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História Os queridinhos da América - Amor sob as luzes do norte.


Escrita por: CalypsoDream

Capítulo 21 - Amor sob as luzes do norte.


Fanfic / Fanfiction Os queridinhos da América - Amor sob as luzes do norte.

Dois dias depois,eu havia parado com as minhas frescuras e estava aproveitando. A neve não caia desde a manhã de natal e pudemos caminhar pela cidade,tudo estava bem,eu estava tranquila.

-Amor,eu tenho uma surpresa. – disse Avan desligando o telefone e voltando pra perto de mim.

-E onde está?

-Um pouco longe,você precisa preparar uma mala para dois dias,saímos amanhã bem cedo.

-Mala? Viajar de novo? Pra onde?

-Essa é a surpresa.

Eu sabia o que ia acontecer. Provavelmente ele iria me levar para algum hotel bonito com uma vista deslumbrante e depois de um pouco de champanhe,me levaria pra cama.

Eu tentei não demonstrar nenhum pavor quando saímos do avião e entramos no carro que ele havia previamente alugado.

-É o nosso ultimo senhor Jogia,só ficou porque já havia me ligado,se não estariam sem carro.

-Obrigado Hanz!

-A estrada até lá está aberta! Dê lembranças aos seus pais e seu irmão.Tenham uma boa noite!

Quando saímos do estacionamento,Avan me pediu a coisa mais inusitada que eu podia imaginar.

-Por favor Lizzy!

-Mas pra que cobrir os olhos?Afinal,onde é que você vai me levar?

-É uma surpresa meu amor,eu disse.

-Mas por que não posso ver o caminho?

-Lizzy,confia em mim?

Eu sorri e disse que sim,deixando com que ele me vendasse. Foi bem desconfortável,conversamos pouco nas quase duas horas que ele dirigiu,as vezes ele ria de mim.

-Você está linda assim.

-Ah por favor! Eu estou com medo!

-Medo de mim?

-Avan você não está me levando para uma cabana no meio do mato com neve por todos os lados e eu vou acordar numa banheira sem os rins não né?

-Lizzy! – Ele ria alto – Como você é maluca!

Quando finalmente estacionou eu tentei tirar a venda mas ele ainda não permitiu e me guiou escada acima,ele só me deixou livre,quando o trinco da porta se fechou.

-Pronto,agora pode olhar. Mas tem que me prometer que não vai abrir nenhuma janela.

-Bom,pelo menos não é uma cabana,mas deve ser bem no meio da floresta!

Estávamos parados no vestíbulo,ele deixou as malas no chão e eu entreguei meu casaco. Havia uma escada a nossa frente e a direita,um enorme portal que dava para uma sala. Percebi um relógio de caixa alta de madeira escura,um tapete de couro um tanto quanto de mal gosto,poltronas e vasos.

-Olá Avan! Senhorita! Fizeram boa viagem? Que bom que chegaram cedo!

Um homem aparentemente de uns quarenta anos,barbudo e encapotado num casaco de pele apareceu pela porta a esquerda. Ele era vizinho do tio Rajh e nós estávamos na sua casa,sei que era em alguma montanha,mas não onde exatamente. Paul morava na casa ao lado e cuidava da casa do Rajh, pelo que pude compreender,havia preparado tudo para nosso fim de semana. Eu achei que haveriam outras pessoas na casa,na verdade,achei que iríamos para um hotel. Mas depois que Paul saiu,Avan trancou a porta e me levou para um quarto.

-Se arrume,o jantar logo estará pronto. Só me prometa por favor que nãovai estragar a surpresa e olhar lá fora?

-O que você fez,decorou o jardim com luzes?

-Lizzy,não estrague!! Sua desmancha prazeres!Me promete que não vai olhar?

-Prometo!

