História Os Super Heróis (Imagine Park Jimin - BTS) - Deu merda

Enquanto eu corria sem olhar para trás o grande estouro se fez presente. Eu sessei meus passos e comecei a rir imaginando a cara de Jimin e todos os outros. Ouvi o riso de Lisa e constatei que ela ainda estava ao meu lado.

 

 

— Vamos voltar ! — Falei rindo.

 

Senti sua mão rodear meu braço e assim começamos a correr de volta. Fiz minha melhor cara de assustada-que-não-tem-nada-haver-com-o-corrido e me aproximei cautelosamente do quarto. Alguns alunos cercavam o dormitório e se abanavam ao mesmo tempo. O cheiro era terrível, nossa senhora. Puta de um fedor. Abaixei a cabeça e tentei segurar aquela gargalhada altíssima que te entrega no mesmo instante que era você a autora da trolagem. Não demorou muito e Jimin apareceu na porta tossindo feito louco, logo atrás veio todos os outros, menos o branquelo gelado do grupo. Me escondi entre o amontoado de meninos e respirei fundo, nenhum deles poderiam me ver, iriam desconfiar na hora. Vou te confessar que não estava sendo fácil segurar a risada. Não mesmo.

 

— Lisa, 'tá aqui? — Sussurrei.

 

— Do seu lado. — Sussurrou de volta.

 

— Vamos esperar todos saírem pra você entrar. Provavelmente eles vão para a enfermaria.— Disse baixo, bem baixinho mesmo para não chamar a atenção de ninguém.

 

— Tudo bem. — Respondeu no mesmo tom.

 

A cara do tão "fodão" Park Jimin era a melhor, ah, com certeza era. Eu realmente estava sendo firme em não rir. Os alunos estavam  no meio de interrogações sem fim, se perguntavam como aquilo tinha acontecido e eu não resistia em soltar risinhos cúmplices. 

 

— Nós somos de mais! — Lisa falou, não conseguindo mais se segurar.

 

Eu sorri largo para o vento, concordando com a cabeça repetidas vezes. 

 

— Amiga, do outro lado. Eu tô na sua direita. — Falou entediada. Eu voltei a sorrir, agora na direção certa.

 

Olhei para trás instintivamente e vi a figura do diretor se aproximar.

 

— Lisa eu vou me esconder. O diretor está vindo aí. — Sussurrei.

 

— Vou junto. — Disse.

 

 

Nos afastamos o máximo, tratei de me esconder entre dois armários, me tornando imperceptível. Eu era ótima em me camuflar, ainda mais em situações como a que estávamos.

 

— O que houve aqui? — Ouvi o homem  perguntar, preocupado.

 

— Alguém colocou uma bomba de fedor no nosso quarto! — Disse Jimin, tossindo e fazendo vômito. Não ri! Se controla!

Coloquei a mão sobre a boca e abafei a risada. Nossa, como aquilo era engraçado, dava até vontade de fazer xixi e rolar no chão.

 

— Quem é o autor dessa palhaçada? — Gritou.

 

Todos ficaram em silêncio.

 

— Vão para a enfermaria vocês. Rápido! Isso pode ser tóxico e até mesmo fatal.— Falou, alertando-os.

 

Vi os demais meninos passarem pelo corredor e junto deles o diretor, que fumaçava de raiva. Os curiosos voltaram para os seus quartos e o corredor aos poucos tornava-se vazio novamente. Sai do meu esconderijo quando me assegurei que não havia ninguém nas redondezas. Limpei minha roupa que ficou um pouco empoeirada, dando batidinhas nas mesmas. Minha saia ficou coberta de sujeira.

 

— Essa é a sua deixa. O corredor está vazio e o quarto também. — Falei, deduzindo que a ruiva estava ali. Mais uma vez verifiquei se a barra estava mesmo limpa, olhando atentamente para todos os lados.

 

— Tá, fique de olho.

