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História Crônicas de Althunrain - Rei Lich - A Morte de um Imortal


Escrita por: Tulyan

Notas do Autor


Um cap mais leve para vocês, e me aguardem, a treta só está começando.

Capítulo 56 - A Morte de um Imortal


Fanfic / Fanfiction Crônicas de Althunrain - Rei Lich - A Morte de um Imortal

Passou mais um dia desde que chegamos até aqui e, depois de ser informado a fundo por Bennely, criei um receio muito grande, o perigo é bem maior do que imaginava, há professores ditos poderosos no meio e funcionários antigos, Ryte realmente se mostrou muito valoroso na obtenção de informações, mas assim como aquele outro cara, tenho dúvidas sobre eles, até mesmo quanto a Bennely. Me mostraram como chegar e sair daqui por meio desses altares peculiares, e... Depois de tudo isso, consegui me mover pelas linhas outra vez e chego em um lugar desconhecido outra vez, não era fechado como antes, era o topo de algum lugar, um prédio pelo que vejo e, consigo me situar, estava do setor sul, confirmo isso por ver o Paff afrente, e me dando uma melhor visão, vejo além das cachoeiras, há um vale extenso abaixo, uma imensidão, mas, noto alguns buracos, crateras eu diria...

Bom, isso não vai importar por agora, os pensamentos sobre o que Bennely me contou, Sina me avisou bastante sobre os problemas que tem contra Ehiet, capital do lado leste do Clã Caalim, uma rivalidade antiga entre os dois, eles creem que Ehiet esteja por trás dessa conspiração, porém, isso não vai a público para não danificar a frágil paz entre eles, entretanto, é obvio especular, no dia que eu tiver de agir mesmo, creio que isso vá para a puta que pariu... Com algumas dicas deles, me mostraram como ensinar a eles, como não ser Aryn, e ser Athazis, pode parecer redundante, mas, qualquer ajuda nisso é bem-vinda.

Tomei caminho me perguntando para onde iria, a fim de chegar na torre central, descobri só depois de descer uma escada aberta de cada lado, que o lugar era um tipo de salão de reuniões, pois, centenas de alunos estavam em cadeiras postas quatro metros acima da passarela que é onde passo agora, felizmente, nenhum me viu por prestarem muita atenção em um monte de professores, que com suas vestes claras, falavam sobre algo muito complicado para mim, mas, curiosamente, me impedi de continuar e olhei uma vez para o palco central e elevado, a madeira branca do chão era iluminada por luzes arcanas e um ser feito de fogo, bom, de suas costas saia chamas brandas, sua pele negra e brilhosa parecia haver um de óleo no centro das costas daquela coisa, parece um lagarto, não sei bem, pois há dois apenas, e estes, presos em uma coisa de vidro, esbanjam suas chamas que incendeiam todo o corpo e impedem a todos de vê-los com tamanho brilho. Fico fascinado com tal criatura, mas, saio daqui com pressa, preciso ver uma coisa nos meus aposentos...

Depois de uma hora, ou mais, chego em meu quarto, era noite e me sentia tão estranho, estava cansado, a última vez que me senti assim, dessa forma específica, tão humanamente exausto...

Olho minha mão direita, os anéis me dão um leve enjoo, como se estivesse bebido muita água, me movo para a esquerda e não tenho o ânimo de antes, vou ao baú onde fica os cadernos e o abro com certo descaso, queria os diários, e o mais importante deles, o cinza que não abri, pois faltava a chave, não dessa vez, puxo do bolso direito dessas vestes longas, Bennely me deu ela como um presente de despedida e... Para saciar minha curiosidade na hora, mas por já saber o que vai ser dito, fica um pouco anticlímax, tanto que nem abro nada, jogo os dois no baú, o fecho e vou procurar alguma bebida, uma dessas antes de dormir é uma boa ideia, não tenho mais nada para fazer mesmo.

Deitar-me na cama de outro não é estranho como deveria ser, talvez seja o cansaço de hoje, a cama é grande, suficiente para três ou quatro pessoas, um acolchoado vermelho e uma coberta negra que vou levando abaixo das botas, mas, quando olho a elas, o couro estava sujo, e... Eu estava com mal cheiro, coisa estranha, pois, desde que eu e Thereza nos conhecemos, nunca fiquei assim, e o que vestia não se sujava, bom, o gelo negro claro...

