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História Crônicas de Althunrain - Rei Lich - O Embaixador Elfo


Escrita por: Tulyan

Notas do Autor


Sim, outro, sim, está 10/10

Capítulo 57 - O Embaixador Elfo


Fanfic / Fanfiction Crônicas de Althunrain - Rei Lich - O Embaixador Elfo

Havia passado uma semana desde que meu mestre partiu, oito dias sem vê-lo pareciam uma eternidade, pois é uma eternidade...

Fiquei muito... Não direi solitário, pois Cixoam e os jovens aprendizes me fazem companhia, bom, os rapazes da Academia de Guerra mal tem tempo, pois eu faço aulas particulares, o que para alguns é um privilégio muito mal usado, também concordo, eu não preciso de coisas especiais, porém, me deram muitas coisas especiais.

Vou pensando nisso enquanto arrumo a meia em minha pata direita, não houve outro ferimento desde aquele dia, e como o senhor All’ma mesmo falou, talvez isso tenha sido efeito do que fiz, do quanto me esforçava naqueles saltos, estes que ele mesmo parabenizou-me, foram formidáveis, como mesmo disse, afivelo a cinta das tornozeleiras que humildemente pedi para Cixoam, muitos podem achar que isso é para me restringir, ou para me envergonhar por usar algo dado a escravos fujões, mas o fato de não ter argola, que por ventura se ligaria a uma corrente, denota que elas servem apenas para enfeite, e realmente, são lindas, o couro negro se destaca entre as meias, o meu pêlo e o gelo cristalino, um contraste belo, ainda mais quando olho um pouco de longe, e com o segundo chamado de meu tutor, levanto-me.

Retorno ao centro na arena e empunho o sabre exatamente como All’ma me treinou, com força e leveza, os atributos de um Espadachim, como ele diz sempre. Fico muito honrado em ter sua atenção, ainda mais depois do dia em que fui testado, pela segunda vez, parece que algo cresceu nele, curiosidade e certo respeito, bom, é isso que eu posso tolamente presumir.

 

— Levante a ponta, no rumo dos teus olhos, como disse, concentre-se nela, imagine onde quer que ela chegue e. – com uma velocidade absurda o homem desaparece na minha frente e quando noto, sua espada de madeira estava nas minhas costelas da direita, um ferimento fatal, caso se tratasse de uma batalha real.

— Woo... – falo cansado, muito cansado, All’ma intensificou o treino e pesou muito nele, posso presumir que é por conta do prazo, bom, este que não existe realmente. – Eu, eu nem vi... – baixo meu sabre demonstrando rendição, pela milésima vez, meu tutor me mostra algo novo e fantástico, e demonstra o abismo tático entre nós.

— Lembra. – seu indicador esquerdo aponta para baixo. – Está tudo nos pés e no quadril, é aqui que mora a velocidade. Do umbigo para cima, a precisão, e entre os dois...

— O equilíbrio. – completo sua fala pela deixa, sorrindo, o homem mira na mesa onde fica as armas com a sua, e me entrega a espada de madeira que portou para mim.

— Deixe tudo ali e venha comigo... – faço o pedido o mais rápido que posso, sempre que ele diz algo do tipo é motivo de alegria, pois verei algo novo e aprenderei com um dos melhores.

Apesar da dor nos braços e o cansaço nas pernas, consegui me aprontar o mais rápido que pude. Porém, ao me virar, vejo meu tutor abrindo as portas do lugar de onde sempre vem, e mesmo sem falar nada, entre e... Como não me permitiu, fico exatamente na porta, olhando para suas costas e para o lugar estranhamente confortável, tochas altas clareavam os corredores altos e a porta imensa de madeira escura a minha direita com uma cor alaranjada, e é ali onde meu senhor entra agora, e, ali, ao contrário do que esperava, não há ninguém além de nós.

Pilares rentes as paredes altas davam um dedo curvo a todo o lugar, passamos por longos bancos de madeira avermelhada acolchoados com algo bege e estampado com linhas negras, o chão é diferente, deixa de ser pedra bruta para mármore branco, noto isso logo de cara por conta da luz que refletem do teto, esta que não é forte, e traz um ar limpo e puro para o lugar todo. – Antes de avançarmos no seu treinamento Klyce, preciso fazer uma coisa...

