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História Os Super-heróis Que O Mundo Esqueceu - Os caminhos se cruzam em Paris


Escrita por: JJWriter

Capítulo 1 - Os caminhos se cruzam em Paris


Fanfic / Fanfiction Os Super-heróis Que O Mundo Esqueceu - Os caminhos se cruzam em Paris

           

           O Mestre observava seu Miraculous em seu pulso quando alguém bateu na porta.

            - Entre.

            A moça entrou e fechou a porta. Era exatamente quem ele estava esperando.

            - Olá... Mestre – disse ela, sem saber exatamente como se dirigir a ele.

            - Imagino que a senhorita não está aqui para uma sessão de acupuntura. – disse ele, com um pequeno sorriso.

            - Não. Eu vim porque eu aceitei a missão. – disse ela, pondo certeza em cada palavra. Ele sorriu.

            - Perfeitamente. Então, vamos lá. Temos muito a fazer para reunir toda a equipe novamente.

Algumas semanas antes, 2025, Cherbourg, França.
Marinette e Alya

- Deu 82 euros. – disse a moça do supermercado.

- Aqui está. Obrigada. – disse Marinette, entregando-lhe o dinheiro.

Marinette saiu do supermercado, descarregou as sacolas no carro e entrou.

- Tudo bem aí, Tetris? – disse ela, vendo seu cachorro pelo retrovisor. Ele pulou para o banco de passageiro da frente, ao lado dela, latindo. – ok, vamos lá, para casa. Ainda temos que passar na minha mãe depois. É meu aniversário – cochichou ela, com uma risadinha, se inclinando sobre Tetris enquanto ligava o carro. – Ela deve estar preparando um jantar ou algo assim.

Marinette estacionou o carro em frente à sua casa e desceu quase caindo de tantas sacolas que estava levando, junto com sua bolsa e a coleira de Tetris, que não parava de correr e pular, sentindo o cheiro de seu biscoito favorito. Ela passou algumas sacolas para o outro braço, para ter uma mão livre para abrir a porta. Metade das sacolas caíram no chão enquanto ela procurava as chaves na bolsa. Os biscoitos de Tetris estavam em uma delas. Ele avançou em cima das compras, alucinado.

- Ai, ai, peraí, Tetris! – disse ela, entrando em casa aos tropeços.

Marinette pegou o cachorro no colo com muito custo e se virou para entrar na sala de entrada, mas paralisou na porta ao ver tanta gente em sua casa.

- Surpresa! – disseram Gwen, Louis, Sophie, Alya, Nino e sua mãe. – Feliz aniversário!

Marinette deixou cair mais sacolas, no susto que levou.

- Nossa! Ahn, obrigada gente! Eu... Eu realmente não esperava por essa. – disse ela, rindo sem graça. – eu achei que teria alguma coisa na sua casa, mãe.

- Foi por isso que fiz a festa aqui. – disse a mãe de Marinette.

- Essa é a ideia, criança, te surpreender. – disse Alya para Marinette, indo até ela. – e você, como se chama, seu fofo? – Alya pegou o cachorro no colo para ajudar a amiga.

- Ah, esse é o Tetris. – disse a mãe de Marinette.

- Nome diferente, gostei. – disse Alya.

- Alya! Há quanto tempo a gente não se vê? – disse Marinette, admirando a velha amiga. Ela estava de rabo-de-cavalo, seu cabelo estava pintado de roxo nas pontas, usava um brinco de pena de pavão, colares e pulseiras estilo meio hippie, uma blusa preta larga e calças legging.

- Pois é, temos muito assunto para colocar em dia. – disse ela, pegando Tetris no colo. Os outros também cumprimentaram Marinette e a ajudaram a arrumar a bagunça e guardar as compras, enquanto conversavam.

- Que gracinha de cachorro – disse Alya, erguendo Tetris à altura de seus olhos e sacudindo-o um pouco.

- 25 anos, hein? Tá ficando velha, Marinette. – disse Nino, como se ele e Alya não tivessem a mesma idade. – E esse cachorro, é macho ou fêmea? – perguntou ele, fazendo carinho no cão. Também fazia muito tempo que Marinette não via o Nino. Não mudou nada, até o jeito de se vestir era o mesmo. A não ser pelas tatuagens em seu corpo quase todo.

- É macho – disse Marinette. – Nino, e essas tatuagens? Não sabia que gostava.

- Pois é, ficou massa né? – disse ele.

- É, ficou legal mesmo – disse ela.

- Ah, Marinette, vamos sentir tanto a sua falta aqui em Cherbourg! – disse Sophie, com uma voz quase manhosa.