 

Faço o que tenho que fazer, afinal, amanhã será um dia maçante, ter que cuidar de outras pessoas, fingir ser quem não sou, fazer o que não sou bom, ensinar, e ainda ficar de olho nas coisas. Tudo tão complicado, porque não me dizem quem tenho que matar e pronto...

 

Ao acordar, me coloco sentado de lado sobre a cama, minha cabeça dói, meu corpo reclama. – Bom dia meu amor... – Thereza me conforta com sua voz em minha mente. – Uma noite ruim, não?

Sua voz transparece o que diz, ambos tivemos um péssimo descanso. – Que droga está acontecendo? – olho minhas mãos.

— Estes anéis, eles... Parecem estar nos tornando mortais, ou nos aproximando deles, tu percebes? Cansaço, sujeira, dores mínimas, isso está fazendo mal para nós...

— É, eu sei... – apoio os cotovelos nas pernas e respiro pesado, me livrando dessa sensação ruim. – Mas, Bennely nos prometeu que em uma semana terá evidências concretas para arquitetar um plano bom, e... Apresentar uma acusação forte e inquestionável contra Ehiet, além disso... Estou considerando ajuda-lo com nossas sombras.

— Ryte me pareceu suficientemente bom, não? – sorrio para o nada e me levanto.

— Ainda quero vê-lo em ação antes de dizer, mas, talvez possa ajuda-lo, ambos temos o dom das trevas, como eles mesmos disseram, podemos ir em locais impossíveis para outros. Locais onde a luz nunca foi... – ao lado direito da cama nesse segundo andar, há uma mesa longa que chega a janela grande que traz a luz do Sol para nós, e nela puxo a rolha de uma garrafa de vinho, este que coloco um pouco direto na boca e o devolvo ao lugar e ao lacre, o banheiro, na direção reversa a da janela, é bonito até, mas não tenho interesse de entrar lá, bom, não teria se não fosse uma horrível sensação que sobe por minha garganta.

Corro até lá arrebentando a porta contra a parede cheia de azulejos brancos, não tenho tempo de ir ao vazo sanitário, e é na pia que vomito muito, apoio os antebraços a cada lado da estrutura de cerâmica enquanto olho algo verde sendo regurgitado, o gosto horrível e ácido me faz cuspir muitas vezes, era terrível, e ainda mais por Thereza ter visto. – O que... Aryn, nosso corpo está... – suas palavras me trazem receio. – Estamos morrendo...

Assim que ela fala, vejo sangue em meio ao vômito que é drenado pelas tubulações. Tal efeito é obvio, nossa vida é a magia, suprimi-la é como uma doença, manter isso certamente será fatal... – Merda... – cuspo outra vez e bato na pia. – Droga! – falo puto com ninguém, levanto a cabeça para ver-me pelo espelho grande que compõe grande parte do lado esquerdo do banheiro. – Quanto tempo? – pergunto.

— Como?

— Quanto tempo até ser irreversível! – meu tom forte ecoa.

— Dias, semanas... Eu não sei Aryn. – baixo a cabeça.

— Desculpa... Não queria gritar contigo... – assim, sinto mãos pegando meus cabelos negros e os levando para as minhas costas.

— Tudo bem meu amor, só... Ficar irritado não resolve nosso dilema, está bem? – concordo com ela. – E... Se gritar comigo outra vez te dou uma surra inesquecível. – sua mão direita aperta minha nuca, sinto a dor, mais rio com tal gesto.

— Ah, tá bom... – ela me solta, e assim a encaro, sua forma azulada recebia a luz do Sol através de si, e por sua vez traziam tal cor a todo o lugar que estamos, seus olhos baixam levemente e a Rainha toca cada lado de meu rosto.

— Acredite no que digo, estaremos juntos até o fim. – mesmo comigo assentindo, ela parece desacreditar. – Não vai ser uns simples anéis, um pedido de uma Aze, um compromisso como tutor que nos desvencilhará de nosso caminho maior... Eu era cega Aryn, queria nossa justiça a todo custo, mas, sua benevolência, sua atenção a todos me mostrou algo muito mais bonito... Você é o homem que amo, que sigo, que desejo, nada vai mudar nisso, e como juramos a muito tempo, seremos verdadeiros um com o outro... e eu lhe digo, Sina não me pareceu uma pessoa tão confiável assim...

