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História "Os opostos se atraem?" - Livro 2 - First time



Capítulo 54 - First time


Sabe aquele momento em que sua vida toda passa bem diante de seus olhos? Era mais ou menos isso que eu estava sentindo. Mas não porque eu estava morrendo. Qual é, eu não estava. Só fiquei parada, estática, sem saber o que fazer ou dizer, pensando em qualquer outra coisa que não fosse a morte de Maria. E pensando em "qualquer outra coisa", pude jurar que algumas lembranças da minha infância voltaram para falar um "oi".

Como eu poderia contar à Bella que sua avó havia morrido, e que ela a havia conhecido, mas não sabia que era sua avó?

  - Bella... não seria melhor conversarmos sobre isso outra hora? - Rodrigo perguntou.

  - Não - disse  Gabriel.

Ele coçou a nuca e se ajoelhou novamente para ficar na altura de Bella. Um frio na barriga me percorria sempre que ele fazia isso, e a frase "Ele agora é pai" escoava em minha cabeça.

  - Bella... - ele começou e começou e colocou uma mecha do cabelo dela para atrás da orelha - Sua avó... a minha mãe.. ela morreu há um tempinho...

Ele iria contar que Bella já a havia conhecido?

  - Então, você não vai poder vê-la, meu amor - ele continuou - Ela nem morava nessa cidade. Morreu um pouco antes de eu conhecer você.

Bella me olhou com os olhinhos tristes. Eles pareciam maiores e mais azuis agora. Eu só balancei a cabeça e ela abraçou Gabriel, que a levantou com ela ainda no colo.

Bella nunca foi muito alta. Desde que nasceu, ela nunca atingiu o gráfico certo de crescimento. Sempre era mais baixa. Agora, com 10 anos, ela possuía 1,30m. Doutora Ingrid me disse que ela irá crescer e atingirá mais ou menos 1,70m, mas no tempo dela.

Então agora, no colo de Gabriel, ela parecia ter apenas 8 anos, e seu rosto triste a deixava ainda mais nova.

Como se ainda fosse um bebê.

Vendo Gabriel a segurar daquele jeito me deu um aperto no peito e eu me perguntei se ele a seguraria do mesmo jeito se caso ela ainda fosse de fato um bebê. Se ele a tivesse conhecido mais cedo.

– Eu acho melhor eu ir, filho – disse Rodrigo. – Preciso ir para o escritório amanhã cedo.

– Tudo bem. Eu tenho umas coisas da faculdade para fazer... – Gabriel respondeu. Acho que ele estava tentando esconder o pesar na voz. Talvez quisesse que o pai ficasse mais, mas ele nunca iria admitir isso.

– Foi um prazer conhecer vocês.

Ele despediu-se de cada um de nós e foi para a porta, mas se virou novamente e disse:

– Gabriel, quer ir almoçar comigo amanhã?

Torci os dedos indicador e médio e os coloquei atrás das costas discretamente, torcendo para Gabriel aceitar o convite e ter um tempo a sós com o pai em um lugar público.

Coisa que fazia mais de 12 anos que não acontecia.

– Sim. Sim, claro. – ele falou e deu um leve sorriso.

Fechei os olhos por um segundo, aliviada. Parece que as coisas estão voltando aos seus lugares.

Rodrigo sorriu, me olhou com um olhar aliviado, igual a mim, e saiu.

Eu que acabei fechando a porta porque Bella ainda estava no colo de Gabriel e acho que ela acabou dormindo com o rosto em seu ombro, porque ele ficava balançando de leve de um lado para o outro enquanto falava.

Acho que ele nem percebeu isso.

– Nem foi tão difícil, foi? – perguntei.

– Um pouco... Quer dizer, não foi difícil falar com ele no geral, mas foi pior saber que eu passei 12 anos sem ele e fiquei com raiva... São tantas coisas, mas ao mesmo tempo não são quase nada... Eu não sei explicar.

Eu não podia culpá-lo. Ele estava confuso e depois de um dia como hoje, era natural.

Ele finalmente reencontrou meus pais, falou com eles, falamos do noivado, fomos até a sorveteria, Rodrigo apareceu, vieram aqui conversar, eu e Bella chegamos...

Muitas coisas para menos de 12 horas.

– É melhor eu ir também – falei.

De repente, uma ideia me ocorreu. Durante todo esse tempo, Gabriel nunca viu Bella dar os primeiros passos, a primeira palavra, o primeiro aniversário, o primeiro dia na escola... Será que ele gostaria de colocar ela para dormir pela primeira vez?

– Você quer ir junto? Pode colocar ela na cama, se quiser. É que... Você nunca fez isso. Pensei que pudesse querer.

Seus olhos se iluminaram.

Não era muito tarde ainda. Eram 20:18 da noite. Todos nós estávamos mortos de cansaço, e iríamos dormir logo. Mas, se Gabriel quisesse ir, dava tempo. Não moramos tão longe um do outro.

– Claro que quero. – e sorriu. – Vou no meu carro para poder voltar para casa depois.

– OK.

– Essa é a parte em que você fala que eu não preciso voltar para a minha casa hoje a noite.

– Gabriel! – ri – Eu tenho que ir para o hospital amanhã cedo. E essa pequena aí tem escola – falei e indiquei a cabeça para Bella.

