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História Os Outros Sentidos da Vida - Dentro do teu abraço


Escrita por: Juuha

Notas do Autor


Muito obrigada pelos últimos comentários! A opinião de vocês me ajuda demais, demais!❤
Bom, demorei um pouco dessa vez, mas enfim consegui postar.
Desejo a todos uma ótima leitura!

Capítulo 5 - Dentro do teu abraço


             Shura's POV


Despertei ainda meio tonto, com o corpo dolorido. Estava deitado na cama, sem camisa e com alguns curativos no peito. Tentei olhar para o lado, mas somente o ato de movimentar o pescoço me causou imensa dor. 


- Não se mexe. - disse Shiryu entrando pela porta do quarto, portando uma bacia com água. Sentou-se na cadeira ao lado da cama, e colocou a bacia na mesma. 


Ele também estava com alguns curativos, na mão esquerda e no rosto, porém parecia muito mais revitalisado do que eu. 


- Quanto tempo eu fiquei desacordado? 


- Não muito, coisa de três horas. - falou molhando e torcendo uma toalha de rosto na bacia. - Fica quieto um pouco, eu ainda não acabei de limpar seu rosto. 


- Você não precisa fazer isso. 


- Claro que preciso. - chegou perto e passou a toalha no canto da minha boca. - Se doer me fala. 

 

Como ele pode se preocupar com a minha dor, se ainda hoje eu o estava fazendo sentir as piores possíveis? 

Shiryu se aproximou tanto de mim, que pude sentir sua respiração. Seu coração batia de encontro ao meu, em um ritmo calmo e tranquilo. Pude vê-lo detalhadamente, ponta à ponta, cada belo traço do seu rosto, que exalta ainda mais a expressividade do seu olhar. Contrastando com as características asiáticas, sua íris trás um verde sereno, horas acinzentado e cálido, horas resplandecente quando em contato com a luz do Sol, assim como as águas do rio Gan, que banha Rozan. 


Mas espera. 

Acabo de me lembrar... 


Ele sorriu pra mim.  


- No que você tá pensando? - falou molhando a toalha novamente. 


- Seus olhos…


- O que tem meus olhos? 


- Mais cedo quando você me atacou, eles ficaram… Negros. 


- Como assim? - sorriu fraco. 


- Bem eu... Não sei dizer. Ficaram completamente negros. - Shiryu passou a olhar-me assustado. - Mas deve ser só impressão minha. Esqueça. 


Me encarou por alguns segundos e depois voltou a si. 


 - Eu vou tentar, mas vai ser bem difícil.- Sorriu e aproximou novamente seu rosto do meu, passando com cuidado a pontinha da toalha para não me machucar. 


Nesse momento seu cabelo escorregou pelos ombros cobrindo a lateral do seu rosto, ele porém não teve nenhuma reação de incômodo, apenas continuou o que estava fazendo: fitava minha boca enquanto cuidava dos ferimentos. Portanto, eu mesmo passei suas mechas para trás da orelha gentilmente, e o fiz mais como forma de carinho. Ele sorriu sem graça, mas não me olhou nos olhos, então, continuei o gesto acariciando seu rosto com o polegar, até vê-lo enrubecer. Num ato impensado, o puxei para mais perto. Shiryu parou e passou a me encarar confuso, eu pude sentir seu coração acelerar. Sua respiração está tão próxima da minha... 

Estará ele sentindo o mesmo que eu? 

Seus olhos se fecharam, na desistência de conter a vontade que sentia. Lentamente colando os lábios nos meus, ele se rendeu, em seguida movimentou-os sem pressa. Aos poucos, nosso beijo foi ficando mais intenso e apaixonado, e eu já nem me importava com as dores no corpo, só queria sentí-lo mais e mais. O puxei para ainda mais perto, fazendo com que o mesmo esquecesse da toalha que segurava, e que agora encontrava-se no chão. 

Por consequência de tanto descuido, a bacia com água acabou escorregando da cama, fazendo barulho ao chocar-se com o piso de madeira. Num ato súbito e assustado, o rapaz afastou o corpo do meu, levantando-se e desviando o olhar, envergonhado, pondo as mãos sobre boca. Com rapidez, recolheu o objeto e saiu pela porta sem dizer uma única palavra. Só pude ouvir seus passos corridos pela escada. 