Todo o clima agradável desaparece com esse último comentário. – Porque não? Achei que eram amigas até... – suas mãos passam de meu rosto até meus ombros.

— Não consigo confiar em ninguém além de ti. – um sorriso bobo surge em seu rosto lindo e translúcido. – Sina pode ter boas qualidades, mas, além de nós, ninguém mais tem uma índole indestrutível. – a confiança de sua voz é verdadeira, todo o medo que tinha pelo que acabou de acontecer desaparece, e a Rainha sente isso, sei por um simples olhar.

— Eu, nós a ajudamos por bondade, não devemos nada a ela, na verdade, a ninguém... – Thereza baixa a cabeça enquanto falo, mas na última parte, ergue-a com rapidez.

— Errado. Devemos a apenas um... – fico curioso, quem seria. – Klyce... Devemos um futuro para ele... – sorrio, Thereza me pareceu tão receosa em ter o Nanci depois de Noh’Randy, parecia querer expulsá-lo de nosso grupo miúdo. – Ele nos deu sua vida, e... Não podemos ignorar isso, como Rainha, tenho que zelar dos meus súditos. – essa parte Thereza fala com pomposidade, como se fosse uma brincadeira de atuar.

— Uma Rainha, um caçador e um lobo... Isso daria um conto não? – brinco, mas a mulher move as sobrancelhas, interessada.

— Adoraria ler, ler como a Rainha achou um caçador lindo com um buraco na barriga... – ela se aproxima de mim. – Como eles destruíram o mal... – seu rosto fica perto do meu. – Como o caçador pegou um lobinho para si... – fica mais perto. – E como o caçador roubou o coração da Rainha...

Assim, ela desaparece na minha frente, foi maldade o que ela fez, muita maldade... – E a parte que a Rainha some do nada e deixa o caçador sozinho? – minha pergunta é ecoada em minha mente por alguns segundos, e desaparece. – Tá vendo... O que eu disse...

 

Horas mais tarde, quando limpo a bagunça da pia e me apronto para os afazeres que tenho, reviso uma aula dada a mim por Osvah, eram coisas simples, ainda mais depois que tenho a Rainha como consultora particular. Me coloco atrás de um livro grande que achamos na estante, seu nome, Versatilidade do Arcano e suas Peculiaridades, segundo Osvah, e Bennely, traria uma clareza ao que iria passar para eles, daria esse livro para meus alunos sabe, mas, tal item é de uso exclusivo dos tutores, algo ridículo na minha opinião, “informações muito avançadas e perigosas para Arcas”, segundo Bennely, e falando em Arcas, prefixo para a quantidade de elementos que o mago usa, descobri que o maior nível já catalogado, foi um Hexarca, ou seja, um mago com seis tipos de magia diferentes, seu nome, Ibra, exatamente igual ao do Primeiro Sacerdote de Avony, oh... É a mesma pessoa...

Fecho o livro já depois da hora do almoço, felizmente, essa fraqueza mortal continua longe de nós, ao menos isso, pego minhas vestes e a coloco outra vez, pois fiquei o dia todo sem camisa, já que a gola me dava uma sensação ruim de sufocamento, sem contar que se passasse mal outra vez, seria mais fácil. Antes de realmente sair, me dirijo a uma das mesinhas e peço algo para enjoo, e instantaneamente, um frasco com algo verde surge, o abro e cheiro, era doce, como chá, porém, bem mais forte, e como Thereza nada falou sobre, bebo ele todo, quando o devolvo ao lugar de origem, desaparece tão rápido quanto chegou.

Confiro o livro debaixo de meu braço direito e minhas chaves no bolso esquerdo, estava na hora...

 

Rever o homem me dá um frio na barriga, sentir sua aura massiva e grandiosa me faz arrepiar, e o pior é que não consigo deixar de sentir a magia, nunca deixei, pro isso é tão brilhante ser ensinado por ele. Athazis entra na sala causando silêncio a todos, seu sorriso é o de alguém que acabou de ouvir uma boa piada, entra e coloca... Wow... O Livro sobre sua mesa, o abre em uma página que não consigo ver qual é daqui. Mesmo que a maioria tenha se mudado para o mais perto dele possível, não é suficiente, Leona, a mais entusiasmada de todas, ficou vidrada no senhor Athazis por horas antes de sair do transe, mas, o mais interessante foi Mospher, ele se reuniu conosco aqui, é a primeira vez que o vejo tão interessado em algo, não o culpo.

