História Os sentimentos vêm em ondas - O que temos que é só nosso?

Se a resposta for: "Meu corpo", digo-lhe que está profundamente equivocado. Nosso corpo pertence a natureza e somos compostos por algumas moléculas, algumas substâncias em diferentes porcentagens. Quando morrermos, reações químicas irão acontecer e esses pequenos átomos que formavam nosso corpo, irão se transformar e continuar compondo a natureza, o ciclo. Eles irão realizar outra função no mundo, diferente da de contribuir para o funcionamento da máquina que é nosso corpo.

Se a resposta for: Minha personalidade, meu jeito de ser e meus pensamentos.

Essa resposta é um pouco mais complexa de se ter, mas vamos generalizar, simplificar e dizer que tudo isso foi moldado pelas pessoas ao seu redor. Não nascemos como somos, mas cada regra, cada padrão da sociedade nos molda, nos constrói. Se tivesse nascido dos mesmos pais, mas do em outro lugar, seus valores seriam diferentes. Sua personalidade, que é construída​ na infância, seria diferente porque você iria se relacionar com outras pessoas distintas das que está acostumado. Seus pensamentos são induzidos, moldados e, no fim, praticamente somos cascas vazias, máquinas, sendo preenchidas com mais e mais informações.

E então, o que temos que é só nosso? O que nos difere uns dos outros? Cérebros diferentes com receptores hormonais distintos, sinapses sendo passadas de neurônio para neurônio de um jeito minimamente diferente que nos difere?

Não, ainda seremos vazios.

Deixando a ciência um pouco de lado, passemos a cogitar a existência de uma alma. O fato de pensar que temos uma essência, algo que nos separa do mundo material, é reconfortante. E se essa ideia de alma foi criada apenas para nos sentirmos reconfortados? Sabermos que não somos só experiências, objetos da natureza e quando morrermos simplesmente deixamos de existir?

Desculpem, mas não vim para dar respostas, apenas compartilhar dúvidas e mais dúvidas que enchem o cérebro e não tem resposta.

Só preciso pensar que tenho uma essência, algo só meu. Algo reconfortante e que, lamentavelmente, não posso comprovar a existência.