Afrente, depois de dois degraus, havia um altar de pedra negra com um tipo de livro sobre, um feixe de luz caia justamente sobre ela e dava um ar divino ao quer que esteja escrito ali. Atrás do altar, cinco cadeiras de encosto alto e negro exibiam um material caro, ébano, as constituindo, ambos nos aproximamos do lugar elevado, mas, antes mesmo que diga, não subo as escadas, é indevido fazer isso sem permissão, e já notando tal ação All’ma sorri de canto ao olhar brevemente para mim.

— Esta é a Sala Principal deste quartel, a Academia da Guerra aperfeiçoa e treina homens e mulheres a décadas e... Você é o primeiro Nanci que entra aqui.

— Fico honrado senhor. – assentindo o homem fica afrente do altar e mexe nas páginas brancas mostrando-me letras negras que reluzem a luz do alto.

— Para te dar ensinamentos arcanos, preciso realizar um pacto com você. – ia falar da minha situação, não posso firmar nenhum tipo de acordo, não sem a permissão expressa de meu mestre, mas All’ma me impede de falar com sua mão direita levemente erguida. – Estou ciente, como pertence a vossa graça Aryn, não exigirei que se ajoelhe, preste votos ou coisas do gênero. Porém, ainda assim, o conhecimento que lhe darei, é além de como você é, afinal, nenhum Nanci usa magia, correto?

— Sim senhor. – coloco as mãos afrente de mim, curioso com o que virá em seguida.

— Não sei ao certo se pode usar uma arma mágica e desfrutar de tal poder, entretanto, alguns amigos meus da Academia viram tua performance, você está acima de muitos outros, hoje excelentes guerreiros, em muitos sentidos, sentidos esses que nos levaram a discutir sobre você e seu dono... – All’ma vai folheando e lendo seja lá o que for esse livro. – Aquilo que fez está além das capacidades físicas normais, sem falar nessas algemas que teu mestre colocou. – e só dessa vez seus olhos vem a mim.

— Oh... Não são algemas senhor, são pesos, estou ciente do que parece, mas, elas unicamente servem para que eu me esforce ainda mais, e me torne melhor. – coloco a mão direita sobre o peito, essa verdade é a que me move todo dia, a cada segundo.

— Pesos? – torno a ser banhado por seu olhar firme e curioso. – Certo... Quantos são?

— Quatro senhor, dois nos pulsos e dois nas patas.

— Não, digo, quanto pesam?

— Ah, sim, são cinco quilos cada. – All’ma morde os lábios inferiores levemente, e levanta as sobrancelhas demonstrando entender.

— São de gelo, correto? – confirmo com um gesto com a cabeça, presumo que basta. – Teu mestre é um diarca? – tal pergunta é estranha para mim, o que seria um diarca? – Mago que usa dois tipos de magia, creio eu que, ele mesmo tenha feito esses... Pesos, então seria usuário de sombras e gelo, correto?

— Isso. – sorrio, meu senhor é incrível mesmo, por isso o amo tanto. – Então ele é um Diarca sim. – nisso, me lembro do fogo azul que me mostrou em Noh’Randy, mas não consigo informa-lo disso, pois meu tutor continua. – Enfim, Klyce, para lhe dar ensinamentos de nível superior preciso de algo teu, irei modificar algumas coisas e... Te falar sobre... – os olhos dele passam para o que lê. – Qual seu nome completo?

— Apenas Klyce, senhor.

— Sem sobrenomes? – me questiona.

— Se meu mestre assim desejar, eu terei um, mas... Creio que precisarei servir por alguns anos mais para ter tal honra. – tento lhe dar a melhor reposta possível, pois, meu senhor Aryn não me vê como um escravo, mas eu o vejo como o meu único e supremo mestre.

— Uhum... – ele muda de página. – Estou criando uma documentação sobre o que vou te ensinar, para manter tudo registrado e arquivado, mas como não posso vinculá-lo a Academia, já que pertence a vossa graça... Infelizmente não poderá ser tratado como um dos nossos aprendizes. – ele pousa os antebraços sobre o altar, um a cada lado do livro, seu rosto tem pena, mas tudo bem.

— Eu entendo senhor. – baixo a cabeça. – Muito obrigado mesmo assim.

