História Armadas do Destino - Loira burra não!

Annabeth: aquele dia foi louco! Tenso na verdade. Tudo por culpa de um ser de olhos verdes! 

Eu estava no quarto me arrumando quando comecei a me lembrar de ontem. Eu havia ajudado Percy com o texto de português. Ele tinha entrado na minha casa, no meu quarto! E nós tínhamos perseguido a minha Golden Retriver: Mel.

Parecia que na hora em que tudo estava acontecendo eu estava de boa. Quer dizer, ele era só um colega que precisava de ajuda. Mas depois que ele foi embora, a ficha caiu. Eu havia ajudado meu maior inimigo! Jackson e eu fomos amigos na infância como eu já falei. Só que no sétimo ano, acabamos em treta. Ele ficou popular, ainda falava comigo e era meu amigo, mas então ele começou a namorar Drew Tanaka (a menina mais insuportável e falsa do universo) que antes ele odiava, mas de repente passou a amar. Eu fiquei com muita raiva, porque me sentia traída. Eu e ele éramos grandes amigos e tínhamos essa inimiga em comum, mas do nada tudo mudou e ele me trocou. Depois discutimos feio por conta dela. Ele começou a defendê-la como se a garota fosse a maior santa. Não me aguentei e mandei-o catar coquinho (pra não dizer algo pior) e comecei a andar com outro grupinho. O pessoal da biblioteca. Depois de um tempo eu e Percy continuamos nos falando, menos, porém ainda éramos os mesmos.

Parecia tudo bem. Thalia e Silena continuavam minhas amigas, eu arranjei um grupinho legal para sentar junto na hora do lanche e até arranjei um namorado, Michael Yew. Mas então Percy teve um ataque. Eu e ele brigamos de novo e decidimos que se não era amizade, era guerra. Então ficamos assim. 

Sempre que nos encontramos discutimos, não conseguimos ter uma conversa casual. Ontem demos uma breve trégua pois ele precisava de ajuda e eu não podia negar um pedido do professor. Mas eu já havia achado a solução para o problema do garoto. Sendo assim, me olhei no espelho e declarei guerra novamente.

Uma buzina soou do lado de fora e eu desci as escadas correndo. Mamãe me lançou uma torrada e eu a peguei no ar. Corri até a porta e gritei para ela:

-Tchau manhê!

-Tchau Annabeth! 

Tranquei a porta e fui até o conversível rosa de Silena. Thalia estava no passageiro e Sil no volante.

-Ei Lia! Pode ir saindo que é minha vez de ficar na frente.

-Nem vem! Eu sou a mais velha -ela disse olhando com desinteresse para as unhas -além do mais, cheguei primeiro.

-Não é justo.

-A vida não é justa Annie -falou Sil -agora entra na porcaria do carro!

Sentei no banco de trás emburrada e Thalia começou a rir que nem uma foca com asma. Eu e Silena a encaramos com medo de nossa amiga ter ficado louca. Depois de um tempo ela voltou a respirar e disse ainda rindo.

-E podemos ir na porcaria da lanchonete -ela deu mais uma gargalhada e completou -comprar a porcaria de um sanduíche! Hahaha!

Então ela percebeu que nem eu nem Silena estávamos entendendo ou achando graça. Thalia parou de rir e disse:

-Não?

-Não -eu e Sil respondemos ao mesmo tempo.

Thalia cruzou os braços e bufou.

-Suas sem graça!

Chegando na escola, eu fui direto para a sala dos professores conversar com Eros. Ele estava na sua mesa, vendo uma revista com fotos de casais.

-Ahh, que lindos -ele suspirava.

-Professor. -chamei.

Ele deu um mini pulo em sua cadeira, e então olhou para mim sorrindo nervoso.

-Sim, Annabeth?

-Ahn, eu acho que resolvi o problema do seu aluno 'gênio' -entreguei uma folha com o texto embaralhado.

Eros olhou a folha e assentiu devagar. Ele não parecia exatamente.... feliz.

-Bem, que bom -disse, ainda desanimado -acho que sua ajuda não será mais necessária para o Sr. Jackson.

-Ótimo -falei com um sorriso.

-Pode ir, eu vou precisar embaralhar uma das provas para que Percy refaça hoje.

-Ok. Já vou. Até mais professor.

Não entendi porque o senhor Eros estava tão desanimado. Talvez fosse por ter que refazer toda uma prova para apenas um aluno. De qualquer forma, trompei com a Senhora Dodds, que carregava uma pilha de cadernos. Todos odiavam ela, mas até que eu não desgostava tanto assim, por tanto falei:

-Quer ajuda, professora?

-Ah, obrigada senhorita Chase. Pegue esses aqui que eu vou buscar mais na minha sala.

Agarrei a pilha de cadernos e fui até a sala. Deveriam ser os cadernos que ela pegou para corrigir e dar bônus. O primeiro era o meu. Quanto será que eu tinha ganhado....

Meu pensamento foi brutalmente interrompido quando esbarrei em alguém e caí para traz, deixando todos os cadernos caírem. Para completar um deles acertou minha cabeça e eu me contorci de dor. Acho que eu tinha ganhado um belo de um galo. Já estava com raiva antes de ver quem era. Depois de abrir os olhos então, tive vontade de transformá-lo em um porquinho da Índia para jogar ele longe e nunca mais ter de vê-lo!

-Chase -ele falou irritado.

-Jackson! -disse entre dentes.

Realmente, a amizade já se fora. Agora era guerra!

-Já não basta derrubar meu livro ontem, hoje derruba todos esses cadernos! -gritei com ele.

-É você quem deveria olhar para onde anda!

Eu estava com tanta raiva! Como pode! Ontem eu e ele até sorrimos um para o outro. Estávamos nos divertindo como bons amigos. Parecia até mágica! Mas isso tinha acabado.

-Eu não conseguia olhar por causa de todos os cadernos, seu cabeça de alga!

-Bem, e eu só estava passando de boa por aqui! Você não podia ter avisado algo do tipo: saí da frente, nerd passando. Mas acho que nem você é tão esperta. Deve ser porque é loira.

Nãaaao! ELE NÃO TINHA DITO AQUILO! Ele não tinha.

-Re-pe-te!

-Loira... burra.

Meu sangue ferveu, e eu me controlava para não estrangular o garoto. Mas não fui forte o suficiente. Antes que eu me desse conta, agarrei um dos cadernos e joguei no meio da cara dele, fazendo-o tombar para traz.

-Nunca mais diga isso seu canalha!

Me levantei agarrando o maior número de cadernos que eu podia carregar e despejei por cima dele, acertando a barriga, o nariz e um ponto bem sensível. Percy se contorceu e deu um gritinho. Uma rodinha de curiosos que havia se formado resmungou um: Aiiii; em conjunto.

Enquanto a mim, catei os cadernos o mais rápido possível e entrei na sala de aula como se nada tivesse acontecido!