Mesmo com toda a dor que sentia, levantei, vesti uma camiseta e fui atrás dele. Desci as escadas com cuidado, e logo vi que não encontrava-se mais em casa. Então saí para procurá-lo, indo até a queda do rio onde Dohko costumava meditar. Caminhei a passos doloridos, mas cheguei, o vi em pé no alto daquela rocha de frente para uma cachoeira. Já era noite e estava muito frio, o vento soprava forte, trazendo para nós o gosto do inverno. Ele estava de costas, não pude ver o seu rosto, mas foi quase impossível não ouvir aqueles soluços. 

Tentei me aproximar. 


- Como você está? 


- O que você acha? - respondeu com a voz embargada, enxugando uma lágrima atrevida com a ponta dos dedos. 


- Porquê você correu de mim? Eu te assustei? 


Não respondeu. Então caminhei até ele, com um pouco de dificuldade, pois o frio estava castigando meus ferimentos ainda recentes. Fiz menção de tocá-lo no braço com a mão, mas o mesmo rapidamente a removeu com um leve tapa. 


- Você não entende, não é?! - me encarou furioso ainda com os olhos marejados, depois voltou-os para a cachoeira. 


- Qual é o problema? 


- "Qual é o problema" - sussurrou. - Eu vou dizer qual é o problema. - me encarou novamente. - Eu não sei você Shura, mas eu nunca senti atração por homem nenhum! - pensativo ele abaixou o rosto, querendo chorar novamente. - Até você aparecer. 


- Shiryu... 


- Isso é culpa sua! Porque você tinha que vir pra cá? Porque não foi diretamente à Saori? 

           

- Ei, não joga a culpa pra cima de mim! - me exaltei puxando-o pelo braço com força, e o mesmo se assustou. - Eu ia embora, mas você pediu que eu ficasse! 


- Eu não queria… - chorou novamente - Eu não queria sentir isso! - senti meu coração despedaçar. 


- Espera, não chora. A gente não precisa fazer disso um problema. - falei secando suas lágrimas e acariciando seu rosto. - Eu também nunca senti isso antes por ninguém, não é normal pra mim, mas eu… gosto de estar com você, e eu me sinto bem e feliz como nunca. Eu quero ficar com você, entende? E eu estou disposto a enfrentar o que for junto com você, até mesmo todos os olhares negativos do mundo. Mas Shiryu, se eu estou te fazendo mal e você prefere fugir do que sente, eu vou embora, sumo daqui e você me esquece, tá bem? 


- Não… Eu não quero que você vá embora! - falou em meio a um abraço desesperado, afundando o rosto no meu pescoço. Conservei esse momento por alguns segundos, até que seus soluços se extinguissem por completo. 


- Eu juro que estou tentando te entender. - passei os dedos entre seus cabelos. - O que você quer que eu faça? 


Ficamos em silêncio por algum tempo, e esse tempo interminável estava me deixando extremamente nervoso. Porém não o interrompi, porque ele teria que decidir o que pesaria sobre nossas vidas daqui pra frente. 


Levantou o rosto, finalmente. 


- Me beija. - disse, me olhando nos olhos - Me beija de novo, eu não vou fugir, prometo. 


O que eu poderia dizer? 

Simplesmente não tem o que dizer! 

Apenas sorri e peguei seu rosto com uma das mãos, puxando-o para outro beijo, e com a outra agarrei sua cintura aproximando seu corpo do meu. Na intenção de corresponder, ele passou os braços em volta do meu pescoço e dessa vez, como prometido ele não fugiu, somente me beijou, mais calmo que da outra vez, porém muito mais desejado que da outra vez. 

Por fim, ele sorriu, finalizando nosso beijo com vários selinhos, abraçando-me em seguida, tentando esconder, sem sucesso, a vergonha que sentia. 


- Agora que você já está bem... - apertei o abraço ao redor de sua cintura, tremendo de frio. - A gente pudia entrar, né? 


Não respondeu minha pergunta. Ouvi apenas uma risada abafada na curva do meu pescoço, causando-me arrepios. 

Enfim ele tomou coragem, e quebrou o silêncio. Disse sussurrando:


- Shura, eu sei que ainda não podemos ter convicção de nada do que vai acontecer, e que também é muito cedo para dizer isso, mas, nesse momento eu já posso dizer com certeza, que dentro de mim existe muito de você, e que o meu lugar favorito no mundo agora é aqui... 


… dentro do teu abraço. 


Notas Finais


Espero que tenham gostado ❤
Comentem por favor, meus amores. Eu amo saber o que vocês estão achando. Bjos


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