— Entretanto, é minha obrigação lhe informar sobre tudo o que vai acontecer com você, com nossa relação, pois, estarei ensinando você a ser um mago de batalha, algo perigoso aos olhos de muita gente, porém, nós da Academia decidimos que isso será feito, mas antes, precisamos que... Demonstre, algum tipo de lealdade antes de darmos a você algo tão potente. Veja, você está muito bem qualificado, e sabemos que segue com afinco as ordens que teu mestre lhe deu, e as que lhe dou.

— Não se preocupe em me explicar senhor... Eu entendo bem seus receios, entretanto, só posso lhe dar a minha palavra... – olho para a luz sobre sua testa e o livro. – Sei que não é muito, mas, só tenho isso. – demonstro para ele, tudo que tenho em mim, tudo que sou não é meu, tudo, fora minha palavra, pois nela eu confio.

Não sei o motivo, mas All’ma sorri para si mesmo. – Nos dá a sua palavra? – o tom dele não é incredulidade, é outra coisa. – Certo, nós aceitaremos isso, será o suficiente. – um sorriso se abre em meu rosto. – Vou te informar sobre coisas que não deverão sair dessa sala, certo?

— Sim senhor, entendido. – coloco as mãos atrás de mim e aguardo.

— Pode não parecer, mas, o clã Caalim está travando uma guerra nesse momento. – minhas orelhas eriçam, uma guerra? – É uma guerra sem conflitos, uma... Guerra fria eu diria, Ezthel vem enfrentando diversas ameaças e, suspeitamos de tramas terroristas em alguns pontos do nosso clã, o maior e mais óbvio deles é essa capital, assim, estamos trabalhando em parceria com a Guarda da cidade para defendê-la e mantê-la segura... – fico surpreso, eles devem ser muito poderosos para dar alarme a esse lugar tão grandioso.

— O que aconteceu, o que houve para gerar esse conflito? – quero saber no que meu senhor está inserido, no perigo que está enfrentando.

— É uma história antiga, disputa de terras. – isso, é pífio, o clã Caalim como um todo é gigantesco. – Tudo começou com as Fontes de Ferro... E essa foi a desculpa para disputas políticas, que foram se agravando... Junto a rivalidade entre nossa Aze Sina e a de Ehiet, digamos que o passado delas era amistoso, até um pouco antes dos elfos chegarem ao clã Baraf...

— O que é um elfo? – pergunto por pura curiosidade, afinal, All’ma deixou vago depois que se calou.

— Humanos mais vinculados a magia, os frescos adotaram outro nome e só... Nada demais depois disso... – e aprendi algo novo outra vez, por isso, sorrio e confirmo entender tudo o que ele disse. – Enfim, acho que amanhã, um carregamento de armas com encantamentos chegará aqui, por isso acho que não poderemos nos encontrar e... Aproveitando que depois de amanhã é nossa folga, leve isso como um agrado pela excelente performance e pela tua dedicação. – baixo a cabeça em agradecimento a tamanho elogio, e não posso deixar de ficar feliz por isso.

— Muito obrigado senhor. – fico ereto outra vez e o vejo passar mais páginas do livro.

— Quando retornar terei um sabre mágico de treino para você... – seu olhar fica no livro por alguns segundos, e eles se tornam alguns poucos minutos. – Ainda está ai? – só agora retorna a me ver. – Pode ir para casa Klyce, está liberado por hoje. – curvo-me e dou alguns passos para trás. – Ah, não esqueça de rever tudo que fizemos hoje.

— Nunca deixo de fazer isso senhor... – com um gesto de despedida All’ma me permite sair e o faço sem dar as costas nos primeiros três passos, e ao me virar posso expressar um sorriso mais verdadeiro do que antes, era a minha chance de ser mais forte e orgulhar meu mestre Aryn.

Abro as portas gentilmente e sigo para o corredor, e nele, tenho o prazer de rever meus amigos, acho que eles são. – Olá Klyce! – quem sempre inicia uma conversa comigo é Enlay, e ele sempre está acompanhado de seus amigos Mallf e Ellein, ambos acenam brevemente e apenas Mallf segue o caminho, apressado.

— Boa tarde. – curvo-me levemente.

— Você estava com o Mestre All’ma? – ele pergunta para mim colocando as mãos atrás de si.

— Sim senhor, ele me disse que estou documentado como aluno dele e... Vai me ensinar a usar magia.