Marinette havia conhecido Sophie no último ano de faculdade, no curso de arquitetura. Sophie estava se especializando nas mesmas coisas que Marinette: decoração interna de cômodos e festas, foi quando se conheceram. Sophie usava um vestido rosa estampado de pequenas flores brancas, e um cachecol branco combinando, e um rabo de cavalo alto. Bem a cara dela.

- Pois é, essa baixinha aqui está querendo abandonar a gente – disse Louis, apoiando o braço no ombro de Marinette – né, Gwen? Imagina você sozinha trabalhando com a Veronique? – disse ele, se virando para Gwen.

- Ah, credo! Nem me fala da Verrônique – disse Gwen, com um r exagerado até para eles, que eram franceses.

Louis é um garoto alto de cabelos e olhos castanhos, amigo de Marinette desde o final do primeiro ano dela em Cherbourg, quando sua mãe precisou de alguém para ajudá-la na padaria. Elas colocaram um cartaz de “precisa-se de funcionário” na vitrine e ele apareceu. Louis trabalha na padaria dos Dupain-Cheng há sete anos, desde que Marinette e sua mãe se mudaram para Cherbourg, quando Marinette terminou o ensino médio e começou a faculdade.

Gwen é uma garota loira que nasceu e cresceu na Inglaterra. É a grande amiga de Marinette do curso de arquitetura, as duas se conheceram no primeiro ano e nunca mais desgrudaram. Gwen é basicamente sua melhor amiga na cidade.

- Calma aí, primeiro que eu não estou me mudando ainda, eu só pedi emprego lá. E segundo, a Veronique não é tão ruim assim. – disse Marinette.

- Não com você, a queridinha dela. – disse Gwen, com seu sotaque inglês.

- Quem é essa? – perguntou Alya.

- É do trabalho delas. Digamos que ela não gosta de britânicas. – disse Louis, ainda relaxado apoiado no ombro de Marinette, que só agora lembrou que ele a chamou de baixinha.

- Ah, e eu não sou baixinha, você é que é alto demais. – disse Marinette, tirando o cotovelo dele de cima dela. – seu abusado. – brincou ela, fazendo cara de ofendida.

- Nós sentimos a sua falta lá em Paris, Marinette. Não é, Nino? – disse Alya, cutucando Nino, que estava comendo uma almôndega. – você já está comendo? O que é isso, uma almôndega?

- Xim, por quê? – disse ele, de boca cheia. – Qual o frrobema? Fasho isho em casja o tempu toddu. – Alya revirou os olhos, enquanto os outros riam.

- Por favor não me diga que trouxe isso de casa. – disse Alya.

- Lóhxico que nãm. – disse Nino, ainda de boca cheia. – fem oli nó nesa.

- Engole esse troço logo e fala direito, criatura. – disse Alya.

- Eu disse que tem almôndega ali na mesa. – disse Nino, depois de engolir.

- Então, que tal sentarmos para comer? – disse a mãe de Marinette. Eles comeram, conversaram, os amigos de Marinette de cidades diferentes foram se conhecendo melhor, e depois todos foram embora, com exceção de Alya, que pediu para dormir na casa de Marinette. As duas conversaram bastante antes de dormir, e Alya contou um pouco de como foi sua vida durante esses anos que passaram longe uma da outra.

Alguns dias depois, Marinette recebeu um email dizendo que ela conseguiu o emprego que queria em Paris, e começou a arrumar as coisas para sua mudança. Marinette estava se mudando para Paris. Mal podia esperar, era sua cidade favorita no mundo.

 

2025, subúrbio de Paris, França.

Chloe

            Chloe Bourgeois acordou descabelada, se sentindo um saco de batata de ressaca. Estava só de lingerie na grande cama de seu chefe, com quem havia dormido noite passada. Ela pegou uma garrafa meio vazia que encontrou na mesa ao lado da cama e cheirou. Vodka, pensou. Bebeu generosos goles para testar.

            - Sabia. – disse ela, entornando a bebida goela abaixo. Deixou a garrafa vazia cair na cama e apreciou o efeito do álcool esquentando seu corpo. Depois se levantou e olhou na mesinha onde estava a garrafa, e viu seu pagamento. Pegou e guardou no sutiã.

            Sozinha no quarto, sem nada para fazer, começou a se vestir. Ela podia ser uma prostituta, mas era uma prostituta bem vestida. Se arrumou calmamente, retocou a maquiagem, ajeitou o cabelo e saiu.

            Passou pela boate que trabalhava a caminho de casa para receber o pagamento do mês.