 

 

                        POV LISA

 

Andei até o quarto e adentrei devagar, olhando para os lados em puro instinto de sobrevivência. O lugar estava preenchido de fumaça com aquele cheiro horrível de defunto, quase deixei escapar o vômito ao inalar de mais aquele odor. Tampei meu nariz e andei até onde eu havia colocado o meu celular. Olhei para os lados instintivamente e acabei por enxergar um corpo estendido sobre a cama que ficava no canto. Arregalei os meus olhos, deixei minha boca se abrir em espanto e não tardei em fazer o sinal da cruz. Meu Deus será que ele havia morrido?

 

Comecei a tremer de medo.

 

Desprendi o meu aparelho o mais rápido que eu consegui e me aproximei do garoto na cama. Balancei seu corpo e ele estava muito gelado. Puta merda.

 

— Será que ele 'tá gelado porque morreu ou porque é basicamente o gelo? — me perguntei. Eis a questão.

 

Era pra ser só uma trolagem épica, me perdoe Deus. Sacudi o garoto mais uma vez e ele se quer se mexeu. Puta que pariu, morreu.

Passei a mão na testa, suando frio. Meu Deus do céu não era pra isso ter acontecido! Eu iria parar na cadeia, era isso e nunca mais iria ver a piroca dos garotos no vestuário depois da aula de educação física. Comecei a tremer e tentar achar uma solução para aquilo.

 

— Certo, será que alguém nessa escola tem poder de ressuscitação? — Me questionei. Até onde eu sabia só existia um Jesus no mundo. E ele morava em outro plano. Eita caralho. 

Me sentei na cama mais próxima e tentei pensar em outra solução. Olhava o cadáver a minha frente e sentia um puta remorso. Quando a ______ descobrir isso vai ficar mau. Nunca tivemos a intenção de matá-los, só dar aquele susto trolante. Brincadeira boba. Poxa vida.  

 

— Aish... Que merda! Virei uma assassina.— Choraminguei, abaixando a cabeça.

 

Ouvi um resmungo alto e olhei para a frente. O defunto — não mais defunto — bocejava alto enquanto se espreguiçava. Coloquei a mão sobre o coração e agradeci Jesus por ter deixado de ser uma assassina. Enquanto o garoto parecia voltar a dormir novamente eu me agilizei a caminhar até a porta do quarto. Com aquele fedor todo e o garoto conseguia dormir, credo. Ele realmente tinha um sono pesado.

 

Deixei aquele ambiente fedorento e vi o desgraçado do Jungkook a alguns passos de mim. Por pura coincidência ele parecia olhar bem nos meus olhos, mas era só uma coincidência. Afinal, estava invisível.  Era impossível que ele me enxergasse. Quando ele se aproximou e ficou ao meu lado uma coisa estranha aconteceu. Senti como se estivesse enfraquecido, uma sensação que nunca havia sentido me dominara. O encarei confusa e vi um sorriso sacana brotar em seus lábios. Ele parecia me enxergar? Ele estava mesmo me vendo? Caralho, que merda! 

 

Abaixei o olhar, vendo que o meu corpo estava totalmente visível. Meus olhos se arregalaram e de imediato levei minhas mãos para cobrir a área dos meus seios e a... Vocês sabem. Pelo menos só havíamos nós dois no corredor.

 

O fitei assustada e com raiva, enquanto ele ainda sorria. Ah, mas eu iria quebrar aqueles dentes  de coelho, seria ali, na hora! 

 

— Eu sabia que tinha dedo seu nessa história. — Disse ele, me fitando enquanto sorria ladino.

 

— Como você fez isso, seu desgraçado? — Ignorei-o, brava e o encarando com os dentes trincados.

 

— Eu consigo te ver invisível e tenho influência sobre o seu poder, só isso.— respondeu, sorrindo. Como se aquilo fosse a coisa mais normal do mundo.

 

— Desde quando? — Perguntei assustada, aquela era a primeira vez que algo do tipo acontecia. 

