Annabeth: Eros só podia estar me tirando. Não era possível! Percy Jackson, e teria que ajudar Percy Jackson! Seria mais fácil ajudar Clarisse. Eu só me meto em furada mesmo. Nada disso me surpreendia.
Depois da aula, eu fui para a biblioteca esperar por Percy para acabar logo com aquilo. Mas parecia que eu tinha chegado cedo demais. Procurei por todas as mesas de lá e não o encontrei. Então resolvi das uma olhada nos livros que tinham chegado a pouco tempo. Na estante tinham alguns mangás, Felizes para Sempre (fazia parte da coleção de A seleção), Diário de um Banana e Cidades de Papel. Como nada me chamou atenção voltei para as estantes internas.
Estava na seção infanto-juvenil quando alguém tapou meus olhos.
-Adivinha quem...-Não sei o que me deu mas eu dei um berro.
-Socorro! - Dei um pisão no pé de quem estava atrás de mim, e depois percebi que era Percy. Eita, já começamos mal. Ele pulou com um pé só enquanto segurava o que eu tinha acertado.
-Tá louca! Tem algum problema com o meu pé por acaso. -ele perguntou ainda saltitando.
-Não, foi mal. É que eu me assustei e - pera ai. Eu não devia satisfações. Endireitei a coluna e apontei para a mesa. -menos papo mais trabalho. Vamos lá.
Nós dois nos sentamos e eu abri meu caderno de português. Mal o abri e Percy começou a rir que nem um louco. Olhei para ele sem entender e perguntei.
-Qual é a graça!
-Isso.... haha! Ai socorro.
-Mas o que....
Olhei para o meu caderno e vi do que ele ria tanto. Uma figurinha de unicórnio. Nada de mais. Não sei porque ele riu daquele jeito, talvez fosse por ser tapado. A única coisa que eu sei é que eu arranquei a figurinha e preguei na testa dele. Dei um sorriso de orelha a orelha e disse.
-Podemos continuar agora Sr. Unicórnio!
Ele revirou os olhos e tirou a figurinha da testa.
Depois de um tempo tentando ensinar a ele o conteúdo, entendi a razão de ele ter ido mal. O cara era doido. Do nada estava olhando para o caderno, então olhava para o ar e ficava olhando ao redor como se uma mosca invisível o perturbasse. Teve até uma hora que eu tive que me afastar um pouco dele com medo dele me acertar uma cabeçada.
-Mas que droga -ele resmungava.
Ele continuou assim por um tempo e depois se deixou cair sobre a mesa.
-Desisto. -anunciou.
-De que -pedi irônica -de caçar sua mosca imaginária.
Ele franziu a testa pra mim e olhou para o caderno de novo.
-As letras saem voando. Não consigo entender. Por isso eu fui mal na prova.
Suspirei envergonhada. Então ele tinha dislexia. Como eu fui besta. Dei um tapinha na minha própria testa e olhei para ele.
-Olha, você vai precisar de alguma ajuda melhor. Vou ver se acho algo que possa te prender ao texto, sem que as palavras saiam voando.
Ele levantou a cabeça e olhou para mim admirado.
-Você vai me enfeitiçar para esse problema acabar -ele pediu esperançoso.
-Não seu boboca -respondi revirando os olhos. Ai, dai me paciência. -Vou ver técnicas de ensino para crianças com dislexia.
-Ah. Como você descobriu.
-Eu já conheci um pessoal que também tinha isso. Aprendi um pouco. Talvez eu consiga te ajudar.
-Beleza. Então até a próxima aula.
-Sim, mas ei espera! -ele já estava se levantando mas eu o impedi -tarefa de casa.
Ele resmungou e fez bico.
-Porqueeee!
-Porque sim! Você vai ter que ir para um lugar calmo. Leia um texto e depois me faz um resumo.
-Mas eu te falei que...
-Só tenta. Se não der mesmo assim, eu te ajudo mais. Agora está dispensado.
-Beleza. Valeu... -ele andou alguns passos e se virou para mim dizendo -Sabidinha.
Sorri para ele e falei.
-Até, cabeça de alga.
E ele foi embora. Fiquei mais um tempo pensando em como poderia ajudá-lo... então tive uma ideia....
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