2025, aeroporto de Paris, França.
Adrian
- Agora você coloca esse dedo nessa corda, o do meio nessa, e esse dedo na última corda. – disse o mendigo barbudo.
- Assim? – disse Adrian, com o violão do mendigo em posição. Os dois estavam sentados na calçada do aeroporto, em cima de um tapete que o mendigo esticara para sentar em cima. Adrian e Natalie haviam chegado em Paris há quase meia hora. Foi nesse momento que Natalie chegou.
- Adrian! O que está fazendo?! – perguntou ela, irritada.
- Paguei trezentos euros pra esse cara me ensinar a tocar a música que ele estava tocando agora há pouco. – disse Adrian sorrindo.
- Mas o que... trezentos euros? Por quê?!
- Porque eu gostei da música que ele estava tocando e quero aprender. Qual o problema?
- Olhe só para você! Sentado na calçada, junto com um mendigo tentando te ensinar a tocar um violão, sendo que você nunca se interessou por isso!
- Olha, os mendigos também têm sentimentos, tá? Não seja insensível. E ele é um ótimo professor. – disse Adrian, se divertindo com a situação.
- Obrigado. – disse o mendigo, orgulhoso.
- Se quiser aprender a tocar violão pode pagar um profissional para isso e aprender qualquer música que quiser. – disse Natalie, se lixando para os sentimentos do mendigo.
- Mas eu quero que o Bóris me ensine.
- Quem?!
- O Bóris! O quê, acha que mendigos não têm nome? Que feio, Natalie, não sabia que era tão preconceituosa. – disse ele, se divertindo cada vez mais.
- Adrian! Chega de brincadeira e vamos embora agora! – disse Natalie perdendo a paciência, até que percebeu que estava parecendo mãe de criança pequena, e respirou fundo para se controlar. – seu pai já chegou de Londres e está te esperando no carro.
- Fala pra ele me encontrar no hotel, ou sei lá. Vamos ficar quase duas semanas aqui, vou ter muito tempo para ver meu pai.
- Adrian... – disse ela, olhando para alguma coisa atrás do garoto. Mas ele não viu, pois estava olhando para o violão.
- Relaxa, Natalie. – disse ele, checando se ainda estava com os dedos na posição certa nas cordas. – Deixa eu só aprender essa música que eu já estou indo. – ele olhou para ela de volta – Prometo.
- Adrian, o que está fazendo sentado com esse mendigo? – disse seu pai, atrás de Adrian. Sua voz era calma, porém ameaçadora.
- Ah... Oi, pai. – disse ele, sorrindo sem graça.
- Se você continuar desobedecendo a Natalie, vou ter que contratar outra pessoa para te vigiar. – mil respostas passaram pela cabeça de Adrian, mas não adiantava argumentar com seu pai. Ele nunca escuta ninguém. Então ele apenas agradeceu Bóris, devolveu seu violão e foi com Natalie e seu pai até a limusine, de má vontade, desanimado novamente.
2025, Paris, França.
Marinette
Marinette e Alya haviam chegado ao novo apartamento onde vão morar e ajudado a descarregar todos os móveis e todas as caixas do caminhão. Alya foi buscar suas coisas no pensionato onde morava com os colegas da faculdade, e Marinette começou a ajeitar as coisas que precisariam à noite. Ainda era começo de tarde, mas as duas queriam passar o dia todo passeando para Marinette matar saudade de Paris.
Enquanto isso, o Guardião dos Miraculous meditava em sua sala, quando sentiu que era o momento de agir. Ele abriu os olhos.
- Mestre? – disse seu kwami, vendo-o de olhos abertos. – Eles chegaram?
- Sim. Está na hora de começar a primeira etapa da missão.
Alya
Alya juntou suas coisas, pagou o que devia à dona do pensionato e a avisou que estava saindo. Seus colegas de quarto estranharam o fato de ela estar se mudando, sendo que o preço para ficar no pensionato era mais barato do que qualquer aluguel.
- Eu tenho uma amiga que precisa da minha ajuda. Eu vou ficar bem. – disse ela, apesar de ter algumas dúvidas sobre ficar bem, financeiramente falando. Mas isso foi resolvido quando recebeu um telefonema de sua mãe.
- Alô? – disse Alya.
“Oi, filha! Tenho ótimas notícias! Consegui um ótimo emprego aqui, e vou poder mandar o dinheiro que você precisa! Já depositei na sua conta, vai lá dar uma olhada!”
Alya saiu correndo com suas malas, indo para o banco.
Marinette
Tetris estava comendo sua ração na cozinha. Foi a maneira que Marinette encontrou de deixá-lo ocupado. Thommy estava dormindo em sua cadeirinha, depois de ter brincado bastante no trem. Tetris também deu muito trabalho, ele é muito agitado. Sua mãe havia sugerido que o deixasse com ela em Cherbourg, mas Marinette já o amava, não podia deixá-lo lá.
Marinette olhou em volta. Ela não via a hora de decorar todos os cômodos.
- Temos muito trabalho a fazer, né, Tetris? – disse ela. Marinette não ouviu nada, nem o som dele comendo sua ração. – Tetris? – ela olhou para o canto da cozinha onde ela o deixou, e só viu o pote de ração.
Com o canto do olho, ela viu seu cachorro pulando da janela.
- TETRIS!
