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História Os Super-heróis Que O Mundo Esqueceu - O Reencontro de Adrian e Marinette


Escrita por: JJWriter

Notas do Autor


Oie gentee! Esse é o ESPECIAL DE 100 EXIBIÇÕES! Quero agradecer a todos pelo feedback que vocês estão dando, a todos que estão lendo, comentando e favoritando, muito obrigada mesmo. E quero que comentem mais, adoro comentários! Não tenham medo de expressar sua opinião, aceito críticas e sugestões também.
Vocês já devem ter reparado que esse é um capítulo bem maior que os outros que eu já postei. Não pensei que ficaria tão grande, mas aí está, espero que gostem!

Capítulo 5 - O Reencontro de Adrian e Marinette


Fanfic / Fanfiction Os Super-heróis Que O Mundo Esqueceu - O Reencontro de Adrian e Marinette

2025, quarta-feira, Paris, França.

Adrian

Eu estava deitado no sofá do quarto, esperando meu pai chegar. Ele me deixou no hotel antes de resolver suas coisas na cidade, para que eu não me metesse em alguma confusão na rua de novo. Ele até colocou um segurança na porta do quarto para me vigiar.

Meu pai não me disse nada depois do que aconteceu na praça mais cedo. Tipo, nada mesmo. Ele só disse para a Natalie me levar para o quarto quando o carro estacionou na frente do hotel. Naquele clima tenso que estava no carro, eu não ousei abrir a boca.

Na verdade, ele falou sim alguma coisa para mim. “Me espere no quarto”. Foi isso que ele falou. E lá eu estava.

Ouvi a porta do quarto sendo destrancada e me levantei na hora. Fiquei sentado com a coluna reta no sofá, tenso.

Ele entrou.

O segurança saiu da frente para ele passar, e meu pai entrou no quarto. Ele ficou me encarando por alguns segundos, enquanto o segurança fechava a porta atrás dele.

- Adrian. – disse ele, naquele jeito sério que sempre mete medo. – meu filho. Nascido em berço de ouro, com uma educação excelente e exemplar, foge para um festival qualquer na rua e apronta um barraco para todo mundo ver.

- Eu não...

- Calado! - disse ele, elevando a voz. Mas logo ele voltou ao tom que estava usando e continuou. - O que deu em você para fazer isso, filho? Qual é o problema? Tudo que eu te dou é do bom e do melhor, você nunca passou necessidade, nunca foi abandonado na rua, sempre recebeu atenção...

- Atenção? De quem, de você?

A expressão dele endureceu mais ainda.

- É disso que você precisa? De atenção? – disse ele, ainda sem gritar. Às vezes meu pai parece ter uma paciência sem fim, mesmo quando está irritado. Mas nem sempre, às vezes ele explode. – De chamar atenção desse jeito? Passando vergonha na rua? Envergonhando sua família? Você viu como Chloe Bourgeois foi tratada, você sempre carregará seu nome consigo, aonde quer que vá.

- Chloe Bourgeois? Minha prima? – as coisas foram se juntando na minha cabeça. – era ela? Era ela lá na praça?

- Sim, você não a reconheceu? – disse meu pai, demonstrando uma leve surpresa em seu rosto ainda sério. – ela gritou o próprio sobrenome, foi bem audível. - foi bem mais do que só "audível".

- Não, eu... pensei que fosse alguma outra pessoa qualquer da família. – na verdade, eu nem tinha reparado que conhecia o sobrenome dela. Só agora que ele disse o nome completo que atinou minha memória.

- Pouco importa. O que me importa é você, filho. – disse ele. Não respondi nada. Queria saber mais sobre Chloe, mas achei melhor não perguntar naquele momento. – não quero que isso se repita nunca mais. Entendeu? Se acontecer de novo, Natalie está demitida. O emprego dela depende de você agora. – disse ele, e então foi para seu quarto e fechou a porta.

 

Marinette e Alya

Era noite de quarta-feira, e Marinette e Alya passeavam pelas ruas bem iluminadas de Paris, conversando depois de jantar. Era a primeira noite de Marinette na cidade luz.

- Que tal irmos ao cinema agora? – disse Alya, levando Tetris na coleira.

- O quê, quer ver se já estreou Uma Espiã em Roma?

- Não, credo! Esses filmes são ridículos. Os três são.

- Eu não achei ridículo, é dirigido pelo Tarantino! Todos os filmes dele são bons.

- Menos esses de ação. - Marinette estranhou a amiga. Ela costumava gostar desse tipo de coisa.

