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História Os Segredos da Rua Baker - Reunião de Família


Escrita por: LanyRose

Capítulo 5 - Reunião de Família


Fanfic / Fanfiction Os Segredos da Rua Baker - Reunião de Família

As garotas Holmes conseguiram cada vez mais clientes depois do caso do ritual lunar. Elas fizeram recentemente uma viagem para resolver outro, mas já estavam de volta. Elas vêm pela rua conversando e rindo sobre os acontecimentos, quando chegam à porta de casa e escutam algo. É som de um instrumento já muito conhecido delas: Um violino. Diana logo olha para a irmã como se falasse: “Eu não disse?”

Ela abre a porta e começa a subir as escadas. Irene assiste a cena e diz para si mesma: “E que se abram as cortinas”. Então, dá o primeiro passo em direção à sala de sua casa. Sobe os degraus, chega ao lado da irmã que está parada entre soluços e tremedeira. Quando olha na mesma direção, vê Sherlock tocando violino voltado para a janela. Ele para de tocar e se volta para elas.

—Olá meninas!

Diana corre e o abraça.

—Eu sabia... Eu sabia. Eu sempre soube.

Ele coloca uma das mãos na cabeça da filha, dá um leve sorriso e olha para Irene que continua parada na porta. Ela diz por fim.

—E quanto a Lilian?

—Vem sendo mantida como prisioneira.

—Mamãe também está viva? - Diz Diana sem largar o pai.

—Por que ainda não a tirou de lá? - Pergunta Irene.

—Quero a ajuda de vocês.

Irene mostra um sorriso cínico.

—Claro! Por isso decidiu aparecer. Bem, se já terminaram com isso, melhor irmos.

Ela se vira e vai descendo as escadas. Diana solta Sherlock e enxuga o rosto.

—Você está bem? - Ele pergunta.

—Sim, vamos logo recuperar a mamãe.

Irene abre a porta e dá de cara com John Watson e um táxi já a espera dos quatro. Agora acontece algo inesperado por todos, Irene corre e o abraça.

—Tio Watson! Fico feliz que esteja bem.

Diana também o abraça.

—Devemos ir logo. Não temos tempo a perder. - Sherlock os apressa.

Todos entram no carro, então ele tira de uma mochila, carregada por Watson, uma caixa e pega de dentro dela um sapato. Ele o joga nas mãos de Irene.

—O que tem a me dizer sobre isso?

—Que é um sapato.

—Vamos lá, sei que consegue mais.

—Não sou mais uma criança, Sherlock e não gosto de ser testada. Tenho certeza que já sabe tudo sobre esse sapato brogue.

Sherlock sorri e entrega uns relatórios para Diana.

—A dona os amava, mantinha-os limpos e ela trocou os cadarços umas cinco vezes. Sem salto, solado já meio gasto. Ela é uma mulher que caminha bastante. As ranhuras no lado e em cima são mais recentes. Foi arrastada em algum lugar com concreto, estava de barriga voltada pra baixo, pé direito voltado para a esquerda, esse homem era mais alto que o outro.

—Excelente! – Diz Sherlock.

—Esse tipo de terra e vegetação é igual... – Vai falando Diana.

Irene cheira o sapato.

—O da fazendo em que morávamos. – Falam juntas.

—Muito bom! – Sherlock estava animado e orgulhoso. – Lilian está na fazenda de Jonathan Davie. Nosso antigo vizinho.

—Como conseguiu encontrar esse sapato? - Pergunta Diana.

—Sherlock me fez roubar da porta de vocês. – Disse Watson.

—Foi enviado pra gente? Por que?

—Com minha morte e vocês seguindo minha carreira. Transformaram-se nas minhas sucessoras. Meus inimigos agora são seus.

Durante toda essa conversa Irene se encontra calada olhando pela janela. Eles continuam com Sherlock explicando cada passo do que deve ser feito ao chegar ao local. Não disse o plano inteiro, ele nunca conta tudo. Param uns quilômetros antes da fazenda e fazem o resto do caminho a pé. Diana está radiante com o aparecimento do pai, ele e o Watson estão concentrados e Irene está, aparentemente, distraída.

Eles vão por um bosque até ficarem com uma boa visão da propriedade. Nesse momento, Irene parece ter voltado de um mundo particular e agora estava completamente ativa de novo. Disse para Sherlock e John irem para o celeiro que ela e Diana iram verificar a casa. Diana já estava em posição para seguir a irmã quando Sherlock as fez parar. Ele afirmou se tratar de um jogo muito perigoso, então seria melhor uma ir com ele e outra com o John. Irene odiou essa sugestão, mas não havia tempo para discussão, ela saiu em direção a casa com Sherlock logo atrás e John foi junto com Diana para o celeiro.