            - Armand de Burnier – disse Chloe com voz de perua, cantarolante, ao homem no balcão cuidando do dinheiro. – já está mexendo justamente com o que eu preciso.

            - Já deixei a grana lá no quarto, Chloe Bourgeois. – disse ele.

            - Não essa grana. Meu pagamento do trabalho, querido. Daqui da boate. – disse ela, mexendo no cabelo, se apoiando no balcão. Ela se sentaria e se divertiria mais um pouco se não estivesse de saída.

            - Ah, querida, vai ter que esperar mais alguns dias. – disse Burnier, guardando o dinheiro no casaco. – o que ganhamos essa semana não é nem perto do que preciso.

            - E se repetirmos essa noite, o que acha de me pagar um pouquinho adiantado? – disse Chloe sentando em cima do balcão com uma voz amaciada, chegando bem perto dele.

            - Talvez eu possa pensar no seu caso. – disse ele.

            - Só vou se tiver certeza do meu pagamento.

            - Isso você não está em condições de decidir. – disse ele. – vai ter que se dedicar muito mais no trabalho se quiser pagamento em dia.

            - Conta outra. Você nunca paga em dia. – disse Chloe se afastando, o sorriso desaparecendo de seu rosto, desistindo de jogar charme, sem conseguir evitar ser mais grossa.

            Burnier deu um tapa no rosto dela.

            - Mais respeito comigo, Chloe. Nenhuma puta vai me dizer o que fazer ou quando fazer.

            Chloe revidou o tapa.

            - Eu preciso do dinheiro e sempre faço tudo que você me manda! Preciso do dinheiro agora! – disse ela, engrossando a voz. Ele apertou os pulsos dela com muita força, e disse numa voz baixa ameaçadora, perdendo a paciência:

            - Acho que você não me entendeu. Eu te dou a grana que eu quiser quando eu quiser, e se você quiser mais, vai ter que achar alguém que te pague pra transar. Agora saia da minha frente! – ele a empurrou para fora do balcão, fazendo-a cair no chão.

            Ela queria gritar com ele e xingá-lo de tudo que poderia imaginar e se demitir. Não era a primeira vez que ela passava por isso. Mas ela não pode se demitir, precisa de dinheiro, e apesar de nem sempre receber, é melhor do que nada. Além do mais, ela tinha medo do que ele poderia fazer. Então apenas se levantou e saiu.

 

2025, agência de empregos de Paris, França.

Emma

            - Idade? – perguntou a mulher sentada atrás da escrivaninha lotada de papéis e documentos. Ela nem olhou para a garota desde que chegou, só digitava tudo que ela dizia.

            - 19 anos. – respondeu Emma, sentada em frente à mulher.

            - Escolaridade?

            - Ahn... Ensino médio.

            - Até o ensino médio?

            - Não, é... Só o ensino médio mesmo.

            A mulher olhou para ela, com os óculos na ponta do nariz.

            - Só o ensino médio? Como você conseguiu se formar?

            - Ahn... Estudando?

            - Pare de dizer “ahn” o tempo todo, parece que tem problema mental. – disse ela, voltando a olhar para o computador.

            - Tá bom. – disse Emma, desconfortável.

            Emma é uma garota loira de olhos verdes, que usava uma trança em seu cabelo muito claro. Chegava a ser branco, de tão loiro, de um jeito até meio anormal, mas ela já estava acostumada. Emma veio da China até Paris para encontrar sua família pela primeira vez, e precisava de um emprego para se manter.

            - Então... Sem ensino fundamental, sem curso superior, sem experiência em nenhum trabalho no país... Assim fica difícil. – disse a mulher, mordendo a ponta de sua caneta, olhando pensativa para o computador. – você veio da China, não é?

            - Sim.

            - Talvez você possa trabalhar como intérprete. Como é o seu francês?

            - Bom, eu acho. Minha mãe me alfabetizou em francês. O que é uma intérprete?

            - Uma tradutora. E inglês?

            - Ah. Não, não sei falar em inglês.

            Ela ficou um tempo pensando, ainda com a caneta na boca, olhando para o computador. Então se lembrou de algo, e começou a digitar.

            - Achei, Sr. Tung Suen.

            - Quem? – perguntou Emma.

            - Um empresário chinês, ele virá a Paris para uma festa executiva de Gabriel Agreste.

            - Gabriel Agreste? – disse a garota, surpresa.

            - Ah, esse você conhece.

            - Sim, ouvi falar... Esse empresário chinês sabe falar francês?