- Mas, de qualquer forma, como poderíamos ir ao cinema com esses dois?  – perguntou Marinette, com Thomas em seu colo, brincando com sua blusa. – que tal darmos uma olhada em algumas lojas por aqui?

- Ah, é. Tudo bem, não tem problema. – disse Alya. As duas foram caminhando, observando as vitrines das lojas, até acharem uma interessante para entrar. Era uma loja de roupas e acessórios.

- Olha esse suéter, gostei – disse Marinette, apontando para um suéter preto simples. – estou precisando de mais roupas de frio. O que você acha, Alya?

- Eu acho que você precisa de mais estilo. Esse suéter é meio sem graça na verdade, mas talvez dependendo da combinação que você for fazer pode ficar legal. – disse Alya. Tetris andava calmamente pela loja até onde podia alcançar sendo segurado pela coleira. Marinette bufou.

- Muito obrigada pelo comentário animador, Alya. Você gostou, Thommy? – disse Marinette para o filho em seu colo. – podia ter um do seu tamanho, ficaria tão fofo! Né, Thommyzinho? – Thommy emitiu alguns sons em resposta, tentando pegar um casaco de pele branco ao lado do suéter.

- Thommy já é um diminutivo do nome dele, e você ainda acha um diminutivo do diminutivo pra chamá-lo. – disse Alya, rindo. Ela estava dando uma olhada em outra arara de roupas ali perto.

- Ah, ele é a fofurinha da mamãe! Não é, Thommy? Peraí, não mexe nisso! – disse Marinette, ao vê-lo quase arrancando o casaco de pele do cabide. Ela o afastou e começou a olhar a mesma arara que Alya. Tetris ficou andando para lá e para cá, curioso.

- Eu te ajudaria a se vestir melhor, mas o meu estilo nunca teve nada a ver com o seu. Mas ou, e hoje mais cedo, hein? O trabalho que esse cachorro não deu lá na praça, e aquele barraco! – disse Alya.

- Pois é, além de eu ter corrido vários quarteirões atrás dele, ainda por cima você quase me arrasta pra casa sem ele! – disse Marinette.

- Depois daquela confusão eu não lembrei dele. Olha só aquele brinco! – disse Alya, apontando para uma parede cheia de brincos e colares. Ela foi até lá e pegou um que lembrava uma cauda de raposa.

- É, bem a sua cara. – disse Marinette, indo atrás dela. – Quase que eu também não lembrei do Tetris, imagina! O coitado ia ficar lá perdido. Mas quem mandou sair correndo de casa assim? É nisso que dá.

Alya deixou os brincos de cauda de raposa onde estavam por um instante e foi ver outra arara de roupas.

- E aquela mulher maluca? – disse ela, passando os cabides, olhando as camisetas uma por uma.

- Pois é! Quem era aquela?

- Eu ouvi Bourgeois, lembra?

- É, acho que ouvi também. – disse Marinette, se lembrando dela gritando seu nome para todo mundo na praça.

- Será que ela é filha do prefeito? Quer dizer, ex-prefeito. Acho que ele tinha uma filha, né?

- Tinha? Por que “tinha”, ele morreu?

- Não, só sumiu. Quer dizer, eu não ouço falar nele há muito tempo. Sei lá se ele ainda está vivo ou não, não faço a menor ideia.

- Ah, Alya! Acabei de lembrar que amanhã eu já tenho que ir falar com a Madame Courier de manhã.

- Quem?

- Vivienne Courier, a mulher que me contratou. Minha nova chefe.

- Ah, da empresa Vivienne Courier? Nossa, que chique. Ah, Marinette, esqueci de te falar: minha mãe conseguiu um trabalho muito bom na Itália e conseguiu mais dinheiro pra mandar pra mim, pra eu me manter enquanto estiver na faculdade, então agora eu não preciso mais trabalhar! – disse Alya animada.

- Que bom, Alya! Mais tempo pra cuidar das coisas em casa, temos que arrumar os móveis da sala ainda. Já tem guarda roupa nos dois quartos e geladeira e fogão na cozinha, que a senhora Dubois deixou pra gente.

- Que bom. Dubois é a dona do prédio né? – perguntou Alya.

- Sim, o nome dela é Rosalie Dubois. – disse Marinette.

- Ah. Eu só não vou poder estar lá no apartamento à noite, tenho aula na faculdade. Mas de manhã e de tarde estou livre.

- Ok, começamos amanhã à tarde então, depois que eu for falar com a Madame Courier. – disse Marinette.