— Pera, Nancis não usam magia. – comenta Ellein ficando a minha direita, assim fico um pouco acuado, pois só tenho a parede atrás de mim.

— Ele... Ele vai me ensinar habilidades de arma. – digo quase me desculpando.

— Como um mago de batalha? – a animação de Enlay corta meu temor e sorrio erguendo as orelhas.

— Sim! – sua mão direita bate em meu ombro esquerdo, me parabenizando.

— Eu te falei que esse lobo é foda. – o homem parece me mostrar como um troféu ao seu amigo. – Ah e outra... É amanhã que vão trazer suas novas armas encantadas, daí poderá vai ver como é ter uma arma arcana poderosa em mãos. – na verdade, eu já vi, aquela foice negra me arrepia, em uma polaridade de emoções só de lembrar seu nome, Ehras. – Vai ser muito bom... E, se me der a chance de lutar com você um dia... Ficarei muito feliz em medir nossas habilidades...

— Ficarei muito honrado Enlay. – baixo a cabeça e ele afaga-a, como se eu fosse uma criança. – Hunhuhun... – aperto os olhos o sorrio breve, era muito bom receber algum carinho.

— Enlay, a reunião. – seu amigo o relembra e aponta para a porta por onde entrei a pouco. – Vamos.

E só ai ouço passos, muitos, muitos passos seguindo o corredor grande a minha direita, com um leve olhar, vejo dezenas, não, centenas de homens e mulheres com armas e roupas parecidas, não tinha visto tantas pessoas por aqui até agora, e... Ter tantos olhares em mim é estranho, isso pela particularidade dos últimos dias, era muito bom ter uma atenção amistosa. – Eh, temos que ir então Klyce, eh... você meio que...

— Sim eu sei. – eu não posso ficar lá, entendo perfeitamente. – Tenham uma boa reunião... – esboço felicidade, e tinha isso em mim, ainda mais depois que os dois se despedem como amigos fazem entre si.

— Até então, nos vemos mais tarde. – Enlay retorna a bater em meu ombro, cordialmente.

— Estou indo para casa agora. – informo. – Mas desejo vê-lo outra vez sim. – Ellein já entrava no lugar que estava em mais absoluto silêncio apesar do número de pessoas dentro.

Acenando eles se despedem de mim em silêncio, e assim como as pessoas que entram logo depois deles, me movo apressado e passo pela porta que separa esse corredor da arena onde sempre fiquei, a familiaridade dela é reconfortante, mas, há outro lugar ainda melhor...

— Já vamos Klyce? – Brent, o soldado que acompanhou-se todas as vezes me olha com um pouco menos de nojo, ou seja lá o que seu olhar signifique, nunca descobri ao certo.

E assim seguimos, a quartel grande é sombreado apenas de manhã pelo palácio, por isso, o Sol espalha sua luz vermelha em nós e, já vejo postes com luz mágica sendo acesos a falta da natural. Seguindo os guardas eu faço o mesmo caminho de sempre, entre eles, ninguém me incomoda, bom, como sempre, ninguém vai me incomodar... Bom, depois de algumas curvas e longas ruas, isso acontece.

 

— Alto! – da nossa direita, um homem alto e branco vinha com um meio sorriso, o estranho, além de seus olhos verdes quase brilhantes, era uma tatuagem meio apagada em seu rosto e, para minha surpresa, suas orelhas eram pontudas e mais longas do que o normal, sem falar nas roupas, elegantes, bonitas e leves, até parece um membro dos Mestres Duque, um sorriso em seu rosto o deixava amistoso, porém, os soldados, seis, que o acompanham, eles tem uma armadura diferente da de Brent, apesar da coloração dourada, a deles é mais suave e reluz as luzes de forma estranha, com absoluta certeza são encantadas. – Mas que belo espécime...

Pela aproximação repentina, os dois guardas que me acompanham ficam em prontidão. – Por gentileza, identifique-se. – o elfo tinha olhos fixos em mim, mas, ao receber o chamado desvia o olhar e sorri meio ironicamente.

— Embaixador Raffe’l Aruilas... – os olhos verdes retornam a mim enquanto se aproxima. – Me digam... Esse Nanci, porque não está na corrente? A coleira tem magia especial? – suas mãos vão para trás do traje longo e branco que reluz pelos detalhes dourados e o couro fino, assim que os soldados se aprontam, quase em minha defesa.