            - Não. – disse a mulher, pegando o telefone para ligar para alguém. – Olá, é a secretária do senhor Tung Suen? Aqui é da agência de empregos francesa, conseguimos uma intérprete para ele na festa executiva de Gabriel Agreste. Ele já tem alguma? – Emma cruzou os dedos embaixo da mesa, torcendo para que não tenha. – não? Ótimo. Então está combinado. O nome dela é... Qual o seu nome mesmo? Já saí da sua ficha aqui no computador. – disse ela, afastando o telefone da boca.

            - Meu nome é Emma Agreste.

 

2025, hotel cinco estrelas, Amsterdã, Holanda.

Adrian

            - Natalie, o que você acha de Xangai? – disse Adrian, esparramado no sofá do hotel.

            - Uma bela cidade, senhor. – respondeu ela, com seu tablet na mão, sempre extremamente organizada.

            - Não, quis dizer o que acha de irmos para Xangai? – disse ele, mudando os canais da enorme televisão em sua frente, entediado.

            - Xangai? Mas só faz dois dias que chegamos aqui em Amsterdã. Tem certeza, senhor? – disse Natalie, surpresa.

            Óbvio que não, por isso perguntei. Pensou Adrian, ficando impaciente. Mas na verdade ele não precisava da opinião dela, já tinha decidido. Só estava ficando estressado.

            - Vamos, fiquei entediado. Não tem mais o que ver de interessante, já vim aqui umas cinco vezes. Cansei. E tem muito tempo que não vou a Xangai.

            - Tudo bem, senhor. Quando quer partir?

            - Hoje.

            - Agendarei um vôo do final da tarde para o senhor. – disse ela, digitando em seu tablet calmamente, saindo da sala.

            A vida de Adrian era geralmente assim: sessão de fotos, academia para manter a forma, e viagens atrás de viagens. Se dependesse de seu pai, Adrian ficaria em Londres o tempo todo, que é onde moravam agora. Mas Adrian não ficava em casa. Cansou da época em que ficava trancafiado e convenceu o pai a deixá-lo se aventurar pelo mundo. Mas agora isso também estava ficando entediante. Adrian procurava algo para fazer, algum lugar para ir, qualquer coisa que o fizesse se sentir vivo.

            Adrian jogou o controle da televisão para o lado, pensando no que fazer até a hora do vôo. Resolveu ligar para seu pai, contando que estava saindo de Amsterdã.

Adrian – Oi, pai.

Gabriel Agreste – Oi, filho. Tudo bem em Amsterdã?

Adrian – Sim, mas acho que agora quero ir para Xangai. Falei com a Natalie e...

Gabriel – Cancele as passagens, temos que ir a Paris.

Adrian – De novo? Por quê?

Gabriel – Haverá uma festa executiva da empresa muito importante em Paris daqui a duas semanas, preciso que você esteja lá.

Adrian – Mas é só daqui a duas semanas! Não posso passar só uma semana em Xangai? Eu chego a tempo, eu juro.

Gabriel – Não, você vai direto para Paris em dois dias. Sem discussão. Já vou mandar avisar Natalie. Agora tenho que ir. Tchau, filho.

Adrian – Tchau, pai.

            - Droga.

Ele desligou o telefone, desanimado. Agora tinha que arrumar o que fazer por dois dias em Amsterdã, além de duas semanas inteiras em Paris, que ele já cansou de visitar, já que era a cidade que mais chama Gabriel Agreste por causa de negócios. E Adrian sempre tinha que ir junto.

            Ele pegou seu casaco e saiu do hotel para dar uma volta.

2025, agência de empregos de Paris, França.

            Saindo da seção de contratação de recém-formados, na agência de empregos de Paris, o Mestre caminhava calmamente até a rua. Olhou para o outdoor que anunciava a grande festa executiva da empresa de Gabriel Agreste, e nele havia uma foto de seu modelo principal, Adrian Agreste. O kwami do Mestre apareceu e olhou para ele, escondido em seu casaco para que as outras pessoas não o vissem. Os dois estavam pensando a mesma coisa.

            - Parece que os caminhos de nossos super-heróis estão se cruzando. – disse o Mestre. – Agora nossa missão começa.


Notas Finais


Como será que Chloe foi parar nessa situação? Quem é Emma Agreste? Será que Adrian encontrará algo que lhe faça feliz novamente? O que será que o Mestre está aprontando? O quanto cada um se lembra de seu passado? Descubra tudo isso e muito mais nos próximos capítulos de Os Super-heróis Que O Mundo Esqueceu.
Só digo uma coisa: todas as respostas estão em Paris.


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