- Oba, posso dormir até tarde então. – disse Alya. Marinette riu. – ah não, não posso não. Tenho que ir pra cafeteria pro meu último dia de trabalho, pra cumprir o mês todo, e pedir demissão. Vou ter que ir lá de manhã. Vamos no caixa? Quero levar esses brincos.

- Quer saber? Eu também vou levar alguma coisa. – disse Marinette.

As duas saíram, com o suéter e os brincos de cauda de raposa.

 

Nino

Nino estava andando pela faculdade, novamente matando aula. Ele assistiu às primeiras aulas, mas depois do intervalo não foi para a sala. Queria pedir transferência de curso, mas ele sabia que era uma péssima ideia, depois da briga que tivera com os pais mais cedo.

Ainda bem que não tenho irmãos, pensou ele. Se tivesse, todos seriam mais bem-sucedidos do que eu, e a convivência em casa seria insuportável.

Às vezes não era tão ruim assim, sua mãe não era tão dura com ele. E nem sempre seu pai era, também. Mas a situação já estava chegando aos limites.

Nino vagava pelos corredores, sozinho e sem rumo. Talvez houvesse alguém que conseguisse animá-lo, mas ele não estava a fim de encontrar ninguém. Ele precisava de uma solução, mas esse tipo de solução é difícil de conseguir, e ele não estava muito a fim de tentar, no desânimo que estava. Ele só caminhava, sem saber o que fazer ou o que querer.

E novamente ele viu Rose, na sala de química, mexendo com uns frascos com líquidos estranhos. Nino ia passar direto, mas ela o viu. Ele bufou.

Rose o chamou alegremente pela janela.  

- Nino! Vem cá!

Ele entrou no laboratório de química, de má vontade.

- Oi, Rose.

- Nino, você não vai acreditar! – disse ela animada, com seus óculos de proteção por cima dos óculos de grau, cuja armação agora era roxa ao invés de azul. Ela estava em pé do outro lado da bancada observando um frasco com um líquido de cor estranha, meio vermelha, mas nem tanto, era quase um marrom. – Sabe a amostra da substância que eu estava analisando aquele dia que você veio aqui?

- Claro. – mentiu ele.

Nino se sentou em uma das cadeiras altas em frente a ela, e ficou observando os frascos com líquidos coloridos. Ela puxou uma cadeira que estava ao lado dela e se sentou em frente a ele, tirando os óculos de proteção da frente dos olhos e deixando-o na cabeça, ainda com o frasco da coisa marrom na mão enluvada.

- Então, eu não consegui ver todas as organelas da célula pelo microscópio, então não deu para identificar o tipo de célula ainda, mas sei pelo formato que é do reino animal. Deve ter vindo de dentro de algum minério ou rocha qualquer, levando em consideração que essa substância foi tirada de baixo da crosta terrestre, mas por outro lado, que tipo de célula animal sobreviveria em um ambiente desses? Teria que ser uma célula resistente a calor, pressão, e que não precise de oxigênio para sobreviver. E se essa célula não convive com o oxigênio, o que pode acontecer se ela for exposta a ele? – ela olhou para ele, como se esperasse uma resposta. – Espera, você não tá entendendo nada, né?

- Não.

- É que encontraram uma substância desconhecida debaixo da crosta terrestre perto de um vulcão no Himalaia, e mandaram para cá pra eu analisar!

- É isso aqui nesse vidrinho? – disse ele, dando um leve peteleco no frasco que ela segurava. Rose deu um tapa na mão dele.

- Não faça isso, pode causar um acidente. E se chama béquer, não “vidrinho”.

- Mas é essa coisa marrom mesmo?

- É isso mesmo.

- Por que é marrom?

- Não é exatamente um marrom, é mais avermelhado.

- Mas por que é dessa cor?

- Não sei, ainda estou analisando suas propriedades.

- E o que isso faz?

- Não sei, como eu disse, ainda estou analisando suas propriedades.

- Tá bom, já entendi. Não deve fazer nada de interessante.

- Você não sabe, ninguém sabe. E eu vou ser a primeira a descobrir! Isso não é fascinante?

- É, muito fascinante. – disse Nino, nada fascinado.

- Então, como eu ia dizendo, as lentes de microscópio que tem aqui no laboratório não foram o suficiente para ver a célula com clareza. Mas deu pra ver que é uma célula, o que já é interessante, porque não é comum encontrarmos organismos vivos embaixo da terra.

- E minhocas?

Rose suspirou.

