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História "Os opostos se atraem?" - Livro 2 - Seven again



Capítulo 52 - Seven again


Meu queixo caiu no segundo em que o homem disse isso. E eu tinha certeza de que se eu estivesse em pé, cairia sentada em algum lugar.

Ele era alto, igual Gabriel. Tinha um corpo relativamente parecido, o que me fez pensar que ele não abandonou a academia mesmo após tanto tempo longe do filho. E os cabelos, pude reparar mais de perto, tinham alguns fios grisalhos. As rugas ao redor dos olhos mostravam que ele já deu boas risadas durante sua vida e, por seus traços, eu sabia que não precisava de DNA para saber se ele e Gabriel eram mesmo pai e filho.

Gabriel se virou.

E não disse nada.

  – Gabriel... – Rodrigo disse.

Eu só notei que sabia o nome de seu pai pois Maria havia me dito.

Eu só podia dizer que mentalmente eu estava pedindo aos céus para Gabriel não explodir. Não na frente da Bella, não no meio da rua, não com seu pai finalmente de volta.

Mas, quando ele abriu a boca para falar, eu tive medo de que o meu pedido não fosse atendido.

  – O que você está fazendo aqui? – ele disse frio.

– Eu precisava te ver, filho. – disse Rodrigo.

  – Eu também precisei te ver. Por 12 anos eu precisei te ver. Mas você nem se importava. – Gabriel cerrou os olhos.

  – Gabriel, eu te disse o motivo de me mudar de casa. E na época, você me disse um simples "tudo bem". Se lembra disso? – Rodrigo não alterou sua voz, mas eu percebi a dor por trás dela.

  – Fazia menos de um mês que eu havia visto minha única irmã dentro de um caixão e sendo levada para debaixo da terra. Qualquer coisa que você falasse eu falaria "tudo bem", porque eu não me importava mais com nada. Nada me interessava, e eu tentei me colocar no seu lugar quando você foi embora! Eu te entendi. Mas você disse que voltava logo. Mas demorou 12 anos!

  "Gabriel, pelo amor de Deus..." – pensei.

  – Eu quis te ver pouco tempo depois, mas sua mãe disse que talvez você precisasse de espaço. E que poderia não aceitar minha volta repentina. – disse Rodrigo.

  – Ela estava certa. Como sempre. – a voz de Gabriel vinha carregada de veneno.

  – Será que a gente pode conversar? – Rodrigo perguntou – Civilizadamente?

  – A gente podia conversar o tempo todo quando você estava em casa.

  – Gabriel, por favor? Eu fiz o que eu achei que precisava fazer para colocar a minha cabeça no lugar. E o tempo ajudou a curar isso. Se foi errado, ou não, não importa, porque eu não posso mais desfazer. Agora, eu vim aqui para me desculpar com você, e conversar, dar explicações, pois eu acho que você merece isso, mas se não quer, eu posso muito bem ir embora, porque agora, não sobrou mais nada para mim. Não aqui. Sua irmã se foi, sua mãe se foi, e eu preciso de você, você é meu filho. Mas não vou insistir se não quiser. A escolha é sua. – Rodrigo falou.

Ele não disse aquilo gritando, nem nada. Mas em um tom que me lembrava a dureza de Gabriel ao dizer as coisas quando brigávamos no passado. A mesma força, o mesmo impacto. Mas o tom diferente. Rodrigo disse calmo, mas sério.

Gabriel não disse nada por um momento. Ele apenas se virou para mim, como se pedisse ajuda.

  – Eu acho que vocês deviam conversar sozinhos primeiro. – falei com a voz suave, para ver se amenizava o clima.

  Gabriel suspirou e se virou para o pai.

  – Tudo bem.  Onde vamos?

  – Sua casa? – seu pai sugeriu.

  – Estou sem carro – falou Gabriel – Vim com elas – indicou com a cabeça para mim e para Bella, que não havia dito uma palavra.

  – Vamos no meu. – sugeriu Rodrigo.

  – Te vejo depois? – Gabriel perguntou a mim quando se levantou.

  – Sim, depois você me liga.

  – Tudo bem. – ele me deu um selinho e beijou a cabeça de Bella para dizer tchau.

Pude jurar que vi um pequeno sorriso aparecer no rosto de Rodrigo.

Gabriel colocou as mãos nos bolsos da calça jeans e seguiu Rodrigo até seu carro.