Ele me deixou no quarto sozinha com a mala,dizendo que não tivesse pressa para me arrumar,me ensinou a ligar o chuveiro e saiu. Quis telefonar para Sophia,mas não tinha sinal ali,então joguei o celular em qualquer canto,quase olhei pela janela,mas não quis interpretar surpresa quando ele me levasse lá fora. Olhei o quarto rústico,a cama com uma colcha bonita,provavelmente faríamos amor ali, dentro de algumas horas. Eu queria fugir. Desde a noite de natal em que liguei chorando para Dex eu sabia que tinha que fugir. Eu estava apaixonada mas ao mesmo tempo eu sabia que isso não era certo,eu só queria não ter começado tudo isso.

Não percebi quanto tempo passou enquanto eu me arrumava,perdida em pensamentos pessimistas,quando Avan bateu na porta e disse que o jantar seria servido. Gritei que estaria pronta em cinco minutos e ele disse que esperaria ao pé da escada. Quando olhei no espelho,me senti ridícula. Coloquei um vestido branco que emoldurava meu corpo e se abria evasê dos joelhos para baixo em calda sereia,tinha mangas compridas mas um profundo decote,os cabelos enrolados ajeitados com primor sobre o ombro esquerdo e as únicas jóias eram o par de brincosde zirconias ametistas e o anel igual. Eu parecia uma noiva,daquelas árabes,que se casam sem saber quem é o noivo. Sai do quarto e caminhei pelo corredor bem devagar.

-Avan?

-Sim Lizzy?

-Alguém vai jantar conosco?

-Não querida,somos apenas nós.

-É que... eu acho que exagerei.

-No que?

-Você me pediu pra trazer um vestido bonito mas... realmente acho que exagerei,vou voltar e me trocar.

-Lizzy não! Tenho certeza de que está deslumbrante. Venha.

-Mesmo se você estiver de calça jeans?

-Por que você acha que eu te levaria pra jantar de calça jeans?

Tomei folego e finalmente apareci em cima da escada. Mesmo achando que estava ridícula,eu ainda era uma diva e se quisesse me vestir como Cleópatra,eu podia,e que se danasse o resto. Ergui a cabeça e coloquei o pé no primeiro degrau. Não,Avan não estava de jeans,ele usava um terno preto perfeito,o colete verde esmeralda sobre a camisa preta também e aqueles enigmáticos colares de contas,os cabelos presos num coque e o sorriso mais sexy que ele tinha.

-Lizzy,você está mais que apropriada.

Quando cheguei ao final da escada onde ele estava,nos beijamos e eu consegui relaxar por um momento. Ele me entregou uma taça com vinho,previamente preparada no aparador do vestíbulo e fomos para a sala de jantar.

-Está com fome?

-Bastante! Credo! As janelas daqui também estão tampadas?

-Pra não ter perigo de estragar a surpresa.

-Avan tem certeza de que não é nada muito maluco?

-Você não desconfia mesmo?

-Bom,eu acredito que você decorou o jardim ou o deque,porque se estamos numa casa estilo cabana das montanhas,deve haver um lago,um deque,um jardim,algum espaço lá fora,logicamente coberto de neve,mas você deve ter pedido ao Paul pra decorar,com luzes de fadas,ou algo que eu adore muito.

-Será que é isso?

-Ah... o que mais seria? Você com certeza combinou com ele de fazer algo que eu ache lindo pra me impressionar.

Ele riu e não respondeu. Nos serviu o jantar em meio a velas acesas.

Percebi os móveis da sala de jantar. A mesa era de madeira e as cadeiras também,entalhadas com desenhos interessantes,almofadas macias num couro cor de mostarda. Um lustre muito antigo,apagado,vi que haviam quatros janelas,todas cobertas por cortinas com uma estampa feia dos anos noventa. Havia ainda uma enorme estante que ostentava louças antigas ,mas bonitas,aqueles pratos para decoração com nomes de pessoas e datas.Avan ou Paul, não sei qual dos dois,ou os dois,arrumaram a mesa de um jeito bem intimo,castiçais compridos e velas brancas,eram a única luz da sala e deixaram-na charmosa e aconchegante além de muito romântica. Os pratos,não tive certeza se eram brancos ou amarelo pálidos,taças simples de água e vinho e talheres que não me pareceram de prata. Eu percebi que não havia nenhum luxo extremo na casa ou no jantar,mas havia sido preparado com tanto carinho e a atmosfera era apaixonante,a luz das velas,a luz da lareira,o cheiro bom que havia pela casa,o perfume de Avan e todo o cuidado dele,eu não podia negar que estava feliz e que estava adorando tudo aquilo.