- Quis dizer embaixo da crosta terrestre, Nino. Custou muito tempo, trabalho e dinheiro para conseguir criar algum instrumento que perfurasse tão fundo no solo. Mas eu não sei dos detalhes disso porque não é da minha área. Mas enfim, eu ia dizer que encomendei lentes mais potentes e mais amostras da substância, porque as que eu tenho já estão acabando.

- Se essa coisa não serve pra nada você tá usando isso pra quê?

- Estou fazendo um monte de testes.

- Sério? Posso ver?

- Por enquanto não.

- Por que não?

- Porque é tudo em cabine fechada para evitar riscos, tem todo um equipamento de segurança pra entrar, e mesmo assim ainda corre o risco de contaminação. – disse ela, ajeitando seus óculos de grau roxo-brilhante – Quanto menos pessoas entrarem, melhor. Pelo menos até eu descobrir o que essa substância pode fazer no organismo humano.

- Você acha que isso pode afetar alguma coisa nas pessoas?

- Talvez, eu não sei. 

- Ah, e você me chamou aqui só pra contar o quanto você não sabe nada sobre esse treco sem graça?

- Ah, bem, eu realmente não sei muita coisa, mas eu acho muito empolgante ter que descobrir. Imagina se isso fizer alguma coisa importante! Se puder ajudar na cura de uma doença! Seria o máximo descobrir uma coisa dessas, e essa substância levaria o meu nome!

- É, deve ser muito legal fazer algo importante assim. – disse Nino, se sentindo um irmão mais novo dela, reforçando-se ainda mais no posto de “vergonha da família”.

 

2025, quinta-feira de manhã, Roma, Itália.

- E agora, vamos receber a nossa nova grande atriz de sucesso na Europa! Com vocês, Lila Rossi! – disse o apresentador do programa. Lila entrou. Ela usava um vestido verde, seu cabelo castanho liso estava na altura do queixo, e sua pele estava bronzeada. Seus braços apresentavam alguns músculos que demonstravam um pouco de seu treino. Não eram músculos tão grandes a ponto de enfeiar seu corpo, eram sutis, apenas a tornava mais bonita e charmosa, com um quê de selvageria atraente. Visual esse complementado pelo cabelo curto de franja.

Lila entrou no estúdio sorrindo e acenando para a plateia, e se sentou na poltrona ao lado do apresentador. O público aplaudia e gritava.

- Olá, Lila! Bem vinda ao nosso programa!

- Obrigada, é um prazer estar aqui.

- O prazer é nosso! – disse ele, e então se dirigiu à plateia e às câmeras. – Lila Rossi, pessoal! Vamos apresentá-la. Aqui no telão temos um trailer de seu último filme: Uma espiã em Roma! Vamos ver?

Rodaram o trailer, que mostravam cenas de ação de Lila pulando em cima de carros em movimento, correndo pelas ruas armada em perseguições, trocas de tiros, cenas de luta em geral e frases de efeito.

- Uma Espiã em Roma, último filme da trilogia, dirigida por Quentin Tarantino e estrelada por Lila Rossi! Estreia semana que vem nos cinemas! – disse o apresentador, quando o trailer acabou. – então, Lila, conte-nos como foi gravar o último filme dessa trilogia incrível!

- Foi uma experiência e tanto, agora que a personagem está em uma cidade do meu país natal, com muito mais cenas de ação do que nos dois primeiros. – disse ela, sentada confortavelmente na poltrona.

- E esse novo corte de cabelo? Todo mundo está falando disso nas redes sociais, as pessoas adoraram!

- Ah, é, eu cortei o cabelo para esse último filme, por sugestão do diretor. Eu achei uma ótima ideia.

- E as cenas de ação, você achou mais difícil de gravar?

- Sim, precisei de muito mais tempo de treino depois das minhas férias desde Uma Espiã em Londres. Além do mais, nos outros filmes o suspense tomava uma parte considerável do filme, agora é diferente, a ação não para, é bem emocionante, bem estilo Tarantino. Acho que vocês vão gostar, o Tarantino fez um ótimo trabalho, como sempre.

- Mas é claro! Bem que eu percebi que você está mais musculosa! Andou treinando bastante, hein?

- Eu, musculosa? Devia ver minhas treinadoras, elas sim são musculosas pra caramba. – disse Lila, rindo, com uma modéstia que quase parecia falsa.

O apresentador perguntou se houve alguma experiência engraçada durante as gravações, e ela contou algumas. Eles estavam rindo quando ele perguntou sobre o próximo filme dela.

