais de 20 anos. Me filho estava bebendo desenfreadamente, e sabia que logo teria que chamar a ambulância. E foi o que aconteceu.

Sim, eu estava no mesmo bar em que Gabriel estava. O olhava de longe, o observava. E lembrava de minha filha que estava em decomposição embaixo da terra.

Queria de todo jeito ir lá, olhar em seus olhos, pedir perdão, mas não sabia se Gabriel me aceitaria de volta. Tudo o que eu o havia deixado era uma moto, uma guitarra, uma bateria e um teclado, coisas que Gabriel amava, antes de ir embora e nunca mais voltar. Que tipo de pai faz isso?

Se fosse para voltar atrás, eu nunca teria ido embora. Teria ficado. Teria enfrentado tudo junto com minha família. Junto com meu garoto.

A segunda vez que o vi foi em um restaurante. Estava com mais 3 pessoas, e sorria, contente, como se perguntasse a uma delas o que poderia ou não comer. Fazia tempo que não o via rir assim.

A terceira foi em uma briga, no meio da rua. Dessa vez, mais de 5 pessoas estavam envolvidas. Ele e mais um garoto foram parar no chão com dois homens e quando o pessoal do restaurante percebeu a viga, saíram correndo para ver. Inclusive eu.

Gabriel não me viu. E se viu, não reconheceu. Mas, se reconheceu, não demonstrou.

Um pequeno sorriso surgiu em meus lábios quando vi que meu garoto ainda sabia bater, ele deve praticar alguma luta no tempo livre, a agilidade é incrível.

Gabriel nunca me decepcionou. A morte de Mirella não foi culpa dele, embora ele ache que foi. A única parte boa de eu ter ido embora, para outra cidade, foi que deixei Maria a sós com o filho. Ela sabia que não havia sido culpa dele, mas no fundo eu sabia que ela ainda não sabia em quê acreditar.

Eles se reaproximaram, isso foi bom.

Um tempinho depois, fiquei sabendo que ela se mudou para tratar do câncer na faringe e do tumor no cérebro deixando Gabriel, que se recusou a ir junto, aqui. O tornou emancipado.

Quando fiquei sabendo disso, quis voltar. Maria me ligava às vezes e pensava que Gabriel ter um tempo consigo mesmo seria bom para ele. Ele era um bom garoto.

Durante esses 12 anos, pensei no mínimo duas vezes por dia em voltar para casa. Mas me continha. Olhar para Gabriel seria o mesmo que olhar para Mirella.

Fiquei tempo demais nessa luta entre ficar e voltar. Mas voltei. Finalmente, voltei.

Estava passando de carro e o vi saindo de um consultório médico. Lágrimas nos olhos, cara de choro.

Estava junto de duas pessoas. Uma garota que devia ter uns 20 anos e uma garotinha.

Seria sua filha?

Um sentimento de orgulho tomou conta do meu peito ao imaginar a possibilidade. Meu garoto sendo pai?

Pensei em estacionar ali mesmo e pedir perdão por tudo, mas ao ver a expressão perdida de todos, menos da garotinha, que provavelmente não sabia o que estava acontecendo, desisti. Algo ruim deve ter acontecido e eu me peguei pedindo a qualquer força onipotente existente que não seja com meu garoto.

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Notas Finais


Amores! Voltei! Demorei uma semana, mas estou aqui. Preciso urgentemente estudar, pq tem prova amanhã e eu estou F.O.D.I.D.A

Até mais! Beijinhos!!


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