Eu olhei para Bella e nós duas demos de ombro exatamente ao mesmo tempo, e voltamos a tomar nosso sorvete.

~Gabriel~

Durante o caminho, não dissemos nada. Quer dizer, quase nada.

  – Onde você mora, filho?

  – Em casa. – não respondi com sarcasmo. Disse isso porque eu morava na casa em que sempre moramos nós quatro. Eu, Mirella, meu pai e minha mãe. Nossa casa. Ele iria entender.

  – Entra – falei assim que abri a porta. Era estranho convidar o próprio pai para entrar na casa que também era dele, mas acho que seria mais estranho ainda se eu não fizesse isso.

Ele entrou e me seguiu até o sofá, que não estava tão longe da porta, já que entramos pela principal, e não pela que fica na garagem, que daria na área da piscina.

– Como você está? – ele perguntou – Casado? Solteiro? Seu psicológico está bem?

Suspirei.

– Meu psicológico nunca esteve acima do normal depois que fez 3 anos da morde de Mirella.

– E antes disso? Quando eu... Saí de casa?

– Foi uma merda, pai. – falei – Minha mãe abriu um processo para me tornar emancipado quando ela ficou sabendo da doença e foi morar com a tia.

– Sim, disso eu sei.

– Mas aposto que não sabe que fui parar na cadeia porque matei uma pessoa.

Ele arregalou os olhos.

– Matei o cara que matou Mirella.

– Você reconheceu ele? Depois de todo aquele tempo e da pancada na cabeça?

Assenti.

– Como?

– Não sei. Mas eu o reconheci. E... Não foi de propósito... Eu o vi em uma festa e fui para cima dele. Bati e bati e quando percebi, tinha sangue espalhado em todo lugar e até em mim. Só depois fui ver que eu tinha batido a cabeça dele forte demais no chão. E que ele estava morto.

– Por que não chamou a polícia?

– Porque eles não iam fazer nada, exatamente quando Mirella morreu.

– E depois disso?

– Eu já conhecia Melissa antes disso. É a garota que estava comigo na sorveteria. Conheci ela aos 17.

– E a garotinha?

– Quando eu fui preso, eu e Melissa já nos conhecíamos a mais ou menos 8 meses. Ela era minha namorada, e ia me ver na cadeia, mas eu achei que ela não merecia isso, então terminei com ela. Mas ela já estava grávida e eu não sabia.

Suspirei e continuei.

– Reencontrei ela no enterro da mamãe e conheci minha filha. Pedi Melissa em casamento ontem.

Ele sorriu.

– Estou orgulhoso de você. Vejo que refez sua vida.

– Completamente.

– Faz faculdade?

– Arquitetura. Logo eu acabo.

– E como você paga?

– Também luto boxe e ganho a maioria das lutas. O dinheiro dá e sobra.

– Isso é bom. E minha neta, como ela é?

– É uma boa mistura minha e de Melissa quanto a personalidade, mas é a cara da...

– Mirella. Sim, eu notei de longe. – ele disse – Filho, eu só queria saber se você me aceita como pai de novo. Você tem uma família, mas eu tenho o que para não surtar? Você. Só tenho você. E te perder também seria... Difícil.

Fiquei em silêncio. Eu entendia. Estava com raiva por ele ter sumido, mas ele estava aqui, não estava?

– Se você não sumir de novo. – falei.

– Não vou. Não mais.

E então ele abriu os braços, e eu corri para eles como um garotinho de 7 anos corre para os pais, seu porto seguro.

Além de Melissa, agora eu sabia que meu pai também estaria ali para mim. E apesar de já ter 27 anos, uma noiva e uma filha, aproveitei cada momento daquele abraço. Aproveitei ter 7 anos de novo.



Notas Finais


Amores! Oi!! Não faz tempo assim que não apareço nas notas finais, né? Venho aqui sempre que posto Maaaaaaaaaaas espero que estejam gostando da fic, do mesmo jeito que eu estou amando escrever ela. Deixe seu comentário se gostou e se não gostou, também. Hahahaha

Divulguem a fic para aquela melhor amiga que ama ler, para a tia doida, para a avó moderna, para a mãe super de boa e para as primas malucas! Estamos muito bem no ranking de Ficção Adolescente e isso é graças a vocês! Então, vamos continuar assim!

Amo vocês, suas Cahpetadas!

Beijinhos!


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