- Ah sim, meu próximo filme será gravado em Paris.

- Assim como o primeiro da trilogia, não é? O Uma Espiã em Paris?

- Sim, mas dessa vez é um filme de ficção científica, se chama O Apocalipse Zumbi. Farei o papel de uma cientista de laboratório que tenta descobrir a cura para a doença que transforma todos em zumbis. Não é a personagem principal, mas estou querendo variar um pouco.

- Então você está indo a Paris para as gravações? – disse o apresentador, depois de perguntar sobre a direção e o elenco do filme O Apocalipse Zumbi e cobri-lo de elogios. Dessa vez não era dirigido por Tarantino.

- Sim, estarei em um vôo para lá amanhã para o começo das gravações e para a festa executiva de Gabriel Agreste. Na verdade, as gravações começam bem depois da festa, mas quero ir antes.

- Festa de Gabriel Agreste?

- Sim, é uma festa para comemorar o novo acordo que a empresa do Gabriel Agreste fez com a Golden Studios.

- Golden Studios é a empresa inglesa que patrocinou a trilogia da Espiã em Paris, não é?

- Sim, e vai patrocinar O Apocalipse Zumbi também.

 

2025, quinta-feira de manhã, Paris, França.

Emma

“Então, Lila, isso quer dizer que você vai para a festa do Gabriel Agreste?” disse o apresentador do programa que estava passando na pequena televisão da cafeteria em que Emma estava. Emma não sabia quem era Lila, mas percebeu que era uma atriz famosa.

“Sim, vou, é claro! Com prazer. Eu estou estrelando os filmes de maior sucesso da empresa, eu tenho que ir. Muita gente importante como eu vai estar lá” Respondeu a atriz. Emma tomou um gole de seu café, pensativa.

Uma garçonete morena cheia de colares hippie chegou e perguntou se ela queria mais alguma coisa. Emma respondeu que não.

- Não, obrigada, é só o café mesmo. – disse a loira.

Emma não parava de pensar em como falar com seu pai, Gabriel Agreste. A mulher da agência de empregos já havia dito onde e quando ela deve se encontrar com o Sr. Tung Suen, o chinês para quem vai trabalhar de tradutora, é logo antes da festa. E a festa é sábado, na outra semana.

Mas Emma sabia que não adiantava ficar preocupando com isso antecipadamente, o que ela tinha que fazer é se preparar e esperar. E torcer para que tudo dê certo. Mas ela não devia ficar tão nervosa, Emma já passou por coisas muito mais difíceis, só não sabe disso ainda.

 

Marinette

A sala de espera de Vivienne Courier estava consideravelmente cheia e muito movimentada. Pelo visto ela tinha muitas funcionárias na empresa.

Sua empresa possuía o mesmo nome que ela, Vivienne Courier. E cuidava de decorações de tudo quanto é tipo de ambiente, e é a preferida pelas pessoas do alto escalão na Europa. Também cuidava muito de festas, desde relativamente pequenas para crianças até grandes eventos de celebridades. 

Marinette estava sentada na enorme sala de espera. Ela usava um coque alto, uma camiseta branca simples e uma calça jeans. Estava carregando pasta com seu currículo e seus documentos, esperando ser chamada.

- Marinette Dupain-Cheng! – disse a secretária. Marinette foi até a bancada onde ela estava, nervosa.

- Sou eu. – disse ela.

- A senhorita já pode subir. Décimo segundo andar.

- Obrigada.

Marinette entrou em um dos elevadores, apertou o botão 12 e esperou. Chegando lá, encontrou um longo corredor com várias portas, e mais uma secretária no fundo do corredor, na frente da porta mais bonita. Provavelmente da sala da própria Vivienne Courier. Marinette ficou ainda mais nervosa.

Ela caminhou pelo corredor até chegar à escrivaninha da secretária, a única pessoa no corredor silencioso. Ela era magra, seu cabelo era ruivo e liso, e parecia ser no máximo cinco anos mais velha que Marinette. Ela estava muito bem maquiada.

- Pois não? – perguntou ela, com cara de tédio.

- Olá, eu sou Marinette Dupain-Cheng, fui contratada para trabalhar aqui. Posso falar com a Madame Courier?

A secretária encarou-a com leve surpresa e certo desdém.

- A senhorita deseja falar a Vivienne Courier em pessoa? – perguntou ela.

- Sim. – disse Marinette.

A ruiva deu uma risadinha de desdém.

- Ela não está. – disse ela. Agora sua expressão indicava certa curiosidade com a novata.