 

— Desde pouco tempo, eu me empenhei bastante nessas férias e desenvolvi isso. Sabe Lisa, era tão bom te ver invisível.

 

— Ya! Seu tarado, safado! — Respirei brava. — Te odeio!

 

— Eu odeio mais! — Rebateu.

 

— É sério que ainda tem rancor de mim? Colega, foi mal aí. — disse, gesticulando com a mão enquanto minha expressão era de puro desdém.

 

— Lalisa Manoban, saiba que tudo o que você me fez passar no passado eu vou te fazer passar agora. Você também me renegou, se lembra? — Ditou com um sorriso sugestivo.

 

— Estou pagando pra vê, Jeon Jungkook.

 

Ouvi passos rápidos em minha direção e logo minha amiga tentava me cobrir com seu corpo como bloqueio. Seus olhos estavam arregalados e sua respiração bem desregulada.

 

— Aish... Não acredito que aconteceu o que eu mais temia. — Fechou os olhos com força, negando com a cabeça. — Veste suas roupas! — ______ jogou minhas peças desajeitadamente sobre mim.

 

Ela encarava Jungkook séria por cima dos ombros, enquanto eu me vestia.

 

— O que aconteceu aqui? — Perguntou assim que virou seu rosto na minha direção, em um sussurro.

 

— O Jeon está tendo influência nos meus poderes. — Respondi com pesar, soltando o ar com força pela boca. Estava frustrada. 

 

Atravessei a blusa em meu pescoço, coloquei-a por dentro da saia de pregas sem muito capricho. Voltei a lhe encarar, assim que estava totalmente vestida.

 

— Vamos ? — Perguntei.

 

— Você acha que vai aonde? — Interferiu Jungkook.

— Não te interessa, palhaço.— Rebati. Cadê o prêmio de melhor patada? Merecia.

 

— Você vai é para a sala do diretor. — Cutuquei minha amiga, assustando-a pelo movimento repentino, lhe entreguei cautelosamente o meu celular.  Vi a mesma franzir o cenho não entendendo a minha atitude.

 

— Ah, é? — Perguntei. — Mas só se conseguir me pegar. — Eu comecei a correr o mais rápido que podia. Olhei para trás e vi o moreno disparar em minha direção, não acreditando de imediato que eu havua feito aquilo. Desviava de todos que surgiam na frente e tentava a todo custo ativar a invisibilidade, mas era como ele impedisse. Ah, que desgraçado!

 

— Você não vai conseguir correr por muito tempo! — O ouvi gritar.

 

— Jeon Jungkook vai tomar no meio do seu cu. — Estava quase atravessando a escola, desviava de todas as pessoas, mas  inesperadamente meu corpo se estacou no lugar, eu não conseguia mover ao menos um músculo mais.

 

Avistei Namjoon ali e bufei de raiva. Jungkook parou de correr, respirando ofegante enquanto caminhava até o amigo.

 

— Valeu Nam.. — Agradeceu ainda com a respiração desregulada, levando as mãos até o joelhos e ficando na posição até conseguir as energias suficientes para voltar a ser o idiota de sempre.

 

— Vamos levar ela pro diretor.

 

Eu tentei me debater, tentei chutar o Jungkook, mas eu estava totalmente paralisada do pescoço para baixo. Emburrei a cara e encarei o Jeon, querendo poder soca-lo e destruir aquele sorriso abusado.

 

O Jeon cuzão sorriu ainda mais para mim, parecendo ler a minha mente e fazendo aquilo apenas para me irritar mais. Era o que me faltava. Se aproximou de minha pessoa, eu apenas desviei o olhar, me negando a encará-lo.

 

— Quer dizer alguma coisa ? — perguntou com aquele sorriso irritante nos lábios.

 

— Você está bem fodidinho. Ah, mas está muito! — Fiz minha pior cara de psicopata, das piores mesmo.