Marinette saiu correndo escada abaixo, trombando com a dona do prédio no caminho.
- Desculpa senhora Dubois! Olha meu filho rapidinho, por favor! Já volto! – disse Marinette, sem tempo para explicar. Desceu as escadas voando e saiu do prédio, procurando o cachorro, desesperada.
Chloe
Chloe caminhava calmamente pelas ruas da cidade, indo em direção ao supermercado. Era sua vez de fazer as compras da casa. Ela morava junto com as outras prostitutas de Burnier.
Estava quase chegando quando um moleque de camisa verde-limão roubou sua bolsa e saiu correndo.
- EI! – gritou ela, correndo atrás do garoto. Ele parecia ter uns dez anos de idade. – Volta aqui! Isso é meu! – Chloe havia guardado o dinheiro dela e de todas as suas colegas naquela bolsa. Chloe não podia perder aquele dinheiro, elas a matariam. – Volta aqui AGORA!
Adrian
Adrian estava distraído dentro da limusine, olhando pela janela, desanimado. Até que a limusine parou de uma vez, jogando-o um pouco para frente. O motorista começou a xingar, furioso. Adrian olhou pelo vidro da frente do carro para ver o que estava acontecendo, e viu um monte de gente colorida, dançando na praça. Pelas suas roupas, Adrian adivinhou serem escoceses. Pelo menos a festa parecia escocesa. Muitos deles estavam atravessando a rua – ou melhor, bloqueando a rua –, indo em direção à praça.
- O que está acontecendo, Natalie? – perguntou o Sr. Agreste.
- Uma festa estilo escocês. É comum fazerem isso nas ruas, são pessoas muito festivas. – disse Natalie.
- Que legal – disse Adrian. – nunca vi isso quando ia lá.
- Deve ter uma época certa do ano para essa festa. – explicou Natalie. – E você não coincidiu de estar lá quando acontece. Além disso, não é o tipo de coisa que colocamos no seu cronograma, são festas populares.
- E se eu começar a fazer meu próprio cronograma? – disse Adrian, aproveitando a oportunidade para dizer isso na frente de seu pai.
- Adam, tire-nos de perto dessa algazarra. – disse o Sr. Agreste para o motorista. Adrian murchou no banco do carro.
- Não dá, eles estão bloqueando a rua. – disse Adam, o motorista.
- Então, vamos a pé. – disse Adrian, saindo do carro. Natalie tentou impedir, mas ele já estava fechando a porta da limusine e se misturando na multidão.
Marinette
Marinette avistou Tetris correndo disparado em direção ao centro da cidade. Ela foi correndo atrás, aliviada por ele não ter morrido ao pular da janela do terceiro andar.
Quanto mais perto do centro Marinette chegava, mais pessoas havia no caminho para desviar. Mas estava chegando perto do cachorro.
- Tetris! Tetris, para de correr!
Alya
Alya corria quase saltitando de felicidade e de expectativa. Quanto será que sua mãe conseguira? Pelo seu entusiasmo no telefone, parecia o bastante para Alya não precisar mais trabalhar e ter mais tempo para estudar, e tentar se formar em Paris!
Mas no caminho encontrou uma praça cheia de pessoas vestidas com roupas coloridas, dançando e tocando, na maior festa.
- Ah, droga, vou ter que passar no meio dessa muvuca. – disse ela, e começou a abrir passagem na multidão.
Chloe
Chloe corria atrás do garoto, atravessando no meio de carros, pessoas, motos, tentando desviar de tudo. Porém, chegou a um ponto onde a aglomeração de pessoas e carros começou a aumentar, no centro da cidade. Ela estava quase perdendo o ladrãozinho de vista quando chegaram a uma praça movimentada, cheia de pessoas coloridas e de música irlandesa, ou escocesa; ela não sabia e pouco importava.
- Aaargh, eu vou matar esse menino! – disse Chloe, furiosa, se enfiando na multidão.
Marinette
Marinette corria ofegante atrás de seu cachorro, louco por alguma coisa no meio de uma festa bem animada na praça. Estava lotado de pessoas. Marinette só pensou em como seria difícil encontrá-lo no meio de tantas pessoas.
- Ah, esse cachorro vai receber um castigo daqueles...
Adrian
- Adrian! – gritou Natalie, saindo da limusine. Ela olhou em volta. Era impossível encontrá-lo. Eram muitas pessoas com roupas chamativas, cheias de chapéus e bandeirinhas, na praça e nas ruas em volta. Estava a maior festa. Uma gaita de fole e um violino tocavam alegremente no centro da praça, onde as pessoas mais dançavam ao redor.
Adrian se deixou contagiar pela festa, se divertindo junto com aquelas pessoas. Ele já estava de chapéu verde batendo palma no ritmo da música e dançando com as mulheres de vestidos enfeitados e os homens de roupas coloridas, bem no centro da praça, onde o homem da gaita de fole e o outro do violino tocavam alegremente. Adrian nunca havia participado de uma “festa do povo” antes, ele se sentia uma criança experimentando chocolate pela primeira vez.
Marinette passava entre as pessoas procurando seu cachorro na multidão.
Adrian dançava com as crianças.
Alya corria no meio da multidão, apressada.
Chloe empurrava algumas pessoas no caminho, mal-humorada.
Os quatro se encontraram na praça.
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