— Ele é propriedade do duque Aryn, e este lobo nunca apresentou motivos para tais restrições. Agora, se não se importa, devemos leva-lo. – Brent, em sua formalidade assombrosa aponta as escadarias do palácio.

— Humm, um escravo desse nível é? Impressionado... – seu tom é de desaforo, junto a comédia. – Foi treinado? Foi?

Baixo a cabeça levemente, confirmando. – Sim senhor.

— Olha ele fala... – o elfo vira-se levemente para seus guardas, e falando nesse ofício, os que me escoltam retomam a postura fria.

— Por favor senhor embaixador, precisamos leva-lo, se não se importa...

— Por que a pressa? Até parece que esse lobinho vai fugir de vocês... Desaparecer do nada. – quebrando a parede dos homens o elfo fica bem a minha frente, baixo os olhos e as orelhas, ele não é alguém muito simpático. – Olha que pêlo lindo... – sua mão vem a mim, mas não me toca, parecia sentir meu calor apenas. – Muito bem cuidado posso ver, oh... algumas cicatrizes nas costas? – apesar de estar a minha direita ele dobra a coluna de lado para me fazer ouvi-lo muito bem. – Andou aprontando não é? Jovens animais as vezes podem ser... Voláteis quando pressionados, fico surpreso de ter apenas cicatrizes antigas escravo, ou seu dono é muito frouxo para te punir devidamente? – com isso, os dois soldados viram-se de uma vez, claramente o repreendendo pelas palavras. – Ow, me perdoem, não foi o que quis dizer. – está na cara que foi, qualquer um levaria um tapa na boca por isso, e não ver tal reação para com o elfo me dá medo, ele é muito importante?

— Ohw... Tornozeleiras é? Safadinho... – ele bate na minha nádega direita levemente. – Sempre gostei desse fetiche de vocês por suas patas... – Raffe’l diz ao pé do meu ouvido esquerdo. – É simplesmente adorável... – sua voz esbanja vontade e desejo, me arrepia, mas não de maneira boa. – Seu dono já te usou para algo mais... Picante? Humm? – sem esperar respostas, o elfo me rodeia e pega meu focinho, meu antebraço direito tenciona seus nervos em reação, mas não se movem, apesar do treino de All’ma para me defender disso, jamais posso agredir alguém, nem que seja empurrá-lo.

O cabelo longo e perolados dele eram presos em uma fita verte, quase tão intensa quanto seus olhos, estes que não saem de mim, posso ver, apesar de não encará-lo de forma alguma. – Nenhuma marca no rosto... Bom... Ohh... Que belos olhos você tem escravo...

— Senhor, estamos atrasados... – na realidade não estamos, mas Brent parece muito desconfortável, ele e seu parceiro.

— Apenas. – o indicador esquerdo de Raffe’l sobe por cima do ombro. – Mais uma coisa... – sem nenhum receio ou rodeios o elfo baixa as minhas calças e as vestes intimas me deixando nu, não que seja um problema, mas, é tão súbito que me assusto e quase levo a cauda entre as pernas, mas tal atitude é vergonhosa de fazer.

Raffe’l abaixa a minha frente e sorri. – Não é castrado! – diz como se fosse uma descoberta para mim. – Estou impressionado... – o elfo se afasta assim que os guardas dão um basta.

— Klyce, vista-se! – Brent fala baixo para mim, quase me repreendendo, por mais que não seja culpa minha, baixo as orelhas e o corpo para fazer o que foi mandado.

— Hah! Amei... – Raffe’l se junta a seus soldados. – Terei o prazer de negociar com o dono dele... Ehh... Vossa graça Aryn, não importa a quantia, será incrível ter esse na minha coleção, está quase perfeito.

Nisso, um de seus guardas de armadura mágica fala com ele em uma língua que desconheço, porém, felizmente a resposta é na nossa. – Falta uma coleira melhor, e uma focinheira... – os olhos verdes dele me repreendem, era óbvio, não devia ter falado, mesmo que estivesse me perguntado algo. Agora eu também desejaria estar usando uma, para evitar tal erro...

— Com sua licença. – comigo devidamente vestido, outra vez, Brent pega no meu braço esquerdo e me leva com ele, não como se eu tivesse feito algo ruim, mas me apressando a sair daqui.

Mas, como disse, nada demais aconteceu, nenhum incomodo...



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