A casa não tinha decoração de natal,apenas uma grande guirlanda de pinheiro verde com laços vermelhos e um sino pendurados na porta de entrada. Foi ótimo ter sido salva daquela triste imagem de dezembro. Quando terminamos de comer,ele me mostrou o restante da casa que não era grande,mas bem aconchegante para férias na montanha.Subi,escovei os dentes,retoquei a maquiagem e suspirei, não havia mais escapatória. Demorei um pouco e de volta a sala,o encontrei sentado no sofá com a taça de vinho na mão.

-Onde vai?

-Achei que precisaria de algo quentinho para ver a minha surpresa. - Eu estava embrulhada num casaco de pele.

-Por que?

-Porque está nevando lá fora e eu não posso morrer de frio.

-E quem lhe disse que você vai lá fora ver a surpresa?

-Não vou?

-Eu acho que não.

-Ora Avan pare logo com isso,está me deixando nervosa. Que surpresa é essa?

Ele riu deliciosamente de mim,eu estava acreditando que não havia surpresa nenhuma,mas por que tampar meus olhos e manter a casa fechada?

-Vou buscar uma coisa,espere aqui.

Ele demorou um momento e voltou com uma caixinha.

-Abra. É um presente,para lhe deixar menos nervosa.

-Mas essa não é a surpresa,não é?

Quando retirei o laço e abri a caixinha fiquei encantada. Forrada de veludo,ela guardava uma jóia,era um ornamento para cabelo hindu.

-Avan! Que coisa linda! – Gritei muito feliz.

-Como você gostou mais do presente que meu irmão te deu de natal,eu quis dar algo que fizesse um par. É uma tikka.

-Eu sei o que é! Já te disse que você não é a minha única conexão com a Índia,e por favor,eu adorei o colar que você me deu mas as pulseiras que o Ketan escolheu me conquistaram. Você sabe que eu amo verde. Me ajude a colocar.

-Para,não diz que o que ele te deu é mais bonito,assim eu fico com ciúme.

-Como você é bobo Avan! Eu amei o seu presente,mas é... por que você achou que eu fosse amar mais o Egito que a Índia?

-Porque eu sou seu faraó.

Eu ri,ri muito e ele teve dificuldade de colocar a tikka no lugar certo no meu cabelo. Era uma jóia com grampos para serem presos no cabelo e deixar o pingente na testa.

-É claro que você é meu faraó,meu sheik,meu imperador,meu rei.

-Gostei disso,fala mais.

-Não!Você sabe quem você é!Cadê o espelho,quero ver meu presente.

-Você está linda,já disse que tem olhos hipnóticos,como a deusa Lakshmi? Você deve ter sido hindu na vida passada,quando usa alguma coisa de lá,você fica esplendorosa.

-Eu amo a cultura dos seus antepassados Avan,é lindo!

Ele segurou meu rosto com as mãos e beijou meus lábios delicadamente. Ele tinha uma mania de olhar de modo penetrante até que tocasse os lábios,ele fazia isso em cena também,o que as vezes me incomodava. Eu tentei relaxar,eu sabia o que viria a seguir. Não,eu não fazia idéia.

Ele me aconchegou nas almofadas no sofá onde estávamos e me cobriu de beijos e carinho,inicialmente lentos e com uma dose de amor que me conquistou e desinibiu e então passamos a nos beijar fervorosamente,mas não como das outras vezes,havia algo mais,algo melhor dessa vez. Avan tirou o paletó e eu me sentei.

-Posso? – disse enfiando a mão no coque na cabeça dele.

