História Armadas do Destino - Nunca negue uma pizza

Annabeth: depois daquela cena terrivel, dando de cara com o Percy, eu me enfiei debaixo das cobertas e apaguei a luz. Então fiquei o resto do dia inteiro vendo anime. Chorei muito, ri também, mas principalmente fiquei melancolica novamente pensando naquele traste do Percy. 

A culpa era delee! Ele me trocou... 

Deviam ser umas 19h da noite quando a minha mãe entrou no quarto e acendeu a luz. Eu chiei e me enfiei debaixo do cobertor berrando:

-A luz... queimaaaa!

-Annie, querida. Você vai realmente ficar aí o dia inteiro com cara de morta?

-Uhum... são meus planos pro fim de semana.

-Mas querida... é que hoje eu vou sair... 

-Com seu namorado? -ela corou -Pode ir mãe. Fico bem sozinha. 

-Eu quero te levar para conhece-lo um dia... mais ainda não. Eu já vou então. Se cuida.

Ela me lascou um beijo na testa e se foi... e eu fiquei ali de novo... sozinha. Ou não totalmente. Olhei para Mel e sorri.

-Vamos dar uma volta garota.

Percy: Eu não sei ainda ao certo o que aconteceu quando abri a janela. Os olhos de tempestade dela de repente encontraram os meus e eu engasguei. 

As memórias da noite anterior ainda mexiam comigo, e as coisas que eu havia pensado... o modo como eu tinha me sentido.

Consciencia: Mas você sempre se sentiu assim com ela....

-Calada Consciencia! 

Meu pai irrompeu na porta. Eu estava jogando RPG no notebook, então me incomodei com a interrupção.

-O que é? -pedi.

-Acabaram de me ligar no trabalho. Preciso correr. Você fica bem sem mim?

-Sim. Posso pedir uma pizza?

-Claro, o dinheiro está na mesa. Tchau filhão.

Depois que ouvi os pneus cantarem, desci as escadas e liguei pra pizzaria. Não tinha muita coisa que prestasse na TV e eu estava bem mau humorado. A campainha tocou e eu atendi irritado. peguei a pizza de uma vez e voltei pra dentro.

Então abri a caixa faminto e pesquei um pedaço. Nada. de. Bom. Na. TV.

Abri a porta de novo e sentei na varanda pra observar o céu. Foi quando vi uma silhueta se movendo no escuro perto dali. Eu encarei tremendo, esperando ser algum bandido, mas quando de fato a forma ficou na luz, vi seus cabelos loiros delineando o rosto. Ela ergueu o olhar para mim e congelou. Sua Golden Retriever Mel estava ao seu lado.

Sem saber o que fazer, engoli em seco e pedi:

-Quer uma pizza?

Os olhos dela se arregalaram e ela acelerou o passo para longe dali. Não sei ao certo o  que deu em mim, mas corri atrás dela.

-Ei Chase, espera! Porque você tá assim? Achei que tínhamos feito as pazes!

Ela não parou e continuou seu trajeto quieta. Sem desistir alcancei-a  e a puxei pela mão.

Seu rosto tinha uma expressão assustada e confusa. Por fim ela tomou folego e disse:

-Me diga você.... foi sua culpa!

-Minha? O que eu fiz?

-Ah... você que me perseguiu na festa e...

-Persegui você? Eu dancei um pouco contigo e logo depois você fugiu. A única culpada é você! 

-Eu? -ela deu um passo em frente -Você que... quer saber? Esquece!

Ela já ia virar as costas quando a chamei de novo.

-É! Você sempre faz isso. Na nossa discussão sobre a Drew, eu pedi uma explicação e você simplesmente berrou comigo e fugiu! Porque não consegue me encarar de frente Chase? Porque não diz o que eu fiz? Porque...

-VOCÊ ME TROCOU!

Eu  congelei por um segundo. Ela se virou para mim com lágrimas de raiva desbotando nos olhos.

-Você prometeu... prometeu que não iria me abandonar. No dia que meu pai foi embora... você fez uma promessa... e a quebrou. Me trocou pela Drew. Você é igual a ele...

-NÃO REPITA ISSO! Eu não sou como o seu pai! Eu não te troquei! Você começou a andar com o grupinho do idiota do Yew e eu tive que achar um lugar para mim também! Então você se fez de vitima, como se não tivesse me trocado primeiro! Eu só encontrei um novo grupo pra mim. Não te abandonei. NUNCA! Foi você que estragou tudo.

-Espere... me viu com o Michael, e começou a andar com a Drew.... Jackson você por acaso estava com ciúmes?

-O QUE? Ah pelo amor de Deus Chase. Agora você já está se achando demais! Você é quem ficou com ciumes da minha relação com a Drew e do nada resolveu virar namoradinha do Yew.