- Ahn... Então, com quem eu falo? É meu primeiro dia.

- Comigo mesmo. – Marinette estranhou. Não esperava por isso, mas tudo bem, fazer o quê. – seu currículo? – Marinette o entregou. A ruiva deu uma boa olhada nele, e depois o devolveu. – vai precisar de muito mais do que isso para trabalhar aqui.

- Mas eu já fui contratada! – disse Marinette, chocada. Ela viera de Cherbourg até Paris só graças a esse emprego, como uma secretária da mulher que a contratou poderia dispensá-la desse jeito?

- Tem certeza? Geralmente exigimos mais experiência dos candidatos a funcionários.

- Eu não sou uma candidata, eu já sou uma funcionária. Olha, eu trouxe o email que ela me mandou. – Marinette tirou de dentro da pasta o email impresso, que continha seu contrato, e mostrou a ela. – viu? Esse é o contrato.

- Estranho. – disse a ruiva, analisando o documento. – mas parece verdadeiro. Bom, se ela te contratou, então tenho que te dar alguma tarefa. – Marinette guardou o papel na pasta, orgulhosa. A ruiva começou a digitar no computador. – mas, como você não tem experiência em quase nada, não posso te dar uma função importante por enquanto. Você vai auxiliar em algumas festas, e vamos ver como se sai. – disse ela, imprimindo algo para Marinette.

- Mas eu sou arquiteta, não trabalho com festas, a não ser as de grande porte.

A ruiva parou, apoiou os cotovelos na mesa, juntou as mãos e olhou diretamente para Marinette.

- Quer um trabalho decente aqui? Ganhe experiência. Prefere aqui... - ela pegou as folhas que acabaram de sair da impressora e as grampeou. - ou quer procurar em outro lugar? – disse ela, estendendo as folhas grampeadas que acabara de imprimir para Marinette.

Marinette pegou as folhas, de mau humor.

- Te vejo na sua primeira festa. – disse a ruiva. – ligo quando tiver algo para você. E é melhor não faltar. Ninguém com um currículo tão fraco é valioso o suficiente para merecer segundas chances.

- Obrigada. – rosnou Marinette, irritada. Ela deu as costas à mulher e voltou para o elevador.

Ela estava se xingando internamente por ter sido tão burra a ponto de se mudar para Paris só por esse emprego, sendo que ela nem tinha visitado a empresa pessoalmente. Se não tivesse se mudado, poderia recusar e voltar para Cherbourg, onde tinha um pouco mais de dignidade.

As portas do elevador se abriram e ela saiu, ajeitando a pasta. Saiu do prédio da empresa, indo a pé para casa.

No caminho, sua cabeça foi esfriando, observar as coisas ao redor desanuviou sua raiva. Depois de alguns minutos ela já estava bem mais tranquila.

Ela observava as pessoas, as vitrines das lojas, os enfeites das ruas e das praças, apreciando Paris em seu segundo dia morando lá. Era tão bom estar de volta, havia algo muito nostálgico naquela cidade. Marinette passara a infância e a adolescência toda em Paris, porém não conseguia se lembrar da época em muitos detalhes. Tudo bem, não tem importância, o passado fica no passado, pensou ela.

Marinette estava atravessando uma rua quando viu, numa vitrine do outro lado da rua, uma luminária de pendurar no teto bem grande, vermelha de bolinhas pretas. Ela se surpreendeu. Não sabia o que era, mas alguma coisa naquela luminária fixou totalmente sua atenção.

Ela só percebeu que estava parada no meio da rua quando começaram a buzinar. Ela se desculpou e correu logo para o outro lado da rua, mas tropeçou no degrau da calçada, e teria caído de cara no chão se não fosse por alguém que estava no caminho e a amparou.

- Você está bem? – disse a pessoa que a segurou. Marinette olhou para cima e viu um garoto loiro de olhos verdes olhando para ela.

 

 


Notas Finais


Caramba, esse capítulo ficou tão grande! Gostaram?
Testei uma narração em primeira pessoa na cena do Adrian, gostaram? Foi a primeira cena.
Atenção pessoal, nem todos os personagens novos incluídos aparecem à toa. Existe um motivo para ter uma cena inteira com a Lila, por exemplo...
Atenção no calendário da história: quinta-feira. Na outra semana, no sábado, já é a festa de Gabriel Agreste. Quem mais estará lá além dos já confirmados? Alguns já dá pra adivinhar, mas um em especial será uma surpresa... Querem que eu acelere o calendário?


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