—Sabe o que fazer? - Perguntou Sherlock.

—Eu sei exatamente o que fazer. E quanto a você? - Irene disse e logo em seguida derrubou um dos seguranças.

Conseguiram entrar na casa sem muita dificuldade. “Isso não é bom sinal” pensou Sherlock. Enquanto John e Diana tem uma sorte um pouco melhor, pois encontraram Lilian em um tipo de porão. Acharam um alçapão com uma escada que terminava em local úmido e escuro. Lilian estava deitada no chão com uma corrente presa ao pé direito. Encontrava-se muito fraca, desidratada, pálida e com uma possível hemorragia causada por um objeto perfuro-cortante. John cuida de estancar a hemorragia e Diana vai ligar para uma ambulância. Logo avisa Sherlock que vai ajudar John no que fosse necessário.

Diana vai procurar Irene que está fazendo uma busca na casa inteira. Ela se deparou com uma porta escondida em um dos quartos que dava para uma salinha cheia de papéis, livros, obras de arte falsas e um notebook. Em um recipiente dentro de uma gaveta na escrivaninha havia um pendrive. Irene o pega e liga o computador para vê o conteúdo. É aí que Diana chega.

—Achei você! Lilian está bem. Tio Watson está cuidando dela até a ambulância chegar. Já devem estar perto.

—Isso é ótimo. – Irene não tirava o olho do notebook.

—Você está bem?

—O que? Eu? Estou sim. – Nesse momento ela se vira para a irmã.

—Pergunto pelo fato da reação que devia ter tido com o nosso pai, você teve com o tio Watson.

—Acontece que o tio Watson não teve escolha, Diana. Ele foi tragado pra tudo isso assim como a Lilian e nós duas.

—Não creio que o nosso pai tenha tido alguma escolha. Ele estava aposentado, com família formada, longe da cidade e de repente tudo se ruiu.

Irene sorri.

—Ah irmã minha! Sherlock sempre tem uma escolha e ele sempre escolhe a pior. Sem se importar com quem vai ser engolido junto com ele.

Antes que Diana pudesse dá qualquer tipo de resposta o computador começou a fazer um barulho estranho. Ele iria explodir. As duas saíram dali rapidamente, porém Diana percebeu que a irmã não estava mais ao seu lado, quando volta para vê o que houve Irene passa por ela e a puxa pela mão.

Do lado de fora os paramédicos já estavam cuidando de Lilian quando a casa toda explode. Sherlock e John põem-se de pé e correm para procurar as meninas que estão embaixo de algumas estruturas, mas vivas e bem. Diana teve apenas um corte no braço, já Irene havia desmaiado. Ela acorda no hospital, estava agitada e logo perguntou pela irmã.

—Estou aqui, Irene. – Ela segura em sua mão. – Você não precisava ter se jogado em cima de mim.

—Assim como você não precisava ter voltado para me procurar.

—Por que demorou?

—Voltei para pegar o pendrive, não podia deixa-lo lá.

Ela tenta levantar, mas Watson a impede.

—Você tem de fazer exames. Levou uma pancada muito forte.

Após uma análise minuciosa do seu estado, Irene é liberada tendo apenas algumas escoriações no corpo e muitos remédios para tomar. Lilian é internada em um hospital indicado por Mycroft e todos voltam para a 221B da Rua Baker.

Irene está em pé perto da janela e Sherlock vai até ela.

—Compensação?

—O que?

—Você bebe bastante, seria por sentir algum tipo de compensação ao fazê-lo¿

—Apenas me faz ter um humor melhor. Aguentar a estupidez das pessoas, ás vezes, é quase insuportável.

—A bebida te anestesia.

—Agora está entendendo. Seria isso ou entrar para o clube Diógenes e não daria o gostinho de o Mycroft rejeitar a própria sobrinha, então só me resta beber.

Diana está sentada na poltrona considerando todos os acontecimentos até ali, ela olha para a irmã e tem a certeza.

—Você sabia!

—Como é?

—Você sabia de o nosso pai não ter morrido! Desde o começo você sabia e mentiu pra mim.

—Está enganada.

—Não tente me ludibriar de novo, Irene. – Ela levanta e vai pra perto da irmã, já Sherlock se afasta.

—Não irei, porém você está errada. Não foi desde o começo.

—Como pôde¿! Você olhou nos meus olhos e mentiu. Devia ter notado por causa das lágrimas. Nunca choraria por alguém, nem mesmo pelo próprio pai.

—Diana...

—Não, você vai me ouvir.

—Sherlock você devia fazer algo. – Fala Watson.