 

 

                   POV _____

Depois que Lisa desatou a correr e Jungkook foi atrás, eu não tardei em caminhar para o nosso quarto e verificar a gravação. Conectei o cabo no celular e transferi o vídeo para o nosso computador. Assisti o vídeo e ri tanto, mas tanto da cara que todos fizeram que eu ao menos conseguia para de ver aquilo! A forma como Jimin gritou fora perfeita! só havia um problema... Ele estava de só de cueca na hora do estouro. A gravação exibia perfeitamente a hora que ele e os outros entravam no quarto.O Park havia, no primeiro momento ido para o banheiro, e em menos de três segundos ele reaparecia usando apenas uma cueca box preta, com uma toalha no ombro e uma outra bermuda na mão. E era nesse instante que a bomba estourava. O pulo que ele deu foi tão alto que eu achei, por instantes que ele tinha também o poder de voar, ou havia aprendido ali na hora. Jungkook faltou pouco atravessar a porta. O Min que dormia, tampouco acordou. Aquilo estava engraçado de mais! Todos precisavam ver aquilo, eu seria a pior pessoa do mundo se guardasse aquilo apenas para mim.

 

— A escola precisa ver isso! — Ri, me remetendo na cadeira. 

 

Abri a página de jornal on-line da escola e publiquei o vídeo. "Os machões da escola revelam suas verdadeiras identidades: Park Jimin, o super forte ou o super fraco?" 

Sorri feito uma maníaca, talvez eu fosse para o inferno por tal maldade, mas... Eu iria feliz! 

 

— Se fodeu, Park Jimin! — Falei comigo mesma, vendo o número de visualizações crescer no vídeo a cada segundo. 

 

Uma batida na porta se fez presente, me tirando a atenção da tela do computador. Levantei, ainda rindo e abri a mesma, dando de cara com o moreno ao lado de fora me fuzilar com o olhar, parecia soltar fumaça pelas narinas também. 

 

— Tudo bom, Jimin? Quer alguma calcinha emprestada? — Sorri cínica.

 

— Eu já sei que a bomba no quarto foi obra sua. — Disse sério, cruzando os braços.— Sua e da Lisa.

 

— Quero ver você provar. — ri, estalando a língua na boca.

 

— Quero ver você provar pro diretor que não foi você.

 

E inesperadamente Jimin me segurou pelas pernas e me colocou sobre seu ombro.

 

— Me coloca no chão! Seu retardado! — Soquei suas costas, tentando sair ou fazer o maior me soltar. O Park ignorava e continuava a me carregar. Eu bufava de raiva, xingando-o.

 

— Jimin eu te odeio tanto você não faz ideia.

 

— Digo o mesmo.

 

Ele desceu as escadas e me carregou até a porta da sala do diretor. Quando me colocou no chão, ah, mas os seus amigos tiveram que me segurar. Eu não consegui evitar e acabei por voar em si, no entanto os demais ali presentes me impediram antes que eu chegasse a finamente concretizar o ato. Não iria ter santo que me fizesse soltar o Park, se eu tivesse conseguido me aproximar de sua inútil pessoa. 

Tentava me soltar, me livrar dos braços que me seguravam para pelo menos lhe acertar um soco no meio das fuças. Daqueles bem dados.

 

— Senhorita controle-se! — Bradou o diretor.

 

Olhei para frente e encontrei Lisa tentando segurar a risada. Os garotos foram me soltando aos poucos ao constatar que eu não iria agredir ninguém. Caminhei até minha amiga, sorrindo sugestiva.

 

— Eles já viram o vídeo? — Perguntei baixinho.

 

— Oi? Já conseguiu publicar? — Sussurrou empolgada. A olhei de lado e afirmei com a cabeça, mordendo o lábio.

 

— QUE PORRA É ESSA AQUI? — Jimin encarava a tela do seu celular incrédulo, não acreditando no que estava vendo.

 

O aparelho passou de mão em mão até chegar no diretor, que nos encarou sério.

 

— Mocinhas vocês estão encrencadas, muito encrencadas. 

 

Fodeu, fodeu.