Soltei o prendedor e os cabelos caíram nos ombros,exalaram um perfume inebriante,meus dedos percorreram os fios o fazendo arrepiar e sorrir de olhos fechados,logo cheguei ao seu rosto e ele deu beijos demorados na minha mão. Nos seus olhos eu podia ver algo queimando,mais que apenas o reflexo da lareira,ele estava ridiculamente apaixonado por mim.

-Vem,eu tenho algo pra você.

-Finalmente!! – gritei enquanto ele me dava a mão para sair do sofá.

A minha primeira surpresa foi ver as escadas,quando saímos da sala,cobertas por rosas.

-Ah meu deus! Avan!

Ele me guiou degrau por degrau,estava calçada então não pisei nas pétalas mas eu juro que senti a delicadeza delas sobre o carpete. Paramos na frente de um outro quarto,não aquele em que eu me vesti. Ele abriu lentamente a porta,eu estava louca para saber o que encontraria lá. Quando entramos,me deparei com um quarto amplo e reformado,moveis e decoração moderna,diferente do resto da casa,a lareira acesa,a cama arrumada,velas acesas espalhadas pelo quarto e pétalas de rosas vermelhas davam o toque final,num aposento preparado para uma noite de amor. Corei e sorri.

-Que capricho. Mas eu confesso que estou decepcionada.

-Ah,a surpresa não era te levar pra cama. – Ele me guiou até a janela,coberta por uma grossa cortina e se posicionou atrás de mim - A surpresa é te levar pro céu.

Não tive tempo de zombar do que ele me disse, Avan puxou as cortinas e eu gritei,coloquei as mãos no vidro.

-Eu não posso acreditar. É a coisa mais linda que eu já vi,Avan... eu quero ir lá fora.

Sem pensar no choque de temperatura que ia levar eu abri a porta balcão e sai. Ele imediatamente foi atrás e me cobriu com uma manta que estava sobre a cama. Eu fiquei paralisada,completamente deslumbrada pela visão. Mal pude perceber que havia um quintal,um pequeno lago,algumas casas a certa distância,eu só vi as montanhas brancas e o céu aceso,verde e roxo,era a aurora boreal. Meus olhos se encheram d’água e eu não conseguia dizer nenhuma frase completa,aquela era a surpresa mais maravilhosa que alguém já havia feito pra mim. Sempre foi meu sonho particular conhecer esse fenômeno e ainda não tinha tido oportunidade. Ele era tão esperto,não podia negar,desde o momento em que cheguei na casa dos Jogia para o feriado de natal,ele fez coisas que soube que seriam do meu agrado,e essa noite,ele conseguiu transformar em algo inesquecível,nossa primeira noite de amor.

-Vamos entrar,você vai congelar! Prometo que não fecho as cortinas.

Ele me arrastou pra dentro depois que eu coloquei as mãos no parapeito da sacada,coberto de neve. Eu estava tremendo. Me levou para junto da lareira e esfregou meus braços.

-Você é maluca,não devia ter saído sem se agasalhar. Está gelada,suas mãos,meu amor você não devia ter feito isso.

-Não pude evitar olhar pra elas assim,de mais perto. É simplesmente a coisa mais absurda e mais linda que existe.

-Eu sabia que você ia gostar.

Eu derramei algumas lágrimas involuntárias e o abracei com avidez.

-Avan... eu...

-Eu não imaginei que você fosse reagir assim Lizzy,tá tudo bem?

Eu me afastei e voltei a janela,esfregando as mãos.

-Você... – eu queria falar alguma coisa,eu queria conseguir não me entregar,mas naquele momento,eu o amava – está,é claro.

Ele voltou pra perto de mim,me abraçou por trás enquanto ainda encantada,eu olhava para fora. Logo ele começou a beijar o meu pescoço e eu permiti suas carícias. Em pouco tempo ele havia aberto meu vestido e quando quis que eu o tirasse,ele me virou para ele. Despiu-se do colete e da camisa enquanto eu deixava o vestido cair,vislumbrou meu corpo na lingeri branca e eu senti um arrepio na espinha. Eu tirei os grampos do cabelo,deixando apenas a joia que ele havia colocado. Avan me tomou nos braços como no primeiro beijo no México.



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