— Bom dia pessoal... – ele fala mexendo nas folhas do livro.

— Boa tarde mestre Athazis. – a grande maioria responde, outros se limitam a assentir, ou sinalizar um cumprimento e só isso.

— Ontem me perdi de vocês eh... -  ele torna a se sentar me sua mesa. – Usei aquele troço e do outro lado ficou vermelho, ai não mexi mais, só que tinha aparecido do outro lado da torre e me perdi no caminho... Foi uma bagunça.

— Culpa nossa, mestre, devíamos ter te instruído melhor... – Leona explica sorrindo de canto e arrumando os cabelos negros, por se sentar a minha esquerda, ficava fácil vê-la quase corando.

Mas, atraindo nossa tenção, o professor bate as mãos uma só vez e se levanta. – Deixa isso pra lá, olha, estava falando com Osvah e outros professores, disseram que seria difícil para vocês aprenderem como um Arcadata como eu, mas, muitos livros, como esse aqui. – Athazis puxa o que deixou na mesa e mostra-nos ambas as capas grossas do livro “Versatilidade do Arcano e suas Peculiaridades”, objeto este que amaria ler, ao menos uma página, o conhecimento que guarda os livros dos mestres... Nem consigo imaginar, nem se sonhasse por anos conseguiria algo perto do que aquilo detêm. – Se estiverem de acordo, vou tirar ensinamentos daqui. – ele fecha o livro e pousa a mão direita sobre o mesmo.

— Claro. – sou o primeiro a responder, era uma pergunta boba, era óbvio que qualquer aluno, ou mesmo Diarcas querem isso, sou acompanhado de outros positivos e Athazis retorna a bater as mãos.

— Perfeito, então, como sabem, esse livro é impróprio para vocês, por isso, vou tirar o que há aqui e passar para vocês, um filtro eu diria, e de acordo com o desempenho, aprofundarei ou não nos ensinamentos... – ele vai até a parte traseira de sua mesa longa e bonita. – Onde fica... – parece falar sozinho, e assim, pega uma das varinhas de escrita. – Como que usa essa coisa? – agora o questionamento vem para nós todos.

— É só pensar nas palavras ou imagens e apontar ao quadro que elas aparecem. – é Mospher que responde, algo inédito, ao menos para os primeiros dias de aula.

E realmente, fazer isso é algo difícil, exige concentração e disciplina mental afiadas, mas, depois de vê-lo se teleportar por um Terminal em segundos, não duvido de nada. – Oh... Certo... – ele se vira e aponta a varinha de madeira vermelha para um dos cantos do quatro de três metros de altura e dez de largura, a cor branca recebe linhas negras com uma beleza incomum, e estas linhas se juntam para formar letras.

Todos se apressam para pegar nossos cadernos, todos temos um, apesar de cada um customizar como quiser, ele apresenta apenas uma folha central e duas coladas na capa dura, assim quando uma folha encosta na outra, tudo aquilo que escreveu fica guardado e dá para rever facilmente depois, todos pegamos também uma pena, alguns podem encantá-la para escrever o que seus olhos veem, mas eu pessoalmente prefiro ler e escrever para gravar melhor as informações. E o melhor, ele ignora datações, história, parte pra magia em si, teoria da conversão de arcano do ambiente para elemento puro, taxa de evolução de aura, essas coisas, fico espantado e encantado em ver que ele se interessa em passar o poder para nós, não ficar naquela ladainha dos outros mestres, que esperam meses para nos ensinar o que já sabemos de cor. E então, Athazis começa a desenhar um Heptagrama, cada ponta para um dos elementos básicos, ou primários, adiciona os nomes de cada um, o que ocupa o meio todo do quadro, ninguém é tolo de copiar a mão, por isso, quase em sincronia, levantamos nossos cadernos e conjuramos a magia única dele, a pérola alaranjada que há na capa inicial brilha e transfere a imagem para o papel com perfeição, quase como a tal fotografia inventada a alguns anos pelos Baraf, retorno as minhas anotações, mas não deixo de notar, Leona fazia fotos extras, dúzias delas, em diferentes posições, e seu alvo, era Athazis. 


Notas Finais


CY@


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