Escola... Por falar nisso, me lembrei de Ella.

Fazia algumas semanas que na encontrava com ela, graças a Deus. Mas pensar que ela dava aula para minha filha, me dava enjôo. E pensar que ela também dava aula para o próprio filho que abandonou com o pai quando nasceu, me dá vontade de matar ela.

Falando nisso, preciso perguntar a Bella sobre Victor.

Deixei uma nota mental para não esquecer.

Gabriel colocou Bella deitada no banco de trás do meu carro. Fechou a porta e me deu um selinho antes de entrar no seu.

O caminho todo ele ficava atrás de mim, e se por acaso um carro ficasse entre nós, ele rapidamente dava um jeito de ultrapassar. Como se aquele lugar fosse exclusivamente dele, e de mais ninguém.

Ao chegar em casa, eu coloquei o carro na garagem e Gabriel deixou o seu do lado de fora. Desceu e veio abrir a porta traseira do meu para pegar Bella.

Ele o fez. Ela estava toda mole, dormindo profundamente, e não iria acordar tão cedo.

Abri a porta, desarmei o alarme e dei passagem para ele entrar primeiro. Luka veio nos receber alegre e eu fiz um carinho nela antes de fechar a porta.

Gabriel tomou o rumo do quarto de Bella e eu, alguns segundos depois, fui atrás deles. Era algo que eu precisava ver.

Cheguei no momento em que ele terminou de tirar as coisas aleatórias de cima da cama da Bella. Roupas, fones, tablet, etc, com uma certa dificuldade, já que só tinha uma mão livre.

Ele a deitou na cama com delicadeza, tirou o cabelo do rosto, os sapatos, deixou o celular dela em cima da estante, puxou a coberta e a colocou em cima dela, já que estava muito frio. Depois de tudo, a olhou por uns 15 segundos e se abaixou, dando um beijo em sua testa. Ligou a TV que havia no quarto em um canal de desenhos que passavam à noite no volume mínimo, apagou a luz e abriu a porta.

E deu de cara comigo.

– Você não serve para ser espiã – disse assim que fechou a porta atrás de si.

– Como sabia que ela gosta de dormir com a TV ligada?

– Porque você gosta.

Sorri.

Descemos as escadas e ele abriu a porta da sala, já estava indo embora.

– A propósito, eu gostei... De colocar ela na cama. Achei que iria me atrapalhar porque nunca fiz isso antes.

– Eu sei que não. Pensei mesmo que gostaria de fazer. Logo ela cresce e não vai ter como fazer isso. – dei de ombros.

– É, logo ela cresce...

– E virão os namorados...

– E virão uma arma calibre 32 de brinde...

Eu comecei a rir.

– Deixa de ser bobo. Imagine se meu pai não deixasse eu namorar você. Nunca chegaríamos onde estamos. Bella vai namorar sim, e antes de sair vou mandar ela levar um pacote de camisinhas se precisar.

– O QUÊ?!

– Eu tô brincando.

Me desatei a rir de sua cara de espanto.

– Bom mesmo.

Ele acabou rindo também.

– Bom, eu já vou... – ele disse e me olhou.

Sorriu.

– Vem cá... – abriu os braços e eu o abracei. Minha altura acabava onde começava seu maxilar. Isso deixava o abraço melhor ainda.

Ele se abaixou e me beijou devagar. Quando a coisa ia começar a esquentar, eu o parei.

– Merda, achei que ia ter hoje também.

Dei-lhe um tapa no braço.

– Pode parar. – falei.

Ele riu, e me abraçou de novo.

– Tchau, linda.

– Tchau, idiota.

Ambos sorrimos, ele saiu, deu partida no carro, se foi.

Eu fechei a porta e me encostei nela, sorrindo feito boba.

Peguei meu celular e liguei para a Brunna, ela tinha que saber do que havia acontecido.

Após vários "MENTIRA", "TÁ BRINCANDO COM A MINHA CARA?" e "SE VOCÊ ESTIVER INVENTANDO ESSA HISTÓRIA EU VOU ATÉ AÍ É TE MATO A CHINELADAS", finalmente caiu a ficha dela e ela ficou tão feliz quanto eu.

– Bella disse que quer que Rodrigo conheça todo mundo. Na sexta.

– Então, na sexta temos um almoço para organizar?

– Jantar.

– Perfeito. Vou fazer a lista das coisas e das pessoas, depois te mando.

– OK.

– Sexta na sua casa?

– Sim.

– Anotado. Agora, vai dormir antes que você vá para o hospital amanhã parecendo uma panda gorda.

– Eu não sou gorda.

– Anda, Melissa. Agiliza.

– Tá, tá. Já vou. Tchau.

– Tchau.

Depois de alguns minutos,eu deitei na cama e suspirei pensando, depois de um fim de semana cheio como esse, no que esta semana aguardava para mim.


Notas Finais


DEMOREI UM TRILHÃO DE ANOS, por isso o capítulo tá grande hehehehee

Logo logo tem Anonymous (mais tarde)

Beijinho beijinho, tchau tchau

Ah, falta falar que amo vcs

AMO VCS MINHAS COISAS LINDAS E FOFAS E CAHPETADAS❤❤❤


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