-EU? Quer saber.... esquece! Não adianta falar com você! -ela fez menção de sair.

-Parada! Você está fugindo de novo! Eu quero uma resposta -me aproximei do seu rosto... enfase no APROXIMEI. Então falei...

Annabeth: O rosto dele estava perigosamente próximo do meu. Então ele falou.

-Você me amava?

Eu congelei no ato. Meus batimentos aceleraram, minha pressão subiu, meus olhos se arregalaram e minha boca se abriu sem emitir som.

Eu sabia a resposta para a pergunta de Percy. Sabia tão bem como sabia quanto era 2 vezes 2. E eu não podia falar a verdade. E se fugisse, ele iria atrás de mim.

Tudo oque eu pude fazer foi retribuir a pergunta.

-E quanto a você? -minha voz vacilou um pouco - Me amava Jackson?

Seu sorriso se tornou uma careta de susto. Ele gaguejou antes de dizer:

-Eu pedi primeiro. Isso não é justo. 

-Você vai chorar?

-Não mude o rumo da conversa Chase! Me amava?

-Isso lá é pergunta que se faça?

-É muito simples. Sim ou não.

-O amor nunca é simples, Percy. Por isso você nunca entendeu.

Ele me olhou irritado.

-Você acha que eu nunca amei?

- A Drew não conta...

-Nunca amei a Drew! Nunca amei nenhuma dessas meninas idiotas exibidas! Eu sempre amei....

Ele parou no ato. Engolindo em seco ele gaguejou antes de algo lhe acertar as pernas, e ele se desequilibrar , caindo por cima de mim.

O choque contra o chão foi ruim, e ainda o peso de Percy nas minhas pernas tornava tudo ainda mais desagradável. Quando por fim abri os olhos, ele me encarava, me prendendo ao chão. Tomei coragem e perguntei.

-Quem você sempre amou, Percy?

Ele se mexeu, trazendo a mão para o meu rosto, tocando meu cabelo. Eu tremi por dentro. Então sua cabeça abaixou lentamente até nossos rostos se tocarem num pequeno ponto da bochecha.

Eu senti seus lábios se mexerem perto da minha orelha quando ele disse:

-Eu só digo se você disser, por mais que eu saiba que você é esperta o suficiente para já ter entendido.

Meu coração ameaçava sair do peito, e eu tive q controlar meu corpo para não me mexer.

-C-como você sabe se eu já amei?

-Você mesma me disse Sabidinha... não pode negar.

Novamente nossos olhos se encontraram e eu fiquei sem fala.

-No três? -ele pediu.

-N-não posso falar isso... n-não...

-Então não fale! 

Eu fechei os olhos e esperei. Senti seu rosto ficando mais perto do meu, a medida que eu ficava mais vermelha do que um tomate. Meu coração retumbou no peito quase escapando. O tempo passou mais devagar.

Quando por fim senti uma cocega no lábio inferior, com um som de latido, o peso que me prendia ao chão de repente desapareceu.

Ouvi berros, e quando abri os olhos novamente, Mel estava atacando Percy com lambidas e mordidinhas.

Foi quando tudo o que tinha acontecido a um minuto atrás despencou na minha cabeça e eu me levantei berrando:

-Seu idiota! V-você é despresível.

Ele exasperou e berrou:

-O queeee? Qual é o seu problema garota?

-O meu problema é que você é um maldito flagelo que fica me seguindo... acho que eu devia eliminar os centríolos das minhas células. Assim você ia desgrudar de mim.

-Que lingua você está falando sua maluca? Eu não estava brincando com você!

Ele se ergueu num pulo.

-Eu ia te... -ele parou um segundo - te.... contar quem era. A garota que eu sempre amei...

-B-bom... eu nem queria saber mesmo. Só.... ahm... me deixe em paz! Vamos Mel! Vamos pra casa!

Irritada, subi os degraus da varanda de minha casa e abri a porta. Então Percy gritou uma última coisa.

-Aposto que você iria gostar de saber quem era... Annie -ele disse meu nome num tom carinhoso, que e julguei debochado. 

Com fúria fechei a porta, e ela causou um estrondo que ecoou pela rua.

Dentro de casa, segura, me deixei cair no chão, e olhando pro nada me toquei.

-Percy Jackson ia me beijar!

Percy e Annabeth: Ahahaha! Vocês pensaram que seria fácil assim? Não que eu não queira ver vocês juntos de uma vez, mas pelamor! Isso seria muuuito simples. E como vocês bem sabem, o amor tem de tudo, menos simplicidade. Me aguardem queridos. Eu estou sempre aqui!

                                                                                                                                                                                               E. C.