—Logo elas param, é só briga de criança. – Ele senta na poltrona e pega o violino.

—Você foi cruel, Irene. Sabia de todo o sofrimento, você viu como fiquei quando o vi naquela tarde. Por que fez isso? Por que não me disse a verdade?

—Exatamente por isso! O jeito como reagiu por ter achado que o viu...

—Achado não! Eu o vi e você sabe disso.

—Eu não tinha certeza, eram apenas conjecturas. Pensei em comentá-las tantas vezes...

Diana ri com incredulidade.

—Eu não acredito em você.

—Diana, você pode acreditar no que quiser. Mas, só não queria te dá falsas esperanças, se te contasse e depois descobrisse que minhas deduções estavam erradas você iria ficar devastada. E depois de ver sua reação naquele dia, eu tive certeza que fazia o certo.

Diana dá uma tapa em Irene.

—Ok. Já chega. – Diz Watson afastando Diana.

—Não me venha falar que mentiu pra me proteger, Irene!

—Então não falo. – Irene coloca a mão no rosto. – Tenho mais o que fazer mesmo.

Diana vai para o quarto e Irene pega sua jaqueta e cachecol para sair. Watson vai até o Sherlock dizer para ir conversar com uma que ele falaria com a outra. Sherlock se mostrou muito desinteressado no assunto, o que fez Watson reclamar.

—Não dá mais tempo, John. Irene já entrou no táxi.

Watson respira com impaciência e vai até o quarto de Diana.

—Oi, posso entrar?

—Oi, pode sim, mas se veio defender a Irene é melhor nem começar.

—Sei que ela fez algo muito errado, porém nesse tempo todo que conheço o seu pai, ele fez coisas piores comigo. E com o tempo aprendi que sempre tinha algum motivo maior por trás.

—Se ela pensa que vai ficar me enganando desse jeito pra me proteger, segundo ela, e depois vir me contar o real motivo e tudo ficará bem. Ela está enganada.

—Eu sei que não será simples assim. Acredito que ela saiba disso. Diana, sua irmã mediu as consequências dos atos e apesar delas serem enormes, ela decidiu continuar. Estou me perguntando qual o tamanho do problema que ela está tentando resolver pra pedir medidas tão drásticas.

Diana não sabia o que dizer então Watson lhe deu um beijo na testa.

—Apenas pense nisso. E agora me conte tudo sobre seu namorado soldado.

Diana ri.

—Como sabe dele?

—Sherlock nunca tirou vocês de vista. – Ele fala como se fosse um segredo.

Ela lhe conta sobre como se conheceram, sobre estarem saindo já algum tempo, de como a pediu em namoro e tudo isso a faz esquecer a briga com a irmã.

Irene entra na casa do Mycroft e vai direto para a biblioteca. Senta numa poltrona perto da lareira.

—Não deveria estar em casa com Sherlock e Diana? - Pergunta Mycroft sentando na poltrona da frente e servindo uísque para os dois.

—Deveria? - Irene toma a dose e coloca outra.

—Seu pai acaba de retornar dos mortos, o certo seria passar um tempo com ele.

—Já passei o dia inteiro. Agora preciso de sua ajuda.

—Bem, imaginei mesmo que não viria até aqui apenas para uma visita social.

—Não fique triste, querido tio. Em breve virei para uma. Porém, no momento, estou precisando dos papéis da fazenda do meu ex-vizinho.

—E posso saber pra que?

—Lilian estava em sua propriedade. De acordo com o Sherlock, ele se chama Jonathan Davie. Nome falso, com certeza. Eu quero verificar os documentos da fazenda. Pode conseguir pra mim?

—Considere feito. Agora me diga, sobrinha querida. Andou brigando?

—Diana ficou um tanto chateada ao descobrir uma pequena mentira minha.

—Entendo, mas por que permitiu ser acertada?

—Não permiti Mycroft. Diana é mais rápida do que pensei. Se estiver tudo bem pra você, irei para o meu antigo quarto.

—Claro, fique a vontade.

—Com licença.

Ela levanta e quando chega perto da porta Mycroft fala.

—Diana tem um bom treinamento e agilidade, de fato, entretanto o seu é mais aprofundado. Qual o real motivo de ter permitido?

—Digamos que mereci. – Ela dá um passo.

—Outra coisa Irene. – Ela para. – Para alguém que acabou de entrar nesse caso, você está avançando excepcionalmente.

—Obrigada. – Ela responde tentando perceber aonde ele quer chegar.

—É quase inacreditável.

—O que quer dizer com isso, Mycroft?

—Nada, nada mesmo. Apenas parabeniza-la por sua perspicácia.

Ela franze o cenho e em seguida se encaminha para o quarto.



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